Saiba o que é a janela de implantação e sua importância para a FIV

Saiba o que é a janela de implantação e sua importância para a FIV

Saiba o que é a janela de implantação e sua importância para a FIV

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Garantir o sucesso de uma gravidez necessita do cumprimento adequado de várias etapas. Uma das etapas mais importantes é a implantação do embrião no endométrio, processo que depende da chamada janela de implantação. Trata-se de um conceito muito importante, principalmente nos casos de Fertilização in vitro (FIV).

Conhecendo a janela de implantação, é possível programar a transferência do embrião para o melhor momento do endométrio, como explicaremos ao longo deste post. Quer aprender tudo sobre o assunto? Então continue a leitura!

Descubra o que é a janela de implantação

A janela de implantação é definida como o período mais propício para que o embrião consiga se fixar na camada interna do útero, conhecida como endométrio. Ou seja, é o momento no qual o endométrio encontra-se receptivo à implantação embrionária.

O endométrio é preparado ao longo de todo o ciclo menstrual, de acordo com o crescimento dos folículos e produção hormonal dos ovários, deixando tudo propício para que, após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, o embrião encontre um bom ambiente para se fixar. Esse processo de preparo endometrial e implantação ocorre em todas as gestações e no caso de um tratamento de Fertilização in vitro (FIV) é fundamental saber avaliar o endométrio para também identificar o melhor momento para a transferência embrionária.

Para entendermos melhor como se dá a avaliação do endométrio, a importância dessa estrutura e como conhecer a janela de implantação, vamos primeiramente compreender a relação do endométrio com a fertilidade e o preparo para o momento da transferência.

Qual a relação do endométrio com a fertilidade?

Sendo um tecido que reveste o interior do útero, o endométrio acolhe e nutre o embrião ao longo da gravidez, ou seja, é ele quem oferece as condições favoráveis para o pleno desenvolvimento embrionário até que se forme a placenta.

Por isso, é importantíssimo ter uma avaliação adequada do endométrio para aumentar as chances de gravidez. Essa avaliação deve, inclusive, contemplar o rastreamento de outras doenças que possam comprometer a cavidade uterina e consequentemente a implantação, como miomas, pólipos, cicatrizes e outras malformações uterinas.

Em um tratamento de FIV, após a formação do embrião, é necessário também avaliar as condições do endométrio para que seja possível a programação da transferência embrionária. Essa avaliação inclui a visualização da característica e da espessura endometrial durante o preparo, e após atingir o estágio desejado, será programada a transferência embrionária para o momento calculado como a janela de implantação para o embrião.

Neste período, é quando teoricamente espera-se que o endométrio esteja “aberto” à implantação. Pode ser comparado a uma abertura para novas possibilidades. Nesse caso, a possibilidade de uma nova vida!

Como deve ser o preparo do endométrio?

Para o endométrio ser considerado preparado para a transferência, ele precisa oferecer algumas condições ideais.

Em gestações espontâneas, esse preparo do endométrio é realizado pelas próprias mudanças orgânicas ocasionadas ao longo do ciclo menstrual. Para a transferência de embriões pós FIV, é possível que o preparo endometrial ocorra de duas formas:

  • em ciclo natural: dessa forma, os próprios hormônios do ciclo menstrual são responsáveis pelo preparo do endométrio;
  • em ciclo artificial: nesse caso, são administrados hormônios para “substituir” a função dos ovários e simular o que ocorre ao longo do ciclo. Esse último costuma ser mais utilizado por permitir maior flexibilidade e controle do preparo endometrial.

Importante mencionarmos que os preparos acima se referem à transferência de embriões congelados, já que em ciclos de transferência a fresco, o próprio processo de estimulação dos ovários para a coleta se encarrega de também preparar o endométrio para a transferência.

