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Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
Útero com focos de endometriose

Estima-se que entre 10% a 14% das mulheres em sua fase reprodutiva (19 a 44 anos) sofrem com endometriose. No Brasil, a estimativa é de que cerca de 3,5 milhões tenham a doença.

Os números são bastante significativos e chamam a atenção para a necessidade de diagnóstico, afinal 25% a 50% das mulheres com problemas de infertilidade têm endometriose e muitas nem imaginam.

Continue a leitura para você entender melhor o que é esta doença, seus sintomas, diagnóstico, tratamento e sua relação com a infertilidade.

O que é a endometriose?

Antes de explicarmos o que é a doença, precisamos falar sobre o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero e onde o embrião se implanta depois que o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide.

Caso não ocorra fecundação, parte do endométrio é eliminado durante a menstruação. O que sobra no útero volta a crescer e o processo se repete todos os meses, a cada novo ciclo menstrual.

A endometriose é uma afecção (modificação no funcionamento do organismo) inflamatória, que é provocada por células do endométrio que migram e se alojam nos ovários e/ou cavidade abdominal. Nestes locais, essas células voltam a se multiplicar e sangrar.

Há mais de um tipo de endometriose?

Sim. A American Fertility Society divide a doença em mínima, leve, moderada e severa. Porém, recentes estudos recomendam uma nova classificação em três tipos: endometriose superficial ou peritoneal, endometriose ovariana e endometriose infiltrativa profunda.

A endometriose profunda é o tipo mais grave, que pode comprometer a saúde e o bem-estar da paciente já que afeta profundamente outros órgãos como os ligamentos útero-sacros (que sustentam o útero), bexiga, ureteres, septo reto-vaginal (espaço entre reto, o útero e a vagina) e intestino.

Quais são os sintomas da doença?

Em muitos casos, a endometriose pode ser assintomática. Porém, diversas mulheres sentem cólica menstrual, que aumenta de intensidade conforme a evolução da doença e que pode até incapacitar as pacientes de exercerem atividades normais do dia a dia.

Além disso, também são sintomas de endometriose, principalmente do tipo profundo:

  • Dor profunda e desconfortável durante a relação sexual;
  • Inchaço abdominal permanente;
  • Dor e dificuldade na evacuação;
  • Sangramento pelo reto na época da menstruação;
  • Dificuldades para engravidar.

Como é feito o diagnóstico?

O exame ginecológico de toque vaginal é um dos primeiros passos para averiguar se há nodulações na região posterior do útero, espessamentos e principalmente dor durante o exame.

Exames complementares associados ao histórico clínico da paciente podem ajudar no diagnóstico quando a endometriose acomete, por exemplo, a região superior do intestino e outras áreas que o médico não consegue perceber pelo exame de toque.

Ultrassom endovaginal, visualização das lesões por laparoscopia, ressonância magnética pélvica e até mesmo um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença, são opções para confirmar o diagnóstico.

Diagnosticar precocemente a doença é fundamental para evitar possíveis complicações da endometriose, um problema ainda bastante desconhecido pelas mulheres.

É importante entender que cólicas menstruais intensas não são normais e que é preciso procurar a ajuda de um médico para identificar a causa, que pode ser a endometriose.

Quais são os tratamentos disponíveis?

A pílula anticoncepcional pode auxiliar no controle dos sintomas da endometriose, porém não tratam a causa do problema. Em muitos casos, a cirurgia é necessária para amenizar o problema.

Feita por videolaparoscopia, é uma cirurgia bastante complexa e exige médicos qualificados e experientes neste tipo de intervenção. O procedimento demanda uma equipe multidisciplinar com ginecologista especializado em cirurgia pélvica e com conhecimento de como a doença afeta os outros órgãos.

É possível prevenir a endometriose?

Fala-se em hereditariedade em cerca de 6% em parentes de primeiro grau. Ou seja, mulheres que tenham na família a confirmação da doença em um parente de primeiro grau (mãe e irmã) devem ficar atentas mesmo que apresentem sintomas discretos como cólica e irregularidade menstrual.

Os especialistas também alertam que uma dieta balanceada e um estilo de vida adequado podem ajudar a prevenir o surgimento ou o agravamento da doença.

Como a doença afeta a fertilidade?

A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina. Ela interfere na fertilidade porque o processo inflamatório pode afetar a qualidade dos gametas. Além disso, quando o tecido endometrial passa a crescer em tubas e ovários, é gerado um processo inflamatório com cicatrização que causa mudanças anatômicas nessas estruturas, impedindo o funcionamento das trompas que são as estruturas por onde o embrião passa para chegar ao útero e se desenvolver. Mulheres com endometriose que consigam engravidar podem sofrer aborto espontâneo, já que a doença também interfere no desenvolvimento do embrião. Portanto, conforme falado anteriormente, o diagnóstico da doença é de extrema importância.

Para quem tem dificuldades para engravidar, o tratamento por meio de uma fertilização in vitro (FIV) é o mais indicado porque evita a ação da maioria dos mecanismos da doença que atrapalham a gravidez espontânea.

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Duas mulheres sentadas abraçadas e de mãos dadas, uma delas está gestante

Você e sua parceira sonham com a maternidade e gostariam de compartilhar esse momento tão significativo na vida de vocês? O método ROPA, também conhecido como fertilização recíproca, pode ser a solução ideal para os casais homoafetivos femininos.

