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Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
Folículo

A cada ciclo menstrual acontece o processo de ovulação, sendo esse um elemento chave para que uma gravidez ocorra.

Logo no início de cada ciclo menstrual, em um ciclo ovulatório natural,  os folículos primordiais localizados em um dos ovários começam a se sobressair para amadurecer. Quando um dos folículos atinge mais de 10 milímetros e se torna dominante, ele irá continuar crescendo para se romper em condições hormonais ideais  e assim ocorrer a liberação do óvulo.

Continue a leitura e entenda tudo sobre o folículo dominante e, porque no tratamento de reprodução assistida a presença dele pode ser prejudicial.

Como funciona o ciclo ovulatório no ciclo menstrual

Todos os meses acontece o ciclo menstrual responsável por preparar a parede uterina para o recebimento de um embrião.

O ciclo menstrual é regulado por diversos hormônios, como os produzidos pelos ovários, durante o ciclo ovulatório. Os ovários são as gônadas femininas, responsáveis por produzir os gametas femininos, bem como os hormônios sexuais – estrógeno e progesterona, além da testosterona.

O ciclo ovariano inicia-se com a liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas pelo hipotálamo, que estimula a hipófise a secretar os hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). O FSH auxiliado pelo LH irá estimular o crescimento dos folículos que passam a secretar pequenas quantidades de estradiol. Com isso, o folículo cresce e o futuro óvulo amadurece.

Quando a secreção do estradiol aumenta ocorre também um aumento nos níveis de FSH e de LH, levando a um pico nos níveis de LH. Em resposta a esse aumento de níveis hormonais, o folículo e a parede adjacente do ovário se rompem liberando assim o óvulo do interior do folículo dominante.

O que acontece no corpo após a ovulação?

Após a liberação do folículo dominante, o tecido folicular deixado no ovário transforma-se em corpo-lúteo sob a ação do LH e secreta a progesterona. A liberação desses hormônios desencadeia a redução do LH e FSH, evitando assim a maturação de um novo folículo.

Após a ovulação é possível que ocorram duas situações:

  • Gravidez: aqui o óvulo já na trompa encontrou o espermatozoide e ocorreu a fertilização. Em cerca de 4 a 5 dias após a ovulação o pré-embrião chega à cavidade uterina e implanta-se no endométrio.
  • Menstruação: nesse caso o óvulo não encontra o espermatozoide, logo o corpo lúteo se degenera e os níveis hormonais caem, levando à descamação do endométrio e à menstruação. Com isso um novo ciclo se inicia.

Folículo dominante e tratamento de reprodução humana

A estimulação ovariana e a indução da ovulação são procedimentos que clínicas de fertilidade realizam para aumentar as chances de concepção. Esses procedimentos podem ser realizados tanto via relação sexual programada (RSP), como na inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV).

Como foi possível ver acima, no ciclo ovulatório natural a mulher libera mensalmente apenas um óvulo, embora diversos folículos sejam recrutados e iniciem o crescimento.

Quando a mulher realiza o tratamento de reprodução humana e desejamos o crescimento de mais de um folículo, a presença de apenas um folículo dominante no ciclo ovulatório pode ser prejudicial, pois ele tende a responder mais rápido do que os demais folículos e impedir esse crescimento multifolicular.

Por essa razão,  muitas vezes é  preciso aguardar um novo ciclo para o início do tratamento, sendo realizado o processo de indução da ovulação quando todos os folículos estão em estágio antral, para estimular seu crescimento e, por seguinte, a fase de maturação.

Todo esse processo de estimulação ovariana na reprodução assistida ocorre com o uso de medicamentos hormonais, sendo geralmente usado gonadotrofinas que  permitem o amadurecimento de um número maior de óvulos.

Protocolo Individualizado

A depender do protocolo a ser utilizado, são aplicadas injeções diárias, em dias alternados ou mesmo uma aplicação única de liberação prolongada de gonadotrofina, o protocolo é sempre realizado pelo médico de forma individualizada.

No tratamento de reprodução assistida, essa fase dura em torno de dez a doze dias e será acompanhada por ultrassons transvaginais periódicos.

Ainda no tratamento, também são utilizados medicamentos que visam o bloqueio da hipófise para impedir o pico de LH, o que poderia causar uma ovulação inesperada comprometendo a coleta dos gametas.

O acompanhamento dos crescimentos dos folículos na reprodução assistida é feito de perto por meio de ultrassonografias, quando os folículos maiores atingem um determinado tamanho é aplicado um outro hormônio na paciente para que a coleta seja realizada.

Ultrassonografia transvaginal

A primeira etapa da estimulação ovariana se inicia com a realização do ultrassom transvaginal para avaliar o útero e ovários, endométrio e também fazer a contagem dos folículos antrais em cada ovário.

Na ultrassonografia é possível descartar a presença de folículos dominantes e também a presença de cistos patológicos, como o endometrioma (endometriose no ovário) ou tumores ovarianos.

O processo de contagem dos folículos é realizado na fase folicular inicial (primeiros dias do ciclo menstrual), sendo possível assim avaliar a quantidade de folículos que podem ser estimulados durante o tratamento de reprodução assistida. Quanto mais jovem a mulher, maior tende a ser a reserva ovariana.

Caso o ultrassom não identifique nenhum um problema que comprometa os procedimentos de reprodução humana, segue-se para a etapa seguinte que é a administração de medicamentos hormonais com o objetivo de promover crescimento e amadurecimento dos folículos.

A contagem de folículos também é uma questão importante para o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Gostou do nosso artigo sobre folículo dominante? Leia mais sobre fertilidade e tratamento de reprodução humana assinando a nossa newsletter!

Bandeira

Um assunto ainda pouco discutido e retratado na mídia é a gravidez trans. Sim, pessoas transgênero tem a possibilidade de terem filhos biológicos, afinal a identificação com o sexo oposto do nascimento não interfere na vontade de ser pai ou mãe.

Pessoas trans podem passar por cirurgias e terapias hormonais podendo levar a infertilidade temporária ou total, por isso é muito importante pensar sobre ter filhos ou não, antes mesmo de iniciar a transição de gênero.

Leia nosso artigo e entenda mais sobre a gravidez trans, além de trazermos informações relevantes sobre os procedimentos disponíveis, também vamos tratar sobre a nova resolução n° 2.294 do Conselho Federal de Medicina (CFM)!

O que é ser transgênero?

Uma pessoa transgênero ou trans pode identificar-se como homem, mulher, trans-homem, trans-mulher, como pessoa não-binária ou com outros termos. A identidade de gênero é diferente da orientação sexual, logo pessoas trans podem ter qualquer orientação sexual, incluindo heterossexual, homossexual, bissexual e assexual.

A identidade de gênero refere-se à experiência de uma pessoa com o seu próprio gênero. Pessoas trans possuem uma identidade de gênero que é diferente do sexo que lhes foi designado no momento do nascimento.

