Saiba como funciona o ciclo natural no preparo do endométrio

Saiba como funciona o ciclo natural no preparo do endométrio

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O endométrio trata-se de uma camada que reveste a parede interna do útero e que possui extrema importância para que uma gestação ocorra.

Esse tecido é carinhosamente chamado também de “cama do embrião”, pois é ele que o recepciona para a devida implantação e desenvolvimento. Portanto, o endométrio passa por toda uma preparação no corpo da mulher, seguindo as fases do ciclo menstrual. Sendo assim, nos tratamentos de reprodução humana, o endométrio também precisa estar preparado para recepcionar o embrião, e este preparo pode ocorrer de diversas formas. Uma destas formas é o preparo em um ciclo natural da mulher.

Se você possui dúvidas ou curiosidades sobre o ciclo natural no preparo do endométrio, quais suas etapas e como ele é feito na Fertilização In Vitro (FIV), continue a leitura!

O que é o preparo do endométrio?

Todos os meses, o endométrio sofre alterações em sua espessura e, caso não ocorra uma fecundação e implantação, ele descama, dando origem à menstruação.

Durante cada ciclo menstrual, o endométrio é estimulado pela ação de hormônios. Eles tem o objetivo de induzir um aumento da espessura endometrial e também uma transformação nas características deste tecido. Como ele é parte importante do fenômeno de implantação embrionária, o devido preparo é fundamental para a melhor interação possível entre embrião e endométrio e, propiciar, desta forma, melhores chances de gravidez.

Portanto, na gestação espontânea e inclusive na FIV é preciso que o endométrio esteja devidamente preparado e receptivo para o momento da chegada do embrião ao útero.

Na FIV, como dissemos anteriormente, existem diversas formas em que o endométrio pode se preparar para a transferência. Nos casos em que a transferência embrionária ocorre logo nos próximos dias da coleta de óvulos, por exemplo, a própria estimulação dos ovários leva a uma cascata de eventos que também preparam o endométrio. Já nos casos em que não tenha sido realizada estimulação ovariana recente, este preparo pode ocorrer de forma artificial ou natural. Em um ciclo de preparo artificial são administrados medicamentos hormonais, enquanto no ciclo natural o preparo ocorre com os hormônios do corpo da mulher. Alguns cenários envolvem estratégias mistas, preparo conhecido como ciclo natural modificado.

Como é o preparo do endométrio no ciclo natural?

Para entender melhor o funcionamento do preparo do endométrio em ciclo natural é preciso saber como funciona o ciclo menstrual.

O ciclo se inicia no primeiro dia da menstruação e termina com a chegada da menstruação do mês seguinte. Ele é composto por fases, que podem receber denominações diferentes.

A primeira fase, conhecida como fase folicular, é onde ocorre o crescimento dos folículos (estruturas que armazenam os óvulos) até a seleção do folículo dominante, que crescerá mais rápido que os demais e culminará na ovulação. Este crescimento faz com que haja aumento dos níveis do hormônio estrogênio, responsável pelo espessamento do endométrio.

Após este recrutamento de folículos e crescimento adequado do folículo dominante, alguns mecanismos hormonais fazem com que ocorra a ovulação. A partir deste momento, se inicia a segunda fase do ciclo, também chamada de fase lútea. Neste período, ocorre aumento dos níveis de progesterona, hormônio responsável por manter e modificar o endométrio para a possível gravidez.

Portanto, no preparo em ciclo natural é importante que seja possível acompanhar estas fases. Também é importante enfatizar que a ovulação desempenha papel crucial no preparo em ciclo natural, já que são os fenômenos ovarianos que produzirão os hormônios necessários para o endométrio. Este acompanhamento é realizado através de ultrassonografia transvaginal. Como em ciclo natural dependemos do comportamento adequado do ovário, podem ser necessários mais exames de ultrassonografia para acompanhamento do ciclo.

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Este acompanhamento ultrassonográfico permitirá identificar o melhor momento para programar a transferência, período conhecido como janela de implantação.

Qual a diferença entre o preparo do endométrio natural e artificial?

No preparo do endométrio em ciclo artificial as mudanças necessárias no endométrio são causadas por hormônios administrados externamente, com o objetivo de simular o que ocorre em um ciclo natural.

Esta situação costuma trazer maior flexibilidade e praticidade para a paciente, pois como os hormônios são administrados, isto permite ajustes de tipo de medicação, dose, tempo de uso, dentre outros fatores, o que geralmente não é possível em ciclo natural, pois é o ovário quem determina a produção hormonal. Por outro lado, em ciclo natural, é necessário acompanhar o “trabalho” do ovário, o que pode fazer ser necessário maior número de idas à clínica para acompanhamento ultrassonográfico.

Preparamos um artigo no blog do CEFERP exclusivo buscando explicar todas as dúvidas sobre o preparo do endométrio em ciclo artificial na FIV.

O preparo do endométrio no ciclo natural é melhor que o artificial?

Cada tipo de preparo tem suas indicações, vantagens e potenciais desvantagens. Portanto, deve-se individualizar a decisão de acordo com o caso, características do ciclo menstrual ou até mesmo preferências da paciente ou casal. Por exemplo, enquanto o preparo em ciclo artificial pode trazer maior flexibilidade ao tratamento, o preparo em ciclo natural pode se associar a menor uso de medicações, portanto menos efeitos colaterais associados.

Questões como a presença ou não de ovulação, diagnóstico de menopausa, entre outras, influenciam na escolha da melhor forma.

Em linhas gerais, não existe evidência de superioridade de um tipo de preparo sobre o outro. Porém, como mencionamos, cada decisão deve ser avaliada com suas particularidades.

O que é ciclo natural modificado?

Muitas vezes na FIV quando falamos sobre preparo do endométrio em ciclo natural as pacientes supõem que não será aplicado nenhum tipo de medicamento.

No entanto, em alguns casos é necessário realizar alguns ajustes para ter um maior controle do ciclo. Um exemplo comum é a possível necessidade do uso de medicamentos para desencadear a ovulação. Outro hormônio que pode ser administrado é a progesterona, mesmo tendo sido realizado ciclo natural. Essas indicações também devem ser discutidas com a equipe que faz o seu seguimento, de forma individual.

Este tipo de preparo com uma estratégia mista, ou seja, através dos hormônios do próprio organismo da mulher, porém com auxílio de outros hormônios externos, é denominado de ciclo natural modificado. Ele pode trazer algumas vantagens, como a tentativa de maior precisão para identificar o momento da transferência embrionária, além de utilizar menos medicamentos em comparação a um ciclo artificial.

Para saber qual a melhor estratégia para o seu caso específico, é fundamental que converse com o seu médico e a equipe responsável pelo seu acompanhamento, pois cada tratamento deve ser feito de maneira individualizada.

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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