A sigla ROPA vem do inglês “Reception of Oocytes from Partner”, que traduzido para o português significa “Recepção de Óvulos da Parceira”. Resumidamente, o método permite a participação das duas mulheres em todo o processo da gravidez.

Método ROPA

O método ROPA é um procedimento de reprodução assistida que atribui papel ativo às duas mulheres. Uma delas será a doadora de óvulos, ou seja, o bebê terá a carga genética dela, enquanto a outra mulher será a receptora do embrião, portanto a gestante, que dará à luz o bebê.

A indicação do método ocorre em dois casos:

  • Escolha própria: Quando as duas mulheres desejam compartilhar o processo de gravidez e ter um papel ativo e conjunto na criação da vida do filho.
  • Recomendação médica: Se uma das mulheres tem dificuldades reprodutivas como alterações nos ovários, por exemplo, ou risco de transmissão de doenças hereditárias, o médico pode indicar o Método ROPA como opção.

Como é feito o tratamento

O método ROPA é feito por meio da fertilização in vitro e envolve também um doador de sêmen. Confira abaixo como é o passo a passo do tratamento.

  • Exames e seleção do doador de sêmen

O primeiro passo é a solicitação de exames tanto para a paciente que vai estimular os folículos como para a que receberá os embriões. 

Normalmente, a clínica também solicita o acompanhamento psicológico para discutir as implicações legais, emocionais e sociais desse tipo de tratamento.

Depois, é a hora de selecionar o doador de sêmen, por meio do Banco de Sêmen, que pode ser nacional ou internacional. 

  • Estimulação dos ovários da doadora

A mulher que doará os óvulos deve ser submetida a um tratamento de estimulação ovariana, que consiste em medicações hormonais que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos (estrutura que contém os óvulos).

Por meio desse tratamento hormonal, que dura cerca de 15 dias, a mulher conseguirá produzir vários óvulos de uma só vez, ao invés de apenas um, como ocorre naturalmente. 

Após a estimulação, o médico administrará uma dose de outra medicação para induzir a maturação dos óvulos.

 A próxima etapa é a coleta dos óvulos. O procedimento acontece em sala de cirurgia, sob leve sedação.

  • Preparação do útero da gestante

Ao mesmo tempo em que ocorre a estimulação ovariana da doadora, ou logo após a formação dos embriões, a mulher que irá gestar o bebê passa pela preparação do endométrio, para recebê-los. O objetivo deste tratamento é obter uma espessura endometrial correta para maximizar as chances de implantação do embrião.

  • Fertilização dos óvulos

Com os óvulos colhidos, é realizado o descongelamento do esperma do doador para que seja feita a fertilização in vitro. 

Existem algumas técnicas de FIV (fertilização in vitro), a mais utilizada pelo CEFERP é a SUPER ICSI. Nesse tipo de fertilização, ocorre a seleção do espermatozoide com um microscópio que aproxima a imagem mais de 6.300 vezes, depois de selecionado, o espermatozoite é injetado dentro do óvulo, gerando assim os embriões.

  • Transferência dos embriões

Cerca de dois a três dias após a coleta dos óvulos, depois de confirmado o desenvolvimento dos embriões, pode ser realizada a transferência para o útero da mulher que vai gestar a criança, chamada transferência a fresco.  O processo é bastante simples, realizado de forma rápida e indolor, sem a necessidade de sedação. Caso não seja possível realizar a transferência no mesmo ciclo, os embriões congelados serão transferidos, com a mesma taxa de sucesso e nenhum prejuízo aos casais que fizeram dessa forma.

  • Teste de gravidez

Normalmente, o teste de gravidez é feito cerca de 14 dias depois da transferência. Com o positivo, agora é só aguardar para realizar o ultrassom a fim de verificar a gestação clínica e, a partir daí, iniciar os acompanhamentos com o médico obstetra escolhido pelo casal.

Influência epigenética

Antes de mais nada, é importante entender que a epigenética é uma área da biologia que estuda as mudanças no funcionamento do corpo que não são causadas pela sequência do DNA, mas que se perpetuam nas divisões celulares.

Apesar do DNA do embrião ser herdado da doadora dos óvulos e do doador de sêmen, vários estudos científicos demonstraram que a mãe gestante irá determinar de forma única a atividade genética do bebê por meio da influência epigenética.

Isso acontece porque enquanto o embrião se desenvolve no útero, ocorrem também alterações em sua expressão genética, que são determinadas pelo ambiente uterino da mãe gestante. 

O embrião não herdará características da mãe gestante, mas será impactado em outros aspectos tão importantes como, por exemplo, a proteção a determinadas doenças.

Para entender melhor como funciona a epigenética e a sua relação com a recepção de óvulos, confira este artigo publicado em nosso blog. 

Registro civil

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garante que os filhos gerados por meio de técnicas de reprodução assistida possam ser registrados diretamente em um Cartório de Registro Civil, sem precisar de intervenção da Justiça.

Além disso, desde 2018, os campos de “pai” e “mãe” nas certidões foram trocados por apenas “filiação”. Isso tornou mais fácil o processo para os casais homoafetivos, que podem registrar normalmente os filhos.

Agora que você já sabe o que é o Método ROPA e como ele pode ser uma solução para casais homoafetivos femininos, que tal saber mais sobre gravidez homoafetiva? É só fazer o download do nosso eBook gratuito.

mão esquerda segurando uma lupa que analisa um útero

As malformações uterinas, também conhecidas como anomalias Müllerianas congênitas, afetam entre 3% a 5% das mulheres. No entanto, por normalmente não apresentarem sintomas, muitas anomalias são descobertas apenas quando as mulheres encontram dificuldades na gestação.

