Malformações uterinas atrapalham na gestação?

Malformações uterinas atrapalham na gestação?

Malformações uterinas atrapalham na gestação?

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As malformações uterinas, também conhecidas como anomalias Müllerianas congênitas, afetam entre 3% a 5% das mulheres. No entanto, por normalmente não apresentarem sintomas, muitas anomalias são descobertas apenas quando as mulheres encontram dificuldades na gestação.

Mas calma, nem todas as malformações uterinas atrapalham na gestação. Para te ajudar a entender melhor sobre o assunto, preparamos esse post que explicará o que são as malformações no útero, quais são os tipos e se afetam realmente a gestação, como pode ser feito o diagnóstico e qual o tratamento disponível. Continue lendo e confira!

O que são malformações uterinas?

O formato normal do útero é semelhante ao de uma pêra invertida. Porém, algumas mulheres apresentam algum tipo de malformação, como por exemplo, o útero ter apenas metade do tamanho normal ou uma fenda que separa o órgão em duas partes (veja mais sobre os tipos de malformação abaixo).

Em geral, as causas de malformações uterinas são genéticas/hereditárias. O desenvolvimento do útero, trompas uterinas e terço superior da vagina, ocorre durante a 12ª semana de gestação e falhas neste período podem acarretar as anomalias.

Além da questão genética, problemas vivenciados pela mãe durante a gravidez como doenças infecciosas, uso de determinados medicamentos e intoxicações também podem levar às malformações uterinas no bebê.

Como diagnosticar?

Geralmente, as anomalias são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico. Por isso, só são descobertas após complicações obstétricas como abortos de repetição, partos prematuros, restrição de crescimento fetal, pré-eclâmpsia, entre outras.

O exame ginecológico é o primeiro passo no diagnóstico, já que algumas malformações podem ser verificadas no exame de toque.

Outros exames como a ultrassonografia transvaginal ou pélvica e a histerossalpingografia também podem ser requisitados pelo médico, assim como a ultrassonografia tridimensional e a ressonância magnética.

Quais são os tipos de malformações e como afetam a gestação?

Há diversos tipos de malformações uterinas. Algumas são mais raras e outras mais comuns. Veja abaixo:

Útero Septado

É a malformação mais comum e a que produz a maior incidência de complicações obstétricas. É definida quando a cavidade uterina apresenta uma parede, chamada de septo, que pode variar de tamanho e chegar até o colo do útero.

Normalmente, as mulheres com útero septado sofrem abortos de repetição, entre a 8ª e a 16ª semanas de gestação. A infertilidade também é frequente nestes casos, já que há dificuldades na implantação do embrião.

Para tratar, os médicos indicam um procedimento cirúrgico simples e seguro chamado de metroplastia, que é realizado por videohisteroscopia.

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Útero Arqueado

Nestes casos, há uma mínima alteração da cavidade uterina, o que confere ao fundo uterino uma curvatura levemente côncava ou achatada. As manifestações clínicas são mínimas e, por ser grande a probabilidade de gestações sem intercorrências, geralmente, não é necessária uma intervenção cirúrgica.

Útero Bicorno

Também é um tipo comum de anomalia uterina. Neste caso, há a presença de uma fenda na área superior do órgão que separa os dois lados, mas que não chega a dividi-lo, o deixando com formato de coração. Essa fenda pode variar, resultando em um útero levemente ou totalmente bicorno.

O procedimento cirúrgico (a metroplastia de Strassman) é recomendado apenas para alguns casos específicos, como histórico de abortamentos de repetição ou partos pré-termo, com exclusão de outras causas.

Na comparação com mulheres com útero normal, não há evidências de diminuição significativa da fertilidade.

Útero Didelfo

É uma forma rara de anomalia que resulta na presença de dois hemiúteros, colo duplo, além de uma vagina dupla, em grande parte dos casos.

Mulheres com útero didelfo podem engravidar, porém têm mais chances de terem aborto espontâneo e parto prematuro. Pela gestação ser considerada de risco, é necessário a realização de diagnóstico precoce para que seja feito um acompanhamento durante toda a gravidez.

Útero Unicorno

Também é uma forma rara de malformação uterina. Neste caso, o útero apresenta apenas metade do tamanho normal, com somente uma tuba uterina, apesar de apresentar dois ovários.

Infertilidade, abortos de repetição e partos prematuros são algumas das dificuldades encontradas por mulheres com esse tipo de anomalia.

Não há intervenções cirúrgicas efetivas que permitam melhorar os resultados reprodutivos.

Agenesia

É uma malformação caracterizada pela ausência do útero e 2/3 superiores da vagina. Os ovários estão presentes e funcionam normalmente, porém o exame ginecológico evidencia o encurtamento ou mesmo a ausência do canal vaginal.
Nestes casos, as mulheres que buscam constituir família podem optar pela “doação temporária de útero”, o útero de substituição, conhecido popularmente como barriga solidária ou “barriga de aluguel”.

“Doação temporária de útero” como opção

Mulheres com agenesia, por exemplo, com óvulos capazes de gerar um bebê, podem optar pela “doação temporária de útero”, o chamado útero de substituição. Neste caso, a “doadora do útero” precisa ser parente de até quarto grau (mãe, irmã, tias e primas) e não pode receber por isso, ou seja, não pode ocorrer caráter lucrativo ou comercial.

A doação temporária do útero é feita por meio de uma fertilização in vitro, que utiliza o óvulo e o espermatozoide do casal e transfere o(s) embrião(ões) gerado(s) no útero da doadora temporária.

Ainda está com dúvidas sobre as malformações uterinas e se elas podem atrapalhar a gestação? Confira esse vídeo em que a doutora Camilla Vidal, nossa especialista em reprodução humana assistida, fala sobre as malformações e ainda tira dúvidas sobre miomas, endometriose, entre outras alterações uterinas.

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Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
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Comentários (2)

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    Jennifer

    |

    Boa tarde, tenho útero retroverso e bicorno. Quais são as chances de engravidar? Sou tentante a 9 anos e até hoje não recebi meu positivo ????

    Reply

    • Avatar

      Atendimento CEFERP

      |

      Olá Jennifer,
      Obrigado pelo seu comentário!

      Apenas um especialista em Reprodução Humana, após a consulta, poderá te passar quais são as chances de gravidez em seu caso. Uma série de critérios precisa ser avaliada.

      Atenciosamente.
      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

      Reply

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