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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
Histerossonossalpingografia

A Histerossonossalpingografia trata-se de um exame ginecológico realizado com o objetivo de avaliar a permeabilidade das trompas uterinas e útero e permite o diagnóstico de alguma patologia na região.

O exame pode ser um grande aliado na investigação das causas de infertilidade de um casal, por fornecer informações importantes das trompas e cavidade uterina. É importante lembrar que as trompas são responsáveis pelo transporte do óvulo desde o ovário até a cavidade uterina, além de serem a região onde ocorre o encontro entre óvulo e espermatozoide. Por isso, é importante conhecer mais sobre estas estruturas.

Continue a leitura deste artigo e entenda mais detalhes sobre o exame de histerossonossalpingografia.

Como funciona este exame?

A histerossonossalpingografia é um exame com mecanismo muito semelhante à histerossalpingografia, sendo este último bastante conhecido pelas tentantes. O processo, nos dois exames, consiste na injeção de líquido pela cavidade uterina e observação da passagem deste conteúdo pelo útero, trompas, até chegar na cavidade abdominal.

No caso da histerossonossalpingografia, esta avaliação é feita por ultrassom transvaginal. Para sua realização, é inserido um cateter através da vagina até o útero e injetada uma solução específica, que facilita a visualização do útero e a identificação de possíveis lesões e demais alterações na região.

A realização do exame pode se associar a um leve desconforto, devido à passagem do cateter pelo útero e pela pressão exercida na injeção da solução na cavidade uterina. O grau de desconforto é variável e depende muito do limiar de dor de cada pessoa. Algumas pacientes podem não apresentar sintomas antes ou após a realização, enquanto outras podem necessitar de uso de medicações sintomáticas antes e após o exame.

Através da injeção da solução salina é possível visualizar os contornos do endométrio (camada interna do útero) e as trompas, enquanto ocorre a dispersão do líquido na região.

O processo dura em média 20 a 30 minutos e pode ser realizado em hospitais e clínicas de imagem. Atualmente, é possível realizar esse exame no CEFERP via agendamento, associado ou não à sedação, na presença de anestesista.

Como vimos anteriormente, existem outros meios de avaliação das trompas e cavidade uterina. Alguns exames podem também trazer informações importantes neste assunto, como a histerossalpingografia, videolaparoscopia com realização de cromotubagem e a histeroscopia.

Quando o exame de histerossonossalpingografia é indicado?

A principal indicação do exame é como parte da investigação na infertilidade conjugal. Após uma análise médica da saúde reprodutiva do casal, serão solicitados exames para ambos e um dos fatores a serem analisados é a permeabilidade das trompas e as condições do útero da mulher.

Em alguns casos, o exame pode não ser solicitado na avaliação inicial. Um exemplo desta situação é quando já há indicação de tratamento de fertilização in vitro por outros motivos (como, por exemplo, fator masculino severo). Como os casais que farão a fertilização in vitro terão a formação dos embriões no laboratório, e não nas trompas, não é obrigatória a avaliação da permeabilidade destas estruturas. Porém, caso haja suspeita de outras patologias tubárias, como a hidrossalpinge, continua sendo mandatória a melhor avaliação das trompas para programar a correção dos achados.

Por meio do exame de histerossonossalpingografia é possível verificar as condições das trompas e do útero, e obter alguns diagnósticos, como:

  • obstrução unilateral ou bilateral das trompas de Falópio;
  • hidrossalpinge (trompa dilatada);
  • alterações uterinas sugestivas de miomas submucosos ou pólipos;
  • anomalias anatômicas, como septos uterinos, entre outros achados.

Qual a diferença entre histerossalpingografia e histerossonossalpingografia?

A histerossalpingografia, assim como a histerossonossalpingografia, é um método que permite o diagnóstico de fatores uterinos e tubários.

A histerossalpingografia é um exame de raio-X. Nesse exame, o médico injeta um contraste no útero, com o auxílio de um cateter, e após realiza algumas radiografias com o objetivo de observar o trajeto do líquido no útero em direção às tubas uterinas.

A histerossonossalpingografia é um exame mais recente, com princípio semelhante, e em alguns casos é uma boa opção à histerossalpingografia. Isso porque ela pode se apresentar como um exame mais prático, pois pode ser realizado no consultório pela equipe médica, sem a necessidade de um suporte radiológico específico como a histerossalpingografia.

Devido à utilização de ultrassom em substituição ao raio X, a histerossonossalpingografia também tende a ter uma duração um pouco menor, tentando reduzir o desconforto da paciente na realização do exame.

A escolha da histerossonossalpingografia é bastante frequente entre os ginecologistas, uma vez que esse procedimento apresenta pouquíssimas chances de complicações e tem uma confiabilidade bastante relevante. Além disso, o procedimento é também menos invasivo do que um exame por laparoscopia, por exemplo, que consiste em uma cirurgia realizada por vídeo e que, portanto, é mais invasiva e necessita de anestesia.

Como se preparar para o exame?

A preparação da paciente para a histerossonossalpingografia é muito importante para minimizar os possíveis desconfortos e evitar complicações e resultados distorcidos.

O recomendável é que o exame seja realizado após finalizar o período de sangramento menstrual intenso e até o 12° dia do ciclo menstrual, pois idealmente é o período que corresponde ao intervalo entre o fim da menstruação e ovulação. Em caso de dúvida, a paciente deve informar a equipe médica e pode ser necessário aguardar o próximo ciclo menstrual.

Caso não seja optado por realizar o procedimento com sedação, não é obrigatório jejum para realizar o exame. Em alguns casos, a paciente receberá orientação para utilizar alguma medicação para dor antes ou depois da histerossonossalpingografia.

A histerossonossalpingografia ajuda a engravidar?

É bastante frequente que pacientes procurem a realização da histerossonossalpingografia com o objetivo de desobstrução das trompas, buscando, assim, a ampliação das chances de sucesso para engravidar. Contudo, não há evidência científica que leve a crer que esse exame deva ser feito com o propósito terapêutico, mas sim de diagnóstico de possíveis alterações.