Mas calma, nem todas as malformações uterinas atrapalham na gestação. Para te ajudar a entender melhor sobre o assunto, preparamos esse post que explicará o que são as malformações no útero, quais são os tipos e se afetam realmente a gestação, como pode ser feito o diagnóstico e qual o tratamento disponível. Continue lendo e confira!

O que são malformações uterinas?

O formato normal do útero é semelhante ao de uma pêra invertida. Porém, algumas mulheres apresentam algum tipo de malformação, como por exemplo, o útero ter apenas metade do tamanho normal ou uma fenda que separa o órgão em duas partes (veja mais sobre os tipos de malformação abaixo).

Em geral, as causas de malformações uterinas são genéticas/hereditárias. O desenvolvimento do útero, trompas uterinas e terço superior da vagina, ocorre durante a 12ª semana de gestação e falhas neste período podem acarretar as anomalias.

Além da questão genética, problemas vivenciados pela mãe durante a gravidez como doenças infecciosas, uso de determinados medicamentos e intoxicações também podem levar às malformações uterinas no bebê.

Como diagnosticar?

Geralmente, as anomalias são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico. Por isso, só são descobertas após complicações obstétricas como abortos de repetição, partos prematuros, restrição de crescimento fetal, pré-eclâmpsia, entre outras.

O exame ginecológico é o primeiro passo no diagnóstico, já que algumas malformações podem ser verificadas no exame de toque.

Outros exames como a ultrassonografia transvaginal ou pélvica e a histerossalpingografia também podem ser requisitados pelo médico, assim como a ultrassonografia tridimensional e a ressonância magnética.

Quais são os tipos de malformações e como afetam a gestação?

Há diversos tipos de malformações uterinas. Algumas são mais raras e outras mais comuns. Veja abaixo:

Útero Septado

É a malformação mais comum e a que produz a maior incidência de complicações obstétricas. É definida quando a cavidade uterina apresenta uma parede, chamada de septo, que pode variar de tamanho e chegar até o colo do útero.

Normalmente, as mulheres com útero septado sofrem abortos de repetição, entre a 8ª e a 16ª semanas de gestação. A infertilidade também é frequente nestes casos, já que há dificuldades na implantação do embrião.

Para tratar, os médicos indicam um procedimento cirúrgico simples e seguro chamado de metroplastia, que é realizado por videohisteroscopia.

Útero Arqueado

Nestes casos, há uma mínima alteração da cavidade uterina, o que confere ao fundo uterino uma curvatura levemente côncava ou achatada. As manifestações clínicas são mínimas e, por ser grande a probabilidade de gestações sem intercorrências, geralmente, não é necessária uma intervenção cirúrgica.

Útero Bicorno

Também é um tipo comum de anomalia uterina. Neste caso, há a presença de uma fenda na área superior do órgão que separa os dois lados, mas que não chega a dividi-lo, o deixando com formato de coração. Essa fenda pode variar, resultando em um útero levemente ou totalmente bicorno.

O procedimento cirúrgico (a metroplastia de Strassman) é recomendado apenas para alguns casos específicos, como histórico de abortamentos de repetição ou partos pré-termo, com exclusão de outras causas.

Na comparação com mulheres com útero normal, não há evidências de diminuição significativa da fertilidade.

Útero Didelfo

É uma forma rara de anomalia que resulta na presença de dois hemiúteros, colo duplo, além de uma vagina dupla, em grande parte dos casos.

Mulheres com útero didelfo podem engravidar, porém têm mais chances de terem aborto espontâneo e parto prematuro. Pela gestação ser considerada de risco, é necessário a realização de diagnóstico precoce para que seja feito um acompanhamento durante toda a gravidez.

Útero Unicorno

Também é uma forma rara de malformação uterina. Neste caso, o útero apresenta apenas metade do tamanho normal, com somente uma tuba uterina, apesar de apresentar dois ovários.

Infertilidade, abortos de repetição e partos prematuros são algumas das dificuldades encontradas por mulheres com esse tipo de anomalia.

Não há intervenções cirúrgicas efetivas que permitam melhorar os resultados reprodutivos.

Agenesia

É uma malformação caracterizada pela ausência do útero e 2/3 superiores da vagina. Os ovários estão presentes e funcionam normalmente, porém o exame ginecológico evidencia o encurtamento ou mesmo a ausência do canal vaginal.
Nestes casos, as mulheres que buscam constituir família podem optar pela “doação temporária de útero”, o útero de substituição, conhecido popularmente como barriga solidária ou “barriga de aluguel”.

“Doação temporária de útero” como opção

Mulheres com agenesia, por exemplo, com óvulos capazes de gerar um bebê, podem optar pela “doação temporária de útero”, o chamado útero de substituição. Neste caso, a “doadora do útero” precisa ser parente de até quarto grau (mãe, irmã, tias e primas) e não pode receber por isso, ou seja, não pode ocorrer caráter lucrativo ou comercial.

A doação temporária do útero é feita por meio de uma fertilização in vitro, que utiliza o óvulo e o espermatozoide do casal e transfere o(s) embrião(ões) gerado(s) no útero da doadora temporária.

Ainda está com dúvidas sobre as malformações uterinas e se elas podem atrapalhar a gestação? Confira esse vídeo em que a doutora Camilla Vidal, nossa especialista em reprodução humana assistida, fala sobre as malformações e ainda tira dúvidas sobre miomas, endometriose, entre outras alterações uterinas.