Como funciona a gravidez trans na reprodução assistida?

No CEFERP nosso objetivo é ajudar famílias a realizarem o seu sonho de gerar um bebê por meio da reprodução assistida, independente da orientação sexual ou gênero dos progenitores.

Homem trans e reprodução assistida

Homens transgênero podem engravidar naturalmente, pois possuem o aparelho reprodutor feminino. No entanto, é necessário pausar a medicação hormonal que auxilia na transição durante todo o período de tratamento (se necessitar reprodução assistida – RA)  e também durante a gestação.

Ainda não existem estudos que demonstram o impacto da testosterona na quantidade de óvulos no organismo. No entanto, ao parar o tratamento hormonal os sinais masculinos irão regredir, dessa forma voltará o ciclo menstrual, a ovulação e a possibilidade de engravidar.

Quando o casal é formado por homem transgênero + mulher CIS (identidade de gênero idêntica ao sexo que nasceu) o tratamento de reprodução assistida é o mesmo de um casal homoafetivo feminino.

Nesse caso, o mais recomendado é a mulher CIS doar os óvulos para o procedimento de fertilização in vitro (FIV), por conta das medicações hormonais que o homem trans utiliza.

Já tratamos aqui no blog do CEFERP sobre como funciona o tratamento de reprodução assistida para casais homoafetivos, clique aqui e leia mais.

Caso o homem trans deseje engravidar em algum momento da vida, ou deseje doar ou preservar seus óvulos, recomendamos o processo de congelamento de óvulos, se possível antes mesmo da transição.

Se a pessoa possui óvulos congelados mas não desejar gerar o bebê, também é possível recorrer a um útero solidário. Nesse caso, a fecundação é realizada em laboratório por meio da FIV e após o embrião será implantado na parceira ou útero solidário.

Mulheres trans e reprodução assistida

No caso de mulheres transgênero também é possível ter filhos biológicos, porém não há a possibilidade dela gestar o bebê por conta do aparelho reprodutor masculino.

Por meio da reprodução assistida, seja pela coleta de espermatozoides para inseminação artificial, ou fertilização in vitro é possível que ocorra uma gravidez, sendo necessária uma doação de útero para gerar o bebê, caso o casal não seja formado por mulher trans + mulher CIS.

Quais são os procedimentos disponíveis na gravidez trans?

Os procedimentos disponíveis de reprodução assistida para gravidez trans são os mesmos que para casais heterossexuais.

Ou seja, a partir da definição de quem irá doar o óvulo ou o espermatozoide e quem irá gestar o bebê, serão solicitados alguns exames para que uma avaliação clínica seja realizada. As opções disponíveis de tratamento são:

Inseminação Artificial:

Este é um tratamento de baixa complexidade em que o sêmen é depositado na cavidade uterina e a fecundação acontece no útero da pessoa que irá gestar o bebê com o seu próprio óvulo. Entenda melhor sobre o tratamento aqui.

Fertilização in vitro:

Tratamento de alta complexidade em que os embriões são formados em laboratório a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.

É possível que homens transgênero utilizem no procedimento espermatozoide de doador anônimo de banco de sêmen. Aqui no CEFERP damos assistência durante o processo de escolha do sêmen do doador anônimo com cadastro em Bancos de Sêmen Nacional e Internacional. Entenda melhor sobre o procedimento aqui.

Também é possível que mulheres transgênero utilizem o óvulo de sua parceira ou de banco de óvulos próprios da clínica, ou de banco internacional na FIV.

Resolução do CFM N° 2.294

Pessoas transgênero foram recentemente incluídas oficialmente na resolução do CFM n° 2.294 como beneficiárias da técnica de reprodução assistida. Vejamos abaixo o que diz a nova resolução que trata sobre pacientes beneficiários das técnicas de reprodução assistida (RA):

II – PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA

  1. Todas as pessoas capazes que tenham solicitado o procedimento e cuja indicação não se afaste dos limites desta resolução podem ser receptoras das técnicas de RA, desde que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos, conforme legislação vigente.
  2. É permitido o uso das técnicas de RA para heterossexuais, homoafetivos e transgêneros.
  3. É permitida a gestação compartilhada em união homoafetiva feminina. Considera-se gestação compartilhada a situação em que o embrião obtido a partir da fecundação do(s) oócito(s) de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira.

Procure uma clínica de fertilidade de confiança

Uma forma de o casal assegurar seus direitos e ainda esclarecer todas as dúvidas sobre o tema é procurar por uma clínica de reprodução assistida que oferece assessoria.

Contar com uma clínica de reprodução assistida de confiança é fundamental para que sejam esclarecidos todos os detalhes quanto ao procedimento de reprodução humana, assim como as questões jurídicas envolvidas.

O casal deve ficar atento se a clínica conta com profissionais especializados e credenciados pelo Conselho Regional de Medicina, além de verificar a credibilidade da instituição.

Gostou do nosso artigo sobre gravidez trans? Se você é transgênero e pretende ter filhos, procure uma clínica de reprodução assistida de confiança!

Fontes:

https://www.unfe.org/wp-content/uploads/2017/05/Transgender-PT.pdf

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/05/sou-homem-trans-e-estou-ha-3-meses-usando-testosterona-posso-engravidar.htm

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cfm-n-2.294-de-27-de-maio-de-2021-325671317

https://ceferp.com.br/tratamentos/gravidez-homoafetiva/

https://ceferp.com.br/blog/reproducao-homoafetiva/

http://lifesearch.com.br/tratamento-de-fertilidade-para-transgeneros/

Endometrite

Existem várias condições que podem afetar e comprometer o sistema reprodutor feminino. Uma delas é a endometrite, uma inflamação que ocorre na região do endométrio – tecido que reveste a cavidade uterina.

A infertilidade é uma das principais consequências dessa doença, então se você quer entender mais sobre a endometrite, seus sintomas, diagnóstico e tratamento e qual o seu impacto para a gestação continue a leitura.

Por que a endometrite acontece?

A endometrite é uma inflamação uterina, aguda ou crônica,  normalmente ocasionada por uma infecção bacteriana. Ela pode decorrer de uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), tratando-se de uma doença do espectro da DIP (doença inflamatória pélvica) e que pode também causar salpingite (inflamação nas tubas uterinas) e atingir a cavidade pélvica.

Endometrite aguda x endometrite crônica

A endometrite que se manifesta de forma aguda costuma ter origem na contaminação decorrente de ISTs, principalmente em casos de contaminação pelas bactérias Chlamydia trachomatis (clamídia) e Neisseria gonorrhoeae (gonorreia).

