Gravidez trans: entenda como ela é possível

Gravidez trans: entenda como ela é possível

Gravidez trans: entenda como ela é possível

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Um assunto ainda pouco discutido e retratado na mídia é a gravidez trans. Sim, pessoas transgênero tem a possibilidade de terem filhos biológicos, afinal a identificação com o sexo oposto do nascimento não interfere na vontade de ser pai ou mãe.

Pessoas trans podem passar por cirurgias e terapias hormonais podendo levar a infertilidade temporária ou total, por isso é muito importante pensar sobre ter filhos ou não, antes mesmo de iniciar a transição de gênero.

Leia nosso artigo e entenda mais sobre a gravidez trans, além de trazermos informações relevantes sobre os procedimentos disponíveis, também vamos tratar sobre a nova resolução n° 2.294 do Conselho Federal de Medicina (CFM)!

O que é ser transgênero?

Uma pessoa transgênero ou trans pode identificar-se como homem, mulher, trans-homem, trans-mulher, como pessoa não-binária ou com outros termos. A identidade de gênero é diferente da orientação sexual, logo pessoas trans podem ter qualquer orientação sexual, incluindo heterossexual, homossexual, bissexual e assexual.

A identidade de gênero refere-se à experiência de uma pessoa com o seu próprio gênero. Pessoas trans possuem uma identidade de gênero que é diferente do sexo que lhes foi designado no momento do nascimento.

Como funciona a gravidez trans na reprodução assistida?

No CEFERP nosso objetivo é ajudar famílias a realizarem o seu sonho de gerar um bebê por meio da reprodução assistida, independente da orientação sexual ou gênero dos progenitores.

Homem trans e reprodução assistida

Homens transgênero podem engravidar naturalmente, pois possuem o aparelho reprodutor feminino. No entanto, é necessário pausar a medicação hormonal que auxilia na transição durante todo o período de tratamento (se necessitar reprodução assistida – RA)  e também durante a gestação.

Ainda não existem estudos que demonstram o impacto da testosterona na quantidade de óvulos no organismo. No entanto, ao parar o tratamento hormonal os sinais masculinos irão regredir, dessa forma voltará o ciclo menstrual, a ovulação e a possibilidade de engravidar.

Quando o casal é formado por homem transgênero + mulher CIS (identidade de gênero idêntica ao sexo que nasceu) o tratamento de reprodução assistida é o mesmo de um casal homoafetivo feminino.

Nesse caso, o mais recomendado é a mulher CIS doar os óvulos para o procedimento de fertilização in vitro (FIV), por conta das medicações hormonais que o homem trans utiliza.

Já tratamos aqui no blog do CEFERP sobre como funciona o tratamento de reprodução assistida para casais homoafetivos, clique aqui e leia mais.

Caso o homem trans deseje engravidar em algum momento da vida, ou deseje doar ou preservar seus óvulos, recomendamos o processo de congelamento de óvulos, se possível antes mesmo da transição.

Se a pessoa possui óvulos congelados mas não desejar gerar o bebê, também é possível recorrer a um útero solidário. Nesse caso, a fecundação é realizada em laboratório por meio da FIV e após o embrião será implantado na parceira ou útero solidário.

Mulheres trans e reprodução assistida

No caso de mulheres transgênero também é possível ter filhos biológicos, porém não há a possibilidade dela gestar o bebê por conta do aparelho reprodutor masculino.

Por meio da reprodução assistida, seja pela coleta de espermatozoides para inseminação artificial, ou fertilização in vitro é possível que ocorra uma gravidez, sendo necessária uma doação de útero para gerar o bebê, caso o casal não seja formado por mulher trans + mulher CIS.

Quais são os procedimentos disponíveis na gravidez trans?

Os procedimentos disponíveis de reprodução assistida para gravidez trans são os mesmos que para casais heterossexuais.

Ou seja, a partir da definição de quem irá doar o óvulo ou o espermatozoide e quem irá gestar o bebê, serão solicitados alguns exames para que uma avaliação clínica seja realizada. As opções disponíveis de tratamento são:

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Inseminação Artificial:

Este é um tratamento de baixa complexidade em que o sêmen é depositado na cavidade uterina e a fecundação acontece no útero da pessoa que irá gestar o bebê com o seu próprio óvulo. Entenda melhor sobre o tratamento aqui.

Fertilização in vitro:

Tratamento de alta complexidade em que os embriões são formados em laboratório a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.

É possível que homens transgênero utilizem no procedimento espermatozoide de doador anônimo de banco de sêmen. Aqui no CEFERP damos assistência durante o processo de escolha do sêmen do doador anônimo com cadastro em Bancos de Sêmen Nacional e Internacional. Entenda melhor sobre o procedimento aqui.

Também é possível que mulheres transgênero utilizem o óvulo de sua parceira ou de banco de óvulos próprios da clínica, ou de banco internacional na FIV.

Resolução do CFM N° 2.294

Pessoas transgênero foram recentemente incluídas oficialmente na resolução do CFM n° 2.294 como beneficiárias da técnica de reprodução assistida. Vejamos abaixo o que diz a nova resolução que trata sobre pacientes beneficiários das técnicas de reprodução assistida (RA):

II – PACIENTES DAS TÉCNICAS DE RA

  1. Todas as pessoas capazes que tenham solicitado o procedimento e cuja indicação não se afaste dos limites desta resolução podem ser receptoras das técnicas de RA, desde que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos, conforme legislação vigente.
  2. É permitido o uso das técnicas de RA para heterossexuais, homoafetivos e transgêneros.
  3. É permitida a gestação compartilhada em união homoafetiva feminina. Considera-se gestação compartilhada a situação em que o embrião obtido a partir da fecundação do(s) oócito(s) de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira.

Procure uma clínica de fertilidade de confiança

Uma forma de o casal assegurar seus direitos e ainda esclarecer todas as dúvidas sobre o tema é procurar por uma clínica de reprodução assistida que oferece assessoria.

Contar com uma clínica de reprodução assistida de confiança é fundamental para que sejam esclarecidos todos os detalhes quanto ao procedimento de reprodução humana, assim como as questões jurídicas envolvidas.

O casal deve ficar atento se a clínica conta com profissionais especializados e credenciados pelo Conselho Regional de Medicina, além de verificar a credibilidade da instituição.

Gostou do nosso artigo sobre gravidez trans? Se você é transgênero e pretende ter filhos, procure uma clínica de reprodução assistida de confiança!

Fontes:

https://www.unfe.org/wp-content/uploads/2017/05/Transgender-PT.pdf

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/05/sou-homem-trans-e-estou-ha-3-meses-usando-testosterona-posso-engravidar.htm

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cfm-n-2.294-de-27-de-maio-de-2021-325671317

https://ceferp.com.br/tratamentos/gravidez-homoafetiva/

https://ceferp.com.br/blog/reproducao-homoafetiva/

http://lifesearch.com.br/tratamento-de-fertilidade-para-transgeneros/

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Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
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