Casal abraçado com exame positivo após primeira tentativa de tratamento

Conseguir ter um filho está entre os sonhos de inúmeros casais ao redor do mundo. Infelizmente, muitos deles não conseguem realizar esse sonho engravidando naturalmente, o que é motivo de grande frustração e tristeza. Porém, os constantes progressos no campo da reprodução humana assistida proporcionam uma série de possibilidades para promover essa gestação.

Um dos principais recursos da medicina reprodutiva é a fertilização in vitro. Essa técnica, criada na década de 70, tem se tornado cada vez mais segura e com maiores probabilidades de êxito.

Mas será que é possível conseguir o positivo na primeira tentativa do tratamento? Leia este artigo e descubra os principais pontos sobre o assunto!

O que é a fertilização in vitro?

O procedimento de fertilização in vitro, ou FIV, é uma técnica de reprodução humana assistida utilizada amplamente nas últimas décadas. Nela, o embrião, ou seja, o resultado da fusão entre os gametas masculino (espermatozoide) e feminino (óvulo), é formado no laboratório, fora do organismo humano.

Inicialmente, a mulher recebe uma medicação específica para estimular o crescimento dos folículos e depois outra para a liberação dos óvulos, para que seja feita a coleta dessas células. Essa estimulação é realizada a partir de hormônios. Concomitantemente, a coleta dos gametas masculinos do parceiro ou doador também é necessária e geralmente é feita por meio de masturbação.

A partir da coleta de material reprodutivo masculino e feminino, é realizada a fecundação do óvulo pelo espermatozoide em ambiente controlado. Posteriormente, o desenvolvimento do embrião acontece em uma incubadora com as condições específicas, de modo que esteja no estágio correto para a transferência para o útero da mulher.

Uma vez atingido esse estágio, que se dá entre o terceiro (D3) e o quinto dia (blastocisto) da fecundação, é feita a transferência do embrião para o útero da futura mamãe por meio de um fino cateter. Esse procedimento, geralmente, não apresenta desconforto e não é necessário que a mulher mude sua rotina após a transferência.

O exame de beta HCG que confirma a gestação deve ser realizado após 14 dias da transferência, para determinar o sucesso ou não do procedimento, ou seja, se a mulher está ou não grávida.

Atualmente, a técnica de fertilização in vitro mais utilizada é a de ICSI — do inglês Intracytoplasmic Sperm Injection, ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides. Esse tipo de FIV consiste na seleção detalhada de espermatozoides mais aptos para a fecundação e, posteriormente, sua inserção no óvulo por meio de uma agulha específica.

Vale citar que o procedimento é realizado com o auxílio de um microscópio, que permite uma ampliação da imagem do espermatozoide em até 400 vezes.

Há, ainda, a chamada SUPER ICSI, que consiste no mesmo método, porém, com um maior grau de precisão. Para essa variação, é utilizado um equipamento óptico que aumenta 6300 vezes a imagem dos espermatozoides. Ou seja, é possível fazer uma seleção extremamente detalhada dos gametas masculinos, buscando potencializar ao máximo as chances de sucesso do procedimento.

Quais as chances de engravidar na primeira tentativa do tratamento de fertilização?

Por mais que a tecnologia de fertilização esteja avançada, infelizmente, não existe garantia de sucesso no tratamento, inclusive na primeira tentativa. As chances de êxito nesse tipo de tratamento variam de acordo com as causas de infertilidade observadas no casal, que podem ter diversas origens, desde fatores hormonais a influências de sua carga genética.

Dessa forma, é importante que ambos os parceiros realizem os exames solicitados, a fim de determinar as causas de infertilidade, bem como estimar as chances de sucesso e o melhor tratamento de reprodução humana assistida para chegar na desejada gravidez.

No entanto, é sempre importante que haja um controle das expectativas do casal, uma vez que, mesmo em condições fisiológicas mais favoráveis, é possível que não haja sucesso na primeira tentativa de FIV.

Um casal que se submeta ao tratamento antes dos 35 anos de idade da futura mamãe, cujos gametas produziram um embrião de qualidade, tem aproximadamente 50% de chances de sucesso na primeira tentativa. Essas chances são bastante altas, mesmo quando comparadas à fecundação por meios naturais, que representa uma chance de cerca de 20% em pessoas jovens e sem alterações de fertilidade.

Progressivamente, com o aumento da idade da mulher, as chances de sucesso do positivo na primeira tentativa caem com o passar dos anos. Assim, entre os 35 e 40 anos, as chances de êxito do procedimento caem para aproximadamente 30% a 40%. Após os 42, são menores ainda, sendo consideradas próximas dos 10% de sucesso.

Dessa forma, é extremamente importante deixar claro para o casal que sua fisiologia ou mesmo a idade têm fator decisivo nas chances de sucesso do procedimento. Além disso, a orientação sobre mudanças de hábitos pode ser um caminho para maximizar as chances do casal ao longo do tratamento.

Qual a relação entre o estilo de vida e o sucesso da fertilização?

A relação entre a modificação do estilo de vida e as taxas de sucesso de tratamentos reprodutivos é frequentemente observada entre casais que se submetem às técnicas de fertilização. Podemos citar a perda de peso como uma medida importante nesse sentido.

