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Blastocisto

Para que o início da gravidez aconteça, o espermatozoide encontra o óvulo, e assim ocorre a fecundação. Em seguida, o óvulo fertilizado, que agora recebe o nome de zigoto, continua seu desenvolvimento e torna-se um embrião. Ao longo de seu desenvolvimento, o embrião passa por diferentes estágios até se tornar o bebê que toda mamãe sonha segurar no colo.

Um dos estágios, que acontece por volta do quinto dia de desenvolvimento embrionário, é chamado de blastocisto. Esse desenvolvimento acontece tanto na gravidez natural quanto nos tratamentos de reprodução humana.

Além de ser um dos momentos mais fascinantes da reprodução humana, os estágios de desenvolvimento embrionário são muito discutidos e constantemente estudados. Quer entender mais sobre este assunto e por que ele é tão comentado pelas tentantes? Leia o artigo completo para entender o que é blastocisto e sua importância na FIV.

Estágios de desenvolvimento do embrião

No momento em que o óvulo e o espermatozoide se encontram, havendo interação adequada entre estes gametas, inicia-se a fecundação e assim surge o embrião, tanto no útero da mamãe quanto no laboratório de reprodução humana.

O desenvolvimento embrionário em laboratório é contado e nomeado em dias (mas até mesmo algumas horas fazem muita diferença na avaliação embrionária). Na nomenclatura, geralmente utilizamos a letra D (abreviação para dia) + o número de dias de desenvolvimento (exemplo: D3 é um embrião no terceiro dia do desenvolvimento). Tudo se inicia no D0 e pode ir até o D7 (em alguns casos). Mas, enfim, o que são essas etapas e quais suas principais características? Entenda melhor sobre elas abaixo!

– D0: dia do encontro entre óvulo e espermatozoide; no caso da FIV, é o dia em que é feita a coleta de óvulos e de espermatozoides, já que este encontro ocorre algumas horas após a coleta de óvulos. Importante lembrar que em alguns casos, os espermatozoides podem ter sido congelados previamente (como quando é utilizado sêmen de doador, ou casos em que tenha sido necessário congelamento seminal seriado, por exemplo). Nestes cenários, os espermatozoides são descongelados no mesmo dia para se encontrarem com os óvulos;

– D1: é o dia de checar se houve a fertilização do óvulo, ou seja, se realmente houve interação entre os gametas. Isto é possível graças à observação de algumas estruturas, como os pronúcleos e os corpúsculos polares;

– D2: iniciam as divisões celulares (clivagem) e o embrião pode ter em torno de 4 células;

– D3: neste estágio, o embrião tem cerca de 8 células, chamadas de blastômeros. Estas células são iguais, ou seja, indiferenciadas até este momento do desenvolvimento. Os estágios de clivagem (D2 ou D3) são uma das opções para transferência ou congelamento dos embriões;

– D4: geralmente neste momento forma-se a mórula, conforme o embrião aumenta ainda mais seu número de células;

– D5 – D7: momento no qual o embrião chega ao estágio de blastocisto, sendo caracterizado pela presença de uma cavidade em seu interior (a blastocele) e diferenciação entre as células da massa celular externa e massa celular interna.

Portanto, como vimos acima, o blastocisto é um estágio do desenvolvimento, que pode ser atingido do quinto até o sétimo dia de desenvolvimento do embrião. Desta forma, não necessariamente pelo fato de o embrião estar no quinto dia de cultivo haverá formação do blastocisto, podendo ser necessário aguardar um pouco mais para esta evolução completa.

Para ajudar a entender cada um dos estágios de desenvolvimento do embrião, baixe o nosso infográfico, que tem cada uma das etapas ilustradas.

Ainda não existe tecnologia laboratorial que permita o desenvolvimento embrionário após o estágio de blastocisto fora do útero. Então, embriões gerados por meio da fertilização in vitro (FIV), quando atingem este estágio, devem ser transferidos para o útero da futura mamãe ou criopreservados.

Particularidades do blastocisto na FIV

Agora que entendemos melhor o desenvolvimento embrionário no laboratório, podemos abordar alguns pontos específicos relacionados ao blastocisto e seu papel na FIV.

Antes de entrar nestes aspectos, vamos entender de forma resumida um passo a passo sobre a Fertilização in Vitro.

Como é feita a Fertilização in Vitro (FIV)?

A Fertilização in Vitro é um tratamento de reprodução humana no qual são coletados os óvulos da mulher e fertilizados com o espermatozoide dentro do laboratório, por isso o termo in vitro.

As principais etapas deste tratamento são:

  • Estimulação Ovariana Controlada: durante essa etapa a mulher toma medicações que estimulam o crescimento dos folículos (estruturas que armazenam os óvulos), para prepará-los para a captação dos óvulos.
  • Captação dos óvulos: nesta etapa a futura mamãe passa pela coleta dos óocitos, procedimento realizado no centro cirúrgico com sedação leve, sob supervisão de um médico anestesista. A coleta é feita por ultrassonografia transvaginal, com uma agulha fina acoplada a um guia. O procedimento é rápido e a presença do anestesista durante sua realização garante conforto e segurança.
  • Coleta dos espermatozoides: pode acontecer no mesmo dia da captação dos óvulos ou eles podem já estar congelados no laboratório (amostras de sêmen de doador, por exemplo, ou parceiros que tenham realizado procedimentos cirúrgicos para obtenção de espermatozoides previamente).
  • Fertilização in vitro: etapa em que ocorre o encontro propriamente dito dos gametas, óvulos e espermatozoides; no CEFERP, este encontro ocorre através da Super ICSI (injeção intracitoplasmática do espermatozoide, através de microscópio de alta magnificação) e as etapas de desenvolvimento que conhecemos anteriormente se iniciam, sendo este o D0.
  • Transferência embrionária: procedimento para levar os embriões ao útero da mulher. Geralmente, esta etapa é tranquila e indolor, sem necessidade de sedação. É feita através de exame ginecológico e os embriões são depositados gentilmente na cavidade uterina por um cateter flexível, guiado por ultrassonografia abdominal. Caso não seja possível a transferência a fresco (logo após a formação dos embriões), eles são congelados e aguardarão por tempo indeterminado o momento oportuno para transferência.

Alguns cenários podem requerer que os embriões atinjam o estágio de blastocisto e sejam congelados, para transferência apenas em ciclo seguinte. O mais importante destes cenários é quando há a necessidade de biópsia embrionária para estudo genético.

Análise genética do embrião

Para realizar a análise genética, afim de avaliar possíveis alterações genéticas ou gênicas (em genes específicos), é necessário que o embrião atinja o estágio de blastocisto.

Neste estágio o embrião possui diferenciação entre as estruturas que irão gerar a placenta e anexos (massa celular externa) e as que irão gerar o bebê (massa celular interna).

Assim, é possível que a biópsia seja realizada com mais segurança, já que as células são retiradas da massa celular externa, também conhecida como trofoectoderma.

Outro ponto importante é que neste estágio o embrião já tem mais de 100 células. Portanto, é possível obter uma amostragem melhor de células para análise, fazendo com que o resultado seja mais confiável. Entenda mais sobre análise genética neste vídeo, onde nosso Diretor de Laboratórios explica o procedimento.

Diminuição na quantidade de embriões

Outra particularidade em relação ao cultivo de embriões até blastocisto na FIV é a de que se espera que haja menor número de embriões neste estágio. Estima-se que dos embriões em estágio inicial de desenvolvimento, aproximadamente 50-60% poderão chegar a blastocisto.

Porém, é importante ressaltar que essa previsão pode variar devido a múltiplos fatores, como idade da mulher, qualidade morfológica dos embriões, qualidade dos meios e materiais do laboratório, entre outras questões.

Em um primeiro momento, este pode parecer um ponto negativo, mas podemos analisar a diminuição do número de embriões sob outra ótica:

Menos embriões a serem armazenados

De acordo com a última resolução do Conselho Federal de Medicina que rege a Reprodução Humana, os embriões excedentes devem ser criopreservados e não podem ser descartados antes de 3 anos. Portanto, ao realizar um tratamento de FIV, caso o casal não queira manter muitos embriões armazenados, deve-se ter cautela no número de embriões formados.

