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Cavidade Uterina

Com o objetivo de realizar visualização detalhada da cavidade do útero para identificar possíveis alterações, o exame de histeroscopia é bastante recomendado por médicos ginecologistas e também por especialistas em reprodução humana em situações específicas.

O exame é solicitado quando é preciso realizar uma avaliação da cavidade uterina para o diagnóstico e tratamento de lesões endometriais.

Se você quer entender mais sobre esse exame, o que é, quando é indicado e qual a relação da fertilidade continue a leitura!

O que é o exame de histeroscopia?

A histeroscopia é um exame que permite a visualização da cavidade uterina através de uma câmera (óptica) que é introduzida pelo canal vaginal e orifício do colo do útero. Para a realização do exame é necessária a insuflação com gás a injeção de líquido na cavidade do útero. Neste exame é possível avaliar a presença de lesões endometriais, os óstios tubários (“entrada” da trompa no útero) e a amplitude (tamanho) da cavidade uterina. Algumas malformações uterinas podem ser diagnosticadas através deste exame, principalmente quando combinado com a videolaparoscopia.

Existem dois tipos de exames de histeroscopia. Confira abaixo mais informações sobre cada um e quando são indicados.

●    Histeroscopia diagnóstica:

O exame de histeroscopia diagnóstica é indicado para investigar e diagnosticar qualquer alteração ou problema intrauterino. A visualização da cavidade uterina é realizada com a insuflação de gás na cavidade uterina. Imagens do útero, do canal endocervical e da vagina, são obtidas e, se necessário, também podem ser coletadas biópsias.

A histeroscopia diagnóstica pode ser realizada no consultório/ambulatório, durante uma consulta ginecológica, sendo possível a aplicação de anestesia local na paciente em caso de desconforto.

Por meio deste exame, é possível verificar alterações como: causa de sangramento uterino irregular, pólipos, miomas, aumento da espessura do endométrio, além de alterações como obstrução das tubas uterinas, câncer no endométrio, malformações, entre outros.

●    Histeroscopia cirúrgica:

A histeroscopia é realizada por meio da introdução do aparelho de histeroscópio pelo canal vaginal até o útero, em seguida, para expandir o útero é aplicado um líquido (manitol) para expandir a cavidade e facilitar a visualização de possíveis lesões endometriais. O procedimento dura em torno de 5 a 30 minutos, podendo variar conforme cada caso.

Por meio desse procedimento, é possível que o médico realize a remoção de pólipos uterinos, miomas, realizar a correção de alterações da cavidade do útero, além de remover aderências, ou retirar o dispositivo intrauterino  (DIU) – quando este não possui fios visíveis.

Como o procedimento é cirúrgico é preciso de anestesia geral ou raquidiana, sendo que o tipo de sedação irá variar  de acordo com o procedimento.

Qual a relação do exame de histeroscopia com a fertilidade?

Na presença de lesões endometriais suspeitas na ultrassonografia, a histeroscopia pode contribuir para o diagnóstico e tratamento destas lesões.

Patologias como miomas uterinos, pólipos endometriais e aderências intrauterinas alteram a superfície endometrial, podendo dificultar o transporte dos espermatozoides pelo útero e a chegada ao óvulo. Entretanto, a abordagem cirúrgica dos pólipos ou correção cirúrgica do septo uterino parece não aumentar as chances de gravidez.

No caso de sangramento uterino anormal ou mesmo endométrio fino, a histeroscopia pode agregar informações e auxiliar no tratamento da infertilidade.

Como se preparar para o exame?

Para realizar o exame de histeroscopia diagnóstica é recomendado evitar não utilizar creme na região vaginal 24-48 horas antes do exame.

É recomendado a realização do procedimento logo após o período da menstruação – na primeira fase do ciclo, dessa forma o endométrio está mais fino, sendo possível visualizar pequenas alterações. Além disto, a chance de gravidez é menor nesta fase.

O exame é rápido e não há a necessidade de internação nos casos de histeroscopia diagnóstica. A paciente pode sentir apenas uma ligeira cólica durante o procedimento, sendo que a intensidade irá variar para cada mulher.

Na histeroscopia cirúrgica é solicitado que a mulher fique em jejum por pelo menos 8 horas antes do exame e necessita internação.

Se você quer saber mais sobre outros temas relacionados à reprodução humana navegue pelo blog de CEFERP e cadastre-se em nossa newsletter para receber todas as novidades!

Endometrio

O preparo do endométrio, a camada mais interna do útero, é uma das etapas mais importantes na jornada da maternidade! Esta fase representa o preparo do “forninho” para a transferência embrionária na fertilização in vitro (FIV)!

Se você quer entender melhor como ocorre o preparo do endométrio na FIV e se familiarizar com termos como “aspecto trilaminar”, “endométrio fino” ou “espessura” endometrial na FIV, continue a leitura e saiba mais sobre esta importante etapa da reprodução assistida!

Qual o papel do endométrio?

O endométrio desempenha um papel fundamental para a reprodução. O útero é formado por três camadas, a externa (serosa), a intermediária (miométrio) e a interna conhecida como endométrio.

O endométrio apresenta modificações cíclicas mensais de acordo com o estímulo hormonal. Tudo ocorre de forma sincronizada com a finalidade de preparar o útero para a gestação. Na primeira fase, o estradiol apresenta a função de espessar (engrossar) o endométrio e na segunda fase do ciclo ocorre predomínio da ação da progesterona, que aumenta a produção de nutrientes pelas glândulas para que ocorra o desenvolvimento do embrião nas primeira semanas de vida. Quando não há fecundação, ocorre a queda da produção de estradiol e progesterona e esta camada descama na forma de menstruação.

O que é o preparo do endométrio na FIV?