A perda de 5% a 10% da massa corporal pode ter efeitos consideráveis na produção e secreção hormonais da mulher. Em casos de inibição da ovulação, por exemplo, um controle do peso nessa magnitude pode representar uma reversão completa do quadro.

Observa-se ainda que a redução de peso tem consequências benéficas no desenvolvimento da gestação e na formação do bebê. Portanto, estabelecer uma alimentação adequada e uma rotina de exercícios físicos regulares pode implicar não só a melhora nas chances de fertilidade, como também na saúde da mãe e do bebê.

Além disso, a utilização de drogas, cigarro ou mesmo álcool pode ter efeitos consideráveis tanto na fertilidade do casal quanto nas chances de sucesso do tratamento na primeira tentativa. Nesse sentido, é recomendável interromper o uso desse tipo de substâncias alguns meses antes das tentativas de fertilização.

Portanto, é extremamente interessante que a mulher tenha um acompanhamento multiprofissional, com médicos, nutricionistas e educadores físicos, para que haja de fato uma real mudança de hábitos de vida. Vale citar ainda a importância de um acompanhamento com psicólogos, com a finalidade de proporcionar uma maior estabilidade emocional tanto da mãe quanto do pai para lidar com as possíveis adversidades do processo.

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endometrioma

O sonho da maternidade é dividido por diversas mulheres ao redor do mundo. Muitas delas, no entanto, podem apresentar alterações que as atrapalhem ou mesmo as impeçam de engravidar de forma natural. Felizmente, o constante avanço científico na área de medicina reprodutiva permite que muitas dessas mulheres atravessem suas barreiras.

Uma das alterações capazes de dificultar a gravidez é o chamado endometrioma. Você conhece? Neste artigo, separamos as principais informações sobre essa condição e a sua relação com a fertilidade feminina. Continue lendo e descubra tudo sobre o assunto!

O que é um endometrioma

Basicamente, trata-se da formação de um cisto de tecido endometrial que acontece mais frequentemente na região dos ovários. Para entendermos como ele surge, porém, é necessário entendermos a sua relação com a endometriose.

A endometriose é a presença anômala de tecido endometrial em outras regiões, para além do revestimento interno do útero. Esse tecido sofre modificações ao longo do ciclo menstrual por conta de sua sensibilidade à ação hormonal do organismo feminino. Assim, a sua presença em locais como trompas e ovários pode acarretar inflamações nessas áreas — implicando, consequentemente, o aumento de dor nas cólicas menstruais.

Embora essa condição seja mais frequente na região dos ovários, o endométrio pode estar presente ainda em regiões como a da parede abdominal, por exemplo. Nesses casos, é possível que os cistos se manifestem após procedimentos de cesariana.

Os principais sintomas dessa condição

A mulher que tem um endometrioma pode receber esse diagnóstico já sabendo ou não da presença da endometriose. É provável, portanto, que ela já apresente os sintomas comuns a essa condição de saúde.

Após a submissão da paciente a um procedimento de ultrassonografia transvaginal, o médico responsável consegue diagnosticar a presença de cistos que justifiquem a ocorrência de alguns sintomas. Entre os mais relatados por mulheres com endometrioma estão as cólicas menstruais com grau de dor mais acentuado, dor no baixo-ventre e dores durante relações sexuais.

Vale ressaltar que essas dores têm um caráter progressivo, tendendo a piorar durante o período menstrual, em função da ação dos hormônios sobre o tecido endometrial anômalo.

Há ainda a possibilidade de rompimento do endometrioma. Nesses casos mais extremos, a mulher costuma sentir dores pélvicas muito intensas, o que pode levar a uma confusão do diagnóstico com o de apendicite, ou ainda o de Doença Pélvica Inflamatória. Justamente por isso, é sempre importante buscar um serviço médico de qualidade para avaliar a sua situação.

Além disso, lembre-se de que existem quadros em que a mulher não apresenta sintoma algum. Nessas situações, o diagnóstico de endometrioma pode ocorrer a partir de uma investigação médica de outra natureza.

O tratamento do endometrioma

O procedimento para tratar essa condição varia de acordo com a situação de cada mulher, considerando os sintomas apresentados e o seu grau de desconforto, além do tamanho do cisto, ou ainda do desejo reprodutivo da paciente.

Em geral, o tratamento pode ser conduzido a partir do acompanhamento clínico por meio de exames de imagem. Há o tratamento medicamentoso, com fármacos que bloqueiam os focos de endometriose e, consequentemente, inibem o crescimento do endometrioma, e existe o tratamento cirúrgico.

Realizado por meio de videolaparoscopia, o objetivo do tratamento cirúrgico é a retirada do endometrioma ou mesmo de todo o ovário, de acordo com a gravidade do caso. Vale ressaltar, porém, que esse procedimento cirúrgico pode resultar em uma diminuição considerável da reserva ovariana. Portanto, em casos de desejo de engravidar, é importante que esse ponto seja considerado antes da opção pelo tratamento cirúrgico.

A influência do endometrioma na fertilidade feminina

Entre as possíveis causas da infertilidade feminina, o endometrioma pode ser classificado como um fator agravante. Por isso, na hora de buscar uma clínica de reprodução humana assistida, é provável que a equipe médica investigue a possibilidade dessa condição.

Se houver mesmo a presença de endometrioma na região dos ovários, há riscos de que ele influencie negativamente o processo de foliculogênese — o desenvolvimento e a maturação dos chamados folículos ovarianos, que darão origem às células reprodutoras femininas após a ovulação.

