O que é o teste ERA e qual a sua importância na FIV?

O que é o teste ERA e qual a sua importância na FIV?

O que é o teste ERA e qual a sua importância na FIV?

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Quem recorre ao processo de uma fertilização in vitro (FIV) sabe que todos os esforços para se obterem os melhores resultados possíveis são sempre bem-vindos. Embora as técnicas de reprodução assistida venham avançando muito nos últimos tempos, muito ainda precisa ser descoberto e estudado no fenômeno da implantação embrionária. Um tópico importante neste assunto é conhecer o momento ideal para transferir o embrião para o útero, o que vem sendo estudado através do teste ERA.

O Endometrial Receptivity Analysis (ERA) é um teste de receptividade endometrial, que avalia o estado do endométrio de cada paciente e identifica o melhor momento para realizar a transferência do embrião para o útero.

Desenvolvido e patenteado pela Igenomix, o ERA tem o objetivo de tentar personalizar a janela de implantação, ou seja, compreender de cada paciente qual o período ideal para realizar a transferência. Considerando-se que o endométrio pode estar relacionado a 20-30% das causas de falha de implantação, o exame pode auxiliar em alguns casos, como entenderemos melhor a seguir.

Receptividade endometrial

Antes de continuarmos falando sobre o teste ERA, como é feito e para quem pode ser indicado, é importante entendermos como funciona o endométrio e o que é a receptividade endometrial.

Tecido que reveste o útero, o endométrio se espessa ao longo do ciclo menstrual para receber o embrião. Com as mudanças hormonais que ocorrem ao longo do ciclo menstrual, o endométrio se modifica e ganha novas características, para tornar-se receptivo ao futuro embrião, caso este chegue. Caso o óvulo não seja fertilizado ou o embrião formado não se implantar, esse revestimento uterino será expelido pela menstruação, e todo o processo se reiniciará.

A receptividade endometrial é o fenômeno do endométrio estar preparado para permitir a implantação do embrião. Essa fase ocorre em um fragmento de tempo limitado chamado de “janela de implantação”.

É importante saber que essa janela pode ser diferente para cada mulher. Em algumas, o embrião se fixa no útero entre os dias 19 e 21 do ciclo, mas para outras mulheres isso pode ocorrer antes ou depois deste período, a depender do comportamento do crescimento dos folículos e ovulação, dentre outros fatores. Segundo o embasamento do ERA, algumas mulheres podem ter o período da janela de implantação deslocado, para mais ou menos dias. Por isso, descobrir o melhor momento para transferir o embrião de acordo com a receptividade endometrial de cada paciente poderia ajudar a personalizar o tratamento na tentativa de se obter chances maiores de sucesso.

Teste ERA

O teste ERA baseia a receptividade endometrial em vários fatores, que incluem a análise de 248 genes deste tecido, o que ajudará a determinar se o endométrio apresentava sinais de estar receptivo ou não receptivo.

Para avaliar a receptividade, é feita uma biópsia do endométrio, a fim de encaminhar este material para a análise da expressão dos genes. Um sistema computadorizado analisará os genes do tecido e classificará o endométrio como “Receptivo” ou “Não Receptivo”.

  • Receptivo: a janela de implantação está localizada no dia em que a amostra foi coletada. A recomendação então é proceder com a transferência de embriões nas mesmas condições em que a biópsia foi realizada.
  • Não Receptivo: neste caso, como a janela de implantação está deslocada do dia em que a amostra foi coletada, o teste indica como corrigir e encontrar a data ideal para a transferência do embrião.

Segundo a Igenomix, existe um risco de 5% de resultados não informativos, ou seja, quando a biópsia falha em obter qualidade ou quantidade de tecido para análise. Nestes casos, será necessária uma nova biópsia.

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Como o teste é realizado

O teste ERA deve ser realizado após preparo do endométrio, que deve idealmente ser o mesmo preparo planejado para o momento da transferência. Desta forma, pode ser realizado com ou sem o uso de medicamentos hormonais para o preparo do endométrio:

Com medicamentos

Considerado mais prático e fácil, pois permite maior controle do preparo. A partir do 2º ou 3º dia do ciclo menstrual a paciente inicia o uso do hormônio estradiol. Após alguns dias de uso da medicação, é realizado um ultrassom transvaginal e se a espessura e característica endometrial estiverem adequadas, deve-se iniciar também o uso da progesterona.

A biópsia do endométrio será realizada depois de cinco dias de uso da progesterona. O procedimento é rápido e feito no consultório, sem necessidade de internação. O fragmento do endométrio é enviado para análise e o resultado leva de três a quatro semanas para ficar pronto.

Sem medicamentos

É feito em um ciclo menstrual com ovulação espontânea. A paciente deve realizar testes de urina ou de sangue para detectar o pico de LH, hormônio responsável pela ovulação. No momento que houver a detecção do pico deste hormônio, será calculado o melhor período para realizar a biópsia. Os demais procedimentos ocorrerão da mesma forma citada acima.

Indicações do teste ERA

Para saber se o teste ERA é uma opção para o seu caso, é importante conversar com seu médico e levar em consideração seu diagnóstico, histórico de tratamentos anteriores, dentre outros fatores. Alguns casos podem ser elegíveis para a realização do teste, como por exemplo:

-Pacientes que tiveram duas ou mais transferências de embriões sem sucesso, ou seja, diagnóstico de falha de implantação;

-Pacientes com suspeita de alterações endometriais ou já com diagnóstico de endométrio fino;

-Pacientes que apresentaram falha de implantação com embriões de alta qualidade.

É importante ressaltar que não se pode generalizar as indicações acima, e que antes da definição de realizar ou não esta ou outras investigações é fundamental considerar os fatores relacionados a custo-benefício, vantagens, desvantagens e evidências científicas para sua realização. Portanto, somente após a avaliação individualizada de cada caso poderá ser definida a indicação de realização deste exame.

E então, o achou sobre o teste ERA? Já tinha ouvido falar? Caso tenha ficado com dúvidas e queira entender mais sobre este ou outros exames, entre em contato com o CEFERP e agende sua consulta.

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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