O preparo endometrial é a etapa final da FIV. Nos casos de transferência de embriões frescos, o preparo do endométrio ocorre simultaneamente à estimulação ovariana controlada. Os hormônios estimulam o crescimento folicular e, consequentemente, estes folículos são ricos em estrogênio. Com isso a espessura do endométrio aumenta gradativamente e não há necessidade do uso de medicamentos específicos para preparo do endométrio até a coleta dos óvulos. Após a punção ovariana, é necessário o uso da progesterona para que ocorra aumento de nutrientes para o desenvolvimento do embrião.

No caso de embriões congelados, o preparo endometrial pode ser realizado em um ciclo natural ou preparado através do uso de medicações. No ciclo natural, o endométrio é preparado espontaneamente pelos próprios hormônios liberados pela mulher e a transferência é sincronizada com o desenvolvimento e ruptura do folículo (proposta apenas para mulheres com ciclos menstruais regulares ovulatórios).

Já nos ciclos preparados por medicamentos, inicialmente deve-se utilizar o estrogênio para que ocorra a proliferação (engrossamento) e mudança das características do endométrio (condições semelhantes a fase da ovulação natural). Nesta fase são realizadas algumas ultrassonografias (1 ou 3 exames, em média) para avaliação da espessura e qualidade do endométrio (deve estar trilaminar). Quando o objetivo desta etapa for alcançado, inicia-se o suporte da fase lútea com o uso da progesterona.

O grande objetivo do preparo do endométrio é que esta camada do útero atinja pelo menos 6 mm de espessura (medidas menores são definidas como endométrio fino) e característica trilaminar a ultrassonografia.

O que é janela de implantação (ERA), EMMA, Alice?

A janela de implantação representa o período ideal para a transferência de embriões, ou seja, é a fase de melhor receptividade do endométrio para os embriões. De cada dez mulheres, três podem apresentar deslocamento desta janela. Embora a qualidade embrionária (genética e morfológica) seja um fator fundamental no alcance da gravidez, a alteração endometrial representa 20% dos casos de insucesso na FIV.

Na prática clínica, existe um exame denominado ERA (Análise da receptividade endometrial) que tem a finalidade de avaliar a janela de implantação através da biópsia endometrial. Assim, nos casos de falha prévia na FIV com transferência de embriões de boa qualidade, o estudo ERA pode ser uma opção para tentar melhorar os resultados Entretanto, a ciência não ainda não confirma maior taxa de sucesso com este exame (precisa ter diferença estatística e não apenas em porcentagens) e a sua realização pode aumentar o tempo para engravidar e os custos com a FIV.

Junto com o estudo ERA é possível realizar a avaliação tríplice do endométrio com a associação do estudo EMMA e Alice para avaliação da endometrite crônica. Com esta investigação (EndomeTRIO) é possível avaliar pela biópsia a janela de implantação, a presença de bactérias e o desequilíbrio da população de lactobacilos. Entretanto, é necessário discutir esta análise de forma individualizada, levando-se em consideração a taxa de sucesso, a qualidade do embrião, o número de tratamentos, questões financeiras e principalmente o desejo/expectativas de cada pessoa.

Gostou do nosso artigo sobre preparo do endométrio? Leia outros conteúdos em nosso blog e saiba tudo sobre reprodução humana!

Botijão de criopreservação pós vitrificação

Quando os casais iniciam as buscas por temas relacionados à reprodução humana, é comum encontrar termos como a vitrificação, uma técnica de congelamento de óvulos e embriões que assegura excelentes resultados em tratamentos como a fertilização in vitro (FIV).

A vitrificação é uma técnica de criopreservação que se difere da forma convencional de congelamento devido à rapidez com que consegue atingir baixas temperaturas (-196ºC). Ela é considerada 70 vezes mais rápida do que a técnica de congelamento lento, utilizada por muitos anos no passado.

Mas afinal, o que é a criopreservação?

Antes de seguirmos falando sobre a vitrificação e suas vantagens, é importante explicar o que é a criopreservação.

Quando falamos em reprodução humana, as diferentes técnicas para preservação de material biológico (óvulos, espermatozoides e embriões) por meio do congelamento são o que chamamos de criopreservação.

Ela é muito utilizada em diferentes casos, como na preservação da fertilidade, em que o homem ou a mulher vai passar por um tratamento como a quimioterapia ou alguma cirurgia que possa influenciar na capacidade reprodutiva. Ou ainda mulheres que não desejam ter filhos no momento, mas que gostariam de garantir maiores chances de uma gravidez futura.

A criopreservação também contempla diversos outros casos, como a produção excedente de embriões, que é quando o casal produz mais embriões do que é permitido para transferência durante a FIV.

Por que optar pela vitrificação?

A vitrificação é atualmente a técnica mais indicada para o congelamento de óvulos e embriões devido a sua alta taxa de sucesso.

Um dos seus principais diferenciais é que o congelamento mais rápido impede a formação de cristais de gelo no interior das células dos gametas ou do embrião. Quando formados, esses cristais podem gerar danos à qualidade das células, o que pode comprometer os resultados do tratamento.

Além disso, as chances de gravidez utilizando embriões congelados são iguais ou até mesmo superiores ao uso de embriões a fresco. Isso acontece porque o endométrio fica mais receptivo para a implantação do embrião quando não está sob os efeitos da sobrecarga de hormônios provenientes da estimulação ovariana.

Como a vitrificação é feita?

O processamento é realizado seguindo os procedimentos para cada tipo de material (óvulos ou embriões), que é então preparado para a vitrificação.

As células são colocadas em soluções crioprotetoras e depois em palhetas identificadas. Essas, são imersas em nitrogênio líquido e depois em botijões específicos para cada tipo de amostra, podendo manter-se congelados por tempo indeterminado.

Quais as taxas de sucesso do descongelamento?

Para descongelar o material que passou pela vitrificação, os compostos crioprotetores são retirados, o que faz com que ocorra o aumento gradual da temperatura e a reidratação.

Nesse processo, é normal ocorrer alguma perda, mas não se preocupe. A taxa de sucesso do descongelamento é de aproximadamente 90%, podendo chegar a 95% dependendo do tipo de material.