Casos mais graves também podem influenciar de forma direta a chamada reserva ovariana. Essa reserva diz respeito à quantidade de folículos existentes dentro dos ovários, que vão sendo liberados ao longo da vida durante o período menstrual. A presença do endometrioma, portanto, pode prejudicar a fertilidade da mulher.

Mulheres com endometrioma e a gravidez

Apesar do que vimos até aqui, é importante frisar que a presença de endometrioma não é definidora do diagnóstico de fertilidade. Ainda que haja uma influência direta, é fundamental que uma equipe médica qualificada investigue caso a caso, pois fatores como o tamanho do endometrioma e o grau de endometriose apresentado pela paciente podem fazer toda a diferença.

Endometriomas com mais de 3 cm, por exemplo, tendem a afetar a foliculogênese, diminuindo as chances de uma gravidez natural. As técnicas de reprodução assistida, por outro lado, não parecem ser afetadas pela presença de endometriomas, na maioria dos casos.

Por meio de técnicas como a Fertilização In Vitro (FIV), muitas mulheres são hoje capazes de realizar o sonho da maternidade. Inclusive, em casos de pacientes que não apresentam sintomas, a estimulação ovariana realizada na FIV já pode ser suficiente para que haja a liberação adequada de óvulos férteis — garantindo, consequentemente, o sucesso ao estabelecer uma gestação estável.

Já em casos sintomáticos, é necessária uma avaliação mais detalhada de todos os fatores relacionados ao endometrioma. Além disso, frente ao desejo de engravidar expresso pela paciente, o médico responsável saberá optar pelo tratamento que maximize as suas chances de sucesso, seja qual for o procedimento escolhido de reprodução assistida.

Podemos dizer, enfim, que a presença de um endometrioma é capaz de acarretar repercussões negativas para a fertilidade da mulher. Entretanto, somente com a orientação médica adequada é possível diagnosticar essa condição corretamente, bem como avaliar e tratar os seus efeitos sobre a fertilidade.

Gostou desta leitura? Se quiser saber ainda mais sobre o assunto, aproveite agora para baixar o nosso e-book sobre endometriose!

sexo durante o tratamento para infertilidade

Casais que estão buscando realizar o sonho da maternidade geralmente têm várias dúvidas sobre o que é permitido ou não ao longo dos procedimentos. Entre elas, está a pergunta: é permitido o sexo durante o tratamento para infertilidade?

Como a relação sexual ajuda no aumento da afetividade entre as pessoas que se amam, é preciso desmistificar o tema, trazendo as informações corretas. Quer saber a resposta para esse questionamento? Então continue lendo!

É permitido o sexo durante o tratamento para infertilidade?

Apesar de não ser o único ingrediente que mantém a união entre duas pessoas que se amam, o sexo é importante para aumentar a intimidade entre os casais. Como alguns métodos de fertilização exigem cuidados especiais, há alguns detalhes que devem ser observados.

Por isso, é importante conhecer cada tipo de tratamento e suas respectivas recomendações para continuar com a vida sexual sem restrições.

De olho em sua qualidade de vida, explicaremos cada uma delas e como agir em relação ao sexo.

Afinal, é preciso manter o convívio harmonioso, mantendo a saúde da mulher, sempre com foco na conquista de mais um integrante para a família!

Inseminação artificial

A inseminação intrauterina é caracterizada pela colocação dos espermatozoides na cavidade uterina no consultório no dia da ovulação. Esta pode ser estimulada por meio de medicamentos ou evoluir de forma natural, monitorada por ultrassonografia.

É importante o homem ficar alguns dias sem ejacular justamente para aumentar a concentração de espermatozoides, fato que pode ser determinante na fecundação do óvulo.

Basicamente, é indicado que ocorra um período de até quatro dias sem ejacular justamente visando um aumento da probabilidade de gravidez.

Depois da inseminação, a orientação é que os casais tenham relações sexuais tanto na noite seguinte quanto nos dois dias seguintes, sempre pela manhã, caso a mulher esteja disposta e sem incômodos.

Dessa maneira, a taxa de sucesso aumenta consideravelmente, pois mais espermatozoides estarão disponíveis para fertilizar os óvulos liberados.

Fertilização in vitro

Essa é uma técnica que promove a fecundação do óvulo pelo espermatozoide no laboratório, com o tratamento ocorrendo em várias etapas, como estimulação ovariana, coleta dos óvulos e sêmen, fertilização e transferência do embrião para o útero.

Em relação ao sexo durante esse procedimento, a dica é que o casal tenha atenção redobrada!

Isso porque existe o risco da gravidez múltipla inesperada, como de gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmeos.

Afinal, com a prática sexual a fecundação pode acontecer também de forma natural em razão da estimulação ovariana, somando-se à fertilização in vitro, ou seja, ao contrário de um filho, podem chegar dois ou mais.

Coleta de sêmen

Geralmente, a abstinência sexual deve durar de dois a cinco dias, período que já garante um volume adequado de líquido seminal e com qualidade.

Ficar mais tempo sem fazer sexo pode enfraquecer os espermatozoides por conta da diminuição da mobilidade dos gametas, da mesma forma que períodos muito curtos são negativos.

Portanto, é preciso agir com sabedoria para manter o foco na busca pela gravidez, sempre respeitando os limites do corpo.

Namoro programado

Sendo um método que necessita de sexo após o desenvolvimento folicular, o namoro programado é um método simples que conta com a frequência sexual do casal para dar certo.