Já a endometrite crônica costuma ter outro perfil microbiano, com bactérias como micoplasma e ureaplasma ou fungos, além de estar relacionada a processos inflamatórios resultantes de danos mecânicos, como intervenções cirúrgicas no útero e tubas, ou retirada de pólipos, miomas, a inserção de DIU (dispositivos intrauterinos) e também abortos, curetagens, entre outros.

A endometrite infecciosa deve ser diagnosticada e tratada o quanto antes, pois o útero costuma ser o primeiro órgão do sistema reprodutivo a ser afetado, evitando que essa infecção endometrial atinja outros órgãos da cavidade abdominal como as tubas uterinas.

Nesses casos, como é feito o diagnóstico?

A endometrite é uma doença que pode ser facilmente identificada, alguns sinais são visíveis já durante o exame físico, como inchaço e sensibilidade uterina, além da presença de secreções que podem ser sinais de infecção.

Podem ser necessários alguns exames laboratoriais para confirmar a inflamação endometrial. O hemograma, por exemplo, pode ser solicitado para avaliar parâmetros inflamatórios e detectar a possível presença de bactérias. Também podem ser feitas investigações de  infecções sexualmente transmissíveis.

Outros exames também podem ser solicitados, como a ultrassonografia transvaginal que avalia o útero, ovário e tubas uterinas.

Como funciona o tratamento?

A endometrite é uma afecção que pode atingir mulheres de todas as idades e para o tratamento é sempre necessário buscar auxílio médico.

O tratamento dessa doença depende dos fatores causadores da infecção. No caso da endometrite bacteriana serão prescritos antibióticos orais ou injetáveis que variam de acordo com cada tipo e gravidade apresentada.

Além disso, quando a endometrite é resultante de infecções sexualmente transmissíveis também é recomendado o tratamento para o parceiro de forma simultânea para evitar a reinfecção.

Na endometrite crônica, além do processo inflamatório, podem ocorrer aderências ou abscessos. Nestes casos, a histeroscopia pode ser recomendada. A técnica é minimamente invasiva e possibilita a remoção de aderências e fluídos.

Quais os sintomas da endometrite?

Como falamos acima, a endometrite pode variar de acordo com a sua cronicidade e origem inflamatória.

Enquanto a endometrite aguda pode manifestar sintomas mais intensos, a crônica pode ser assintomática em grande parte dos casos. Independente das causas, origem e cronicidade da doença, a infertilidade costuma ser um sintoma recorrente e muitas vezes o único.

Confira outros possíveis sintomas que podem surgir:

  • sangramento vaginal anormal;
  • corrimento vaginal abundante e com odor forte;
  • sensibilidade uterina e inchaço abdominal;
  • dor durante a relação sexual;
  • febre e calafrios.

Qual a relação entre a endometrite e a infertilidade?

Ter um endométrio saudável é um fator extremamente importante para alcançar o tão sonhado positivo.

Uma inflamação no tecido endometrial pode impedir o processo de implantação do embrião, tanto na gestação natural como na FIV (Fertilização In Vitro). Na fase crônica da endometrite pode ocorrer também a formação de aderências que dificultam essa implantação e o desenvolvimento da gestação.

Na FIV o processo de fecundação acontece em laboratório e com posterior transferência do embrião para o útero, e ele só se fixará caso o endométrio esteja receptivo. É preciso entender que nem mesmo a reprodução assistida consegue reverter o problema. Portanto esse diagnóstico deve ser sempre pensado em casos de falhas na implantação.

Um endométrio saudável deve ser responsivo às flutuações hormonais do ciclo reprodutivo, além de estar íntegro em sua composição celular.

Se diagnosticada de maneira precoce, a endometrite pode ser facilmente tratada e não provoca complicações. Após o tratamento, em grande parte dos casos a fertilidade é restabelecida. Buscar o tratamento médico é essencial!

Gostou do nosso artigo sobre endometrite? Se ainda possui dúvida sobre este ou outros temas relacionados à fertilidade entre em contato conosco!

Mulher com um teste de gravidez positivo nas mãos

A gravidez anembrionária ou gravidez anembrionada é um tema difícil que pode gerar muita dor e frustração para o casal, portanto é um assunto que precisa ser debatido.

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo.

É comum que grande parte das pessoas nunca tenha ouvido falar sobre a gravidez anembrionária, conhecida também como ovo cego, o que gera muitas dúvidas.

Se você quer entender mais sobre o que se trata esse tipo de gravidez, qual a frequência em que pode ocorrer, e porque também acontece em casos de fertilização in vitro (FIV), continue a leitura e entenda!

O que é a gravidez anembrionada?

A gravidez anembrionária ou gravidez anembrionada trata-se de uma condição que ocorre quando um óvulo fertilizado se implanta no útero da mulher, mas não se desenvolve como embrião, gerando um saco gestacional vazio.

O saco gestacional é a primeira estrutura que se forma e já pode ser visualizada no ultrassom mesmo antes do embrião, por volta da 4ª semana de gravidez.

No caso de uma gravidez anembrionada, o saco gestacional se desenvolve normalmente, pois o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide e se implanta no útero, mas não é formado o embrião. Após confirmação da gravidez, caso o médico identifique apenas o saco gestacional e a ausência de batimentos cardíacos, é detectada a gravidez anembrionada.

Apesar de esse tipo de gravidez ser confirmada como um positivo (gerando o hormônio da gravidez hCG) e do corpo da mulher produzir hormônios de gestação com todos os sintomas característicos (por exemplo, aumento dos seios, cansaço, sono excessivo e inchaço), não há nenhum embrião de fato em desenvolvimento.

Por que a gravidez anembrionada acontece?

Receber a notícia de uma gravidez anembrionada não é nada fácil, no entanto, é preciso entender que não há um motivo específico para que isso ocorra.

Em geral, são citadas falhas genéticas dos gametas ou de divisão celular. No ultrassom será visualizado apenas o saco gestacional sem a identificação de estruturas embrionárias como a vesícula vitelínica ou o próprio embrião.

Isso ocorre porque o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide na tuba uterina, migrando para a cavidade uterina onde se implantará em estágio de blastocisto. Uma parte de suas células vai dar origem ao embrião propriamente dito, enquanto a outra parte dá origem aos chamados anexos embrionários (saco gestacional, placenta, líquido amniótico). Nesse caso, as células que formariam o bebê não progridem em seu desenvolvimento.

Logo, as causas da não formação do embrião podem ter origem em erros espontâneos da divisão celular ou também podem ser provocados pela baixa qualidade genética do óvulo ou espermatozoide, levando ao desenvolvimento de um ovo cego, ou seja, a formação do saco gestacional sem embrião.

A gravidez anembrionada também acontece na FIV?

A gravidez anembrionada pode ocorrer tanto após uma gestação espontânea como após um tratamento de reprodução assistida, como a FIV.