É importante ressaltar que o líquido injetado auxilia na identificação de dilatações ou obstruções que possam impedir ou dificultar os processos de gravidez. Porém, não se pode afirmar que a passagem do líquido por aquela região possa desencadear algum efeito que possibilite a correção de qualquer processo que esteja impedindo a passagem pelas trompas de Falópio.

Assim, ao optar pela realização do exame, o objetivo deve ser o de identificar possíveis alterações para melhor orientação de tratamentos específicos posteriormente, sempre levando em consideração o histórico individual e conjugal, idade, reserva ovariana da mulher, dentre outros fatores.

Tirou suas dúvidas sobre a histerossonossalpingografia? Entre em contato com o CEFERP e agende sua consulta!

Hidrossalpinge

A hidrossalpinge trata-se de uma condição em que as trompas uterinas (ou apenas uma delas) ficam dilatadas, pela presença de líquido na região. 

A doença ainda é pouco conhecida por mulheres em geral, atuando muitas vezes de forma silenciosa e sendo descoberta apenas quando a mulher está tentando engravidar.

Quer entender mais sobre a hidrossalpinge, como é o diagnóstico, por que ela acontece e se existe tratamento? Continue a leitura! 

O que é a hidrossalpinge? 

A hidrossalpinge é caracterizada por uma dilatação que ocorre nas tubas uterinas, o que provoca o acúmulo de líquido na região. 

A patologia pode ser assintomática e de rápida evolução, e pode ter impactos na fertilidade feminina. 

A causa exata do surgimento da hidrossalpinge ainda não é totalmente compreendida. Sabe-se que alguns fatores podem levar a alterações na trompa, com este acúmulo de líquido e dilatação tubária. Um dos principais fatores é a presença de infecção, que pode ser causada por agentes sexualmente transmissíveis. Outros fatores que alterem o funcionamento ou anatomia dos órgãos pélvicos podem também interferir no funcionamento das trompas, como cirurgias, aderências pélvicas, endometriose ou outras fontes de infecção, como apendicite. 

Por que a hidrossalpinge afeta a fertilidade da mulher? 

As tubas uterinas, também chamadas de trompas de Falópio, são canais de extrema importância para que uma gravidez ocorra, pois elas são as responsáveis pela ligação do útero aos ovários. Portanto, elas permitem o encontro entre o óvulo e o espermatozoide e são inclusive o local onde se dá o início da fecundação. 

As trompas são revestidas por estruturas denominadas fímbrias, uma espécie de atapetamento interno que tem função de auxiliar na migração do óvulo e também do embrião pelo interior da tuba uterina. Portanto, além de serem a via de encontro entre os gametas feminino e masculino, as trompas também têm a função de captar e transportar o óvulo liberado pelos ovários para facilitar seu encontro aos espermatozoides. Elas também auxiliam a direcionar o embrião formado em seu interior para o útero, em caso de fecundação. 

Tubas uterinas com danos, como é o caso da hidrossalpinge, tem seu funcionamento impactado, pois o acúmulo de conteúdo em seu interior se associa a dificuldade funcional das trompas, ou seja, dificuldade de utilização das fímbrias na condução do óvulo ao espermatozoide. Essa alteração funcional pode inclusive se apresentar através de obstrução completa da passagem pelas trompas. Outro ponto importante é que o conteúdo armazenado no interior das trompas com hidrossalpinge pode refluir para o útero, atrapalhando a gravidez de acontecer, seja de forma espontânea ou inclusive em tratamentos de reprodução assistida. Além disso, ainda há um aumento da chance que ocorra uma gravidez ectópica, quando o embrião é implantado fora do útero, já que a motilidade das trompas pode estar comprometida quando há o diagnóstico da hidrossalpinge. 

Se quiser conhecer mais sobre as trompas, não deixe de conferir este artigo do nosso blog: Trompas: entenda sua importância na reprodução humana

Quais são os sintomas desta condição? 

Como falamos acima, a hidrossalpinge pode ser uma doença silenciosa, muitas vezes sendo percebida apenas em exames de imagem, em pacientes assintomáticas.

Algumas mulheres podem descobrir a condição devido à ocorrência de gravidez ectópica, por exemplo. Em casos menos comuns, podem surgir sintomas como dores na região da pelve ou ventre inferior, podendo piorar no período menstrual, porém são inespecíficos e podem estar presentes em diversas outras condições, ginecológicas ou não. 

Como é realizado o diagnóstico? 

Existem vários métodos de investigação que podem auxiliar no diagnóstico da hidrossalpinge, sendo os principais deles os exames de imagem. 

Um dos exames que podem ser solicitados é o ultrassom transvaginal. Geralmente, quando não há patologia tubária, essa estrutura não é visualizada ao ultrassom. Portanto, ao se evidenciar imagem sugestiva de dilatação na topografia anatômica das trompas, o achado é suspeito para hidrossalpinge. Outro exame que pode auxiliar é a histerossalpingografia (HSG), um tipo de raio-x capaz de analisar as tubas uterinas e verificar se há alguma dilatação ou bloqueio na passagem das trompas. Este exame pode também auxiliar na avaliação de possíveis malformações uterinas. 

O diagnóstico definitivo da hidrossalpinge se dá pela laparoscopia, já que os exames de imagem podem sugerir a patologia, com maior ou menor grau de confiabilidade, a depender das características dos achados nos exames. A laparoscopia é um procedimento que pode diagnosticar também a presença de outras patologias que afetam a fertilidade, como a endometriose, por exemplo. Porém, por ser um procedimento cirúrgico e invasivo, a decisão por sua indicação deve ser feita apenas após a avaliação detalhada e individualizada do caso, geralmente quando procedimentos menos invasivos de investigação já tenham sido realizados anteriormente, ou também quando já houver indicação deste procedimento devido a outros fatores.

Como é feito o tratamento?

