O que é nidação? Entenda aqui!

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Conhecer as etapas iniciais da gestação, desde a fecundação até o fim da implantação do óvulo fecundado, é essencial para compreender como esses fenômenos influenciam no sucesso da gravidez. A nidação é um processo muito importante entre essas etapas.

Igualmente relevante é compreender como e quando esse processo ocorre no corpo da mulher, já que há outros eventos — típicos da fisiologia feminina — que também expressam sintomas parecidos com os da nidação.

Nesse sentido, se tem dúvidas sobre o tema e gostaria de esclarecê-las, este artigo é para você! Veja, então, o que é nidação, quais são os principais sintomas e as diferenças entre nidação e menstruação. Confira também por que esse fenômeno é fundamental no desenvolvimento da gravidez. Acompanhe!

O que é nidação e qual a sua importância?

Uma das características mais fundamentais da gravidez é a necessidade de que os eventos iniciais ocorram de forma plena e segura. Isso porque o pequeno embrião exige condições favoráveis ao seu desenvolvimento e proteção, além de nutrientes essenciais ao crescimento.

A nidação é um desses eventos e consiste no momento da fixação do óvulo fecundado (o zigoto) no endométrio, parede que reveste o útero internamente. Essa região é intensamente vascularizada (repleta de vasos sanguíneos), já que a rede formada pelos pequenos capilares é responsável pelo aporte de oxigênio e nutrientes necessários durante a implantação do óvulo nesse local.

Assim, o processo de nidação é um evento que sucede à fecundação, ou seja, é quando o óvulo já fecundado pelo espermatozoide finaliza a locomoção pelas tubas uterinas e atinge o útero, até se alojar em seu interior — que será o seu novo lar durante toda a gestação.

A nidação é de extrema importância porque o futuro da gravidez depende da adequada implantação nesse momento. A partir desse período, os hormônios e nutrientes necessários à estrutura do embrião e seus anexos embrionários (vesícula vitelínica, por exemplo) serão liberados mais efetivamente.

A fixação do zigoto ocorre no endométrio, que é o tecido que reveste o útero internamente, como mencionamos acima. Após a nidação, a interação entre o embrião e o endométrio é responsável pela liberação do hormônio BetaHCG, que quando detectado no sangue ou na urina sinaliza o início da gestação.

Logo, o organismo da mulher deve ter condições favoráveis para assegurar o adequado implante do novo ser. Esse processo é crucial para o desenvolvimento de estruturas elementares.

Quando esse processo ocorre?

O dia do ciclo para ocorrência do fenômeno da nidação pode variar conforme o período fértil da mulher. Geralmente, a nidação se inicia entre cinco e sete dias depois que o óvulo é fecundado. Entretanto, como esse processo depende da ovulação — que pode acontecer em dias diferentes do ciclo para cada paciente —, a data para a ocorrência da nidação também pode variar.

A fase de implantação do embrião passa por diversas etapas. Portanto, a sua fixação completa na cavidade uterina pode levar alguns dias. Após esse estágio final de implantação, hormônios como a gonadotrofina coriônica humana, mais precisamente sua subunidade beta (BetaHCG) entram em ação para processar os mecanismos necessários à manutenção da gravidez. A alta atividade hormonal induz a mudanças tanto no ambiente uterino quanto no organismo da mulher como um todo.

Quais são os sintomas da nidação?

Os sintomas da nidação também podem variar de uma mulher para outra. Isso se justifica pelas diferenças fisiológicas que influenciam as reações orgânicas em cada ser. Assim sendo, para a maioria das mulheres, os sintomas da nidação passarão despercebidos, enquanto para outras — aquelas mais atentas às alterações provocadas pelo ciclo menstrual —, alguns sinais serão notórios.

Uma das principais evidências é que, durante a aderência do embrião à parede uterina, o processo de cavitação pode provocar a ruptura de pequenos vasos e, consequentemente, causar perda de sangue na mulher. Assim, pode ser percebido um pequeno sangramento, mas não é possível estabelecer um padrão único para que seja caracterizado como decorrente da nidação.

Esse quadro pode ainda ser acompanhado por sensações de desconforto pélvico ou abdominal e, em algumas situações, provocar cólicas mais intensas. No entanto, se esses sintomas persistirem por muitos dias, a orientação é procurar ajuda médica para avaliar problemas que possam se manifestar com sintomas semelhantes.

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Vale lembrar que o sangramento durante a nidação pode ocorrer tanto em casos de gravidez natural quanto naquelas proporcionadas por técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. No segundo caso, é comum o aparecimento de um ou mais dos sintomas mencionados, inclusive pela manipulação dos órgãos ginecológicos na transferência embrionária, ou pelo uso de algumas medicações, o que não deve ser razão de preocupação para mulheres que tenham o desejo de se submeter ao procedimento.

Em outras palavras, o processo da nidação é essencial ao sucesso de qualquer gestação e ocorrerá em todas as mulheres cuja gestação evolua bem. Porém, não obrigatoriamente ele será percebido, pois pode ou não trazer sintomas, que por sua vez, também podem ou não serem notados.

Como diferenciar menstruação de nidação?

