Maternidade homoafetiva: Conheça o Método ROPA

Maternidade homoafetiva: Conheça o Método ROPA

Maternidade homoafetiva: Conheça o Método ROPA

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Você e sua parceira sonham com a maternidade e gostariam de compartilhar esse momento tão significativo na vida de vocês? O método ROPA, também conhecido como fertilização recíproca, pode ser a solução ideal para os casais homoafetivos femininos.

A sigla ROPA vem do inglês “Reception of Oocytes from Partner”, que traduzido para o português significa “Recepção de Óvulos da Parceira”. Resumidamente, o método permite a participação das duas mulheres em todo o processo da gravidez.

Método ROPA

O método ROPA é um procedimento de reprodução assistida que atribui papel ativo às duas mulheres. Uma delas será a doadora de óvulos, ou seja, o bebê terá a carga genética dela, enquanto a outra mulher será a receptora do embrião, portanto a gestante, que dará à luz o bebê.

A indicação do método ocorre em dois casos:

  • Escolha própria: Quando as duas mulheres desejam compartilhar o processo de gravidez e ter um papel ativo e conjunto na criação da vida do filho.
  • Recomendação médica: Se uma das mulheres tem dificuldades reprodutivas como alterações nos ovários, por exemplo, ou risco de transmissão de doenças hereditárias, o médico pode indicar o Método ROPA como opção.

Como é feito o tratamento

O método ROPA é feito por meio da fertilização in vitro e envolve também um doador de sêmen. Confira abaixo como é o passo a passo do tratamento.

  • Exames e seleção do doador de sêmen

O primeiro passo é a solicitação de exames tanto para a paciente que vai estimular os folículos como para a que receberá os embriões. 

Normalmente, a clínica também solicita o acompanhamento psicológico para discutir as implicações legais, emocionais e sociais desse tipo de tratamento.

Depois, é a hora de selecionar o doador de sêmen, por meio do Banco de Sêmen, que pode ser nacional ou internacional. 

  • Estimulação dos ovários da doadora

A mulher que doará os óvulos deve ser submetida a um tratamento de estimulação ovariana, que consiste em medicações hormonais que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos (estrutura que contém os óvulos).

Por meio desse tratamento hormonal, que dura cerca de 15 dias, a mulher conseguirá produzir vários óvulos de uma só vez, ao invés de apenas um, como ocorre naturalmente. 

Após a estimulação, o médico administrará uma dose de outra medicação para induzir a maturação dos óvulos.

 A próxima etapa é a coleta dos óvulos. O procedimento acontece em sala de cirurgia, sob leve sedação.

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  • Preparação do útero da gestante

Ao mesmo tempo em que ocorre a estimulação ovariana da doadora, ou logo após a formação dos embriões, a mulher que irá gestar o bebê passa pela preparação do endométrio, para recebê-los. O objetivo deste tratamento é obter uma espessura endometrial correta para maximizar as chances de implantação do embrião.

  • Fertilização dos óvulos

Com os óvulos colhidos, é realizado o descongelamento do esperma do doador para que seja feita a fertilização in vitro. 

Existem algumas técnicas de FIV (fertilização in vitro), a mais utilizada pelo CEFERP é a SUPER ICSI. Nesse tipo de fertilização, ocorre a seleção do espermatozoide com um microscópio que aproxima a imagem mais de 6.300 vezes, depois de selecionado, o espermatozoite é injetado dentro do óvulo, gerando assim os embriões.

  • Transferência dos embriões

Cerca de dois a três dias após a coleta dos óvulos, depois de confirmado o desenvolvimento dos embriões, pode ser realizada a transferência para o útero da mulher que vai gestar a criança, chamada transferência a fresco.  O processo é bastante simples, realizado de forma rápida e indolor, sem a necessidade de sedação. Caso não seja possível realizar a transferência no mesmo ciclo, os embriões congelados serão transferidos, com a mesma taxa de sucesso e nenhum prejuízo aos casais que fizeram dessa forma.

  • Teste de gravidez

Normalmente, o teste de gravidez é feito cerca de 14 dias depois da transferência. Com o positivo, agora é só aguardar para realizar o ultrassom a fim de verificar a gestação clínica e, a partir daí, iniciar os acompanhamentos com o médico obstetra escolhido pelo casal.

Influência epigenética

Antes de mais nada, é importante entender que a epigenética é uma área da biologia que estuda as mudanças no funcionamento do corpo que não são causadas pela sequência do DNA, mas que se perpetuam nas divisões celulares.

Apesar do DNA do embrião ser herdado da doadora dos óvulos e do doador de sêmen, vários estudos científicos demonstraram que a mãe gestante irá determinar de forma única a atividade genética do bebê por meio da influência epigenética.

Isso acontece porque enquanto o embrião se desenvolve no útero, ocorrem também alterações em sua expressão genética, que são determinadas pelo ambiente uterino da mãe gestante. 

O embrião não herdará características da mãe gestante, mas será impactado em outros aspectos tão importantes como, por exemplo, a proteção a determinadas doenças.

Para entender melhor como funciona a epigenética e a sua relação com a recepção de óvulos, confira este artigo publicado em nosso blog. 

Registro civil

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garante que os filhos gerados por meio de técnicas de reprodução assistida possam ser registrados diretamente em um Cartório de Registro Civil, sem precisar de intervenção da Justiça.

Além disso, desde 2018, os campos de “pai” e “mãe” nas certidões foram trocados por apenas “filiação”. Isso tornou mais fácil o processo para os casais homoafetivos, que podem registrar normalmente os filhos.

Agora que você já sabe o que é o Método ROPA e como ele pode ser uma solução para casais homoafetivos femininos, que tal saber mais sobre gravidez homoafetiva? É só fazer o download do nosso eBook gratuito.

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Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
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