Na reprodução assistida após o embrião ser transferido para o endométrio ele se divide em duas partes:

A primeira é o trofoblasto ou trofoderma que dará origem à placenta e a segunda originará a massa celular interna ou embrioblasto, do qual se formará o feto.

Caso a segunda parte não ocorra por algum motivo, acontece a gestação anembrionada.

Como falamos acima, não há uma causa específica para que ocorra essa condição. O que existem são alguns fatores de risco que podem influenciar, como:

  • primeira gestação;
  • idade materna avançada;
  • fatores genéticos;
  • doenças crônicas;
  • homens com mais de 40 anos;
  • maus hábitos alimentares, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo.

O que acontece após identificada a gravidez anembrionada?

Caso identificada a gravidez anembrionada, ou seja, se não houver embrião dentro do saco gestacional mesmo após reavaliação em uma semana, a gravidez não irá evoluir.

O saco poderá ser expelido naturalmente como um aborto espontâneo, mas em algumas ocasiões pode ser necessário o procedimento de curetagem ou aspiração em um hospital.

Qual a frequência que pode acontecer a gravidez anembrionária?

Quem enfrentou uma gravidez anembrionada não precisa ter medo que aconteça novamente.

Estes incidentes costumam ser esporádicos e ocorrem devido à fecundação ou alteração nos cromossomos que carregam os genes no óvulo ou espermatozoide.

Se houver reincidência em mulheres acima dos 35 anos é recomendável procurar um especialista em reprodução humana.

Quanto tempo a mulher pode engravidar novamente após uma gravidez anembrionária?

Dependerá de cada caso, normalmente é preciso aguardar o tempo necessário para que o corpo expulse todo o material e também para ser restabelecida a ovulação e ciclos menstruais.

É preciso seguir todas as orientações médicas, pois a chance da próxima gravidez ser normal é grande, portanto não desanime.

Agora que você entendeu mais sobre a gravidez anembrionária ou gravidez anembrionada, se você possui dificuldade em engravidar, ou alguma dúvida sobre fertilidade, agende uma consulta online e converse com um de nossos especialistas!

O CEFERP é a única clínica de reprodução humana da América Latina que possui o certificado de Acreditação Qmentum Internacional™ que se trata de um padrão de excelência global entre organizações de saúde que priorizam a segurança do paciente.

teste de gravidez negativo com mulher triste ao fundo

Chegou o tão sonhado momento de engravidar. Após muitos planos e várias tentativas, o resultado positivo não veio tão rápido como o esperado?

Muitas vezes é apenas neste momento que um casal pode se questionar se é infértil. A infertilidade é uma condição que pode afetar tanto a mulher quanto o homem, por isso é essencial que o casal investigue a situação.

A chance de engravidar a cada ciclo menstrual é de em média 15% para um casal fértil. Muitas vezes, mesmo quando está tudo normal, ainda pode levar um longo período até o casal engravidar.

Se você já se perguntou: ‘será que sou infértil?’, este artigo foi escrito para você. Confira abaixo as informações sobre este tema que preparamos.

Como saber mais sobre a infertilidade do casal?

Sempre destacamos aqui no blog do CEFERP que o quadro de infertilidade em casais é um tema muito amplo que possui diversos fatores envolvidos, por isso o acompanhamento de um profissional de reprodução humana para a investigação é muito importante.

Primeiramente, vamos entender qual a definição de infertilidade de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS): “A infertilidade caracteriza-se pela ausência de gravidez após um ano de vida sexual ativa, sem o uso de métodos contraceptivos”. Considera-se o período de 12 meses, ou,  para mulheres acima dos 35 anos (segundo estatísticas reforçadas por observações epidemiológicas), 6 meses.

Logo, o tempo de tentativas é muito importante quando analisamos fatores relacionados à fertilidade do casal.

Cerca de 15% dos casais são inférteis, segundo a OMS. No entanto, com acompanhamento e tratamento em muitos casos é possível que consigam ter filhos.

Por tanto, para investigar mais sobre a infertilidade, o casal deve procurar ajuda especializada para saber quais os motivos que estão dificultando a gravidez.

Possíveis motivos que levam a infertilidade conjugal

Saiba que a questão ‘será que sou infértil?’ não é tão fácil de ser respondida pois, como falamos acima, a infertilidade pode estar relacionada à infertilidade masculina, feminina ou em alguns casos ambos.

A infertilidade pode gerar desânimo, frustração e até mesmo problemas emocionais entre o casal.

É preciso ter paciência e tranquilidade, além de buscar uma ajuda especializada para que seja realizado o diagnóstico preciso.

Existem vários fatores que podem influenciar quando falamos sobre infertilidade. Entre os mais comuns estão:

Todos estes fatores podem afetar a concepção e a gravidez. O casal só deixará de ser considerado infértil quando uma gestação consiga ser levada adiante.

No caso de uma interrupção ou mesmo abortos de repetição, o casal permanece sendo considerado infértil.

Quais exames podem ser solicitados para detectar a infertilidade?

Ao procurar um especialista em reprodução humana, o profissional irá indicar para o casal alguns exames que podem detectar possíveis condições que levam à infertilidade. Entre eles estão:

  • Avaliação da ovulação: avalia se a mulher ovula ou não. Existem casos em que ela não ocorre em todos os ciclos, isso é avaliado através da história clínica e outros exames, se necessários.
  • Dosagens hormonais: os principais hormônios presentes no ciclo menstrual são FSH, estradiol, LH e progesterona. Podemos pedir alguns desses ou outros hormônios para medir a reserva ovariana, indiretamente, além de avaliar se ocorreu a ovulação ou diagnosticar outras condições.
  • Histerossalpingografia: este exame busca detectar alterações tubárias, como obstruções e dilatações.
  • Espermograma: esse exame é solicitado com o objetivo de avaliar a qualidade do sêmen. Serão avaliados o número de espermatozoides por mililitro, sua motilidade e morfologia.

Outros exames também podem ser solicitados com essa finalidade, buscando rastrear doenças infecciosas, trombofilias e alterações genéticas.

Existe tratamento para a infertilidade?

A infertilidade conjugal é uma realidade, mas muitas vezes pode ser revertida ao buscar ajuda especializada.

O tratamento será indicado conforme o diagnóstico feito na investigação da infertilidade. Por exemplo, se houver alguma condição tratável, é realizado o tratamento para que assim o casal tente a gravidez novamente.

Em alguns casos é preciso recorrer a técnicas de reprodução assistida como a fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial ou intrauterina (IA ou IIU) e relação sexual programada (RSP), em que as chances de gravidez são maiores.

Se você ainda possui dúvidas sobre a questão: ‘será que sou infértil?’ deixe sua

Está com dificuldades para engravidar? Entre em contato conosco e agende uma consulta. O CEFERP é a única clínica de reprodução humana da América Latina que possui o certificado de Acreditação Qmentum Internacional que se trata de um padrão de excelência global entre organizações de saúde que priorizam a segurança do paciente.