Como falamos anteriormente, a taxa de sucesso da gravidez usando gametas ou embriões congelados é a mesma do uso de material fresco. É importante lembrar que outros fatores, como a idade da mulher, por exemplo, são mais importantes na definição das chances de sucesso de engravidar do que o congelamento em si.

Conseguiu entender o que é a vitrificação e o por que ela é utilizada na reprodução humana? Se tiver alguma dúvida, é só deixar abaixo nos comentários que responderemos para você.

Mãos segurando medicação

Sendo uma das técnicas mais avançadas de reprodução assistida a fertilização em vitro (FIV) possui as melhores taxas de sucesso, comparada às técnicas de baixas e média complexidade, como inseminação intrauterina, ou coito programado, por exemplo.

Por meio da FIV casais que possuem dificuldade em engravidar, pessoas que desejam produção independente e também casais homoafetivos possuem uma alternativa bastante eficaz para realizar o sonho de gerar um filho.

É comum surgirem várias dúvidas sobre como funciona o tratamento e quais as medicações envolvidas durante cada fase, por isso vamos explicar neste artigo mais informações sobre os medicamentos na FIV.

Recapitulando o passo a passo da FIV

A FIV trata-se de um procedimento complexo, que envolve a administração de vários medicamentos durante as fases de tratamento e também diversas técnicas laboratoriais.

Basicamente as etapas da FIV consistem em:

  • Estimulação hormonal dos ovários – nessa etapa será preciso que a mulher tome hormônios injetáveis ou comprimidos;
  • Coleta dos óvulos – será preciso anestesia para o procedimento;
  • Coleta de espermatozoides – realizado por masturbação, punção, biópsia do testículo, epidídimo ou via bancos de sêmen;
  • Fertilização – fase em que o espermatozoide será injetado dentro do óvulo e os embriões irão se desenvolver em laboratório;
  • Transferência de embriões – três a cinco dias depois da fertilização os embriões são transferidos para o útero da paciente por meio de um cateter inserido pela vagina – nesta etapa não é preciso de anestesia.
  • Verificação do sucesso do procedimento – cerca de duas semanas depois é possível verificar o sucesso do tratamento por meio de um teste de gravidez.

A maioria dos medicamentos utilizados na FIV são escolhidos pelo médico, que irá indicar um protocolo de tratamento individualizado, de acordo com as necessidades que levaram o casal a buscar o tratamento.

Para realizar o procedimento, a mulher receberá diferentes tipos de medicações para a estimulação ovariana, buscando gerar um maior número de oócitos a serem recrutados.

Condições necessárias para a realização da FIV:

Para que a FIV seja bem-sucedida serão avaliados alguns fatores relacionados ao casal antes do procedimento ser realizado, como:

  • cavidade uterina normal;
  • ovários em funcionamento;
  • número mínimo de espermatozoides;
  • pesquisa de fertilidade por meio de exames.

A FIV inicia-se com a administração de medicamentos na mulher para que os seus ovários produzam mais óvulos.

Enquanto em um ciclo natural a mulher geralmente produz apenas 1 óvulo, com a estimulação dos ovários pode produzir até mais de 20 óvulos simultaneamente.

Como é feita a aplicação das medicações?

Os medicamentos recomendados variam conforme o protocolo definido pelo médico e também de acordo com as necessidades da paciente.

Podem ser recomendados medicamentos em forma de comprimidos, injeções ou gel.

A orientação sobre a medicação será dada pelo médico, podendo ser aplicada no centro de fertilidade ou mesmo pela própria paciente, dependendo do caso.

Em geral existem duas fases em que são recomendados o uso de medicações para a indução ovariana:

1.  Estimulação ovariana

Existem várias medicações para estimular o crescimento do maior número de folículos possível.

Na fase da estimulação ovariana geralmente é feito o uso de gonadotrofinas. A depender do protocolo utilizado, serão injeções diárias, em dias alternados ou mesmo uma única aplicação de liberação prolongada. A escolha do protocolo é sempre individualizada.

Esta fase dura em torno de dez a doze dias e será acompanhada por ultrassons transvaginais periódicos.

O objetivo dessa fase de indução da ovulação é estimular o crescimento dos folículos para o estágio de maturação.

Além disso, serão utilizadas medicações em aplicações diárias subcutâneas ou comprimidos visando o bloqueio da hipófise – a finalidade deste bloqueio é impedir o pico de LH, que pode causar uma ovulação inesperada, antes do momento da coleta dos óvulos.

No entanto, a dose e o tempo recomendado de uso podem variar de acordo com o protocolo recomendado no tratamento.

O momento exato em que as medicações serão administradas ao longo do ciclo do tratamento e o tipo de medicações serão estabelecidos pelo médico, pois isso também poderá variar de pessoa para pessoa.

Dessa forma, é feito o acompanhamento do crescimento dos folículos e do endométrio, e de acordo com o ultrassom pode-se alterar a dose e o tipo de medicações utilizadas.

Quando os maiores folículos atingem um tamanho pré-determinado uma ampola de hCG ou de agonista do GnRh é aplicada na paciente. A coleta dos óvulos é feita horas após essa administração. Há a possibilidade que uma dosagem de estradiol e progesterona sejam solicitadas neste momento, mas isso é avaliado individualmente.

2.  Suporte da fase lútea

No dia seguinte à coleta dos óvulos, em casos em que for ocorrer a transferência de embriões a fresco, ou, em casos de embrião congelado, após a indicação da transferência, será iniciado o suporte hormonal com doses de progesterona. As doses serão ajustáveis de acordo com as necessidades e perfil da paciente.

A progesterona pode ser utilizada via oral ou aplicada via vaginal.

Durante a fase lútea, podem ser solicitados exames de sangue para que o médico analise o equilíbrio hormonal da paciente. Caso houver a necessidade, as doses da progesterona podem ser modificadas.

Após 14 dias da transferência dos embriões, pode ser feito o teste de gravidez para verificar o sucesso do procedimento.