Como visto, nem todas as mulheres conseguem perceber os sinais da nidação. Um dos motivos é que, devido ao sangramento, esse processo pode ser confundido com a menstruação.

Essa confusão é muito comum porque a duração, a intensidade e o volume de sangue expelido são variados, podendo assim apresentar características parecidas a um início de menstruação. Na maioria das mulheres, quando presente, o sangramento da nidação costuma apresentar algumas características principais: pequena quantidade, sangue vermelho claro ou mais escuro e semelhante à borra de café, com duração de poucos dias.

Contudo, uma das formas de diferenciar a nidação da menstruação é a presença de sintomas típicos da gravidez. Náuseas, tonturas e sono em excesso sugerem presença de gravidez. Caso o sangramento apareça e tenha duração limitada, sem ser seguido de menstruação, também pode ser entendido como sintoma de nidação. Porém, a forma mais segura de confirmação da gravidez é a realização da dosagem de Beta HCG para detecção do hormônio associado à gestação.

A qualidade do embrião pode interferir na nidação?

Chamamos de embrião os primeiros estágios de desenvolvimento do organismo humano, logo após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. A qualidade desse embrião depende de alguns fatores, e isso pode afetar diretamente o potencial embrionário de manter sua evolução até o nascimento do bebê, e consequentemente pode afetar o sucesso da implantação embrionária.

A qualidade do sêmen é um desses fatores. Em casos nos quais há alterações severas no espermograma, é possível que haja influência na formação do embrião, podendo ser mais difícil a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, e consequentemente, o início da formação embrionária.

Além disso, a qualidade dos óvulos também é um fator determinante nesse processo. Sabe-se que a mulher nasce com todas as suas células reprodutivas pré formadas. Dessa forma, ao longo de sua vida essas células também envelhecem, o que faz com que a fertilidade da mulher decresça progressivamente com a idade, o que também pode influenciar na qualidade do embrião formado.

Esses são alguns dos fatores que podem interferir na qualidade embrionária, entre tantos outros em constante investigação pela medicina reprodutiva. Por isso, é sempre importante que sejam avaliados fatores referentes ao casal, quando apresentem dificuldade para engravidar, para que recebam orientação adequada e possam otimizar as chances de gravidez.

Quais são os fatores uterinos que podem influenciar a nidação?

Além da qualidade do embrião, existem fatores relacionados à própria fisiologia uterina que podem influenciar negativamente a implantação embrionária. Ou seja, a anatomia e a receptividade do útero são fundamentais para que a nidação ocorra de maneira eficiente.

Portanto, durante o preparo endometrial para receber os embriões em um tratamento de fertilização in vitro, é essencial que o endométrio seja avaliado adequadamente, quanto a presença de alterações estruturais, malformações anatômicas ou outras suspeitas. Podemos citar como exemplos de situações em que o processo de nidação pode ser prejudicado o endométrio fino (abaixo de 7mm), presença de miomas que distorçam a cavidade uterina, ou mesmo malformação do próprio útero (como septos, por exemplo).

A partir da busca por orientação médica de qualidade, será feita uma análise da presença de possíveis alterações na forma e funcionamento do útero que possam influenciar no processo. Assim, será possível potencializar as chances de sucesso da implantação e, consequentemente, de uma gravidez saudável para a mãe e para o bebê.

Quando buscar ajuda profissional?

Ainda que o processo de gravidez siga, aparentemente, uma sequência lógica de eventos, nem mesmo a sintomatologia ou a nidação são indícios determinantes para o diagnóstico. Por isso, a confirmação diagnóstica precisa só é confiável mediante exames específicos. Como já mencionado, o mais indicado é a dosagem de Beta HCG, principal hormônio da gestação.

A nidação nem sempre ocorre sequencialmente à fecundação: devido à possibilidade de alterações anatômicas ou funcionais das trompas, pode haver falhas na descida e na implantação do óvulo. Todavia, essas situações são um pouco mais difíceis de se diagnosticar.

Problemas como ineficiência dos movimentos ciliares das tubas uterinas e endometriose (que também pode afetar a função tubária), podem dificultar a chegada do embrião até a cavidade uterina, onde deveria se implantar. Nesses casos, ou não ocorre a gravidez (devido ao embrião não conseguir atingir o endométrio) ou pode acontecer a gravidez ectópica (quando o embrião se implanta em outro local que não o endométrio).

Diante disso, o acompanhamento médico é primordial para minimizar os impactos desses quadros. Consultas e exames periódicos favorecem o diagnóstico precoce de problemas que podem dificultar a gravidez. Também ajudam a mulher a conhecer melhor o funcionamento do próprio corpo e a perceber os sintomas iniciais que levem ao diagnóstico mais precoce da gestação para iniciar o seguimento adequado, diminuindo o risco de possíveis complicações.

Percebe-se então que, em condições fisiologicamente normais, a nidação compõe uma das etapas mais importantes da gravidez. Porém, esse fenômeno precisa ser íntegro, eficiente e funcional, e ele pode ou não trazer sintomas percebidos pela paciente. A nidação é um momento essencial, que proporciona a evolução adequada da gravidez e nascimento de um novo ser.

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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