Desta forma, uma boa estratégia pode ser manter os embriões formados em cultivo até blastocisto, já que se espera uma redução do número total de embriões. Vale ressaltar que os embriões excedentes podem também ser doados para pesquisa ou doados para outro(a) paciente ou casal, respeitando-se algumas condições.

Menor número de transferências

O caminho percorrido em um tratamento de reprodução humana passa por perdas naturais ao longo das etapas envolvidas, o que chamamos de funil da fertilidade. Desde as etapas iniciais, como a contagem de folículos antrais e início da estimulação dos ovários, até o nascimento de bebês, é esperado que haja uma redução gradual, decorrente de limitações reprodutivas próprias de nossa espécie humana.
Funil da Fertilidade

Portanto, este fenômeno também ocorre quando os embriões são mantidos em cultivo até blastocisto, e inclusive é a etapa onde esperamos um dos maiores “estreitamentos” deste funil.

Teoricamente, isto permite maior seletividade dos embriões a serem transferidos. Portanto, havendo menos embriões, consequentemente há menor número de transferências embrionárias. Desta forma, pode ser possível diminuir a dor do negativo, pois não realizamos a transferência de embriões que não chegariam no estágio de blastocisto e possivelmente levariam a um teste de gravidez negativo.

Entretanto, manter embriões em cultivo até este estágio pode também aumentar o risco de cancelamento da transferência, caso nenhum embrião evolua. Em alguns cenários em que é necessário otimizar o desenvolvimento do embrião, é optado por transferi-lo em D2 ou D3, pois por melhores que sejam as condições laboratoriais, o útero tende a ser o melhor ambiente para o desenvolvimento embrionário.

Então é melhor transferir blastocisto?

Depende!

O estágio de desenvolvimento em que o embrião será transferido ao útero é uma decisão muito importante, que deve ser tomada em conjunto entre o casal e a equipe de especialistas (médicos e embriologistas).

Cada estratégia traz vantagens e desvantagens, assim como cada pessoa e casal são únicos em suas histórias e anseios. Portanto, nós do CEFERP consideramos que nunca podemos generalizar definições tão importantes acerca do tratamento.

Dessa forma, em nossa prática clínica entendemos que existem benefícios para ambas as estratégias, e fizemos um texto só para auxiliar neste entendimento, você pode acessá-lo aqui.

Assim como sua história é única, seu tratamento e inclusive esta decisão também devem ser, para que seja possível um caminho mais transparente e seguro rumo ao nascimento do bebê!

Conseguiu entender o que é o blastocisto? Ficaram claras algumas de suas particularidades no tratamento e na gestação? Saiba mais sobre os tratamentos e taxas de sucesso em nosso ebook.

Foto com 4 espermatozoides no microscópio com aumento de 6.000 vezes

Considerado um exame imprescindível para analisar a fertilidade dos homens, o espermograma consegue avaliar, de uma só vez, a quantidade e a qualidade dos espermatozoides. A morfologia estrita de Kruger é um dos parâmetros que podem ser avaliados no espermograma.

Para te ajudar a entender melhor o que é este exame, preparamos um post com todas as possíveis dúvidas que possam surgir. Confira.

O que é a morfologia de Kruger?

Em qualquer tipo de espermograma, os gametas masculinos são avaliados a partir do sêmen coletado, normalmente via masturbação. O exame é colhido em uma sala específica, que tem ligação direta com o laboratório, evitando o constrangimento que possa surgir nesse momento. Uma vez que a amostra chega ao laboratório ela é analisada seguindo alguns parâmetros, dentre os principais estão:

  • Concentração: verifica a quantidade de espermatozoides produzidos;
  • Motilidade: avalia a capacidade de locomoção dos espermatozoides;
  • Vitalidade: verifica a quantidade de espermatozoides vivos; e
  • Morfologia: avalia o formato dos espermatozoides.

Para a morfologia estrita de Kruger os espermatozoides são coloridos por meio de corantes especiais e avaliados em microscópio óptico com poder de visualização 1000 vezes maior.

Quais alterações nos espermatozoides o espermograma de Kruger consegue avaliar?

Por meio do exame, é possível saber a proporção de espermatozoides com alterações morfológicas como defeitos na cauda, cabeça ou acrossomo (área localizada na cabeça do gameta, que possui enzimas responsáveis pela penetração no óvulo).

Quanto maior a quantidade de espermatozoides com morfologia alterada, maior a chance de infertilidade masculina.

O critério de Kruger estabelece que a quantidade de gametas considerados normais deve ser igual ou superior a 4%, ou seja, de 100 espermatozóides pelo menos 4 devem ser normais.

Um espermatozoide com morfologia alterada consegue fertilizar o óvulo?

Sim. Porém, a morfologia pode indicar uma dificuldade para o casal conseguir engravidar naturalmente.

Quais tratamentos são indicados quando constatada a morfologia espermática alterada?

O médico poderá indicar a ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide), método em que uma agulha fina é usada para colocar o espermatozoide dentro do óvulo. O procedimento é feito com o auxílio de um microscópio, que aumenta a visualização em até 400 vezes.

Ou ainda a SUPER ICSI, método semelhante a uma ICSI convencional, porém com o diferencial do conjunto ótico utilizado, que oferece uma aproximação de mais de 6.300 vezes na seleção do espermatozoide.

O espermograma com morfologia estrita de Kruger é sempre indicado nos tratamentos de FIV?

Apesar de bastante procurado pelos casais, o exame da morfologia estrita de Kruger pode ser substituído pela avaliação da Super Morfologia do espermatozoide, realizada com um sofisticado sistema de alta resolução óptica com aumento superior a 6.300 vezes.

Além de avaliar a morfologia do espermatozoide, este exame permite a visualização de estruturas intracelulares como os vacúolos, que prejudicam o espermatozoide.

Pesquisas mostram que a presença de vacúolos no espermatozoide possui correlação com lesões no DNA, má função mitocondrial e maiores taxas de aneuploidia (mutações cromossômicas) no embrião, o que pode acarretar menores taxas de gestação, maiores taxas de aborto e transmissão de problemas genéticos ao embrião.

Um exame complementar à avaliação da Super Morfologia é o Teste de Fragmentação do DNA Espermático, que torna possível mensurar a extensão do comprometimento do DNA do espermatozoide e auxiliar na indicação do melhor tratamento para cada caso.

O teste, realizado no laboratório de andrologia do CEFERP, é importante porque pesquisas constataram que homens com morfologia espermática alterada apresentam maiores taxas de Fragmentação do DNA Espermático e, portanto, também estão mais sujeitos à infertilidade.

Ficou com alguma dúvida sobre o Espermograma de Kruger ou ainda sobre a Super Morfologia ou o Teste de Fragmentação do DNA Espermático? Deixe aqui nos comentários que responderemos em breve para você. Quer saber mais sobre fertilidade masculina, baixe nosso eBook.

Duas mulheres sentadas abraçadas e de mãos dadas, uma delas está gestante

Você e sua parceira sonham com a maternidade e gostariam de compartilhar esse momento tão significativo na vida de vocês? O método ROPA, também conhecido como fertilização recíproca, pode ser a solução ideal para os casais homoafetivos femininos.

A sigla ROPA vem do inglês “Reception of Oocytes from Partner”, que traduzido para o português significa “Recepção de Óvulos da Parceira”. Resumidamente, o método permite a participação das duas mulheres em todo o processo da gravidez.

Método ROPA

O método ROPA é um procedimento de reprodução assistida que atribui papel ativo às duas mulheres. Uma delas será a doadora de óvulos, ou seja, o bebê terá a carga genética dela, enquanto a outra mulher será a receptora do embrião, portanto a gestante, que dará à luz o bebê.

A indicação do método ocorre em dois casos:

  • Escolha própria: Quando as duas mulheres desejam compartilhar o processo de gravidez e ter um papel ativo e conjunto na criação da vida do filho.
  • Recomendação médica: Se uma das mulheres tem dificuldades reprodutivas como alterações nos ovários, por exemplo, ou risco de transmissão de doenças hereditárias, o médico pode indicar o Método ROPA como opção.

Como é feito o tratamento

O método ROPA é feito por meio da fertilização in vitro e envolve também um doador de sêmen. Confira abaixo como é o passo a passo do tratamento.

  • Exames e seleção do doador de sêmen

O primeiro passo é a solicitação de exames tanto para a paciente que vai estimular os folículos como para a que receberá os embriões. 