A taxa de sucesso da FIV depende de vários fatores como a idade da mulher, a qualidade dos óvulos e espermatozoide, a qualidade do embrião e do endométrio, por isso cada caso deve ser avaliado de forma individualizada.

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Imagem do microscópio para realizar o teste ERA

Quem recorre ao processo de uma fertilização in vitro (FIV) sabe que todos os esforços para se obterem os melhores resultados possíveis são sempre bem-vindos. Embora as técnicas de reprodução assistida venham avançando muito nos últimos tempos, muito ainda precisa ser descoberto e estudado no fenômeno da implantação embrionária. Um tópico importante neste assunto é conhecer o momento ideal para transferir o embrião para o útero, o que vem sendo estudado através do teste ERA.

O Endometrial Receptivity Analysis (ERA) é um teste de receptividade endometrial, que avalia o estado do endométrio de cada paciente e identifica o melhor momento para realizar a transferência do embrião para o útero.

Desenvolvido e patenteado pela Igenomix, o ERA tem o objetivo de tentar personalizar a janela de implantação, ou seja, compreender de cada paciente qual o período ideal para realizar a transferência. Considerando-se que o endométrio pode estar relacionado a 20-30% das causas de falha de implantação, o exame pode auxiliar em alguns casos, como entenderemos melhor a seguir.

Receptividade endometrial

Antes de continuarmos falando sobre o teste ERA, como é feito e para quem pode ser indicado, é importante entendermos como funciona o endométrio e o que é a receptividade endometrial.

Tecido que reveste o útero, o endométrio se espessa ao longo do ciclo menstrual para receber o embrião. Com as mudanças hormonais que ocorrem ao longo do ciclo menstrual, o endométrio se modifica e ganha novas características, para tornar-se receptivo ao futuro embrião, caso este chegue. Caso o óvulo não seja fertilizado ou o embrião formado não se implantar, esse revestimento uterino será expelido pela menstruação, e todo o processo se reiniciará.

A receptividade endometrial é o fenômeno do endométrio estar preparado para permitir a implantação do embrião. Essa fase ocorre em um fragmento de tempo limitado chamado de “janela de implantação”.

É importante saber que essa janela pode ser diferente para cada mulher. Em algumas, o embrião se fixa no útero entre os dias 19 e 21 do ciclo, mas para outras mulheres isso pode ocorrer antes ou depois deste período, a depender do comportamento do crescimento dos folículos e ovulação, dentre outros fatores. Segundo o embasamento do ERA, algumas mulheres podem ter o período da janela de implantação deslocado, para mais ou menos dias. Por isso, descobrir o melhor momento para transferir o embrião de acordo com a receptividade endometrial de cada paciente poderia ajudar a personalizar o tratamento na tentativa de se obter chances maiores de sucesso.

Teste ERA

O teste ERA baseia a receptividade endometrial em vários fatores, que incluem a análise de 248 genes deste tecido, o que ajudará a determinar se o endométrio apresentava sinais de estar receptivo ou não receptivo.

Para avaliar a receptividade, é feita uma biópsia do endométrio, a fim de encaminhar este material para a análise da expressão dos genes. Um sistema computadorizado analisará os genes do tecido e classificará o endométrio como “Receptivo” ou “Não Receptivo”.

  • Receptivo: a janela de implantação está localizada no dia em que a amostra foi coletada. A recomendação então é proceder com a transferência de embriões nas mesmas condições em que a biópsia foi realizada.
  • Não Receptivo: neste caso, como a janela de implantação está deslocada do dia em que a amostra foi coletada, o teste indica como corrigir e encontrar a data ideal para a transferência do embrião.

Segundo a Igenomix, existe um risco de 5% de resultados não informativos, ou seja, quando a biópsia falha em obter qualidade ou quantidade de tecido para análise. Nestes casos, será necessária uma nova biópsia.

Como o teste é realizado

O teste ERA deve ser realizado após preparo do endométrio, que deve idealmente ser o mesmo preparo planejado para o momento da transferência. Desta forma, pode ser realizado com ou sem o uso de medicamentos hormonais para o preparo do endométrio:

Com medicamentos

Considerado mais prático e fácil, pois permite maior controle do preparo. A partir do 2º ou 3º dia do ciclo menstrual a paciente inicia o uso do hormônio estradiol. Após alguns dias de uso da medicação, é realizado um ultrassom transvaginal e se a espessura e característica endometrial estiverem adequadas, deve-se iniciar também o uso da progesterona.

A biópsia do endométrio será realizada depois de cinco dias de uso da progesterona. O procedimento é rápido e feito no consultório, sem necessidade de internação. O fragmento do endométrio é enviado para análise e o resultado leva de três a quatro semanas para ficar pronto.

Sem medicamentos

É feito em um ciclo menstrual com ovulação espontânea. A paciente deve realizar testes de urina ou de sangue para detectar o pico de LH, hormônio responsável pela ovulação. No momento que houver a detecção do pico deste hormônio, será calculado o melhor período para realizar a biópsia. Os demais procedimentos ocorrerão da mesma forma citada acima.

Indicações do teste ERA

Para saber se o teste ERA é uma opção para o seu caso, é importante conversar com seu médico e levar em consideração seu diagnóstico, histórico de tratamentos anteriores, dentre outros fatores. Alguns casos podem ser elegíveis para a realização do teste, como por exemplo:

-Pacientes que tiveram duas ou mais transferências de embriões sem sucesso, ou seja, diagnóstico de falha de implantação;

-Pacientes com suspeita de alterações endometriais ou já com diagnóstico de endométrio fino;

-Pacientes que apresentaram falha de implantação com embriões de alta qualidade.

É importante ressaltar que não se pode generalizar as indicações acima, e que antes da definição de realizar ou não esta ou outras investigações é fundamental considerar os fatores relacionados a custo-benefício, vantagens, desvantagens e evidências científicas para sua realização. Portanto, somente após a avaliação individualizada de cada caso poderá ser definida a indicação de realização deste exame.

