Entenda mais sobre a Injúria Endometrial

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É fato que a medicina reprodutiva tem evoluído por meio de avanços tecnológicos, o que permite o aparecimento de técnicas cada vez mais específicas e diferenciadas no âmbito dos tratamentos para engravidar.

Dentro desse contexto, a injúria endometrial é um assunto polêmico, sendo que muitas pessoas têm incertezas em relação ao conceito da técnica, sua eficácia e funcionalidade, assim como as etapas do procedimento.

Muitas questões permeiam esse assunto, e ainda não existe um consenso sobre seus resultados. Pensando nisso, preparamos este conteúdo completo para que você entenda o procedimento da injúria endometrial e seus possíveis desfechos em mulheres que estão tentando engravidar. Acompanhe!

O que é injúria endometrial?

Antes de entendermos esse conceito, precisamos relembrar o que é a implantação embrionária. Ela nada mais é do que o momento em que o embrião se adere ao endométrio (tecido que reveste o útero internamente) para, então, invadi-lo e se desenvolver.

A injúria endometrial se baseia na realização de uma lesão intencional e controlada no endométrio, com o intuito de aumentar as chances de sucesso da implantação do embrião e, consequentemente, as possibilidades de gravidez.

Uma vez que a implantação efetiva depende principalmente da qualidade do embrião e da receptividade do endométrio, essa técnica começou a ser explorada como uma intervenção para melhorar tal receptividade, por meio de uma pequena lesão feita artificialmente.

Em outras palavras, o fundamento do método presume que essa ruptura do tecido endometrial aumenta, de alguma forma, a chance do embrião se implantar.

Quando o procedimento é realizado?

De maneira geral, a técnica começa a ser considerada quando um casal que não consegue ter filhos recorre aos métodos de reprodução assistida e mesmo assim não consegue engravidar.

Diversas são as possíveis causas de falhas da fertilização in vitro. O ciclo pode ser suspenso durante a estimulação ovariana, podem não haver óvulos após a coleta ou não haver formação de embriões, assim como é possível que todas essas etapas sejam realizadas com sucesso mas, ainda assim, não ocorra a implantação após a transferência embrionária.

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Nesse cenário, quando se cogita a realização da injúria endometrial, ela pode ser feita no ciclo anterior ou no mesmo ciclo da transferência embrionária.

Quais são as etapas do procedimento de injúria endometrial?

A primeira etapa consiste na introdução de um espéculo — aparelho utilizado nos exames ginecológicos e que facilita a identificação do colo uterino. Ao localizar o colo, um cateter, como o Pipelle (instrumento fino e flexível utilizado em biópsias endometriais) é introduzido até atingir o fundo do útero.

Em seguida, é feita uma espécie de lesão ou “arranhão” no endométrio, por meio de pequenas sucções e rotações. Esse é basicamente o mesmo método que um ginecologista utiliza para obter uma amostra endometrial para análise.

Qual é o fundamento fisiológico?

Ainda não está completamente claro e comprovado qual é o processo fisiológico que aumentaria efetivamente as chances de gravidez por meio da injúria endometrial. De acordo com uma revisão sistemática da Cochrane, que elencou 9 estudos clínicos com 1512 mulheres que se submeteram à técnica (ou ao procedimento placebo), existe uma teoria que envolve o processo de inflamação.

Pressupõe-se que a lesão intencional provoca o início de um processo inflamatório no endométrio, e a consequente resposta à cicatrização poderia tornar o ambiente mais propício para a implantação do embrião.

Outra hipótese levantada sugere que o efeito mecânico da lesão induz a um processo que ocorre naturalmente com o tecido do endométrio na gravidez, que favoreceria a gestação.

Quais são as evidências científicas da injúria endometrial?

De modo geral, é preciso ter muita cautela e análise crítica ao interpretar os resultados que envolvem a injúria endometrial. Isso acontece porque os estudos clínicos disponíveis sobre o assunto têm muitas limitações significativas, e como consequência, os resultados apresentados podem ser tendenciosos.

Como podemos perceber, não é possível generalizar os resultados obtidos e afirmar com certeza o benefício ou não da realização da injúria endometrial visando a aumentar a probabilidade de engravidar.

Neste post, abordamos a existência do método e seus possíveis fundamentos fisiológicos. Em todas os âmbitos da medicina, e principalmente em reprodução humana — uma área com constantes pesquisas e inovações —, é importante manter-se atualizado e conhecer todas as possíveis estratégias de investigação e tratamento que podem ser propostas na tentativa de otimizar as chances de sucesso.

No entanto, é importante buscar fontes confiáveis para tais informações, avaliar a qualidade da evidência científica fornecida e, acima de tudo, avaliar e discutir com o casal a aplicabilidade de cada estratégia para o caso específico.

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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