Normalmente, a clínica também solicita o acompanhamento psicológico para discutir as implicações legais, emocionais e sociais desse tipo de tratamento.

Depois, é a hora de selecionar o doador de sêmen, por meio do Banco de Sêmen, que pode ser nacional ou internacional. 

  • Estimulação dos ovários da doadora

A mulher que doará os óvulos deve ser submetida a um tratamento de estimulação ovariana, que consiste em medicações hormonais que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos (estrutura que contém os óvulos).

Por meio desse tratamento hormonal, que dura cerca de 15 dias, a mulher conseguirá produzir vários óvulos de uma só vez, ao invés de apenas um, como ocorre naturalmente. 

Após a estimulação, o médico administrará uma dose de outra medicação para induzir a maturação dos óvulos.

 A próxima etapa é a coleta dos óvulos. O procedimento acontece em sala de cirurgia, sob leve sedação.

  • Preparação do útero da gestante

Ao mesmo tempo em que ocorre a estimulação ovariana da doadora, ou logo após a formação dos embriões, a mulher que irá gestar o bebê passa pela preparação do endométrio, para recebê-los. O objetivo deste tratamento é obter uma espessura endometrial correta para maximizar as chances de implantação do embrião.

  • Fertilização dos óvulos

Com os óvulos colhidos, é realizado o descongelamento do esperma do doador para que seja feita a fertilização in vitro. 

Existem algumas técnicas de FIV (fertilização in vitro), a mais utilizada pelo CEFERP é a SUPER ICSI. Nesse tipo de fertilização, ocorre a seleção do espermatozoide com um microscópio que aproxima a imagem mais de 6.300 vezes, depois de selecionado, o espermatozoite é injetado dentro do óvulo, gerando assim os embriões.

  • Transferência dos embriões

Cerca de dois a três dias após a coleta dos óvulos, depois de confirmado o desenvolvimento dos embriões, pode ser realizada a transferência para o útero da mulher que vai gestar a criança, chamada transferência a fresco.  O processo é bastante simples, realizado de forma rápida e indolor, sem a necessidade de sedação. Caso não seja possível realizar a transferência no mesmo ciclo, os embriões congelados serão transferidos, com a mesma taxa de sucesso e nenhum prejuízo aos casais que fizeram dessa forma.

  • Teste de gravidez

Normalmente, o teste de gravidez é feito cerca de 14 dias depois da transferência. Com o positivo, agora é só aguardar para realizar o ultrassom a fim de verificar a gestação clínica e, a partir daí, iniciar os acompanhamentos com o médico obstetra escolhido pelo casal.

Influência epigenética

Antes de mais nada, é importante entender que a epigenética é uma área da biologia que estuda as mudanças no funcionamento do corpo que não são causadas pela sequência do DNA, mas que se perpetuam nas divisões celulares.

Apesar do DNA do embrião ser herdado da doadora dos óvulos e do doador de sêmen, vários estudos científicos demonstraram que a mãe gestante irá determinar de forma única a atividade genética do bebê por meio da influência epigenética.

Isso acontece porque enquanto o embrião se desenvolve no útero, ocorrem também alterações em sua expressão genética, que são determinadas pelo ambiente uterino da mãe gestante. 

O embrião não herdará características da mãe gestante, mas será impactado em outros aspectos tão importantes como, por exemplo, a proteção a determinadas doenças.

Para entender melhor como funciona a epigenética e a sua relação com a recepção de óvulos, confira este artigo publicado em nosso blog. 

Registro civil

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garante que os filhos gerados por meio de técnicas de reprodução assistida possam ser registrados diretamente em um Cartório de Registro Civil, sem precisar de intervenção da Justiça.

Além disso, desde 2018, os campos de “pai” e “mãe” nas certidões foram trocados por apenas “filiação”. Isso tornou mais fácil o processo para os casais homoafetivos, que podem registrar normalmente os filhos.

Agora que você já sabe o que é o Método ROPA e como ele pode ser uma solução para casais homoafetivos femininos, que tal saber mais sobre gravidez homoafetiva? É só fazer o download do nosso eBook gratuito.

Amostras de sangue para PRP

O tratamento da infertilidade, muitas vezes, envolve desafios. Redução da quantidade de óvulos com o avanço da idade, endométrio fino e falha repetida no tratamento são alguns dos cenários que podem tornar a jornada longa e desgastante. Por isso, a ciência trabalha constantemente para desenvolver técnicas que possam melhorar o resultado: o nascimento do bebê!

Mais recentemente, o PRP tem demonstrado resultados iniciais promissores. Quer entender o que é e como funciona essa técnica? Continue lendo, pois o artigo de hoje traz o que você precisa saber sobre esse assunto.

Afinal, o que é o plasma rico em plaquetas?

O plasma rico em plaquetas (PRP) é definido como a parte líquida do sangue (plasma) que contém grande quantidade de plaquetas. As plaquetas são pequenos fragmentos de células produzidas na medula óssea e tem a função de controlar o sangramento (coagulação) por meio da produção de substâncias (fatores de crescimento e citocinas) e da formação de novos tecidos e vasos sanguíneos.

Quando ocorre um ferimento no nosso corpo, as plaquetas, seus fatores de crescimento, citocinas, os glóbulos brancos e outros mecanismos ativam a coagulação para que ocorra a cessação do sangramento e a formação de novos tecidos para restauração ao estágio saudável.

A partir deste “efeito regenerativo” de tecidos e formação de novos vasos sanguíneos (neovascularização), o PRP passou a ser investigado em diferentes áreas da medicina: cirurgia plástica, enxerto de pele, ossos e músculos, odontologia e, mais recentemente, na reprodução humana.

Um estudo realizado na Grécia com mulheres que apresentaram baixa reserva ovariana demonstrou redução dos níveis de FSH (67,3%), aumento do nível do AMH (75,2%) e, até a publicação do estudo, uma gestação espontânea e um nascimento. Esses dados preliminares demonstram que o PRP é uma técnica promissora para mulheres com baixa reserva ovariana, mas que ainda é considerada experimental e necessita ter sua segurança e benefício comprovados.

Em junho deste ano, esses autores publicaram um novo artigo que demonstrou resultados ainda mais promissores — aplicação por meio da punção ovariana por, no mínimo, dois meses (uma aplicação/mês):

  • restauração da menstruação, melhoria do FSH, AMH e contagem de folículos (estruturas dos ovários que contêm os óvulos): 18 de 30 mulheres (60%);
  • resposta ao PRP: 13 de 30 mulheres (43,3%)

Quando estaria indicado o PRP no contexto da reprodução assistida?

Na área da reprodução humana, o PRP tem sido mais estudado em dois cenários:

  1. Rejuvenescimento ovariano: tem como objetivo restaurar a capacidade de a mulher de produzir novos óvulos. Os principais grupos que se beneficiariam da técnica são mulheres com insuficiência ovariana prematura (“menopausa precoce”), mulheres com menopausa que apresentam menos de 50 anos ou mulheres com infertilidade associada a baixa reserva ovariana.
  2. Endométrio fino: quando o endométrio (camada interna do útero) não se desenvolve adequadamente e sua espessura não aumenta o suficiente (menor que 6-7 mm) para receber o embrião, definimos o diagnóstico de endométrio fino. O uso do PRP dentro da cavidade do útero parece aumentar o aporte sanguíneo para o endométrio e, consequentemente, sua espessura. Estudos preliminares realizados na China demonstraram maior taxa de sucesso da FIV, mas essa informação ainda deve ser confirmada em estudos científicos com maior número de pessoas.

Como é realizado o PRP?

A técnica é realizada em duas fases:

  • preparação da amostra de PRP: consiste na coleta de sangue periférico. Que é centrifugado para a separação das células brancas, vermelhas, plasma e das plaquetas. A partir da velocidade e do número de repetições desse processo obtém-se uma quantidade maior ou menor de plaquetas;
  • aplicação do PRP: nos ovários, o uso do PRP pode ser realizado por via cirúrgica ou não cirúrgica (guiada por ultrassonografia, como se fosse a punção para coleta de óvulos na FIV); no endométrio, o PRP é aplicado através de um cateter (semelhante ao cateter da inseminação artificial ou da transferência embrionária) dentro da cavidade uterina. Nesse último caso, o procedimento é realizado a partir do oitavo dia e pode ser repetido durante o preparo do endométrio para a transferência embrionária.