Ao se identificar a presença da hidrossalpinge, demonstra-se que a trompa não se apresenta funcional. Portanto, a indicação nos casos de hidrossalpinge é a cirurgia, que pode ser desde interromper a comunicação da trompa com a cavidade uterina (como uma laqueadura) até a remoção da trompa afetada pela patologia (procedimento chamado salpingectomia). Ao considerarmos estes procedimentos para pacientes que desejem gestação, podem surgir dúvidas, já que a realização dos mesmos pode limitar a chance de gestação espontânea (por interromper a comunicação da trompa com a cavidade uterina). Porém, como mencionamos, a trompa afetada pela hidrossalpinge já tem sua função comprometida, geralmente inclusive apresentando obstrução ao exame de histerossalpingografia, e pode não só dificultar as chances de gestação espontânea ou por tratamento, como inclusive aumentar o risco de gestação ectópica (fora do útero).

Caso haja suspeita desta alteração em uma ou ambas as trompas, é indicada a avaliação de um especialista. Nos casos em que seja necessária a cirurgia em ambas as trompas, como a passagem para encontro do óvulo com o espermatozoide ficará comprometida, para a programação de gestação possivelmente será indicada a FIV (fertilização in vitro), procedimento que permite a fecundação de óvulo e espermatozoide em laboratório. Caso apenas uma das trompas tenha sido afetada, outras opções podem ser consideradas.

Importante enfatizarmos também que, mesmo nos casos de FIV, é indicada a cirurgia para correção da hidrossalpinge previamente à transferência de embriões ao útero, pois como vimos anteriormente, a presença desta patologia também pode afetar as taxas de sucesso de gestação após tratamento de reprodução assistida. 

Portanto, tudo dependerá do grau encontrado da doença, histórico do casal de infertilidade, dentre outros fatores. Por isso, a avaliação de um especialista é essencial, tanto para auxiliar no diagnóstico da patologia, quanto para realizar o aconselhamento das chances de atingir uma gravidez natural ou, caso as trompas precisem ser retiradas, das indicações de realização da FIV, suas etapas e chances de sucesso. 

Existe como prevenir a doença? 

Como a origem da hidrossalpinge não é totalmente conhecida e vários fatores podem estar associados ao seu surgimento, não existem medidas que previnam totalmente a sua ocorrência. Porém, como sabemos que algumas patologias podem facilitar o risco de alterações tubárias, como infecções do aparelho reprodutor, é recomendável que sejam tomadas medidas para prevenir a ocorrência de tais infecções, principalmente as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como o uso de preservativos, por exemplo, caso não haja desejo de gestação.

O acompanhamento ginecológico de rotina também é importante para avaliar possíveis queixas, realizar o tratamento quando haja suspeita de infecção e o devido aconselhamento quando houver suspeita da patologia, associada ou não ao diagnóstico de infertilidade.

Ficou com alguma dúvida a respeito da hidrossalpinge? Deixe nos comentários abaixo! 

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teste ovulação

Uma dúvida comum entre mulheres tentantes é como identificar se está no período de ovulação. 

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Os testes de ovulação de farmácia são exames que auxiliam as mulheres a descobrir se estão no período fértil, evento do ciclo menstrual que ocorre apenas uma vez por mês.

Se você quer entender mais sobre a ovulação, quais são os principais sintomas e como funcionam os testes de ovulação de farmácia, continue a leitura deste artigo!

Como a ovulação acontece?

A ovulação é um importante evento do ciclo menstrual, sendo fundamental para que uma gestação ocorra.

Ela ocorre quando o folículo dominante se rompe, liberando o óvulo que está pronto para ser fecundado pelo espermatozoide.

Este fenômeno pode ou não vir acompanhado de sintomas observáveis ao longo do ciclo menstrual. Portanto, ela nem sempre é detectada pelas mulheres. Além disso, muitas vezes os ciclos podem ter durações diferentes ao longo dos meses, variando o período de pessoa para pessoa, tornando mais difícil a previsão do período fértil todos os meses. Baseado nos acontecimentos fisiológicos do ciclo menstrual e considerando um ciclo regular de 28 dias, a média é que a ovulação ocorra por volta do 14° dia do ciclo (14 dias antes da próxima menstruação).

A ovulação é o resultado de uma cascata complexa de eventos, que precisa de organização e sincronia para ser bem-sucedida. Algumas mudanças hormonais que acompanham o período da ovulação podem trazer sintomas, dentre eles:

  • Aumento na libido;
  • Alterações no tipo e quantidade do muco cervical, tornando-se mais transparente e elástico, semelhante ao aspecto de clara de ovo;
  • Aumento da temperatura basal;
  • Algumas mulheres sentem dor ou sensibilidade na região abdominal durante o período da ovulação.

O que é o teste de ovulação?

O teste de ovulação pode ser comprado na farmácia e pode ser uma ferramenta importante para auxiliar as mulheres a descobrirem se estão no período fértil.

O exame é feito através da coleta da urina. O objetivo é detectar a presença do hormônio luteinizante (LH), que possui um pico de elevação cerca de 24 a 36 horas antes do óvulo ser liberado. Este hormônio é o responsável diretamente pela ovulação, estimulando mediadores que fazem o folículo se romper, liberar o óvulo, e tornar-se, então, o corpo lúteo.

O teste irá sinalizar se ocorreu (ou não) esse pico para que dessa forma o casal tentante possa ter um norte do melhor período para manter relações sexuais sem prevenção, em busca de uma gestação espontânea.

Importante destacar que esse tipo de teste não garante que uma gestação ocorra, pois ela depende de outros fatores. Este exame, portanto, não deve ser interpretado como um diagnóstico isolado de fertilidade conjugal. Por exemplo, a ocorrência da gestação depende também de pelo menos uma trompa funcionante e de espermatozoides com capacidade de atingir o local do óvulo para fecundá-lo.

Por isso, caso haja dificuldade para engravidar após seis meses a um ano de tentativas, é importante contar com um médico especialista para que seja feita a investigação e o acompanhamento, além de orientar quais medidas podem ser adotadas para facilitar a concepção.

Como funciona o teste de ovulação?

O teste de ovulação de farmácia detecta a presença do hormônio luteinizante – LH, podendo ser realizado de forma semelhante ao teste de gravidez urinário, que identifica a presença do hormônio gonadotrofina coriônica humana (Beta hCG).