E então, o achou sobre o teste ERA? Já tinha ouvido falar? Caso tenha ficado com dúvidas e queira entender mais sobre este ou outros exames, entre em contato com o CEFERP e agende sua consulta.

mitos e verdades da fiv

Apesar do primeiro “bebê de proveta” ter sido gerado há mais de 40 anos, a fertilização in vitro (FIV) ainda é um assunto que gera dúvidas para quem busca realizar o sonho da maternidade e da paternidade.

A técnica consiste basicamente em formar um embrião em laboratório por meio da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Após a fertilização, o embrião é transferido para a cavidade uterina da mulher, onde irá se implantar para que a gravidez ocorra.

Considerada o procedimento de reprodução humana assistida mais avançado e eficaz, a FIV é indicada para variados casos de infertilidade e, também, para casais homoafetivos e quem busca ser mãe ou pai por meio de uma produção independente.

Para te ajudar a entender melhor o que é verdade e o que é mito sobre a FIV, fizemos uma seleção com sete afirmações comuns de se ouvir por aí. Confira!

  • Pode diminuir os riscos do nascimento de bebês com doenças genéticas

Verdade.

Um dos tratamentos possíveis na FIV é o Teste Genético Pré-implantacional, nele algumas células do embrião são enviadas a um laboratório especializado para análise genética.

Existem três tipos de análises atualmente:

– PGT-A: neste exame é realizado o rastreamento completo dos 46 cromossomos do embrião para verificar se estão todos normais. São diagnosticadas alterações cromossômicas tais como a Síndrome de Down.

– PGT-M: já neste exame é feito um diagnóstico para doenças monogênicas hereditárias, como a Anemia Falciforme e a Fibrose Cística.

O PGT-M é realizado quando a família possui algum histórico de doenças genéticas hereditárias.

– PGT-SR: realizado para pesquisa de rearranjos cromossômicos estruturais como, por exemplo, as translocações.

O processo da fertilização in vitro ocorre normalmente. Quando o embrião atinge o estágio de blastocisto, é realizada uma biópsia de cada um para a retirada de algumas células. Os embriões são congelados e aguardam o resultado da análise para transferência para o útero da futura mamãe.

Após cerca de 14 dias (a depender do teste realizado)  o resultado do exame é enviado para a clínica, que repassa as informações para o casal e os próximos passos do tratamento são agendados.

  • É certeza de gravidez!

Mito.

Apesar de aumentar consideravelmente as chances de uma gravidez, a FIV não é 100% eficaz. É importante entender que engravidar tem suas limitações naturais, que acompanham os casais seja em qualquer tipo de tratamento de reprodução humana.

A avaliação considerada internacionalmente para avaliar o sucesso da FIV é a taxa de nascimento de bebês. Essas taxas variam de 30% a 40% para mulheres com até 39 anos, 10% a 15% entre 40 e 42 anos, e 0 a 5% para mulheres com mais de 42 anos. Ressaltando que essas porcentagens levam em consideração pacientes que optaram em realizar a FIV com óvulo próprio.

Portanto, tome cuidado com promessas milagrosas. Para se prevenir, ao conversar com o especialista pergunte sobre as taxas de sucesso reais indicadas pelas grandes sociedades de reprodução humana internacionais. No site da Rede Latino-Americana de Infertilidade (RedLARA) é possível verificar se as taxas informadas pela clínica são semelhantes às descritas pelas sociedades internacionais.

  • Aumenta a chances de gêmeos

Verdade.

A probabilidade de uma gravidez de gêmeos na FIV é de 20% a 30%, enquanto na população em geral é de 12%. Isso ocorre porque, dependendo da idade da paciente e outros fatores, pode ser feita a transferência de dois ou mais embriões para o útero.

Para diminuir as chances de gravidez múltipla, principalmente de trigêmeos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu um número de embriões que podem ser transferidos, de acordo com a idade da mulher, por ciclo. Confira:

– Mulheres com até 35 anos: até dois embriões;

– Mulheres de 36 a 39 anos: até três embriões;

– Mulheres com mais de 40 anos: até quatro embriões.

  • Mulheres com mais de 40 anos não podem realizar a FIV

Mito.

Mulheres com mais de 40 anos podem sim ser submetidas ao tratamento de fertilização in vitro, apesar das taxas de sucesso serem menores.

Como o potencial reprodutivo da mulher está diretamente relacionado à idade, é provável que mulheres com mais de 40 anos tenham maiores dificuldades de engravidar com óvulos próprios devido a questões como a baixa reserva ovariana, decréscimo da função hormonal e, também, a baixa qualidade dos embriões formados.

Uma maneira de aumentar as chances de sucesso de uma FIV em mulheres com mais de 40 anos é usar óvulos de uma doadora anônima.

  • Não é possível ter relações sexuais durante o tratamento

Mito.

O sexo não está proibido entre o casal durante todo o tratamento. Porém, é preciso atenção redobrada durante algumas etapas da FIV porque existe o risco de uma gravidez múltipla inesperada como gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmos.

Como as recomendações variam caso a caso, o ideal é que o casal converse com o médico especialista sobre os períodos de restrição e os cuidados que devem ser tomados durante o tratamento.

  • É possível escolher o sexo do bebê

Mito.

Apesar da análise genética do embrião possibilitar descobrir o sexo do bebê, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho de Ética Médica proíbem a possibilidade de escolher características e o sexo do bebê nos métodos de reprodução assistida.

No Brasil, a opção é permitida apenas para casos de doenças genéticas ligadas ao sexo, em que são transferidos ao útero apenas os embriões do sexo que não é acometido pela doença.

  • Não há diferenças entre a FIV e a inseminação artificial

Mito.

Há sim diferenças entre a FIV e a inseminação artificial, também chamada de inseminação intrauterina. Enquanto a FIV consiste no encontro do óvulo e do espermatozóide em um ambiente controlado dentro do laboratório e na posterior transferência do embrião para o útero da mulher, na inseminação artificial o sêmen é injetado diretamente dentro do útero, com a fecundação ocorrendo de forma natural.