Como ter acesso ao tratamento?

A utilização do PRP na reprodução assistida ainda é considerada experimental porque os estudos são escassos. Por isso o CEFERP não realiza o PRP para rejuvenescimento ovariano, apenas para alguns casos de endométrio fino de acordo com a avaliação médica.

Referências:

Sfakianoudis K, Simopoulou M, Grigoriadis S, Pantou A, Tsioulou P, Maziotis E, Rapani A, Giannelou P, Nitsos N, Kokkali G, Koutsilieris M, Pantos K. Reactivating Ovarian Function through Autologous Platelet-Rich Plasma Intraovarian Infusion: Pilot Data on Premature Ovarian Insufficiency, Perimenopausal, Menopausal, and Poor Responder Women. J Clin Med. 2020 Jun 10;9(6):1809.

Sfakianoudis K, Simopoulou M, Nitsos N, Rapani A, Pantou A, Vaxevanoglou T, Kokkali G, Koutsilieris M, Pantos K. A Case Series on Platelet-Rich Plasma Revolutionary Management of Poor Responder Patients. Gynecol Obstet Invest. 2019;84(1):99-106.

Chang Y, Li J, Wei LN, Pang J, Chen J, Liang X. Autologous platelet-rich plasma infusion improves clinical pregnancy rate in frozen embryo transfer cycles for women with thin endometrium. Medicine (Baltimore). 2019;98(3):e14062.

Kim H, Shin JE, Koo HS, Kwon H, Choi DH, Kim JH. Effect of Autologous Platelet-Rich Plasma Treatment on Refractory Thin Endometrium During the Frozen Embryo Transfer Cycle: A Pilot Study. Front Endocrinol (Lausanne). 2019;10:61

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epigenética

Resistência, impotência, sensação de incapacidade e de falta de controle da fertilidade (“quero, mas não posso”), reflexão e, por fim, resiliência! Esses são alguns dos sentimentos do turbilhão que envolve a pessoa ou casal que precisa de óvulos doados para gerar o seu bebê!

A ovodoação/ovorecepção é um tratamento dividido entre duas famílias. Para a doadora, o altruísmo, a solidariedade, generosidade e a redução dos custos do tratamento auxiliam na concretização do sonho de ter um bebê. Para a receptora, uma luz no fim do túnel reascende a esperança de alcançar a maternidade.

Por outro lado, uma das perguntas mais frequentes é sobre quando a ovorecepção é o tratamento indicado: mas o bebê gerado com óvulo de doadora vai ser meu filho? Vai ter minhas características? Vai ter o meu DNA? E a epigenética pode responder de forma abrangente e satisfatória a todos esses questionamentos.

Afinal, o que é epigenética? Pensando no assunto, separamos a seguir os principais conceitos e informações sobre o tema. Acompanhe e descubra como isso pode afetar a vida dos seus futuros filhos!

O que é epigenética?

Cada célula do nosso corpo tem um patrimônio de informações que coordena as funções do nosso organismo e determina nossas características físicas, emocionais e biológicas. Esse patrimônio é chamado de código genético. Nos seres humanos, essas informações estão presentes na forma de ácido desoxirribonucleico, o DNA.

O DNA é uma longa fita que tem milhares de genes. Os genes funcionam de acordo com a localização da célula (por exemplo: células do nariz ativam genes relacionados ao olfato, da boca se relacionam ao paladar, do estômago estão relacionadas à digestão etc.). Nossos hábitos de vida também podem ativar ou desativar genes, favorecendo ou evitando o desenvolvimento de doenças — são verdadeiras chaves de liga e desliga comandadas por uma vida saudável ou por hábitos inadequados.

Na reprodução humana, o óvulo e o espermatozoide carregam uma parte do DNA materno e paterno, respectivamente. Após a fecundação, essas células se combinam para a formação de um novo ser que terá um misto de características de ambos os seus genitores. Assim, o embrião sempre terá o DNA do óvulo e do espermatozoide, mesmo que o bebê seja gerado pela receptora. Entretanto, a epigenética pode interferir na forma como o DNA vai funcionar, o que pode mudar toda a sensação em relação a ovorecepção!

Epigenética é a capacidade de modificar as características hereditárias sem alterar a estrutura e sequência de DNA. Ou seja, existem fatores ou gatilhos que são capazes de ativar ou desativar o funcionamento dos genes do nosso corpo (trata-se de mudar o funcionamento dos genes). Veja alguns exemplos.

  1. Se uma doadora de óvulos é sedentária, tem tendência a obesidade e distúrbios do metabolismo ou mesmo pressão alta, essa mulher tem predisposição para gerar bebês com essas alterações. Entretanto, se ela modificar seu estilo de vida ou se os seus óvulos formarem o bebê de uma receptora com vida saudável, a epigenética pode favorecer o “bloqueio” da função dos genes relacionados a esses distúrbios metabólicos ou cardiovasculares e o bebê terá menor risco de apresentar aquelas doenças ao longo da vida.
  2. Se uma doadora de óvulos é saudável, mas o bebê é gerado por mulheres com hábitos de vida inadequado, a epigenética pode “ativar” alguns genes que favorecerão o desenvolvimento de doenças no bebê.

Quais as principais doenças relacionadas a epigenética?

  • hipertensão arterial sistêmica (pressão alta);
  • diabetes mellitus tipo 2;
  • doenças cardiovasculares;
  • doenças pulmonares;
  • doenças psiquiátricas;
  • síndrome dos ovários policísticos;
  • dislipidemia (Alteração no colesterol e triglicerides);
  • puberdade precoce.

Qual a relação entre a epigenética e a recepção de óvulos?

A epigenética tira aquela sensação ruim em relação a ovorecepção. Para compreender e auxiliar na aceitação sobre ovorecepção, aqui vão algumas dicas:

  • embrião é apenas o início da vida: quando ocorre a transferência embrionária para o útero é importante lembrar que o embrião tem no máximo cento e poucas células. Essas células só vão se multiplicar se a gestante fornecer nutrientes e dar suporte para que ele continue se desenvolvendo. Então, quem mantém e continua a vida do embrião é a gestante e não quem forneceu o óvulo;
  • embriões de mesma origem genética serão diferentes: embriões de mesma origem genética que se desenvolvem em mulheres diferentes também serão diferentes. Isso se deve à epigenética e também à variação genética que é típica do ser humano. Basta observar uma família com vários filhos: as crianças podem até ter alguma semelhança entre si, mas elas são diferentes física e emocionalmente;
  • características físicas: a epigenética não é capaz de modificar as características físicas. Entretanto, o Brasil é um país muito misturado com grande miscigenação genética. Não é incomum pessoas morenas terem filhos brancos ou pais brancos com filhos morenos. Assim, apesar de a epigenética não influenciar nesse aspecto, é muito tranquilo ter um filho gerado com óvulo de doadora e ainda apresentar traços físicos da receptora;
  • características emocionais: embora discutível, a epigenética pode estar associada à personalidade e aspectos psicológicos entre a receptora e seu bebê. Por exemplo: se você é mais calma e a sua doadora é mais agitada, seu bebê pode herdar aspectos de sua personalidade tranquila e vice-versa;
  • afinal, o bebê vai se meu filho? A maternidade ou paternidade é uma experiência. Geramos, educamos e preparamos nossos filhos para a vida. Existem várias maneiras de ser pai e mãe, de constituir uma família. A ovorecepção permite que a mulher tenha a gestação do seu “filho adotivo” com a vantagem de se estabelecer um vínculo bem precoce, desde os primeiros momentos da vida dele. Além disso, não tem burocracia e ocorre a necessidade do anonimato.

Não perca mais tempo! Agende uma consulta com um médico especialista e discuta pontos positivos e negativos da ovorecepção. Faça uma reflexão e vire a página de sua história para que você possa construir novos caminhos. Gostou de saber mais sobre a epigenética? Curta nossa página no Facebook para ter acesso a mais conteúdos como este!

fertilização in vitro para casais homoafetivos

O sonho de muitos casais, independentemente de sua identidade de gênero, é ter uma família biológica. No passado, isso era uma barreira para algumas pessoas, mas, atualmente, com o avanço das técnicas de medicina reprodutiva e a modernização da legislação, a fertilização in vitro para casais homoafetivos já é uma realidade.