Basta a mulher urinar em um recipiente e introduzir o teste até a marca já sinalizada no produto, ou expor a tira à presença de urina diretamente. Após alguns minutos é possível fazer a leitura. Algumas particularidades podem variar de teste para teste, como a forma de coleta, o tempo até a leitura e a sinalização do resultado. Alguns podem apresentar duas listras, sinalizando teste positivo, e outros podem até mesmo expressar o resultado através de figuras (imagem de rosto sorrindo).

Antes de realizar o teste é importante ler com atenção as orientações que constam na caixa do teste de ovulação. Seguem algumas dicas:

  • Verificar a integridade da embalagem e prazo de validade do teste;
  • Conhecer o padrão do ciclo menstrual para que seja possível iniciar os testes de ovulação a partir do período esperado como sendo o período fértil (em ciclos regulares, por volta de 14 dias antes da data prevista para a próxima menstruação;
  • Evitar ingerir grande quantidade de líquido horas antes da coleta do exame;
  • O melhor período para coleta da urina pode variar de acordo com o ciclo e as orientações do fabricante.

 

Como vimos, é muito importante conhecer o seu ciclo menstrual para a realizar o teste de ovulação no período correto, isso diminui o número de testes que podem ser necessários, auxiliando no controle da ansiedade e frustração caso detecte muitos testes de ovulação consecutivamente negativos. Para entender melhor o ciclo, é recomendado que a mulher registre a duração do seu ciclo por alguns meses, em torno de 3 a 6 meses. Pode ser até mesmo um pedaço de papel ou calendário informando as datas em que houve a menstruação, mas também existem vários aplicativos que auxiliam nessa questão.

Como interpretar o resultado?

Como falamos, os testes de ovulação funcionam similares aos de gravidez, no entanto, a leitura pode variar de acordo com a marca.

O mais simples é o feito em tiras, sendo que a identificação é feita com base no surgimento ou não da segunda linha. Caso a segunda linha tenha coloração igual ou mais forte que a primeira, significa que o teste é positivo.

Também podem ser encontrados em farmácias os testes digitais, que caso detectem a presença do LH, ela é registrada através da exibição de uma carinha sorridente no display, evidenciando resultado positivo.

Para realizar ambos os testes, a mulher deve molhar a tira ou pipeta na urina e aguardar por volta de 3 a 5 minutos após o contato do teste com a urina.

Reforçamos a importância de ler o folheto informativo, pois as instruções podem variar conforme cada teste.

Quando o teste se mostra positivo, ele demonstra o pico do LH, e como dissemos, a ovulação deve ocorrer depois de 24-36h. Desta forma, o período ideal pera ter relações é ao se detectar o teste de ovulação positivo, já que o período de duração dos espermatozoides no trato genital feminino é menor que do óvulo, ou seja, é recomendável que já haja espermatozoides no sistema reprodutor quando o momento exato da ovulação ocorrer.

Como é feito o controle da ovulação na reprodução assistida?

São diversos os fatores que colaboram para que uma ovulação ocorra, por isso a orientação médica para o casal que está tentando engravidar é muito importante.

Na reprodução assistida, o controle da ovulação pode ser realizado por meio de dosagens hormonais, ultrassons, e em alguns casos a ovulação é induzida por meio de medicamentos que simulem o pico do LH. Porém, o tipo de acompanhamento e necessidade ou não de medicações adicionais varia conforme cada caso, por isso é importante uma avaliação individualizada.

Como pudemos perceber, os testes de ovulação podem auxiliar os casais no período de tentativas. Porém, é importante fazermos uma ressalva. Caso a mulher apresente ciclos regulares e o casal consiga manter relações sexuais frequentes, não é essencial a realização dos testes de ovulação, mesmo que a mulher não perceba sinais clássicos deste período. Isto porque, a presença de ciclos regulares demonstra ciclos consequentemente ovulatórios, e se o casal já mantém relações sexuais de forma regular, também irá fazê-lo no período fértil, não sendo necessária a artificialização deste período de intimidade do casal. Sabemos que as tentativas para engravidar sem sucesso podem gerar desgaste emocional, e é importante cuidarmos desse fator para continuar as tentativas da forma mais leve possível até a chegada do bebê!

Esclarecemos todas as suas dúvidas a respeito do teste de ovulação? Se você gostou, compartilhe em suas redes sociais e assine a nossa newsletter para mais dicas!

Tipo sanguineo

Você sabia que o exame de tipo sanguíneo é muito importante no pré natal, e que alguns cuidados devem ser tomados de acordo com a tipagem sanguínea do casal?

Mulheres com tipo sanguíneo negativo, por exemplo, precisam ser orientadas quanto a acompanhamentos específicos e algumas medidas que devem ser tomadas na gravidez e/ou após o nascimento do bebê, inclusive para evitar riscos em uma futura gestação. Na reprodução humana não é diferente!

Quer entender melhor sobre a relação entre o tipo sanguíneo e gravidez? Então siga a leitura!

O que é incompatibilidade sanguínea na gravidez?

O tipo sanguíneo é definido pela presença ou ausência de determinadas substâncias (antígenos) em algumas células do corpo. Este fator define tanto o sistema ABO (definição se tipo sanguíneo A, B, AB ou O) quanto o fator Rh, que determina os resultados de tipo sanguíneo positivo ou negativo. O agente Rh trata-se de uma proteína que pode estar presente ou não no sangue humano.

A incompatibilidade sanguínea na gravidez acontece quando o grupo sanguíneo da mãe tem anticorpos que “atacam” as células que expressam o tipo sanguíneo do bebê. Ou seja, o organismo da mulher, por não reconhecer os marcadores de tipo sanguíneo do bebê, produzem anticorpos contra eles. Esta reação de incompatibilidade pode ocorrer tanto por diferenças no sistema ABO quanto no fator Rh, porém é muito mais comum neste último caso, sendo o exemplo mais conhecido quando a mulher é Rh negativo e o bebê é Rh positivo.

Nesse caso, a preocupação acontece porque a mulher Rh negativo não reconhece os marcadores do Rh positivo; portanto, poderá produzir anticorpos anti-Rh para tentar destruir o agente Rh do feto, pois o organismo o considera como um intruso. Esse fenômeno é conhecido como isoimunização ou aloimunização.