Os tratamentos têm diferentes indicações e apenas com uma avaliação médica individualizada é possível apontar qual será o melhor para cada caso.

E então, gostou do nosso post sobre os mitos e verdades sobre a fertilização in vitro? Aproveite para compartilhá-lo em suas redes sociais e, assim, nos ajudar a desmistificar cada vez mais os temas relacionados à reprodução humana.

Embriologista congelando embriões em nitrogênio liquido

Congelar embriões é algo que tem se tornado bastante comum. Dados do relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões – SisEmbrio, da Anvisa, mostram que entre 2018 e 2019, houve um aumento de 11,6% no número de embriões congelados no Brasil.

Isso ocorre devido a diversos fatores. Um dos principais é o excedente de embriões gerados nos tratamentos de fertilização in vitro. A preservação da fertilidade também tem feito com que casais, e mulheres interessadas em uma produção independente, recorram ao procedimento de congelamento.

Em 2020, devido à pandemia pelo coronavírus, a expectativa dos profissionais da área de reprodução humana é de que a porcentagem de embriões congelados salte consideravelmente, afinal, muitas pacientes precisaram ou até mesmo optaram por esperar por fazer a transferência em um momento futuro.

Para te ajudar a entender melhor por que congelar embriões pode ser uma alternativa para o seu caso, preparamos este artigo completo, com várias informações. Continue a leitura!

Quando congelar embriões é indicado?

Confira os principais casos em que há a indicação para congelar embriões:

  • Preservação da fertilidade

Casais em que um dos cônjuges passará por tratamento médico, como a quimioterapia, alguma cirurgia que possa influenciar na capacidade reprodutiva (ovários, próstata, dentre outros) podem optar pelo congelamento de embriões para a preservação da fertilidade. Esta pode ser uma alternativa ao congelamento de óvulos ou espermatozoides, separadamente.

Esta também é uma opção para casais que desejam ter filhos apenas no futuro, mas já se preocupam com os riscos de redução da fertilidade secundária à idade. Mulheres com a mesma preocupação, mas que preferem optar por uma produção independente, podem fazer o congelamento de embriões com sêmen de doador.

  • Produção excedente de embriões

Quando o casal produz mais embriões do que o permitido por transferência durante a FIV, é necessário fazer a criopreservação dos embriões excedentes para futuro uso, caso tentem nova gravidez por meio de reprodução assistida, ou se o tratamento não resultar em gravidez e novas tentativas sejam necessárias. A possibilidade de criopreservação dos embriões excedentes trouxe grandes vantagens no tratamento de fertilização in vitro, na tentativa de otimizar a estimulação ovariana para a produção de mais embriões, e consequentemente, poder buscar maiores taxas cumulativas de sucesso com as sucessivas transferências. Ou seja, o objetivo é que a mulher precise passar pelo mínimo possível de estimulações para obter os embriões necessários para atingir a gestação.

É importante ressaltar que quando ocorre a formação de embriões excedentes à transferência, o congelamento de embriões é obrigatório, e estes só poderão ser descartados após 3 anos, conforme resolução ética do Conselho Federal de Medicina (confira abaixo mais informações sobre a regulamentação). Portanto, nos casos em que o paciente não deseje o congelamento de embriões excedentes, é fundamental que esta informação seja fornecida antes do início do tratamento, para que se busque formação de menor número de embriões.

  • Em casos de síndrome de hiperestímulo ovariano (SHO)

Algumas mulheres podem apresentar uma reposta exagerada à estimulação ovariana controlada durante o processo da FIV. Além de poder ter o benefício de fornecer um número grande de óvulos, a SHO pode trazer sintomas como desconforto abdominal, náuseas e vômitos, além de acúmulo de líquido na pelve e aumento dos ovários.

Para estes casos o congelamento de embriões se faz necessário, pois evita a produção endógena (interna) de hCG durante a gravidez, o que agravaria o quadro de SHO.

  • Pandemia pelo coronavírus

Os tratamentos de reprodução assistida sofreram algumas modificações durante a pandemia pelo coronavírus, pois muitos casais e pacientes precisaram aguardar para realizar o tratamento, ou mesmo a transferência embrionária. Porém, alguns casos, considerados “tempo-sensíveis”, ou seja, casos em que aguardar poderia ser mais prejudicial às chances de sucesso, puderam prosseguir.

Alguns casais têm optado por não realizarem a transferência dos embriões durante a pandemia do Covid-19, uma vez que gestantes e puérperas configuram grupo de risco da doença. Neste contexto, congelar os embriões pode ser a solução ideal, afinal, uma vez formados os embriões, eles podem ser congelados por tempo indeterminado, mantendo sua qualidade, dando autonomia e segurança para os casais aguardarem a transferência em momento oportuno, sem a preocupação de possíveis efeitos deletérios em adiar o tratamento.

Como é feito o congelamento de embriões?

O procedimento de congelamento de embriões é conhecido pelos especialistas em reprodução humana assistida como vitrificação. É uma técnica de criopreservação que se difere pela rapidez com que consegue atingir baixas temperaturas (aproximadamente -196 °C).

A rapidez para atingir esta temperatura impedirá a formação de cristais de gelo no interior dos embriões, o que preservará a qualidade, proporcionando um estado vítreo, minimizando os danos às células.

Quais as chances de engravidar usando embriões que foram congelados?

As chances de engravidar após uma transferência feita com embriões congelados são semelhantes às de uma transferência com embriões frescos. Não há razão para se preocupar. Outros fatores são mais importantes na definição das chances de sucesso, principalmente a idade da mulher que forneceu os óvulos para a formação dos embriões.

Apesar de serem mais resistentes ao processo de congelamento/descongelamento, quando comparados ao congelamento isolado de óvulos e espermatozoides (já que são estruturas celulares mais complexas e de desenvolvimento mais avançado), alguns embriões podem não sobreviver ao descongelamento e se tornam inviáveis para a transferência. Porém, este risco é pequeno, e se torna menor, quanto melhor era o embrião no momento do congelamento.