Esse é um avanço importante, não apenas do ponto de vista médico, mas também social. Afinal, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de 2019, houve um aumento de 61,7% do número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo em 2018, na comparação com o ano anterior.

Essa informação é bastante relevante, uma vez que demonstra a redução do preconceito acerca das uniões homoafetivas. Casais de pessoas do mesmo gênero já se tornaram comuns e aceitos, e o desejo de gerar filhos biológicos passou a ser uma consequência natural disso.

Hoje, a medicina reprodutiva oferece alternativas que viabilizam a concretização do desejo dessas pessoas em terem uma família, com descendentes biológicos. Quer saber mais? Então, continue a leitura de nosso post!

Entenda o que é a gravidez homoafetiva

Quando um casal formado por pessoas do mesmo sexo biológico deseja ter um filho, existem algumas possibilidades. Uma delas é a adoção, que, além de depender de decisões legais e demandar paciência e resiliência por parte do casal, que precisa passar por um longo processo, nem sempre atende ao desejo legítimo de ter descendentes com os mesmos genes e características.

Porém, a boa notícia é que existem algumas alternativas para que esses casais consigam ter filhos biológicos. Confira!

Casais homoafetivos femininos

No caso de um casal homoafetivo feminino, normalmente uma das mulheres gera um embrião formado com material genético de uma delas, unido a um espermatozoide de um doador anônimo.

Existem desde possibilidades menos complexas, como a inseminação artificial, mas também a possibilidade de um procedimento um pouco mais complexo, no qual uma das parceiras gera o bebê formado com o material genético da outra.

Nessa situação, as duas mulheres recebem estímulos hormonais, uma para preparar para a coleta dos óvulos, e a outra para preparar o endométrio para receber os embriões. Os óvulos de uma delas são retirados e submetidos à fertilização in vitro, com sêmen de um doador anônimo.

O embrião formado é implantado no útero da parceira. Importante orientar que o procedimento pode ser dessa forma, mas também a mesma parceira pode fornecer os óvulos e gestar na sequência. Tudo depende da individualidade do casal e do planejamento feito, sempre em conjunto com um médico especialista em reprodução assistida.

Vale destacar que a gravidez homoafetiva não é somente um sonho, mas sim um direito para os casais do mesmo sexo, estabelecido claramente pelas resoluções do Conselho Federal de Medicina relacionadas à reprodução assistida, desde 2013.

Casais homoafetivos masculinos

Quando se trata de um casal homoafetivo masculino, os procedimentos são um pouco mais complexos (o que não significa de forma alguma que seja impossível), pois dependem de uma mulher para ser viabilizada a ocorrência da gestação.

Essa terceira pessoa, que gestará a criança oferecendo o chamado “útero de substituição”, de acordo com a regulamentação atual, precisa ser uma parente do casal. O grau de parentesco deve ser de até quarto grau. Ou seja, a mulher deve ser mãe, filha, avó, irmã, tia, sobrinha ou prima de um dos membros do casal masculino.

Nesse caso, ocorre a implantação de um embrião no útero feminino, formado por um óvulo de doadora anônima, fertilizado pelo gameta masculino de um dos homens parceiros.

Saiba mais sobre a fertilização in vitro

A fertilização in vitro (FIV) é um procedimento seguro, que viabiliza a gestação em diversos casos de infertilidade, quando um dos (ou ambos) parceiros apresentam dificuldades que impeçam ou limitem a concepção natural, e também quando se trata de casais homoafetivos.

O procedimento da fertilização in vitro em si pode ser feito por meio de três técnicas distintas:

  • na FIV tradicional ou clássica, os óvulos e os espermatozoides são colocados em uma placa e a fecundação acontece de forma aleatória, ou seja, não existe uma seleção prévia dos gametas;
  • outro procedimento muito utilizado é a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Nesse caso, é feita uma seleção prévia do espermatozoide, que é injetado diretamente no óvulo, por meio de uma agulha extremamente fina, com o auxílio de um microscópio;
  • a técnica conhecida como Super ICSI ou ICSI magnificada utiliza equipamentos que permitem uma melhor visualização dos espermatozoides, aumentando o grau de detalhes e o rigor na seleção do espermatozoide para o procedimento. Para exemplificar, enquanto na ICSI convencional as células são ampliadas cerca de 400 vezes, na Super ICSI esse aumento é maior que 6,3 mil vezes.

Na fertilização in vitro é necessário que, inicialmente, a mulher (que fornecerá os óvulos, seja ela integrante do casal, seja doadora anônima) passe por um processo de estimulação hormonal, para o crescimento dos folículos e amadurecimento dos óvulos, preparando-os assim para o momento da coleta.

Essa mulher precisa fazer acompanhamento ultrassonográfico, que verifica o crescimento dos folículos e determina o momento certo de coleta, que é feita por ultrassonografia transvaginal, utilizando uma agulha fina, introduzida por um guia através do ultrassom, em um procedimento totalmente indolor, já que é feito sob sedação, na presença de um médico anestesista. Paralelamente, os gametas do parceiro (ou doador) são coletados ou descongelados caso tenham sido obtidos previamente.

O passo seguinte é a fertilização do óvulo. No caso da ICSI, um único espermatozoide é injetado diretamente no óvulo. Após cerca de 24 horas, é possível confirmar se ocorreu a fertilização e, portanto, se houve o início do desenvolvimento embrionário.

Dois a três dias após a coleta dos óvulos, depois de confirmado o desenvolvimento do embrião, é feita a sua transferência para o útero da mulher que vai gestar a criança. Essa transferência também é um procedimento indolor, que não demanda a necessidade de anestesia.

Depois de 14 dias, a gestação pode ser confirmada, por meio de exames laboratoriais. Em muitas situações, pode ser necessário realizar o congelamento dos embriões para, apenas após esse processo, iniciar o preparo do útero para a transferência.

Nos casais homoafetivos masculinos, por exemplo, geralmente é necessário congelar os embriões, visto que nem sempre é possível sincronizar a coleta de óvulos da doadora anônima com o preparo endometrial da paciente que irá ceder o útero. Situação semelhante ocorre nos casos homoafetivos femininos em que uma das parceiras fornecerá os óvulos e a outra irá gestar. Como as fases do ciclo das duas podem ser diferentes, o mais comum é que seja necessário congelar os embriões para, em seguida, iniciar o preparo do endométrio da parceira que irá gestar.

A taxa de sucesso desse procedimento depende de vários fatores, como a idade (principalmente da mulher que fornece os óvulos), a qualidade dos óvulos, as características dos espermatozoides e também características dos embriões.

Confira o que diz a regulamentação para os casos de fertilização in vitro para casais homoafetivos

Como já explicamos, quando se trata de casais masculinos, a resolução exige que a doação do óvulo seja anônima e o útero solidário seja de uma mulher com parentesco de até quarto grau com um dos pais. A idade máxima recomendada na última Resolução do CFM para essa mulher é de 50 anos. Já a doadora dos óvulos deve ter, no máximo, 37 anos, além de não ter doenças hereditárias e ser saudável.

Caso o casal não tenha uma doadora de útero que se enquadre nas regras de parentesco, é necessário solicitar avaliação para possível autorização ao Conselho Federal de Medicina, e o tratamento só poderá ocorrer caso esse órgão autorize. Importante frisar que de toda forma, a cessão temporária do útero não pode ter caráter lucrativo ou comercial, ou seja, o casal não pode pagar a mulher por tal ato.

Para os casais femininos, o procedimento (FIV) é semelhante. No caso, no entanto, há ainda a possibilidade de gestação compartilhada, quando uma das parceiras gera o bebê concebido com o óvulo da outra. Conforme critério médico, é possível, inclusive, que seja feita coleta dos óvulos das duas mães para posterior formação de embriões.

No Brasil, a legislação já prevê o registro de crianças geradas por reprodução assistida, o que permite incluir os nomes dos pais de mesmo gênero. Assim, a fertilização in vitro para casais homoafetivos garante que todos possam exercer os direitos reprodutivos, independentemente de orientação de gênero.