Quais os riscos da isoimunização?

A isoimunização geralmente não está associada a consequências para a mãe, no entanto, pode comprometer a saúde do bebê em graus variáveis.

Caso a mulher de tipo sanguíneo negativo tenha sido exposta ao tipo sanguíneo positivo e crie uma ‘memória imunitária’ contra o fator Rh, neste cenário, ocorrendo uma futura gravidez com bebê Rh positivo, é onde há o risco da isoimunização prévia evoluir com uma doença conhecida como doença hemolítica perinatal (DHPN) ou eritroblastose fetal. Portanto, é importante destacar que numa primeira gravidez, geralmente, a produção de anticorpos não é suficiente para levar à DHPN propriamente dita, mas devem ser tomados cuidados para evitar a isoimunização da mãe. Outros eventos também podem aumentar o risco da mulher desenvolver estes anticorpos, como em transfusões de sangue inadequadas, por exemplo.

A DHPN, portanto, é causada pelo ataque dos anticorpos da mãe às células do bebê, podendo levar com que o feto desenvolva anemia e ascite – um acúmulo anormal de líquido na cavidade abdominal, dentre outros achados.

Como detectar o risco de isoimunização?

O primeiro passo para o planejamento e evolução seguros da gravidez no que diz respeito à tipagem sanguínea é conhecer o tipo sanguíneo dos genitores para avaliar quais as possibilidades de tipagem sanguínea para o bebê. Desta forma, caso haja risco de incompatibilidade de fator Rh, ou seja, mãe tipo sanguíneo negativo e o bebê com possibilidade de tipo sanguíneo positivo, será realizado o acompanhamento do exame de Coombs indireto e a administração da imunoglobulina AntiRh quando houver indicação.

É através desta análise de tipo sanguíneo que é detectado o risco de isoimunização; esta simples medida permite que os devidos aconselhamentos e cuidados sejam prestados durante a gestação e após o parto.

Existe tratamento quando acontece a isoimunização?

As mulheres de tipo sanguíneo negativo geralmente realizam, durante o pré-natal, o acompanhamento do exame de Coombs indireto. Este exame tem o objetivo de avaliar a produção de anticorpos da mãe contra o tipo sanguíneo negativo. Caso haja a detecção do Coombs indireto positivo, pode-se dizer que a mulher apresentou a isoimunização.

Caso a mulher isoimunizada engravide de um bebê potencialmente de tipagem sanguínea positiva, os cuidados pré-natais devem ser rigorosos, monitorando principalmente sinais de anemia fetal. Em casos mais graves, pode haver inclusive necessidade de transfusão sanguínea no recém-nascido, a chamada exsanguíneotransfusão.

Portanto, a principal medida deve ser minimizar ao máximo o risco da mulher desenvolver a isoimunização, visto que uma vez que ela ocorra, as principais medidas são de acompanhamento e suporte para o bebê, dentro e fora do útero.

Quais as medidas para evitar a isoimunização?

A primeira medida é conhecer o tipo sanguíneo dos genitores para detectar o risco de potencial isoimunização. A partir daí, será acompanhado o exame de Coombs indireto, como mencionado anteriormente.

Para evitar a formação desses anticorpos contra o fator Rh positivo é administrada a imunoglobulina anti-Rh, também conhecida como anti-D. Essa imunoglobulina deve ser considerada para uso na gestação nos casos de gestante Rh negativa, com bebê potencialmente positivo, em situações como:

  • aborto;
  • gravidez ectópica;
  • próximo de 28 semanas de gravidez;
  • logo após o parto (após constatar que o bebê tem Rh positivo).

A preocupação com a administração da imunoglobulina se dá nos casos de mulheres Rh negativo. Se a mulher tiver Rh positivo, independentemente do Rh do parceiro, não é necessária imunoglobulina. Também, se ela e o parceiro tiverem Rh negativo, não precisará ser aplicada a imunoglobulina, visto que o bebê neste último exemplo também deverá ser Rh negativo.

Como isto funciona na reprodução assistida?

Os cuidados de aconselhamento com relação à tipagem sanguínea na reprodução assistida são os mesmos da gestação espontânea.

É importante destacar que não há uma comprovação de relação entre o tipo sanguíneo da mulher ou do casal e as taxas de sucesso no tratamento de reprodução humana. Porém, a preocupação se dá pelo risco de aloimunização ou eritroblastose fetal, tal qual nas gestações espontâneas.

O risco da isoimunização é maior, principalmente, nas próximas gestações, já que na primeira gestação não se espera que a mulher tenha sido exposta ao tipo sanguíneo positivo. De toda forma, mulheres que apresentam tipagem sanguínea negativa e estão em programação de gestação geralmente são encorajadas a realizar o exame de Coombs indireto, para detectar o risco de isoimunização.

Nos tratamentos de reprodução assistida a tipagem sanguínea da mulher e do casal também ganha importância nas situações em que o casal irá realizar o tratamento com óvulos ou espermatozoides doados.

Primeiramente, se o casal não deseja compartilhar essa particularidade do tratamento, é recomendável que seja selecionado um(a) doador(a) com tipo sanguíneo que possa proporcionar ao bebê a possibilidade de nascer com tipo sanguíneo que também poderia ocorrer em caso de gestação espontânea com gametas próprios.

Nos casos de mulheres com tipo sanguíneo negativo, não é obrigatório receber óvulos ou espermatozoides doados também de tipo sanguíneo negativo. Porém, é importante que essa avaliação e discussão também sejam feitas antes de prosseguir com o tratamento, tanto pela questão da confidencialidade que pode ser desejada, como mencionado anteriormente, quanto pelos cuidados referentes ao risco de isoimunização.

Portanto, conhecer o tipo sanguíneo e o fator Rh é recomendável na programação da gestação, a fim de que os melhores cuidados sejam tomados para minimizar possíveis desfechos negativos, principalmente em gestações futuras. As medidas geralmente são simples, e possibilitam a evolução tranquila e segura da gravidez!

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Utero

O endométrio trata-se de uma camada que reveste a parede interna do útero e que possui extrema importância para que uma gestação ocorra.

