Tipos de espermatozoides e fertilidade masculina: entenda a relação!

Tipos de espermatozoides e fertilidade masculina: entenda a relação!

Tipos de espermatozoides e fertilidade masculina: entenda a relação!

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fertilidade do homem está diretamente relacionada à qualidade e à quantidade de seus espermatozoides e pode ser o motivo pelo qual o casal não consegue engravidar naturalmente.

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Assim, estudar os espermatozoides produzidos pelo parceiro e ter certeza de que eles são saudáveis é uma etapa essencial do tratamento de infertilidade e do planejamento das técnicas de reprodução assistida.

Quer entender mais sobre os diferentes tipos de espermatozoide e como eles se relacionam com a fertilidade masculina? Está tudo explicado neste post, confira!

Quais são as principais causas da infertilidade masculina?

A maioria dos problemas de fertilidade masculina estão associados à ausência ou baixa produção de espermatozoides no sêmen. As causas desse processo costumam ser:

  • azoospermia;
  • varicocele;
  • doenças genéticas ou cromossômicas;
  • endocrinopatias;
  • realização de vasectomia prévia.

Como os espermatozoides são formados?

Durante a vida uterina, as células germinativas primordiais nos testículos se multiplicam e geram um estoque de inúmeras células idênticas chamadas de espermatogônias e posteriormente espermatócitos I.

Com a chegada da puberdade, a formação dos espermatozoides realmente tem início. O espermatócito I se multiplica e se divide em quatro células com metade da carga genética, chamadas de espermátides.

Como as cópias do DNA masculino são divididos entre as espermátides, formam-se duas células com cromossomo X — que darão origem a bebês do sexo feminino — e duas células com cromossomo Y — que darão origem a bebês do sexo masculino.

As espermátides passam, então, por um processo de diferenciação que fazem com que elas ganhem o formato do espermatozoide. Uma vez formados, os espermatozoides são transportados para o epidídimo, onde ganham a capacidade de se locomover e ficam armazenados até o momento da ejaculação. Todo esse processo dura cerca de 70 dias.

Diferentemente do organismo feminino, o organismo masculino não é controlado por um ciclo hormonal e isso faz com que a produção de espermatozoides seja um processo contínuo e células em diferentes estágios de diferenciação coexistam dentro dos testículos. Como existem bilhões de espermatogônias, a cada dia cerca de 100-200 milhões de espermatozoides são produzidos.

Quais os diferentes tipos de espermatozoide?

Devido à produção em massa de espermatozoides, nem todos esses nadadores têm formato ou mobilidade adequados. Na verdade, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) só 4% dos espermatozoides precisam ter um formato perfeito para que um ejaculado seja considerado normal.

Isso faz com que existam diversos tipos de espermatozoides:

Normal

O espermatozoide normal tem a cabeça levemente ovalada, única, lisa e sem espaços vazios no citoplasma (gotas citoplasmáticas ou vacúolos). A cauda é longa única e desenrolada. Entre a cabeça e a cauda existe uma peça intermediária alinhada ao eixo da cabeça, sem expansões laterais e com mitocôndrias e outras estruturas necessárias ao metabolismo celular.

Dentro da cabeça está contido o núcleo com todo o material genético e o acrossoma, onde ficam as enzimas que permitem a fecundação do óvulo.

Cabeça grande

O tamanho e o peso da cabeça fazem com que o espermatozoide não tenha energia suficiente para atravessar o colo do útero e alcançar o óvulo.

Cabeça pequena

A cabeça muito pequena faz com que o espermatozoide seja desproporcional e o movimento da cauda o propulsione além do necessário, tornando seus movimentos desorientados. Também é possível que o pequeno tamanho da cabeça represente uma carga genética reduzida ou a ausência de acrossoma, o que impede uma fecundação bem-sucedida.

Cabeça dupla

Espermatozoides com duas cabeças e um único flagelo. São incapazes de se locomoverem e acabam atrapalhando a passagem dos espermatozoides normais.

Cauda bífida

Espermatozoide com uma cabeça e dois flagelos que se movimentam sem sincronia e com um alto gasto energético. Como eles realizam um esforço excessivo, os espermatozoides com cauda bífida acabam morrendo antes dos outros.

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Cauda curta

Apesar de se movimentarem, os espermatozoides com cauda curta são muito lentos e acabam ficando para trás na corrida até o óvulo. Costumam morrer durante o caminho devido à falta de energia.

Acrossoma defeituoso

Como o acrossoma é essencial para o processo de fecundação, qualquer alteração nessa estrutura pode impedir a gravidez. Em alguns espermatozoides, o acrossoma não tem enzimas eficazes ou suficientes para a penetração no óvulo enquanto em outros, simplesmente não existe acrossoma.

Grande número de vacúolos

Normalmente, os vacúolos são visíveis apenas na microscopia de alta magnificação e são considerados pequenos defeitos estruturais dos espermatozoides. Células que apresentam múltiplos vacúolos ou vacúolos muito grandes não são bem-sucedidas na fecundação.