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Mulher de costas sentada no sofá segurando o controle remoto da TV olhando para a tela onde passa um filme

Quantas vezes você já não pensou que sua jornada em busca do bebê daria um filme? De preferência com final feliz! Saiba que existem diversos filmes que abordam esse tema. Confira tudo neste artigo, mas fique até depois dos créditos, temos uma surpresa para você!

Separe a pipoca e escolha o seu favorito.

Plano B

Estrelado por Jennifer Lopez, a comédia romântica conta a história de Zoe, que resolve ser mãe por meio de uma produção independente.

No mesmo dia em que realiza a inseminação artificial com sêmen de um doador anônimo, ela conhece Stan, que surge como uma possibilidade real de relacionamento. Sem saber o que fazer, inicialmente ela esconde os primeiros sinais de gravidez. Até que a verdade surge e ela é surpreendida pela reação de Stan, que topa ser pai do bebê.

Mas a aventura está apenas começando porque a trama reserva ainda muitas surpresas.

Minhas mães e meu pai

Os irmãos adolescentes Joni e Laser são filhos do casal homoafetivo Jules e Nic e foram concebidos por meio de inseminação artificial.

Cada uma das mães deu à luz um bebê usando o esperma do mesmo doador anônimo. Quando completa 18 anos, Joni incentiva o irmão a procurar pelo pai biológico sem que as mães saibam.

Eles encontram o pai, Paul, mas as mães logo descobrem tudo. A família então passa a conviver com Paul e muitas confusões começam a fazer parte do dia a dia de todos nessa comédia aclamada pela crítica, que recebeu diversas indicações ao Oscar, inclusive a de melhor filme.

É estrelado por nomes de peso do cinema como Annette Bening, Mark Ruffalo e Julianne Moore.

Quanto ao tema abordado neste filme, é importante ressaltarmos que no Brasil a regulamentação sobre uso de gametas doados (óvulos ou espermatozoides) envolve o anonimato, fazendo com que situações como a do filme sejam possíveis apenas na ficção.

Feita por encomenda

Nessa comédia dos anos 1990, Sara Matthews, interpretada por Whoopi Goldberg, é uma afro-americana que trabalha em uma livraria e cria Zora Matthews, uma adolescente que acredita ser filha do marido de Sara, que morreu há vários anos.

Porém, um dia Zora descobre por acidente que é fruto de uma inseminação artificial. Ao buscar pelo pai biológico, ela descobre que ele é Hal Jackson, um homem branco e vendedor de automóveis, que aparece na televisão fazendo palhaçadas com animais.

Sara fica aturdida com a notícia, já que quando procurou pela inseminação artificial tinha deixado claro que gostaria do esperma de um doador negro. Mas a confusão não para por aí. Sara decide conversar com Hal e o encontro não é dos mais amistosos.

Fazendo um paralelo com a realidade neste caso, vale também destacar que as regras de controle de identificação de amostras, sejam dos próprios pacientes ou de doador anônimo, são extremamente rígidas, tornando mais uma vez o enredo digno de uma obra de ficção apenas.

Mais uma chance

O drama, lançado pela Netflix, gira em torno do casal Rachel e Richard, que estão na casa dos 40 anos e sofrem com a dificuldade de ter filhos.

Eles passam por diversas fertilizações e o relacionamento começa a ficar estremecido. Porém, a vida deles muda completamente com a chegada de uma jovem sobrinha. “Mais uma chance” traz para o público uma visão mais profunda sobre o processo de uma fertilização in vitro, que envolve a peregrinação sobre a vida e os seus contornos para alcançar um objetivo.

A estranha vida de Timothy Green

O filme conta a história dos Green, um casal com problemas de fertilidade que tenta desesperadamente ter um filho.

Após momentos emocionais complicados, numa noite o casal decide escrever tudo que gostariam em um filho e enterram o papel em um baú no jardim. Algum tempo depois, um garoto aparece na casa e diz ser Timothy. Estranhamente, o menino tem todas as características que o casal desejou em um filho e, além disso, em suas pernas crescem folhas, o que deixa tudo mais confuso.

O filme é uma produção da Disney e mostra que o inesperado pode ser algo maravilhoso.

Bônus: Série e documentário

Modern Baby

O documentário do canal americano de TV ABC News exibe a jornada de quatro casais que tentam ter filhos por meio da fertilização in vitro. Lançado em celebração aos 40 anos do nascimento do primeiro bebê de proveta, o documentário mostra como os casais lidam com todas as questões emocionais, financeiras e físicas que envolvem a infertilidade.

Está disponível, em inglês, no YouTube.

Friends

Uma das séries mais famosas do mundo entra na lista por abordar o tema “barriga solidária” em uma época em que o assunto não era discutido de forma tão aberta.

Phoebe decide ajudar o irmão Frank Jr. e a esposa a serem pais por meio do procedimento de fertilização in vitro. O embrião, feito com o óvulo da cunhada e o espermatozoide do irmão, é transferido para o útero de Phoebe.

A emoção fica ainda maior quando eles descobrem que ela está grávida de três bebês. O assunto foi abordado na série de forma leve e cômica e ajudou a divulgar mais sobre o tema “barriga solidária”. Vale lembrar também que na série os personagens Monica e Chandler apresentam dificuldades para engravidar, e a série relata as diversas sensações e emoções vividas pelo casal na busca do bebê.

E então, já assistiu alguma dessas indicações? Qual foi seu favorito? Comente nos comentários e já aproveite para compartilhar essas dicas de filmes com seus amigos e familiares nas redes sociais.

duostim

Adiar a maternidade é muito comum no cotidiano da mulher moderna. Muitas estão inseridas no mercado de trabalho, são independentes e adiam a gravidez para uma fase de estabilidade profissional, financeira e conjugal. Entretanto, infelizmente, nem sempre esse planejamento coincide com a melhor fase para engravidar, pois o potencial reprodutivo começa a declinar de forma mais acentuada a partir dos 35 anos. Por isso, a American Society for Reproductive Medicine (ASRM) recomenda que mulheres com 35 a 40 anos tentem engravidar espontaneamente por no máximo 6 meses e para aquelas com mais de 40 anos, a investigação das causas de infertilidade deve ser imediata.

Como muitas mulheres vão precisar da FIV para engravidar porque apresentam redução do potencial reprodutivo (baixa reserva ovariana), estratégias que potencializem as taxas de nascimento do bebê podem tornar a jornada curta, segura e confortável. Nesse cenário, o Duostim tem apresentado resultados promissores. Acompanhe este post e saiba mais sobre o assunto!

O que é o Duostim?

Tradicionalmente, a estimulação ovariana na FIV se inicia nos primeiros dias da menstruação (fase folicular precoce) e tem duração média de 10 dias. Por volta do 12º dia é realizada a coleta de óvulos e, se não houver nenhuma intercorrência ou procedimento adicional, a transferência dos embriões para o útero é realizada após 2 a 5 dias.

Para mulheres com câncer que desejam preservar a fertilidade, a estimulação ovariana pode ser iniciada em qualquer fase do ciclo menstrual, pois essas mulheres não têm muito tempo para aguardar a menstruação para iniciar o tratamento. Quando possível, uma nova estimulação poderá ser realizada 2 a 5 dias da primeira coleta ovariana para tentar obter maior número de óvulos antes do tratamento oncológico (dupla estimulação ovariana).

Inicialmente descrito para mulheres com câncer, o Duostim é a dupla estimulação ovariana no mesmo ciclo menstrual, ou seja, no mesmo ciclo são realizadas duas punções ovarianas com o objetivo: de aumentar o número de óvulos e, consequentemente, de embriões.

Quando está indicado o Duostim?

Habitualmente o Duostim foi criado para economizar tempo antes do tratamento oncológico. Recentemente, o Duostim foi utilizado para mulheres com baixa reserva ovariana (redução do potencial reprodutivo). Essa estratégia foi realizada para aumentar o número de óvulos captados em um mesmo ciclo menstrual e, consequentemente, as taxas de gravidez.

Dados preliminares demonstram que o número de óvulos, embriões, taxa de embriões saudáveis geneticamente (euplóides) são semelhantes entre a primeira e a segunda coleta. Entretanto, ainda não há informações sobre a taxa de nascimento de bebês.