Durante o preparo endometrial, o hormônio mais importante inicialmente é o estrogênio, responsável pelo espessamento do endométrio. Nesse período, o endométrio passa pela fase proliferativa. Após atingir a espessura adequada ou após a ovulação, a ação principal desejada é da progesterona, hormônio responsável pela transformação do endométrio para a fase secretora, passando por mudanças que determinam a receptividade do mesmo. Entre essas mudanças, podemos citar o alongamento das glândulas e o aumento do fluxo sanguíneo, aspectos essenciais para a nutrição do embrião.

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Portanto, é esse preparo e principalmente o tempo de exposição à ação da progesterona no endométrio que determina a janela de implantação. A partir da identificação de um endométrio adequado e da consideração do período necessário de exposição à progesterona é que será definido o melhor momento para a transferência embrionária.

Entendendo esse conceito, podemos também compreender o porquê de a janela de implantação não ser um período fixo para todas as mulheres, já que depende de como são os ciclos menstruais, o tipo de preparo endometrial utilizado, entre outros fatores.

Mesmo em um ciclo de FIV em que hajam bons embriões e um bom preparo endometrial, infelizmente podemos nos deparar com o cenário da falha de implantação. Não há consenso para essa definição na literatura, e alguns autores consideram como falha de implantação quando não obtemos sucesso após duas transferências embrionárias com embriões de boa qualidade.

Nesse caso, uma das hipóteses aventadas é o deslocamento da janela de implantação. Ou seja, segundo essa hipótese, aproximadamente 20% das mulheres podem precisar de um período maior ou menor de preparo endometrial e ação da progesterona no endométrio, para que ele seja receptivo. No intuito de tentar avaliar a janela de implantação de forma mais individualizada, surgiu o teste ERA (Endometrial Receptivity Array).

O que é o teste ERA?

O exame conhecido como ERA (Endometrial Receptivity Array) ou teste de receptividade endometrial é feito para tentar identificar a janela de implantação de forma personalizada, encontrando o momento ideal para transferência embrionária em um endométrio receptivo.

O teste é realizado através de uma amostra endometrial obtida por biópsia. No material obtido, é feita uma análise, em laboratório específico, de 238 genes para se definir se o endométrio encontra-se ou não receptivo.

Geralmente, para ser realizado esse exame, é necessário que seja feito um preparo endometrial (em ciclo natural ou com uso de medicações) e que a biópsia seja programada para um período exato de tempo após o início da ação da progesterona. O procedimento de biópsia é simples, geralmente realizado através de exame ginecológico, sem necessidade de sedação.

Ao se obter o resultado do exame, ele informará se o endométrio no momento da biópsia apresentava sinais sugestivos de estar receptivo ou não receptivo, para que se possa adequar a janela de implantação conforme o resultado do exame.

Quando é necessário o ERA?

O teste ERA não deve ser interpretado como obrigatório para todas as mulheres e sua indicação deve ser avaliada sempre de forma individualizada, pesando-se vantagens e desvantagens na conversa com o especialista em reprodução humana.

Alguns fatores podem ser considerados ao se avaliar a possibilidade da realização do ERA. Entre eles, podemos citar os casos de falha de implantação, ou seja, que já tiveram algumas tentativas de fertilização in vitro sem sucesso, mesmo com embriões de boa qualidade.

É importante frisar que o teste ERA só pode ser realizado por especialistas e que sua aplicação se dá para os tratamentos de FIV, já que é nesses casos que teremos a programação de transferência embrionária.

Procure uma clínica especializada

Como você pôde perceber, o preparo do endométrio e a identificação da janela de implantação necessita do conhecimento de vários fatores envolvidos, que somente uma equipe especializada em reprodução humana poderá avaliar de forma mais precisa.

Assim, busque uma clínica que tenha credibilidade no mercado, laboratórios modernos e comprovação na eficácia dos tratamentos. Acima de tudo, busque um local onde você se sinta segura e livre para esclarecer suas dúvidas e receios com tranquilidade. Dessa forma, certamente a jornada em busca do bebê será mais leve e proveitosa!

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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