Após a injeção do HCG (hormônio que promove a liberação do óvulo), a relação sexual deve acontecer em até 36 horas, ou seja, o namoro deve ser priorizado neste momento, mas podendo acontecer durante todo o tratamento.

Por que é importante o sexo durante o tratamento para infertilidade?

Respeitando as particularidades descritas acima em cada tipo de tratamento, o sexo durante o tratamento para infertilidade pode ser necessário e até recomendado.

Além do sexo auxiliar nos procedimentos e aumentar as chances de gravidez, principalmente quando praticado com certa frequência ― não só nos períodos de ovulação! Já que o espermatozoide leva, em média, um dia para atingir o óvulo, o período mais indicado para fecundar é um dia antes ou depois da ovulação ―, ele estreita a afetividade entre o casal. O sexo pode ser a resposta para a conquista do sonho da maternidade!

No entanto, cada caso é um caso. O diálogo é fundamental para traçar as estratégias de cada casal. Muitos já estão desgastados em razão das longas tentativas frustradas de engravidar e, muitas vezes, auxílio psicológico auxilia.

A orientação é sempre valorizar os laços afetivos e a compaixão entre ambas as partes, com aceitação e paciência.

Caso você tenha relação sexual frequente há mais de um ano sem métodos contraceptivos e ainda não conseguiu engravidar, a dica é procurar um especialista em reprodução humana para um diagnóstico mais certeiro. Priorize uma clínica de renome e credibilidade no mercado.

Outra dica é evitar que a rotina corrida interfira na vida sexual. Muitas vezes, o estresse influencia negativamente e pode ser um fator limitador no processo de fecundação.

Portanto, invista em uma convivência sadia dentro no lar e saiba que o sexo durante o tratamento para infertilidade não deve ser um tabu.

E você, ficou com alguma dúvida? Então deixe aqui o seu comentário!

recepção de óvulos

A constante evolução da medicina vem auxiliando muitas mulheres a realizarem o sonho da maternidade, mesmo após terem tentado vários métodos sem sucesso. Entre as possibilidades proporcionadas pelas melhores clínicas de reprodução humana está o tratamento com recepção de óvulos.

Voltado às mulheres que apresentam alguma limitação ovariana, ou doença genética, ou ainda para casais homoafetivos masculinos, o procedimento é totalmente legal e tem o respaldo do Conselho Federal de Medicina — desde que alguns critérios sejam respeitados.

Com o objetivo de informar sobre todos os passos desse processo, elaboramos este artigo com orientações bem didáticas. Quer se aprofundar no assunto? Então, continue lendo!

Entenda o que é a recepção de óvulos

O tratamento de reprodução humana com recepção de óvulos parece complexo, mas é fácil de ser entendido. Nesse procedimento, uma doadora anônima destina parte de seus óvulos para uma receptora. Os óvulos doados serão fecundados com espermatozoides obtidos do companheiro da mulher que irá gestar o bebê.

No laboratório, será feita a fertilização in vitro por meio da injeção intracitoplasmática do espermatozoide (ICSI), que unirá os gametas femininos (óvulo doado) e masculino (espermatozóide) para que exista a fecundação.

Após ser fecundado, o embrião permanece de 3 a 5 dias na incubadora até que possa ser transferido para o útero da receptora. Caso não seja transferido nesse momento, ele é congelado para transferência posterior.

Esse tratamento tem uma boa taxa de sucesso, uma vez que o óvulo usado é doado por uma mulher mais jovem, o que aumentam as chances de gravidez. Tem havido um aumento na procura desse tipo de tratamento, que pode ser realizado até com óvulos de bancos internacionais.

Quem pode receber os óvulos

Geralmente, são receptoras de óvulos as mulheres que não tiveram sucesso em tratamentos anteriores, que sofreram repetidos abortos, que perderam os ovários, que apresentaram alguma falência no órgão ou mesmo as que já atingiram a menopausa.

Vale informar que casais homoafetivos masculinos também devem utilizar a técnica, utilizando os espermatozoides de um dos parceiros e o óvulo de alguma doadora anônima. O embrião gerado será transferido para o útero de uma barriga solidária (a mulher que gestará o bebê deve ter relação de parentesco de até quarto grau com o futuro papai).

O Conselho Federal de Medicina exige que a doadora se mantenha no anonimato, impondo regras rígidas para a seleção das doadoras. Os casais interessados nesse tipo de tratamento podem optar por banco de óvulos internacional. É importante frisar que as próprias clínicas disponibilizam óvulos, o que agiliza o procedimento.

Descubra como funciona o tratamento

O primeiro passo do tratamento referente à recepção de óvulos é o agendamento de uma consulta médica com um especialista em uma clínica de reprodução humana. Nesse momento, a futura mamãe será direcionada aos exames necessários para atestar a situação da saúde. Afinal, ela precisa estar bem para levar adiante a gestação, inclusive passando pelo processo de amamentação.

A escolha da doadora é feita com base nas características físicas do casal, mas é preciso cautela nas exigências feitas nesta busca, pois quanto mais específico o casal for, menor a disponibilidade de doadoras com as características e mais difícil será encontrar uma compatível.

A doadora é sempre uma mulher saudável com até 37 anos de idade, que deve passar por diversos exames de saúde para determinar ser capaz de doar seus óvulos. A doação é anônima e não pode ter caráter econômico, o processo é realizado de maneira sigilosa. Por isso, a clínica se preocupa com os horários dos procedimentos, que devem ser realizados por doadoras e receptoras, com o objetivo de preservar as identidades dos participantes. Dessa maneira, nunca haverá o encontro entre as partes envolvidas no procedimento.