Do ponto de vista prático pode-se dizer que o Duostim é para quem pode e não para quem quer! O ideal é que a quantidade de folículos (estruturas do ovário que contêm o óvulo) antes da 2ª estimulação seja ≥ em relação a 1ª estimulação (basal), pois se for iniciada a segunda estimulação com número de folículos muito menor, a quantidade de óvulos captados poderá ser mais reduzida. Nos casos de menor número de folículos antes da segunda estimulação, seria prudente aguardar a menstruação e realizar nova avaliação em outro momento.

Assim, há duas indicações para o Duostim: 1. Pacientes oncológicas; 2. Mulheres com baixa reserva ovariana ou má resposta prévia (três óvulos ou menos captados em ciclos prévios).

Quais as vantagens e desvantagens Duostim?

A indicação do Duostim deve ser realizada com cautela! Ainda faltam estudos de boa qualidade para verificar a real eficácia dessa técnica!

As duas principais vantagens do Duo Stim são: possível aumento do número de óvulos/embriões e redução do tempo para alcançar a gravidez. Entre as desvantagens, pode-se dizer que a segunda estimulação do Duostim pode demorar mais e, consequentemente, a quantidade de medicamentos pode ser maior, o que eleva o custo do tratamento.

Converse com o seu médico especialista e verifique se do Duostim pode ser uma estratégia para você vencer a infertilidade. Acompanhe nossos canais e conheça outras alternativas para a baixa reserva ovariana.

Referências:

Ubaldi FM, Capalbo A, Vaiarelli A, Cimadomo D, Colamaria S, Alviggi C, Trabucco E, Venturella R, Vajta G, Rienzi L. Follicular versus luteal phase ovarian stimulation during the same menstrual cycle (DuoStim) in a reduced ovarian reserve population results in a similar euploid blastocyst formation rate: new insight in ovarian reserve exploitation. Fertil Steril. 2016;105(6):1488-1495.e1.

Vaiarelli A, Cimadomo D, Trabucco E, Vallefuoco R, Buffo L, Dusi L, Fiorini F, Barnocchi N, Bulletti FM, Rienzi L, Ubaldi FM. Double Stimulation in the Same Ovarian Cycle (DuoStim) to Maximize the Number of Oocytes Retrieved From Poor Prognosis Patients: A Multicenter Experience and SWOT Analysis. Front Endocrinol (Lausanne). 2018; 9:317.

Practice Committee of American Society for Reproductive Medicine. Definitions of infertility and recurrent pregnancy loss: a committee opinion. Fertil Steril. 2020; 113(3):533-535.

Mão segurando um medicamento para armazenar na geladeira

As técnicas de reprodução humana assistida vêm evoluindo muito ao longo das últimas décadas. Essas técnicas têm o potencial de proporcionar a inúmeros casais ao redor do mundo a realização do sonho de ter um filho.

Para a realização de procedimentos de reprodução humana assistida, a equipe médica responsável prescreve medicações especiais. Esses fármacos têm a função de induzir respostas necessárias no organismo da futura gestante para a realização da técnica de reprodução.

Assim, seguir as orientações médicas sobre o manejo e armazenamento dessas medicações é fundamental para que seu efeito ocorra conforme o esperado. Nesse sentido, separamos a seguir as principais informações sobre como realizar corretamente o armazenamento de medicamentos especiais. Acompanhe e descubra as principais informações sobre o assunto!

O que são os medicamentos especiais?

Os chamados medicamentos especiais consistem em fármacos controlados e que não são encontrados com facilidade em drogarias comuns. Esses medicamentos são produzidos a partir de procedimentos de alta tecnologia, e demandam uma infraestrutura diferenciada para sua produção, conservação e distribuição adequadas. Todos esses cuidados são fundamentais para que as propriedades terapêuticas das drogas sejam mantidas.

A partir da utilização desse tipo de medicamento, as técnicas utilizadas para a reprodução humana assistida ganham um novo patamar de possibilidades de sucesso nas tentativas de gravidez. Para isso, é necessário que a conservação e transporte dessas substâncias seja feita dentro de uma faixa de temperatura e umidade corretas, de modo a preservar todas as suas propriedades.

Vale ressaltar que esse tipo de medicamento também é utilizado em outros tipos de tratamentos médicos como, por exemplo, tratamentos oncológicos, relacionados a endocrinologia, pediatria, entre outros. Logo, as indústrias e laboratórios que lidam com esse tipo de medicação devem ter a responsabilidade ser extremamente metódicas no que diz respeito aos protocolos de transporte e manejo dos fármacos.

Como os medicamentos funcionam?

Todos os eventos fisiológicos do organismo humano são mediados pela ação de hormônios. Esses hormônios interagem entre si para iniciar, controlar ou finalizar esses eventos no corpo do indivíduo.

No que diz respeito ao sistema reprodutor não é diferente. Existe uma série de eventos que desencadeiam todo o ciclo menstrual da mulher, cujo bom funcionamento é fundamental para que seja possível o início de uma gravidez.

Nesse contexto, pacientes que apresentam problemas de fertilidade em função de falhas nesses mecanismos recebem prescrições de medicamentos especiais que possam corrigir essas falhas. Esse tipo de medicamento pode ser utilizado em técnicas de menor complexidade como o coito programado, mas são fundamentais em outras como a fertilização in vitro.

Um dos principais métodos utilizados pela medicina reprodutiva atualmente é a fertilização in vitro ou FIV. Esse procedimento é realizado por meio da coleta de óvulos e espermatozoides para a formação de um embrião viável em ambiente laboratorial. Posteriormente, é realizada a transferência desse embrião para o útero materno, o que poderá dar início à gestação.

Para que todas as etapas desse tipo de técnica ocorram de acordo com o esperado, é necessário que a equipe médica prescreva diferentes tipos de medicações. Esses fármacos deverão ser administrados em horários e períodos específicos, além de seu armazenamento ter fundamental importância para a manutenção de todas as suas propriedades terapêuticas.

Como é feito o armazenamento de medicamentos?

O armazenamento de medicamentos varia de acordo com o seu tipo. São utilizadas várias medicações diferentes ao longo do processo da FIV, por exemplo.

Na fase de estimulação ovariana, ou seja, a etapa em que se utilizam drogas indutoras da ovulação para estimular os ovários a liberar óvulos viáveis para o processo, são utilizados medicamentos que podem ser injetáveis ou de via oral.

Esses medicamentos são as chamadas gonadotrofinas, e podem ser compostos pelos hormônios FSH, LH. Naturalmente, essas substâncias são liberadas pelo organismo para a liberação dos óvulos.

Há ainda medicamentos compostos pelo hormônio hCG, que têm a finalidade de estimular a maturação do óvulo nos ovários. Esse fármaco é administrado por meio de injeções subcutâneas.

Vale citar ainda os medicamentos de suporte hormonal, compostos principalmente pelos hormônios estrógeno e progesterona. Esses medicamentos têm a função de auxiliar no processo de estabelecimento da gestação por meio da ação dos hormônios, além de poderem agir no processo de transferência de embriões.

A possibilidade de prescrição de medicamentos por via oral, injeções subcutâneas ou intramusculares, transdérmicos ou ainda vaginais serão avaliados pelo médico responsável. De maneira geral, medicações por via oral, transdérmicos e vaginais devem ser armazenados à temperatura ambiente, entre 15 e 30°C. Além disso, é importante armazená-las em um local protegido da umidade e da luz.

Já os medicamentos injetáveis devem ser armazenados em temperaturas entre 2 e 8°C, o que pode ser feito numa geladeira comum. Entretanto, vale lembrar que essas substâncias não podem permanecer em temperaturas menores que essa faixa e em hipótese alguma devem permanecer em congelamento.

Vale lembrar que a orientação médica sobre o armazenamento de medicamentos deve sempre prevalecer sobre qualquer uma das informações acima. Somente um profissional qualificado tem o conhecimento necessário para orientar da maneira mais acurada possível.

A importância do suporte da clínica de reprodução humana

Os grandes avanços da medicina reprodutiva proporcionam mais e mais sucessos nas tentativas de gravidez de milhares de mulheres ao redor do globo. Porém, é extremamente importante destacar que esse sucesso se deve majoritariamente ao conhecimento técnico científico avançado de profissionais qualificados para essa função.