Esse tecido é carinhosamente chamado também de “cama do embrião”, pois é ele que o recepciona para a devida implantação e desenvolvimento. Portanto, o endométrio passa por toda uma preparação no corpo da mulher, seguindo as fases do ciclo menstrual. Sendo assim, nos tratamentos de reprodução humana, o endométrio também precisa estar preparado para recepcionar o embrião, e este preparo pode ocorrer de diversas formas. Uma destas formas é o preparo em um ciclo natural da mulher.

Se você possui dúvidas ou curiosidades sobre o ciclo natural no preparo do endométrio, quais suas etapas e como ele é feito na Fertilização In Vitro (FIV), continue a leitura!

O que é o preparo do endométrio?

Todos os meses, o endométrio sofre alterações em sua espessura e, caso não ocorra uma fecundação e implantação, ele descama, dando origem à menstruação.

Durante cada ciclo menstrual, o endométrio é estimulado pela ação de hormônios. Eles tem o objetivo de induzir um aumento da espessura endometrial e também uma transformação nas características deste tecido. Como ele é parte importante do fenômeno de implantação embrionária, o devido preparo é fundamental para a melhor interação possível entre embrião e endométrio e, propiciar, desta forma, melhores chances de gravidez.

Portanto, na gestação espontânea e inclusive na FIV é preciso que o endométrio esteja devidamente preparado e receptivo para o momento da chegada do embrião ao útero.

Na FIV, como dissemos anteriormente, existem diversas formas em que o endométrio pode se preparar para a transferência. Nos casos em que a transferência embrionária ocorre logo nos próximos dias da coleta de óvulos, por exemplo, a própria estimulação dos ovários leva a uma cascata de eventos que também preparam o endométrio. Já nos casos em que não tenha sido realizada estimulação ovariana recente, este preparo pode ocorrer de forma artificial ou natural. Em um ciclo de preparo artificial são administrados medicamentos hormonais, enquanto no ciclo natural o preparo ocorre com os hormônios do corpo da mulher. Alguns cenários envolvem estratégias mistas, preparo conhecido como ciclo natural modificado.

Como é o preparo do endométrio no ciclo natural?

Para entender melhor o funcionamento do preparo do endométrio em ciclo natural é preciso saber como funciona o ciclo menstrual.

O ciclo se inicia no primeiro dia da menstruação e termina com a chegada da menstruação do mês seguinte. Ele é composto por fases, que podem receber denominações diferentes.

A primeira fase, conhecida como fase folicular, é onde ocorre o crescimento dos folículos (estruturas que armazenam os óvulos) até a seleção do folículo dominante, que crescerá mais rápido que os demais e culminará na ovulação. Este crescimento faz com que haja aumento dos níveis do hormônio estrogênio, responsável pelo espessamento do endométrio.

Após este recrutamento de folículos e crescimento adequado do folículo dominante, alguns mecanismos hormonais fazem com que ocorra a ovulação. A partir deste momento, se inicia a segunda fase do ciclo, também chamada de fase lútea. Neste período, ocorre aumento dos níveis de progesterona, hormônio responsável por manter e modificar o endométrio para a possível gravidez.

Portanto, no preparo em ciclo natural é importante que seja possível acompanhar estas fases. Também é importante enfatizar que a ovulação desempenha papel crucial no preparo em ciclo natural, já que são os fenômenos ovarianos que produzirão os hormônios necessários para o endométrio. Este acompanhamento é realizado através de ultrassonografia transvaginal. Como em ciclo natural dependemos do comportamento adequado do ovário, podem ser necessários mais exames de ultrassonografia para acompanhamento do ciclo.

Este acompanhamento ultrassonográfico permitirá identificar o melhor momento para programar a transferência, período conhecido como janela de implantação.

Qual a diferença entre o preparo do endométrio natural e artificial?

No preparo do endométrio em ciclo artificial as mudanças necessárias no endométrio são causadas por hormônios administrados externamente, com o objetivo de simular o que ocorre em um ciclo natural.

Esta situação costuma trazer maior flexibilidade e praticidade para a paciente, pois como os hormônios são administrados, isto permite ajustes de tipo de medicação, dose, tempo de uso, dentre outros fatores, o que geralmente não é possível em ciclo natural, pois é o ovário quem determina a produção hormonal. Por outro lado, em ciclo natural, é necessário acompanhar o “trabalho” do ovário, o que pode fazer ser necessário maior número de idas à clínica para acompanhamento ultrassonográfico.

Preparamos um artigo no blog do CEFERP exclusivo buscando explicar todas as dúvidas sobre o preparo do endométrio em ciclo artificial na FIV.

O preparo do endométrio no ciclo natural é melhor que o artificial?

Cada tipo de preparo tem suas indicações, vantagens e potenciais desvantagens. Portanto, deve-se individualizar a decisão de acordo com o caso, características do ciclo menstrual ou até mesmo preferências da paciente ou casal. Por exemplo, enquanto o preparo em ciclo artificial pode trazer maior flexibilidade ao tratamento, o preparo em ciclo natural pode se associar a menor uso de medicações, portanto menos efeitos colaterais associados.

Questões como a presença ou não de ovulação, diagnóstico de menopausa, entre outras, influenciam na escolha da melhor forma.

Em linhas gerais, não existe evidência de superioridade de um tipo de preparo sobre o outro. Porém, como mencionamos, cada decisão deve ser avaliada com suas particularidades.

O que é ciclo natural modificado?

Muitas vezes na FIV quando falamos sobre preparo do endométrio em ciclo natural as pacientes supõem que não será aplicado nenhum tipo de medicamento.

No entanto, em alguns casos é necessário realizar alguns ajustes para ter um maior controle do ciclo. Um exemplo comum é a possível necessidade do uso de medicamentos para desencadear a ovulação. Outro hormônio que pode ser administrado é a progesterona, mesmo tendo sido realizado ciclo natural. Essas indicações também devem ser discutidas com a equipe que faz o seu seguimento, de forma individual.

Este tipo de preparo com uma estratégia mista, ou seja, através dos hormônios do próprio organismo da mulher, porém com auxílio de outros hormônios externos, é denominado de ciclo natural modificado. Ele pode trazer algumas vantagens, como a tentativa de maior precisão para identificar o momento da transferência embrionária, além de utilizar menos medicamentos em comparação a um ciclo artificial.