Além dessas alterações é possível que o espermatozoide apresente também as seguintes alterações:

  • Cabeça fusiforme, piriforme, redonda ou amorfa;
  • Peça intermediária larga, fina, torta ou com gota intracitoplasmática;
  • Cauda enrolada ou ausente.

Todas essas alterações atrapalham a movimentação ou a capacidade de fecundação do espermatozoide.

Por que esses defeitos ocorrem?

A produção de espermatozoides é muito sensível a uma série de fatores, como:

  • Nutrição;
  • Lesões testiculares;
  • Doenças sistêmicas;
  • Calor;
  • Substâncias tóxicas;
  • Alterações hormonais;
  • Hábitos de vida.

Assim, qualquer processo que faça com o que organismo masculino saia do seu equilíbrio de perfeição pode alterar a formação do espermatozoide. Por isso, é normal que o sêmen contenha uma certa porcentagem de células defeituosas.

Como descobrir alterações nos espermatozoides?

Todas as alterações dos espermatozoides podem ser avaliadas por meio do espermograma. Esse exame é realizado com a análise do sêmen ejaculado quanto ao volume, acidez e infecções e com a avaliação dos espermatozoides no microscópio quanto ao formato, quantidade, concentração, vitalidade e mobilidade dos espermatozoides.

As alterações mais frequentes são:

Astenozoospermia

Espermatozoides com baixa motilidade. É a alteração mais comum e está associada a tabagismo, varicocele, estresse, efeitos colaterais de medicamentos e alcoolismo.

Azoospermia

Ausência de espermatozoides no líquido ejaculado. Pode ocorrer por insuficiência testicular ou por obstrução dos canais que levam os espermatozoides à uretra.

Oligospermia

Baixa quantidade de espermatozoides no sêmen. Pode ocorrer por alterações hormonais, fatores ambientais, varicocele, doenças sexualmente transmissíveis e hábitos inadequados.

Necrospermia

Redução no número de espermatozoides vivos no sêmen.

Teratospermia

Aumento no número de espermatozoides com malformações, geralmente associado à inflamações, drogas, alterações congênitas ou varicocele.

Veja os tipos apresentados no vídeo:

Como selecionar o melhor espermatozoide para a fertilização in vitro?

Quando a porcentagem de espermatozoides saudáveis é muito baixa, a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro (FIV) convencional não geram bons resultados e é necessário realizar um tratamento de FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

Nessa técnica, o sêmen é coletado, processado e colocado sob o microscópio. O embriologista consegue selecionar um espermatozoide aparentemente saudável e inseri-lo diretamente dentro do citoplasma do óvulo com o auxílio de uma agulha. Dessa forma, a fecundação se dá de forma controlada e o embrião tem uma chance maior de ser saudável e se implantar no útero materno, com taxas de sucesso de 30-45%.

Contudo, atualmente já existe a técnica SUPER-ICSI, também conhecida como ICSI de alta magnificação ou IMSI. Na ICSI convencional, a microscopia tem um aumento de apenas 400 vezes enquanto na SUPER-ICSI esse aumento é superior a 6.300 vezes.

Isso permite uma análise muito mais detalhada do espermatozoide, incluindo a visualização de vacúolos, e gera uma seleção criteriosa de células perfeitas para a fecundação.

Essa seleção pode estar relacionada à maiores taxas de gestação (podendo chegar a 60%, dependendo de outros fatores como a idade da mulher), menores taxas de aborto e menor risco de transmissão de doenças genéticas para o embrião, o que  poderia aumentar a chance do processo de FIV ser bem-sucedido e gerar uma criança saudável.

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Mariana Assad

Bióloga Gerente de Controle de Qualidade do CEFERP
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Comentários (6)

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    Juliano

    |

    Ótimo artigo parabéns

    Reply

    • mm

      CEFERP

      |

      Oi Juliano,

      Obrigado pelo comentário, estamos sempre em busca de produzir um conteúdo interessante para quem busca informação sobre fertilidade e reprodução humana.]

      Atenciosamente,

      Equipe CEFERP

      Reply

  • Avatar

    hayza

    |

    Ola, existe um nome especifico de exame que o Homem deve realizar para saber quantos ou quais espermatozoides ele possui carregando dentro dele o sexo masculino e feminino??

    Reply

    • Avatar

      Atendimento CEFERP

      |

      Olá Hayza,
      Obrigado pelo seu comentário!
      Infelizmente não é possível saber qual espermatozoide é feminino ou masculino.

      Atenciosamente.
      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

      Reply

  • Avatar

    Murilo Feitoza

    |

    Alguns medicamentos como ansiolíticos, podem provocar azoospermia?

    Reply

    • Avatar

      Atendimento CEFERP

      |

      Olá Murilo,
      Obrigado pelo seu comentário!
      Geralmente não, mas tudo vai depender da avaliação médica. Seria necessário consultar um especialista, para maiores orientações.

      Atenciosamente.
      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

      Reply

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