Imagem do útero com as trompas e ovários

As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de falópio, são dois tubos que se localizam um de cada lado do útero e desempenham papel muito importante no aparelho reprodutor feminino.

As trompas são responsáveis por transportar o óvulo, desde o ovário, além de também ser onde ocorre o encontro do espermatozoide com o óvulo.

Leia o artigo completo e entenda o que são as trompas uterinas, qual a sua importância para a gestação e quais exames determinam sua permeabilidade.

Como é o funcionamento das trompas?

As trompas são como um tubo e desempenham função importante no sistema reprodutor feminino.

Neste canal acontecem quatro eventos importantes no processo de fecundação:

  • A captura do óvulo liberado pelo ovário durante o processo de ovulação;
  • O transporte do espermatozoide até o óvulo;
  • O processo de fertilização – encontro e fusão espermatozoide e óvulo;
  • O transporte do embrião formado até o útero onde ele se fixará – também conhecido como processo de nidação ou implantação.

Qual a importância das trompas para a gestação?

Como visto acima, as trompas são importantíssimas para que se obtenha a gravidez, seja de forma natural ou em tratamentos como a inseminação e o coito programado.

Algumas das causas ligadas à infertilidade feminina podem estar relacionadas aos fatores uterinos ou tubários.

O fator tubário ou tubo-peritoneal está relacionado com algumas das causas da infertilidade feminina, pois as alterações decorrentes da dificuldade de captação do óvulo e no transporte intra-tubário podem comprometer a fase de fertilização, o desenvolvimento e o transporte do embrião.

Algumas das causas mais frequentes de lesões nas tubas estão relacionadas a processos inflamatórios (salpingites) decorrentes de infecções pélvicas por agentes como Chlamydia, Mycoplasma, Gonococos, entre outros.

Dentre as causas não infecciosas, uma das mais comuns é por endometriose – presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. As lesões menos comuns podem estar relacionadas a pacientes que foram submetidas à laqueadura tubária, cirurgias anexiais ou pélvicas.

Logo, é de grande importância realizar a avaliação das tubas uterinas e assim identificar possíveis obstruções ou lesões que possam comprometer a mobilização e captação do óvulo.

Quais exames analisam a permeabilidade das trompas?

Existem duas maneiras de se detectar a permeabilidade das trompas, com exames importantes na investigação de quadros de infertilidade.

Uma delas é a histerossalpingografia (HSG), que trata-se de uma radiografia que avalia o colo do útero, ovários e as trompas. A HSG identificará casos de aderência, dilatações ou obstruções nas trompas. Por meio deste exame será possível analisar também o canal cervical, a cavidade e a permeabilidade uterina.

Já a histerossonossalpingografia é um exame de ultrassom que permite a visualização do útero e a identificação de possíveis lesões como miomas, endometriose, pólipo, também sendo possível analisar se as trompas estão obstruídas ou não, em casos de infertilidade.

Por meio da realização desses exames é possível o médico indicar o tratamento mais adequado para a paciente.

Gravidez ectópica pode comprometer as trompas?

A gravidez ectópica ocorre quando há a implantação do embrião em um local anormal fora do útero. A maioria dos casos costuma ocorrer em uma das trompas na forma de gravidez tubária, mas também pode ocorrer em outros locais, como ovário, colo do útero e abdômen.

No processo natural, o óvulo é fertilizado nas trompas e se implanta no útero. Porém, caso a trompa esteja estreitada ou bloqueada, há a possibilidade de que o óvulo fertilizado não chegue ao útero, se implantando em tecidos fora do órgão, o que resultará numa gravidez ectópica.

Na gravidez ectópica o embrião não consegue se desenvolver, pois os tecidos fora do útero não podem proporcionar o fornecimento de sangue e suporte necessário para seu desenvolvimento.

Uma gravidez ectópica deve ser terminada assim que possível, pois muitas vezes ocorre o rompimento da estrutura que contém a gravidez, podendo gerar sérios riscos à saúde.

Atualmente, a cirurgia é a escolha para cerca de 60% dos casos para a remoção do embrião mal implantado. Nem sempre é possível reparar a trompa, que pode ser removida dependendo da situação.

No entanto, mesmo com a retirada de uma das trompas ainda há a possibilidade da mulher engravidar posteriormente caso a trompa do outro lado esteja saudável.

Caso não seja possível, o tratamento de fertilização in vitro é recomendado, pois o embrião será formado em laboratório e após implantado no útero. Neste caso é recomendado que a paciente procure um especialista em reprodução humana para que seja avaliada de forma individual.

Mulheres com laqueadura podem engravidar novamente?

A laqueadura é um procedimento realizado cirurgicamente para bloquear as trompas uterinas, ou seja, uma obstrução de modo voluntário e intencional, agindo como um método contraceptivo definitivo.

A reversão da laqueadura é possível, mas é importante destacar que as taxas de sucesso aumentam significativamente quando realizadas em clínicas que possuem a tecnologia necessária e com profissionais qualificados para realizar o procedimento.

Cada caso deve ser avaliado individualmente, pois é importante que parte da tuba responsável por captar o óvulo esteja em bom estado. Alguns fatores que influenciam nas chances da mulher engravidar após reverter a laqueadura, estão:

  • idade da mulher;
  • reserva ovariana;
  • qualidade do sêmen do parceiro;
  • sucesso da técnica para reversão da laqueadura;

Logo, para mulheres que pretendem engravidar após uma cirurgia de esterilização, ou se identificaram algum dano nas trompas, é necessário consultar um especialista de reprodução humana, que é o profissional mais indicado para recomendar o tratamento ideal.

Conte com o CEFERP para realizar o seu sonho de gerar o seu bebê. Somos referência em reprodução humana, contamos com uma estrutura completa para atender você. Realizamos o diagnóstico reprodutivo, tratamento de infertilidade e também a preservação da fertilidade.

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Médica atendendo uma mulher loira representando a Individualização do tratamento

Ter uma equipe médica qualificada e capacitada é fundamental durante todo o processo de um tratamento de reprodução humana. Mas para garantir maiores chances de sucesso de gravidez, a individualização do tratamento é um diferencial.

Usar um mesmo protocolo básico para todos os casos de infertilidade não gera os melhores resultados. Isso porque cada pessoa necessita de um atendimento personalizado, com pedidos de exame de diagnóstico específicos para seu histórico, doses de medicamentos que podem variar e a indicação de procedimentos laboratoriais que são baseados nas pesquisas mais recentes.

Outro ponto que é necessário destacar, é que a individualização do tratamento vai além das questões técnicas. É preciso que a equipe que acompanhará cada caso esteja preparada para ajudar em todo o processo, principalmente porque lidar com o tema infertilidade é algo que mexe com o lado econômico, emocional, a fé e a religiosidade e todas as outras dificuldades que sabemos que podem afetar os pacientes.