Para saber qual a melhor estratégia para o seu caso específico, é fundamental que converse com o seu médico e a equipe responsável pelo seu acompanhamento, pois cada tratamento deve ser feito de maneira individualizada.

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Gestante sendo vacinada

A vacinação contra a COVID-19 está avançando em todo o mundo. No estado de São Paulo, a previsão é que a população acima de 18 anos deva receber a primeira dose até o final de setembro. A perspectiva de ser vacinado traz otimismo, mas ao mesmo tempo gera dúvidas, principalmente para as tentantes e também para as gestantes.

“Me programei para o início da minha fertilização in vitro (FIV), posso me vacinar?”. “Postergo o início do meu tratamento?”. “Já recebi a vacina, posso prosseguir com o tratamento?”. “Consegui meu tão sonhado positivo e estou grávida, devo tomar a vacina?”. “Tomei a primeira dose, devo esperar para transferir os embriões?”. Esses são alguns dos questionamentos que recebemos aqui no CEFERP.

Antes de abordarmos alguns esclarecimentos, é importante frisar que por ser um assunto relativamente recente, existem vários posicionamentos que podem diferir em alguns pontos diante do assunto, e nenhuma fonte de informação substitui a avaliação individualizada do caso, considerando todas as variáveis e a tomada de decisão pelo médico em conjunto com a paciente.

Para te ajudar a entender um pouco mais sobre as recomendações, ou ainda qual a relação entre o tratamento e a vacinação, preparamos este post com as principais dúvidas. Confira!

Estou programando meu tratamento, posso me vacinar?

No início de fevereiro de 2021, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), em conjunto com a Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (REDLARA) e diversas outras instituições em reprodução humana publicaram um posicionamento conjunto para auxiliar nesta e outras discussões. O texto segue em concordância com as principais outras fontes citadas neste artigo. Um fator importante pontuado pela nota é o de que “a vacinação tem efetividade e não induz a risco aumentado de contrair a infecção por Covid-19. Embora ainda não haja estudos humanos de longo prazo sobre a vacinação contra Covid-19 e gravidez, nenhuma das vacinas contém vírus SARS-CoV-2 vivo”. Gestantes vacinadas ao redor do mundo tem comprovado a eficiência e necessidade da vacina neste grupo.

Sendo assim, a nota orienta que para indivíduos que apresentem alto risco de infecção ou morbidade pelo Covid-19 (grupo no qual encontram-se as grávidas), não receber a vacina supera o risco da vacinação, previamente ou durante a gravidez.

No Brasil, desde março de 2021, as gestantes vem sendo incluídas nos grupos prioritários para vacinação contra o Covid. Em abril de 2021, o Ministério da Saúde publicou uma nota recomendando a inclusão de todas as gestantes e puérperas (mulheres no período pós parto) neste grupo. Já em junho do mesmo ano, a ANVISA e o Programa Nacional de Imunizações orientaram interromper temporariamente o uso da vacina AstraZeneca-Oxford/Fiocruz em gestantes e puérperas, devido à notificação de um caso de trombose com possível associação causal com a vacina, no Rio de Janeiro. Porém, devido à importância da manutenção da imunização deste grupo, e também por conta do aumento da mortalidade materna por Covid-19, a SOGESP (Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) emitiu uma nota recomendando a vacinação de todas as gestantes de São Paulo, com as vacinas Coronavac ou Pfizer, recomendação também feita pela FEBRASGO (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia).

A Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (European Society of Human Reproduction and Embryology – ESHRE) publicou um guideline em janeiro de 2021 com algumas recomendações específicas sobre a vacinação e tratamentos de reprodução assistida. Uma das considerações é a de que faltam informações sobre o possível efeito da vacina contra a COVID-19 em pessoas que estão passando por tratamentos ou programando uma gestação futura.

Dessa forma, não é possível fazer recomendações únicas sobre se os homens e mulheres que tentam engravidar por meio de tratamentos de reprodução assistida devem ou não receber a vacina antes de iniciarem o tratamento em si.

O que a ESHRE recomenda é que os casos sejam avaliados individualmente pelo médico. Para mulheres com comorbidades que as colocam em maior risco ao contrair COVID-19 e / ou gravidez com complicações, a instituição afirma que deve se considerar o incentivo à vacinação antes de tentar a concepção. O mesmo se aplica a mulheres nas quais o risco de exposição à infecção pelo vírus é alto e não pode ser evitado. Estas recomendações também estão de acordo com a última nota publicada pela SBRA, que orienta a decisão compartilhada entre paciente e médico quanto a receber as vacinas.

A Sociedade Americana para a Medicina Reprodutiva (American Society for Reproductive Medicine – ASRM) também organizou um “comitê” (Task force) para informação quanto aos impactos do Coronavírus nas pacientes e tratamentos de reprodução humana. Um dos assuntos abordados foi a respeito da imunização contra o Coronavírus. Sobre o assunto, a ASRM publicou um documento, que vem sendo constantemente atualizado. A última atualização até o momento foi de 18 de janeiro de 2021. Neste guideline, a ASRM menciona que “a vacinação contra a COVID-19 é recomendada para mulheres contemplando gestação”. Ainda segundo o documento, os benefícios conhecidos e potenciais das vacinas ultrapassam os riscos potenciais e conhecidos.

Importante frisar uma informação fundamental, que também é abordada nas atualizações fornecidas pela ASRM, que é a recomendação de se levar em consideração a transmissão local da COVID-19 e o risco de a paciente ser infectada pelo vírus, os riscos da doença para a paciente e também os potenciais riscos para o feto, além de entender a eficácia da vacina disponível e os efeitos colaterais conhecidos. Ou seja, devemos tomar cuidado na interpretação dos diversos dados, pois fatores epidemiológicos precisam ser levados em consideração, bem como as vacinas disponíveis.

Fui vacinada (o), devo adiar meu tratamento?