Embriões excedentes: entenda a regulamentação

Além de mantidos congelados para futuro uso em novas tentativas de gravidez, os embriões excedentes dos ciclos de fertilização in vitro podem ser doados para a realização de pesquisas científicas. A Lei da Biossegurança estabelece que é permitido utilizar células-tronco embrionárias obtidas a partir da fertilização in vitro para fins de pesquisa e terapia.

A doação de embriões também pode ser feita para casais com problemas de fertilidade, ou pacientes que desejem uma produção independente. De acordo com normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a doação não pode ter caráter comercial e os doadores não podem saber a identidade dos receptores e vice-versa.

Outra possibilidade para os embriões excedentes é o descarte. O CFM também estabelece que os embriões congelados devem permanecer nessa condição por, pelo menos, três anos, antes de serem descartados.

Ficou com alguma dúvida sobre congelamento de embriões? É só entrar em contato conosco que estaremos à disposição para te auxiliar e entender mais sobre o assunto!

Espermatozoides no microscópio

O avanço da medicina trouxe boas notícias para os homens que têm problemas de fertilidade. Por meio de técnicas e procedimentos avançados para obter espermatozoides, ficou mais fácil para os casais conseguirem realizar o sonho de serem pais.

A falta de espermatozoides no sêmen ejaculado, conhecida como azoospermia, atinge cerca de 1-2% dos homens e pode ser causada por diversos fatores genéticos, anatômicos e hormonais, como malformação nos ductos deferentes, vasectomia, dentre outros.

Mas, como falamos no início do texto, há vários procedimentos que permitem obter os espermatozoides cirurgicamente. Continue a leitura para descobrir quais são e para quais casos eles são indicados.

O aparelho reprodutor masculino

Antes de falarmos sobre os tipos de procedimentos, é importante entendermos melhor como funciona o aparelho reprodutor masculino.

Produzidos nos testículos, os espermatozoides (gametas masculinos) são armazenados em estruturas chamadas de epidídimos, local onde amadurecem e ganham mais mobilidade. Por meio da estimulação sexual, os gametas saem pelo ducto deferente até a uretra, onde chega também o sêmen, que é proveniente das vesículas seminais e da próstata. É o sêmen que carregará os espermatozoides e os manterá vivos até o encontro com o óvulo.

A ausência de espermatozoides no sêmen ocorre por variados fatores, que podem estar relacionados à falha na produção, no armazenamento ou na passagem dos gametas.

Exames específicos como o espermograma, por exemplo, detectarão se há realmente a necessidade do paciente se submeter a um procedimento para a obtenção de espermatozoides. Já outros exames como a biopsia, avaliações hormonais, genéticas e o ultrassom ajudam a entender as causas da condição, que pode ser não obstrutiva (quando não há obstrução da passagem dos espermatozoides) ou obstrutiva (quando há um bloqueio que impede a passagem dos gametas).

Tipos de procedimentos para obter espermatozoides

São quatro os principais tipos de procedimentos. Confira um resumo de cada um deles:

  1. Punção do epidídimo (PESA)

O termo PESA é derivativo da expressão em inglês percutaneous epididymal sperm aspiration e o procedimento consiste na punção do epidídimo para aspiração do fluido contendo os espermatozoides.

Com o paciente sedado, o médico urologista aplica diretamente na pele do escroto uma agulha pequena, que penetra até o epidídimo. O fluido encontrado lá é aspirado e depois analisado no laboratório para verificar se há espermatozoides. Caso não haja, será necessária mais de uma punção ou até mesmo outros procedimentos.

O procedimento é indicado para homens que fizeram vasectomia ou homens com azoospermia causada por obstrução dos ductos deferentes, por exemplo.

  1. Punção microcirúrgica (MESA)

O termo MESA vem do inglês microsurgical epididymal sperm aspiration. O procedimento é bastante parecido com o PESA, sendo a maior diferença a utilização de um microscópio que permite selecionar os melhores túbulos do epidídimo para a coleta do material.

Também é um procedimento que pode ser realizado principalmente em casos de azoospermia obstrutiva.

  1. Punção do testículo (TESA)

TESA é um termo que deriva do inglês testicular sperm extraction e é um procedimento que obtém os espermatozoides diretamente dos testículos. Semelhante ao PESA, o procedimento consiste em perfurar a pele do escroto com uma agulha até atingir o testículo para obter o fluido testicular.

O procedimento costuma ser realizado apenas em situações em que os epidídimos não são facilmente acessíveis ou então estão vazios (quando não há sucesso de se obter espermatozoides na PESA).

  1. Microdissecção do testículo (TESE ou micro-TESE)

Do termo em inglês testicular sperm extraction (TESE) e microdissection testicular sperm extraction (micro-TESE).

Em ambos procedimentos, os espermatozoides são obtidos diretamente dos testículos. Assim como nas técnicas citadas acima, o paciente é sedado, e neste procedimento é feita uma incisão no escroto com o objetivo de expor o testículo.

Os melhores túbulos são analisados para a coleta de material, e isso pode ser realizado com (microTESE) ou sem (TESE) o uso de microscópio. Estes procedimentos costumam ser necessários principalmente nos casos de azoospermia não obstrutiva (quando há defeito na produção de espermatozoides), visto que nestes cenários pode ser mais difícil a obtenção de espermatozoides.

Varicocele e vasectomia

Homens com varicocele (dilatação das veias presentes dentro do escroto) e homens que passaram por uma vasectomia também podem precisar realizar procedimentos específicos para obter espermatozoides.