Individualização: tratamento humanizado

Individualizar quer dizer personalizar ou adequar um tratamento para determinado caso. É conhecer os detalhes, compreender as expectativas dos pacientes e analisar detalhadamente seu histórico.

A reprodução humana oferece uma série de recursos para contemplar diferentes quadros de infertilidade. Ao considerar as características de cada caso e as condições individuais, pode-se chegar às melhores técnicas.

À individualização, adicionamos também a customização do tratamento. É algo que vai além de esmiuçar o histórico dos pacientes e buscar as melhores soluções da medicina. No CEFERP, é o que chamamos de tratamento humanizado e ele envolve, além de toda a parte técnica, a parte humana, que considera também o emocional de quem está em busca de realizar o sonho da maternidade e/ou paternidade.

Como a individualização do tratamento é feita

Em clínicas como o CEFERP, que veem o bebê não apenas como um resultado positivo para as estatísticas, mas sim como a realização do sonho de uma vida, a primeira visita é o início de uma grande parceria.

Com uma boa conversa, o médico pergunta sobre o histórico clínico dos pacientes, mas também está aberto e atento a escutar e dialogar, identificando as necessidades, frustrações e expectativas.

Conforme o processo vai evoluindo, com o pedido e a realização de exames específicos, o médico já passa a abordar quais opções de tratamentos podem ser mais adequados para cada caso.

Por exemplo, há casos que vão necessitar da doação de espermatozoides, como as produções independentes femininas ou casais em que o homem apresente alguma alteração na produção dos gametas que afete sua qualidade e quantidade. Ou a recepção de óvulos para mulheres com alguma limitação ovariana e casais homoafetivos masculinos. Estes últimos também terão que lançar mão do chamado útero de substituição, conhecido como barriga solidária.

Após discutir todas as questões técnicas e entender as expectativas dos pacientes, o médico também coloca à disposição uma equipe multiprofissional para acompanhamento de todo o processo. A equipe pode contar com psicólogo, nutricionista ou outros profissionais, tudo de acordo com as necessidades específicas de cada caso.

Individualização do tratamento na indução da ovulação

A estimulação dos ovários por meio de medicamentos para conseguir um maior número de óvulos é o que chamamos de indução da ovulação. É um procedimento que é feito na maior parte dos tratamentos de reprodução humana, desde o coito programado até a fertilização in vitro (FIV).

Ter um tratamento individualizado é essencial na indução da ovulação para que seja possível conseguir os melhores óvulos, que garantirão a formação de um ótimo embrião e, assim, uma gravidez de sucesso.

É claro que a genética tem um papel importante no processo de se conseguir bons óvulos, porém a individualização do tratamento será um diferencial. Isso porque essa capacidade dos óvulos se desenvolverem, amadurecerem, serem fertilizados e formarem embriões de boa qualidade também é influenciada por outras variáveis no ovário e endométrio que ocorrem na fase pré-ovulatória.

Por isso, é importante que os protocolos de estimulação sejam personalizados para atender às necessidades individuais de cada paciente. Por exemplo, mesmo mulheres com mesmo peso e idade vão necessitar de dosagens de hormônios diferentes no tratamento. O médico monitorará a paciente individualmente e acompanhará diariamente o crescimento dos folículos e os níveis hormonais durante o estímulo ovariano, já que pequenas mudanças, feitas ao longo do processo e de acordo com a necessidade de cada paciente, que melhoram as chances de gestação.

Conseguiu perceber como a individualização do tratamento de reprodução assistida é essencial para aumentar as chances de gravidez? Aproveite para compartilhar esse post nas suas redes sociais e também com quem você sabe que está em busca de realizar o sonho da maternidade e paternidade. Assim você conseguirá ajudar muitas pessoas a entenderem a importância do assunto.

Mãos segurando medicação

Sendo uma das técnicas mais avançadas de reprodução assistida a fertilização em vitro (FIV) possui as melhores taxas de sucesso, comparada às técnicas de baixas e média complexidade, como inseminação intrauterina, ou coito programado, por exemplo.

Por meio da FIV casais que possuem dificuldade em engravidar, pessoas que desejam produção independente e também casais homoafetivos possuem uma alternativa bastante eficaz para realizar o sonho de gerar um filho.

É comum surgirem várias dúvidas sobre como funciona o tratamento e quais as medicações envolvidas durante cada fase, por isso vamos explicar neste artigo mais informações sobre os medicamentos na FIV.

Recapitulando o passo a passo da FIV

A FIV trata-se de um procedimento complexo, que envolve a administração de vários medicamentos durante as fases de tratamento e também diversas técnicas laboratoriais.

Basicamente as etapas da FIV consistem em:

  • Estimulação hormonal dos ovários – nessa etapa será preciso que a mulher tome hormônios injetáveis ou comprimidos;
  • Coleta dos óvulos – será preciso anestesia para o procedimento;
  • Coleta de espermatozoides – realizado por masturbação, punção, biópsia do testículo, epidídimo ou via bancos de sêmen;
  • Fertilização – fase em que o espermatozoide será injetado dentro do óvulo e os embriões irão se desenvolver em laboratório;
  • Transferência de embriões – três a cinco dias depois da fertilização os embriões são transferidos para o útero da paciente por meio de um cateter inserido pela vagina – nesta etapa não é preciso de anestesia.
  • Verificação do sucesso do procedimento – cerca de duas semanas depois é possível verificar o sucesso do tratamento por meio de um teste de gravidez.

A maioria dos medicamentos utilizados na FIV são escolhidos pelo médico, que irá indicar um protocolo de tratamento individualizado, de acordo com as necessidades que levaram o casal a buscar o tratamento.

Para realizar o procedimento, a mulher receberá diferentes tipos de medicações para a estimulação ovariana, buscando gerar um maior número de oócitos a serem recrutados.

Condições necessárias para a realização da FIV:

Para que a FIV seja bem-sucedida serão avaliados alguns fatores relacionados ao casal antes do procedimento ser realizado, como:

  • cavidade uterina normal;
  • ovários em funcionamento;
  • número mínimo de espermatozoides;
  • pesquisa de fertilidade por meio de exames.

A FIV inicia-se com a administração de medicamentos na mulher para que os seus ovários produzam mais óvulos.

Enquanto em um ciclo natural a mulher geralmente produz apenas 1 óvulo, com a estimulação dos ovários pode produzir até mais de 20 óvulos simultaneamente.

Como é feita a aplicação das medicações?

Os medicamentos recomendados variam conforme o protocolo definido pelo médico e também de acordo com as necessidades da paciente.

Podem ser recomendados medicamentos em forma de comprimidos, injeções ou gel.

A orientação sobre a medicação será dada pelo médico, podendo ser aplicada no centro de fertilidade ou mesmo pela própria paciente, dependendo do caso.

