NAMORO PROGRAMADO

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Para se tornar mamãe na vida real é necessário tempo, paciência e relaxamento. É preciso estar em sintonia/harmonia consigo mesma e com seu parceiro sem “artificializar” o relacionamento conjugal. É necessário estabelecer um planejamento para não agir de forma precipitada, mas também reconhecer o momento de buscar ajuda profissional para otimizar a fertilidade. E neste contexto o namoro programado pode ser o ponto de partida para alcançar o tão sonhado positivo!

O que é namoro programado?

Namoro programado, também conhecido por coito programado ou relação sexual programada, é a forma mais simples para tratar a dificuldade para engravidar. Trata-se de uma técnica utilizada para otimizar a fertilidade natural através da estimulação dos ovários e programação das relações sexuais para o período fértil!

Quais as principais indicações?

  • Problemas na ovulação: a síndrome dos ovários policísticos é o principal fator que se beneficia deste tipo de tratamento.
  • Baixa frequência sexual para engravidar: casais com dificuldade em engravidar e que apresentam relações pouco frequentes (menos do que uma relação semanal).
  • Incompatibilidade de horários entre os parceiros: um dos cônjuges se ausenta por grandes períodos do mês e as relações sexuais se concentram fora do período fértil.

É necessário algum exame antes de iniciar o tratamento?

No namoro programado, a fecundação (junção do óvulo com o espermatozoide) ocorre dentro do corpo da mulher (na tuba uterina). Para isto, é necessário que pelo menos umas das trompas esteja funcionando, ou seja, esteja pérvia para a passagem do espermatozoide e do embrião que será formado. Além disto, uma quantidade mínima de espermatozoides é necessária para a fecundação. Assim, dois exames são necessários antes do início do tratamento:

  • Espermograma.
  • Qualquer exame para avaliação da permeabilidade das trompas (histerossalpingografia, histerossosalpingografia, outros).

Quais são as etapas do tratamento?

O objetivo do namoro programado é que a mulher tenha ovulação de, no máximo, dois óvulos por ciclo e, para isto, é utilizada baixa dose de medicamentos.

  • Etapa 1: Estimulação hormonal dos ovários

    Inicialmente são utilizados hormônios para desenvolvimento dos folículos (espera-se que cada folículo tenha um óvulo). O acompanhamento do crescimento folicular e do desenvolvimento do endométrio (camada interna do útero) é realizado pela ultrassonografia vaginal. Esta etapa da estimulação tem duração média de 10 a 14 dias.

  • Etapa 2: Desencadeamento da ovulação

    Quando o maior folículo atinge tamanho adequando, outra medicação hormonal é utilizada para rompimento do folículo rompa e liberação do óvulo. A partir deste ponto, tudo ocorre de forma natural e a relação sexual pode ser programada para o período fértil.

  • Etapa 3: Teste de gravidez

    Após 14 dias da data provável da ovulação pode ser realizado um teste de gravidez para confirmação da gestação.

Na prática, o que se tem observado é a artificialização do procedimento, estabelecendo horários rígidos para a relação sexual. Como o óvulo tem duração no organismo da mulher em torno de 12-36 horas e o espermatozoide 48-72 horas, a indicação da relação sexual deve ser livre dentro desta faixa de segurança para casais com relações sexuais pouco frequentes, respeitando a autonomia e periodicidade do casal.

O casal que apresenta relações sexuais frequentes não precisa ser alertado do período fértil porque já terão relação no período peri-ovulatório. Com isto, o ato de engravidar fica mais prazeroso, menos mecânico e o mais próximo do natural!

Qual a taxa de sucesso do namoro programado?

A taxa é de aproximadamente 20% a cada ciclo menstrual. Após seis tentativas, esta taxa pode se elevar para 50-70%. Entretanto, estes números podem variar de acordo com a idade da mulher, tempo de infertilidade, medicação utilizada na estimulação ovariana, doenças associadas, grau de ansiedade do casal, condição financeira, entre outros fatores. Como o principal grupo que se beneficia deste tipo de tratamento são as mulheres com síndrome dos ovários policísticos, a modificação do estilo de vida com o objetivo de perda de peso pode trazer grandes benefícios para alcançar o tão sonhado positivo!

Quais as complicações relacionadas ao tratamento?

As principais complicações são o hiperestímulo ovariano (resposta exagerada dos ovários ao estímulo hormonal) e gestação gemelar. Entretanto, estes quadros são mais frequentes no tratamento de alta complexidade (fertilização assistida) em que se utiliza doses elevadas de indutores da ovulação!

Apesar da estimulação ovariana no namoro programado objetivar liberar no máximo 02 óvulos, algumas mulheres podem ter o hiperestímulo ovariano, principalmente se forem jovens com síndrome dos ovários policísticos. Nestes casos, o casal deverá interromper as relações sexuais e o ciclo precisará ser cancelado ou convertido para reprodução assistida. Estas medidas visam evitar o risco da gestação múltipla (gemelar) e também reduzirão a evolução do quadro de hiperestímulo!

A procura de um especialista para auxiliar no tratamento da infertilidade apresenta grandes desafios! Muitas vezes, a clínica de reprodução humana oferece tratamentos específicos e “pula” etapas importantes no processo para alcançar a maternidade. Apesar de todo o arsenal científico e tecnológico disponível, nossa equipe considera que a otimização da fertilidade natural deve ser o ponto de partida para alcançar um bebê de forma saudável. E, neste contexto, o namoro programado pode ser o primeiro passo desta caminhada! Visite a nossa clínica e saiba se o namoro programado pode ser uma opção para você!

Dr. Jorge Battero

Dr. Jorge Barreto

CRM-SP 33.541

Médico especialista com formação pelo Hospital das Clínica da FMRP-USP.

Referências:
  • Legro RS. Ovulation induction in polycystic ovary syndrome: Current options. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2016 Nov;37:152-159.
  • Manders M, McLindon L, Schulze B, Beckmann MM, Kremer JA, Farquhar C. Timed intercourse for couples trying to conceive. Cochrane Database Syst Rev. 2015;(3):CD011345.
  • Thessaloniki ESHRE/ASRM-Sponsored PCOS Consensus Workshop Group. Consensus on infertility treatment related to polycystic ovary syndrome. Fertil Steril. 2008;89(3):505-22.

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