No primeiro caso, o paciente pode ser submetido ao tratamento cirúrgico que consiste em fazer uma análise minuciosa das veias acometidas, possibilitando sua correção. Como a varicocele altera a circulação do testículo, podendo alterar a temperatura e nutrição deste órgão, ela também pode impactar na produção de espermatozoides. Portanto, em alguns casos, com a normalização da circulação do testículo, pode ocorrer melhora nos parâmetros do espermograma. Porém, é importante ressaltar que nem todo diagnóstico de varicocele tem indicação de cirurgia, e antes de propor a cirurgia é fundamental analisar os parâmetros reprodutivos do casal, com objetivo de identificar o melhor tratamento.

Já sobre a vasectomia, procedimento em que é feito um corte na bolsa testicular para impedir a passagem do espermatozoide, dois procedimentos podem ser discutidos para tentativa de gestação após a cirurgia. Um deles é a reversão, porém, alguns fatores, como o tempo de cirurgia, idade da parceira, dentre outros, podem sinalizar maior dificuldade de se obter gestação desta forma. Assim, outra possibilidade nestes casos é a obtenção de espermatozoides através da PESA, para posterior uso dos gametas em um tratamento de fertilização in vitro (FIV). Este último procedimento, quando bem indicado, pode ter chances de sucesso maiores em comparação à reversão.

Percebeu como hoje o sonho da paternidade pode se tornar possível até mesmo para homens que sofrem com azoospermia? Tudo isso graças aos modernos procedimentos para obter espermatozoides, descobertos pela área de reprodução humana assistida.

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Medicamentos para a indução

A indução da ovulação é um procedimento fundamental da fertilização in vitro (FIV) e outros tipos de tratamentos de reprodução humana como o namoro programado, a inseminação artificial e o congelamento de óvulos.

Resumidamente, a técnica utiliza medicamentos específicos para estimular o crescimento folicular e, consequentemente, aumentar a produção de óvulos. Como a cada ciclo menstrual natural a mulher geralmente produz apenas um óvulo maduro, salvo raras exceções, é necessária a indução para que os tratamentos de reprodução assistida sejam mais efetivos.

Quer entender melhor o que é a indução da ovulação, como ela é realizada e se há riscos? Continue a leitura e confira.

Como a indução da ovulação funciona

Antes de tudo, é preciso entender que a indução da ovulação deve ser feita com orientação médica, de maneira controlada e com acompanhamento de todo o processo por meio de uma série de ultrassonografias.

Do primeiro ao terceiro dia do ciclo menstrual, é realizada uma ultrassonografia transvaginal para avaliar os ovários e a reserva ovariana. Caso não seja identificado nenhum problema, o tratamento é iniciado.

A etapa seguinte é administrar as medicações indutoras da ovulação, que vão agir de maneira direta ou indireta nos folículos (estruturas ovarianas que abrigam os óvulos) para que se desenvolvam corretamente.

Em um ciclo menstrual sem o uso de medicamentos, muitos folículos começam seu desenvolvimento, porém apenas um cresce até amadurecer e se romper para liberar o óvulo. A indução da ovulação estimulará o desenvolvimento de mais folículos, dependendo do tipo de tratamento para a infertilidade pelo qual a paciente está passando.

Tipos de indução da ovulação

Há dois tipos de estímulo ovariano: para baixa e para alta complexidade:

  • Indução da ovulação para namoro programado e inseminação (baixa complexidade): para estes casos, a técnica objetiva o desenvolvimento de um a três folículos por ciclo.
  • Indução para congelamento de óvulos e embriões e FIV (alta complexidade): nestes casos, o objetivo é conseguir a maior quantidade possível de folículos, o que dependerá da idade e reserva ovariana da mulher.

Indução da ovulação na prática

Definido o tratamento e a quantidade de folículos desejados, inicia-se o uso dos medicamentos. Durante a indução, a mulher passa a realizar ultrassons frequentemente, em dias variados e individualizados do estímulo, para averiguar o crescimento dos folículos.

Quando os folículos atingem certo tamanho, na FIV, é necessário iniciar uma medicação para impedir que a ovulação ocorra espontaneamente.

Já no momento em que pelo menos um folículo atinge 18 mm, será preciso administrar outro tipo de medicação, que causará o amadurecimento final dos óvulos e a ovulação dentro de 36 horas.

Nesta fase, é indicado a relação sexual ou o preparo do sêmen para os casos de namoro programado e inseminação artificial, respectivamente. Já na FIV, será necessário realizar a coleta, feita por meio da aspiração folicular, para captar os óvulos que serão fertilizados em laboratório.

Medicação utilizada

Há medicações por via oral e por via subcutânea, porém o tipo de medicação e a posologia estão relacionados a diversos fatores e características da mulher como idade, reserva ovariana, níveis hormonais, se é para técnicas de baixa ou alta complexidade, entre outros.

Riscos da indução da ovulação

Há dois principais riscos relacionados à indução da ovulação: gestação múltipla e a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO).

  1. Gestação Múltipla

Como há a produção de mais folículos, existe a possibilidade de gestação múltipla não apenas de gêmeos, mas também de tri e quadrigêmeos.

Gestações múltiplas acarretam mais riscos como parto prematuro, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, crescimento reduzido do feto, entre outros.

Por isso, em casos de namoro programado ou inseminação artificial, o médico não costuma autorizar o casal a seguir em frente com o tratamento caso seja constatado um número de folículos igual ou superior a 4.

Na FIV, o Conselho Federal de Medicina (CFM), regulamenta o número máximo de embriões que podem ser transferidos para o útero da paciente. Mulheres com 35 anos ou menos podem receber até 2 embriões; mulheres com 36 a 39 anos, 3 embriões; e mulheres com mais de 40 anos, até 4 embriões.

  1. Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO)

Resumidamente, a SHO é quando o organismo feminino permanece hiperestimulado, mesmo sem a ação dos medicamentos. Ela pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave.

Porém, é preciso ressaltar que este tipo de complicação é rara e, quando surge, costuma ocorrer de forma leve e é passível de controle e tratamento.

Conseguiu entender mais sobre a indução da ovulação? Ficou com alguma dúvida? É só deixar sua pergunta nos comentários que iremos responder em breve.

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