Em geral existem duas fases em que são recomendados o uso de medicações para a indução ovariana:

1.  Estimulação ovariana

Existem várias medicações para estimular o crescimento do maior número de folículos possível.

Na fase da estimulação ovariana geralmente é feito o uso de gonadotrofinas. A depender do protocolo utilizado, serão injeções diárias, em dias alternados ou mesmo uma única aplicação de liberação prolongada. A escolha do protocolo é sempre individualizada.

Esta fase dura em torno de dez a doze dias e será acompanhada por ultrassons transvaginais periódicos.

O objetivo dessa fase de indução da ovulação é estimular o crescimento dos folículos para o estágio de maturação.

Além disso, serão utilizadas medicações em aplicações diárias subcutâneas ou comprimidos visando o bloqueio da hipófise – a finalidade deste bloqueio é impedir o pico de LH, que pode causar uma ovulação inesperada, antes do momento da coleta dos óvulos.

No entanto, a dose e o tempo recomendado de uso podem variar de acordo com o protocolo recomendado no tratamento.

O momento exato em que as medicações serão administradas ao longo do ciclo do tratamento e o tipo de medicações serão estabelecidos pelo médico, pois isso também poderá variar de pessoa para pessoa.

Dessa forma, é feito o acompanhamento do crescimento dos folículos e do endométrio, e de acordo com o ultrassom pode-se alterar a dose e o tipo de medicações utilizadas.

Quando os maiores folículos atingem um tamanho pré-determinado uma ampola de hCG ou de agonista do GnRh é aplicada na paciente. A coleta dos óvulos é feita horas após essa administração. Há a possibilidade que uma dosagem de estradiol e progesterona sejam solicitadas neste momento, mas isso é avaliado individualmente.

2.  Suporte da fase lútea

No dia seguinte à coleta dos óvulos, em casos em que for ocorrer a transferência de embriões a fresco, ou, em casos de embrião congelado, após a indicação da transferência, será iniciado o suporte hormonal com doses de progesterona. As doses serão ajustáveis de acordo com as necessidades e perfil da paciente.

A progesterona pode ser utilizada via oral ou aplicada via vaginal.

Durante a fase lútea, podem ser solicitados exames de sangue para que o médico analise o equilíbrio hormonal da paciente. Caso houver a necessidade, as doses da progesterona podem ser modificadas.

Após 14 dias da transferência dos embriões, pode ser feito o teste de gravidez para verificar o sucesso do procedimento.

A taxa de sucesso da FIV depende de vários fatores como a idade da mulher, a qualidade dos óvulos e espermatozoide, a qualidade do embrião e do endométrio, por isso cada caso deve ser avaliado de forma individualizada.

Conte com o CEFERP

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mitos e verdades da fiv

Apesar do primeiro “bebê de proveta” ter sido gerado há mais de 40 anos, a fertilização in vitro (FIV) ainda é um assunto que gera dúvidas para quem busca realizar o sonho da maternidade e da paternidade.

A técnica consiste basicamente em formar um embrião em laboratório por meio da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Após a fertilização, o embrião é transferido para a cavidade uterina da mulher, onde irá se implantar para que a gravidez ocorra.

Considerada o procedimento de reprodução humana assistida mais avançado e eficaz, a FIV é indicada para variados casos de infertilidade e, também, para casais homoafetivos e quem busca ser mãe ou pai por meio de uma produção independente.

Para te ajudar a entender melhor o que é verdade e o que é mito sobre a FIV, fizemos uma seleção com sete afirmações comuns de se ouvir por aí. Confira!

  • Pode diminuir os riscos do nascimento de bebês com doenças genéticas

Verdade.

Um dos tratamentos possíveis na FIV é o Teste Genético Pré-implantacional, nele algumas células do embrião são enviadas a um laboratório especializado para análise genética.

Existem três tipos de análises atualmente:

– PGT-A: neste exame é realizado o rastreamento completo dos 46 cromossomos do embrião para verificar se estão todos normais. São diagnosticadas alterações cromossômicas tais como a Síndrome de Down.

– PGT-M: já neste exame é feito um diagnóstico para doenças monogênicas hereditárias, como a Anemia Falciforme e a Fibrose Cística.

O PGT-M é realizado quando a família possui algum histórico de doenças genéticas hereditárias.

– PGT-SR: realizado para pesquisa de rearranjos cromossômicos estruturais como, por exemplo, as translocações.

O processo da fertilização in vitro ocorre normalmente. Quando o embrião atinge o estágio de blastocisto, é realizada uma biópsia de cada um para a retirada de algumas células. Os embriões são congelados e aguardam o resultado da análise para transferência para o útero da futura mamãe.

Após cerca de 14 dias (a depender do teste realizado)  o resultado do exame é enviado para a clínica, que repassa as informações para o casal e os próximos passos do tratamento são agendados.

  • É certeza de gravidez!

Mito.

Apesar de aumentar consideravelmente as chances de uma gravidez, a FIV não é 100% eficaz. É importante entender que engravidar tem suas limitações naturais, que acompanham os casais seja em qualquer tipo de tratamento de reprodução humana.

A avaliação considerada internacionalmente para avaliar o sucesso da FIV é a taxa de nascimento de bebês. Essas taxas variam de 30% a 40% para mulheres com até 39 anos, 10% a 15% entre 40 e 42 anos, e 0 a 5% para mulheres com mais de 42 anos. Ressaltando que essas porcentagens levam em consideração pacientes que optaram em realizar a FIV com óvulo próprio.

Portanto, tome cuidado com promessas milagrosas. Para se prevenir, ao conversar com o especialista pergunte sobre as taxas de sucesso reais indicadas pelas grandes sociedades de reprodução humana internacionais. No site da Rede Latino-Americana de Infertilidade (RedLARA) é possível verificar se as taxas informadas pela clínica são semelhantes às descritas pelas sociedades internacionais.

  • Aumenta a chances de gêmeos

Verdade.

A probabilidade de uma gravidez de gêmeos na FIV é de 20% a 30%, enquanto na população em geral é de 12%. Isso ocorre porque, dependendo da idade da paciente e outros fatores, pode ser feita a transferência de dois ou mais embriões para o útero.

Para diminuir as chances de gravidez múltipla, principalmente de trigêmeos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu um número de embriões que podem ser transferidos, de acordo com a idade da mulher, por ciclo. Confira:

– Mulheres com até 35 anos: até dois embriões;

– Mulheres de 36 a 39 anos: até três embriões;

– Mulheres com mais de 40 anos: até quatro embriões.

  • Mulheres com mais de 40 anos não podem realizar a FIV

Mito.

Mulheres com mais de 40 anos podem sim ser submetidas ao tratamento de fertilização in vitro, apesar das taxas de sucesso serem menores.