Ou seja, toda a equipe com compõe os grandes centros de reprodução humana assistida estão aptos a orientar e executar o melhor tipo de procedimento de acordo com o perfil e condição fisiológica da paciente. Nesse sentido, a busca por uma clínica de reprodução assistida referência é fundamental em casos de suspeita de infertilidade ou de insucessos nas tentativas de gravidez.

Além disso, as orientações acerca do uso e armazenamento de medicamentos deve ser seguido de maneira rígida às orientações do médico ou farmacêutico responsável. A utilização desse tipo de medicamento especial depende diretamente de fatores como período do ciclo menstrual, horário e, sobretudo, das condições de seu ambiente de armazenamento.

Gostou de saber mais sobre como realizar o armazenamento de medicamentos? Acompanhe também o nosso artigo sobre o exame de FSH: o que é e quando fazer?

Embrião grudado na parede do útero na janela de implantação

Garantir o sucesso de uma gravidez necessita do cumprimento adequado de várias etapas. Uma das etapas mais importantes é a implantação do embrião no endométrio, processo que depende da chamada janela de implantação. Trata-se de um conceito muito importante, principalmente nos casos de Fertilização in vitro (FIV).

Conhecendo a janela de implantação, é possível programar a transferência do embrião para o melhor momento do endométrio, como explicaremos ao longo deste post. Quer aprender tudo sobre o assunto? Então continue a leitura!

Descubra o que é a janela de implantação

A janela de implantação é definida como o período mais propício para que o embrião consiga se fixar na camada interna do útero, conhecida como endométrio. Ou seja, é o momento no qual o endométrio encontra-se receptivo à implantação embrionária.

O endométrio é preparado ao longo de todo o ciclo menstrual, de acordo com o crescimento dos folículos e produção hormonal dos ovários, deixando tudo propício para que, após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, o embrião encontre um bom ambiente para se fixar. Esse processo de preparo endometrial e implantação ocorre em todas as gestações e no caso de um tratamento de Fertilização in vitro (FIV) é fundamental saber avaliar o endométrio para também identificar o melhor momento para a transferência embrionária.

Para entendermos melhor como se dá a avaliação do endométrio, a importância dessa estrutura e como conhecer a janela de implantação, vamos primeiramente compreender a relação do endométrio com a fertilidade e o preparo para o momento da transferência.

Qual a relação do endométrio com a fertilidade?

Sendo um tecido que reveste o interior do útero, o endométrio acolhe e nutre o embrião ao longo da gravidez, ou seja, é ele quem oferece as condições favoráveis para o pleno desenvolvimento embrionário até que se forme a placenta.

Por isso, é importantíssimo ter uma avaliação adequada do endométrio para aumentar as chances de gravidez. Essa avaliação deve, inclusive, contemplar o rastreamento de outras doenças que possam comprometer a cavidade uterina e consequentemente a implantação, como miomas, pólipos, cicatrizes e outras malformações uterinas.

Em um tratamento de FIV, após a formação do embrião, é necessário também avaliar as condições do endométrio para que seja possível a programação da transferência embrionária. Essa avaliação inclui a visualização da característica e da espessura endometrial durante o preparo, e após atingir o estágio desejado, será programada a transferência embrionária para o momento calculado como a janela de implantação para o embrião.

Neste período, é quando teoricamente espera-se que o endométrio esteja “aberto” à implantação. Pode ser comparado a uma abertura para novas possibilidades. Nesse caso, a possibilidade de uma nova vida!

Como deve ser o preparo do endométrio?

Para o endométrio ser considerado preparado para a transferência, ele precisa oferecer algumas condições ideais.

Em gestações espontâneas, esse preparo do endométrio é realizado pelas próprias mudanças orgânicas ocasionadas ao longo do ciclo menstrual. Para a transferência de embriões pós FIV, é possível que o preparo endometrial ocorra de duas formas:

  • em ciclo natural: dessa forma, os próprios hormônios do ciclo menstrual são responsáveis pelo preparo do endométrio;
  • em ciclo artificial: nesse caso, são administrados hormônios para “substituir” a função dos ovários e simular o que ocorre ao longo do ciclo. Esse último costuma ser mais utilizado por permitir maior flexibilidade e controle do preparo endometrial.

Importante mencionarmos que os preparos acima se referem à transferência de embriões congelados, já que em ciclos de transferência a fresco, o próprio processo de estimulação dos ovários para a coleta se encarrega de também preparar o endométrio para a transferência.

Durante o preparo endometrial, o hormônio mais importante inicialmente é o estrogênio, responsável pelo espessamento do endométrio. Nesse período, o endométrio passa pela fase proliferativa. Após atingir a espessura adequada ou após a ovulação, a ação principal desejada é da progesterona, hormônio responsável pela transformação do endométrio para a fase secretora, passando por mudanças que determinam a receptividade do mesmo. Entre essas mudanças, podemos citar o alongamento das glândulas e o aumento do fluxo sanguíneo, aspectos essenciais para a nutrição do embrião.

Portanto, é esse preparo e principalmente o tempo de exposição à ação da progesterona no endométrio que determina a janela de implantação. A partir da identificação de um endométrio adequado e da consideração do período necessário de exposição à progesterona é que será definido o melhor momento para a transferência embrionária.

Entendendo esse conceito, podemos também compreender o porquê de a janela de implantação não ser um período fixo para todas as mulheres, já que depende de como são os ciclos menstruais, o tipo de preparo endometrial utilizado, entre outros fatores.

Mesmo em um ciclo de FIV em que hajam bons embriões e um bom preparo endometrial, infelizmente podemos nos deparar com o cenário da falha de implantação. Não há consenso para essa definição na literatura, e alguns autores consideram como falha de implantação quando não obtemos sucesso após duas transferências embrionárias com embriões de boa qualidade.

Nesse caso, uma das hipóteses aventadas é o deslocamento da janela de implantação. Ou seja, segundo essa hipótese, aproximadamente 20% das mulheres podem precisar de um período maior ou menor de preparo endometrial e ação da progesterona no endométrio, para que ele seja receptivo. No intuito de tentar avaliar a janela de implantação de forma mais individualizada, surgiu o teste ERA (Endometrial Receptivity Array).

O que é o teste ERA?

O exame conhecido como ERA (Endometrial Receptivity Array) ou teste de receptividade endometrial é feito para tentar identificar a janela de implantação de forma personalizada, encontrando o momento ideal para transferência embrionária em um endométrio receptivo.

O teste é realizado através de uma amostra endometrial obtida por biópsia. No material obtido, é feita uma análise, em laboratório específico, de 238 genes para se definir se o endométrio encontra-se ou não receptivo.

Geralmente, para ser realizado esse exame, é necessário que seja feito um preparo endometrial (em ciclo natural ou com uso de medicações) e que a biópsia seja programada para um período exato de tempo após o início da ação da progesterona. O procedimento de biópsia é simples, geralmente realizado através de exame ginecológico, sem necessidade de sedação.

Ao se obter o resultado do exame, ele informará se o endométrio no momento da biópsia apresentava sinais sugestivos de estar receptivo ou não receptivo, para que se possa adequar a janela de implantação conforme o resultado do exame.

Quando é necessário o ERA?

O teste ERA não deve ser interpretado como obrigatório para todas as mulheres e sua indicação deve ser avaliada sempre de forma individualizada, pesando-se vantagens e desvantagens na conversa com o especialista em reprodução humana.

Alguns fatores podem ser considerados ao se avaliar a possibilidade da realização do ERA. Entre eles, podemos citar os casos de falha de implantação, ou seja, que já tiveram algumas tentativas de fertilização in vitro sem sucesso, mesmo com embriões de boa qualidade.

É importante frisar que o teste ERA só pode ser realizado por especialistas e que sua aplicação se dá para os tratamentos de FIV, já que é nesses casos que teremos a programação de transferência embrionária.

Procure uma clínica especializada

Como você pôde perceber, o preparo do endométrio e a identificação da janela de implantação necessita do conhecimento de vários fatores envolvidos, que somente uma equipe especializada em reprodução humana poderá avaliar de forma mais precisa.

Assim, busque uma clínica que tenha credibilidade no mercado, laboratórios modernos e comprovação na eficácia dos tratamentos. Acima de tudo, busque um local onde você se sinta segura e livre para esclarecer suas dúvidas e receios com tranquilidade. Dessa forma, certamente a jornada em busca do bebê será mais leve e proveitosa!

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