Veja em detalhes como ocorre o processo

Antes da coleta dos óvulos, a doadora passa por estímulos por meio de medicamentos hormonais que agem diretamente nos ovários. Ultrassons são realizados para acompanhar a evolução dos folículos. A coleta só acontece quando os folículos atingem o tamanho ideal.

O espermatozóide que será utilizado na fertilização do óvulo doado pode ser obtido antes, no mesmo dia ou após a coleta, tudo dependerá da conduta a ser seguida pela equipe.

Caso o casal e o médico optem pela transferência a fresco, a receptora também começa a preparação do útero para receber os embriões, o chamado preparo endometrial. Ela faz uso de hormônios não injetáveis ao longo de duas semanas e o crescimento do endométrio é acompanhado por meio de ultrassonografia.

Chegado o dia da transferência, se o endométrio estiver na espessura correta será feita a transferência para útero da receptora. Caso contrário, haverá o congelamento dos embriões, que poderão ser transferidos em outro momento, desde que o endométrio esteja favorável.

A partir do momento em que ocorre a transferência dos embriões, a receptora precisa aguardar até 14 dias para realizar o teste de gravidez. Em caso de resultado positivo, ela vai passar por todas as fases de uma gestação, sentir seu bebê mexer e ainda todos os detalhes da convivência ao longo dos nove meses, sem falar na emoção do parto.

Entenda as vantagens da recepção de óvulos

A primeira vantagem da recepção de óvulos é que não existem restrições para as mulheres que queiram engravidar, desde que elas apresentem boa saúde para gestação. Os riscos também são pequenos e o índice de sucesso é bem superior em comparação a outros tratamentos.

Ao contrário da adoção de uma criança, não há burocracias e o processo pode ser concluído de uma maneira planejada, ou seja, o casal não fica refém de decisões alheias, e a família terá um filho com características genéticas do pai.

Agora, o principal aspecto a ser destacado é o sentimento materno que a recepção de óvulos permite. A experiência da gravidez, nesse caso, poderá ser vivenciada em todas as fases, desde a notícia do teste positivo até o nascimento do bebê. A mãe sentirá as movimentações do seu filho, conversará com o seu bebê, ou seja, o laço materno será criado de maneira tão forte quanto ocorreria se o óvulo fosse dela mesma. Trata-se de uma vivência impressionante, que realiza sonhos e muda a rotina dos casais.

Portanto, se o seu lar está precisando de uma nova vida e outros métodos já foram testados sem nenhuma eficácia, a recepção de óvulos pode ser uma excelente escolha.

Dicas na hora de escolher uma clínica de reprodução humana

Após estudar sobre o assunto e decidir pela recepção de óvulos, uma importante dica é escolher uma clínica com boas taxas de sucesso e que investe em qualidade. Afinal, são necessários equipamentos de ponta e uma excelente equipe para dar todo suporte às famílias.

Assim, observe se a clínica tem credibilidade no mercado, analise a infraestrutura oferecida, verifique se os profissionais têm formações e especializações na área de reprodução humana e analise, ainda, a reputação do estabelecimento perante a sociedade. Uma boa dica é verificar os depoimentos e avaliações nas redes sociais, além de grupos específicos.

Observe ainda se a clínica segue as diretrizes da resolução nº 2.168/2017 do Conselho Federal de Medicina, ponto essencial no respeito aos aspectos legais. A lei assegura que a doadora não tem nenhum direito sobre o bebê que possa ser gerado. Caso contrário, você pode ter várias complicações legais e, inclusive, possíveis riscos ao longo do processo. Portanto, a confiança tanto na ovodoação quanto na ovorecepção necessita do seu comprometimento de escolher uma clínica séria e que valorize a saúde dos clientes.

Além disso, a credibilidade ainda garante o anonimato das partes envolvidas, trazendo mais segurança ao longo de todo o processo referente a esse tipo de fertilização.

Aliás, veja ainda se termos de consentimento são devidamente assinados por ambas as partes, com o objetivo de garantir transparência e confiança em todo o processo.

Conheça o Programa “Sonhar Juntos”

Para auxiliar no processo de recepção de óvulos, o Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto (CEFERP) criou o programa “Sonhar Juntos”.

Trata-se de uma iniciativa que estimula a doação compartilhada de óvulos por meio de mulheres jovens e saudáveis para famílias que queiram realizar a fertilização in vitro e que tenham necessidade de óvulos doados.

Diante dos inúmeros fatores que impedem muitas mulheres de utilizarem os próprios óvulos no tratamento, como idade avançada, menopausa precoce, baixa reserva ovariana, doenças genéticas, entre outros, o programa da clínica é um grande auxílio na realização do sonho da maternidade.

Ao doarem os óvulos, as mulheres realizam um gesto nobre que pode ser comparado à doação de sangue, medula óssea e sêmen. Além disso, ainda podem receber vantagens nos custos do tratamento, ou seja, é uma oportunidade única.

Como você viu nesse post, a recepção de óvulos é uma evolução da medicina e está ajudando muitas famílias a realizar o sonho da maternidade.

Nas palavras de Raul Seixas:

“Sonho que se sonha só

É só um sonho que se sonha só

Mas sonho que se sonha junto é realidade”

Caso você também queira experimentar o método, entre em contato com a nossa equipe e agende uma consulta!

Perfil no Doctoralia
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