Como o potencial reprodutivo da mulher está diretamente relacionado à idade, é provável que mulheres com mais de 40 anos tenham maiores dificuldades de engravidar com óvulos próprios devido a questões como a baixa reserva ovariana, decréscimo da função hormonal e, também, a baixa qualidade dos embriões formados.

Uma maneira de aumentar as chances de sucesso de uma FIV em mulheres com mais de 40 anos é usar óvulos de uma doadora anônima.

  • Não é possível ter relações sexuais durante o tratamento

Mito.

O sexo não está proibido entre o casal durante todo o tratamento. Porém, é preciso atenção redobrada durante algumas etapas da FIV porque existe o risco de uma gravidez múltipla inesperada como gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmos.

Como as recomendações variam caso a caso, o ideal é que o casal converse com o médico especialista sobre os períodos de restrição e os cuidados que devem ser tomados durante o tratamento.

  • É possível escolher o sexo do bebê

Mito.

Apesar da análise genética do embrião possibilitar descobrir o sexo do bebê, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho de Ética Médica proíbem a possibilidade de escolher características e o sexo do bebê nos métodos de reprodução assistida.

No Brasil, a opção é permitida apenas para casos de doenças genéticas ligadas ao sexo, em que são transferidos ao útero apenas os embriões do sexo que não é acometido pela doença.

  • Não há diferenças entre a FIV e a inseminação artificial

Mito.

Há sim diferenças entre a FIV e a inseminação artificial, também chamada de inseminação intrauterina. Enquanto a FIV consiste no encontro do óvulo e do espermatozóide em um ambiente controlado dentro do laboratório e na posterior transferência do embrião para o útero da mulher, na inseminação artificial o sêmen é injetado diretamente dentro do útero, com a fecundação ocorrendo de forma natural.

Os tratamentos têm diferentes indicações e apenas com uma avaliação médica individualizada é possível apontar qual será o melhor para cada caso.

E então, gostou do nosso post sobre os mitos e verdades sobre a fertilização in vitro? Aproveite para compartilhá-lo em suas redes sociais e, assim, nos ajudar a desmistificar cada vez mais os temas relacionados à reprodução humana.

Medicamentos para a indução

A indução da ovulação é um procedimento fundamental da fertilização in vitro (FIV) e outros tipos de tratamentos de reprodução humana como o namoro programado, a inseminação artificial e o congelamento de óvulos.

Resumidamente, a técnica utiliza medicamentos específicos para estimular o crescimento folicular e, consequentemente, aumentar a produção de óvulos. Como a cada ciclo menstrual natural a mulher geralmente produz apenas um óvulo maduro, salvo raras exceções, é necessária a indução para que os tratamentos de reprodução assistida sejam mais efetivos.

Quer entender melhor o que é a indução da ovulação, como ela é realizada e se há riscos? Continue a leitura e confira.

Como a indução da ovulação funciona

Antes de tudo, é preciso entender que a indução da ovulação deve ser feita com orientação médica, de maneira controlada e com acompanhamento de todo o processo por meio de uma série de ultrassonografias.

Do primeiro ao terceiro dia do ciclo menstrual, é realizada uma ultrassonografia transvaginal para avaliar os ovários e a reserva ovariana. Caso não seja identificado nenhum problema, o tratamento é iniciado.

A etapa seguinte é administrar as medicações indutoras da ovulação, que vão agir de maneira direta ou indireta nos folículos (estruturas ovarianas que abrigam os óvulos) para que se desenvolvam corretamente.

Em um ciclo menstrual sem o uso de medicamentos, muitos folículos começam seu desenvolvimento, porém apenas um cresce até amadurecer e se romper para liberar o óvulo. A indução da ovulação estimulará o desenvolvimento de mais folículos, dependendo do tipo de tratamento para a infertilidade pelo qual a paciente está passando.

Tipos de indução da ovulação

Há dois tipos de estímulo ovariano: para baixa e para alta complexidade:

  • Indução da ovulação para namoro programado e inseminação (baixa complexidade): para estes casos, a técnica objetiva o desenvolvimento de um a três folículos por ciclo.
  • Indução para congelamento de óvulos e embriões e FIV (alta complexidade): nestes casos, o objetivo é conseguir a maior quantidade possível de folículos, o que dependerá da idade e reserva ovariana da mulher.

Indução da ovulação na prática

Definido o tratamento e a quantidade de folículos desejados, inicia-se o uso dos medicamentos. Durante a indução, a mulher passa a realizar ultrassons frequentemente, em dias variados e individualizados do estímulo, para averiguar o crescimento dos folículos.

Quando os folículos atingem certo tamanho, na FIV, é necessário iniciar uma medicação para impedir que a ovulação ocorra espontaneamente.

Já no momento em que pelo menos um folículo atinge 18 mm, será preciso administrar outro tipo de medicação, que causará o amadurecimento final dos óvulos e a ovulação dentro de 36 horas.

Nesta fase, é indicado a relação sexual ou o preparo do sêmen para os casos de namoro programado e inseminação artificial, respectivamente. Já na FIV, será necessário realizar a coleta, feita por meio da aspiração folicular, para captar os óvulos que serão fertilizados em laboratório.

Medicação utilizada

Há medicações por via oral e por via subcutânea, porém o tipo de medicação e a posologia estão relacionados a diversos fatores e características da mulher como idade, reserva ovariana, níveis hormonais, se é para técnicas de baixa ou alta complexidade, entre outros.

Riscos da indução da ovulação

Há dois principais riscos relacionados à indução da ovulação: gestação múltipla e a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO).

  1. Gestação Múltipla

Como há a produção de mais folículos, existe a possibilidade de gestação múltipla não apenas de gêmeos, mas também de tri e quadrigêmeos.

Gestações múltiplas acarretam mais riscos como parto prematuro, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, crescimento reduzido do feto, entre outros.

Por isso, em casos de namoro programado ou inseminação artificial, o médico não costuma autorizar o casal a seguir em frente com o tratamento caso seja constatado um número de folículos igual ou superior a 4.

Na FIV, o Conselho Federal de Medicina (CFM), regulamenta o número máximo de embriões que podem ser transferidos para o útero da paciente. Mulheres com 35 anos ou menos podem receber até 2 embriões; mulheres com 36 a 39 anos, 3 embriões; e mulheres com mais de 40 anos, até 4 embriões.

  1. Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO)

Resumidamente, a SHO é quando o organismo feminino permanece hiperestimulado, mesmo sem a ação dos medicamentos. Ela pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave.

Porém, é preciso ressaltar que este tipo de complicação é rara e, quando surge, costuma ocorrer de forma leve e é passível de controle e tratamento.

Conseguiu entender mais sobre a indução da ovulação? Ficou com alguma dúvida? É só deixar sua pergunta nos comentários que iremos responder em breve.

Perfil no Doctoralia
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