A ESHRE recomenda ser prudente adiar o início dos tratamentos de reprodução assistida por pelo menos alguns dias após a conclusão da vacinação, ou seja, após a segunda dose, para permitir que a resposta da pessoa imune se estabeleça.

Como não há ainda informações sobre o efeito da vacina nos óvulos, espermatozoides, na implantação de embriões e nos estágios iniciais da gravidez, a abordagem mais cautelosa considerada pela ESHRE seria a de adiar o início do tratamento de reprodução humana desde alguns dias a até dois meses. Porém, isso deve ser avaliado pelo médico, de acordo com a individualidade de cada caso.

As mulheres grávidas devem ser vacinadas?

Em documentos anteriores, a ESHRE já havia afirmado que pacientes grávidas infectadas pela COVID-19 estão em um maior risco de complicações do que as mulheres não grávidas.

Entretanto, como a segurança das vacinas contra a COVID-19 na gravidez humana não foi avaliada até o momento, a instituição recomenda que a decisão de uso da vacina em mulheres grávidas deve ser feita em consulta com o médico após considerar benefícios e riscos individuais.

A instituição afirma que “mulheres grávidas devem ser informadas sobre a falta de estudos humanos de longo prazo sobre a vacinação contra a COVID-19, mas não devem ser excluídas dos programas de vacinação”.

No Brasil, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) emitiu uma recomendação em que afirma que “para as gestantes e lactantes pertencentes ao grupo de risco, a vacinação poderá ser realizada após avaliação dos riscos e benefícios em decisão compartilhada entre a mulher e seu médico”.

Gestantes que tomaram a primeira dose da Astrazeneca podem vacinar com outra na segunda dose?

Em 26 de Julho de 2021 o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica sobre a possibilidade de intercambialidade das vacinas contra o Covid-19 nos casos em que não é possível manter o mesmo agente imunizante nas duas aplicações. A nota enfatiza a importância da vacinação com o esquema completo de doses.

A indicação contida no documento é de realizar a segunda dose, preferencialmente, com a Pfizer, por possuir mais estudos no momento. Porém, caso não seja possível a aplicação desta, deve-se discutir a utilização da Coronavac como segunda dose.

Ficou com alguma dúvida sobre a vacinação contra a COVID-19 em tentantes e mulheres grávidas? Deixe sua pergunta abaixo, nos comentários.

Fecundação

A fecundação do óvulo pelo espermatozoide é o processo que dá origem a uma nova vida, um novo ser. Este encontro, quando bem sucedido, permite que os gametas masculino e feminino combinem seu material genético, formando o embrião.

Esta etapa é a base do processo reprodutivo de nossa espécie, fundamental para o desenvolvimento de uma gestação. Independentemente de acontecer de forma natural ou assistida, ela desperta curiosidade e admiração. Então, se você quiser saber mais sobre este assunto, continue a leitura deste artigo!

Como ocorre a fecundação?

Quando um casal decide iniciar as tentativas de engravidar, uma das primeiras etapas é a suspensão dos métodos contraceptivos que possam estar utilizando. Desta forma, se iniciam as relações sexuais desprotegidas em busca da concepção.

Para que o encontro dos gametas seja possível, é importante que os fatores diretamente relacionados à ocorrência da gestação estejam normais e em perfeita sintonia. Dessa forma, de maneira sucinta, é necessário que a mulher ovule, que o óvulo consiga percorrer o caminho das trompas para estar disponível para o encontro com o espermatozoide, e também é necessário que os espermatozoides tenham qualidade suficiente para percorrer o caminho de encontro ao óvulo.

Depois deste encontro e da formação do embrião, é fundamental que ele encontre um local apto a receber sua implantação, o útero da mulher.

Parece algo simples, mas a trajetória é complexa e o processo todo requer uma linda sincronia de diversos eventos para culminar na felicidade da implantação embrionária bem sucedida e evolução adequada da gestação.

Os espermatozoides são liberados no fundo da vagina e devem percorrer o caminho até as trompas de Falópio, que envolve passar por algumas modificações de suas características principalmente na passagem pelo colo do útero. Este trajeto dos espermatozoides pode levar de 20-30 minutos, mas este prazo é variável e depende também de outros possíveis obstáculos.

Por esse motivo, a concentração considerada normal de espermatozoides no ejaculado é de pelo menos 15 milhões por ml, conforme a última padronização da Organização Mundial da Saúde. Conforme percorrem esse trajeto, ocorre uma seleção dos “melhores” espermatozoides, até que apenas um atinja o óvulo e consiga fecundá-lo. Além dos espermatozoides, é necessário também que tenha ocorrido ou esteja próximo de ocorrer a ovulação da mulher, fenômeno em que o ovário libera o óvulo preparado naquele ciclo para se encontrar com o espermatozoide.

Após toda essa jornada, quando ocorre o encontro entre o óvulo e o espermatozoide, é essencial que haja interação adequada do material genético de ambos, para que a divisão celular continue e ocorra a formação do embrião, que deverá atingir a cavidade uterina para começar o processo de nidação.

Existe diferença entre fecundação natural e assistida?

Na Reprodução Humana, existem diversos tipos de tratamentos para engravidar. Uma divisão clássica para melhor compreensão dos tratamentos é quanto à complexidade. Tratamentos de baixa complexidade são aqueles que proporcionam o encontro entre óvulo e espermatozoide, a fecundação em si, dentro do organismo da mulher. Por outro lado, tratamentos de alta complexidade proporcionam o encontro entre óvulo e espermatozoide em laboratório, por isso o termo in vitro.

Dessa forma, podemos compreender que em tratamentos de baixa complexidade, a fecundação ocorre exatamente como em uma gravidez espontânea. Já em um tratamento de alta complexidade, ela ocorre com o auxílio do laboratório de embriologia, que pode envolver desde mecanismos mais simples, como a FIV clássica a outros mais complexos, como a Super ICSI. Porém, após o encontro entre óvulo e espermatozoide, independentemente da forma como tenha ocorrido, o processo de interação entre estas células e continuidade da divisão celular se desenvolve da mesma forma.

Entendendo um pouco mais sobre os tratamentos de reprodução humana assistida

Caso a gravidez não ocorra de forma natural, é importante buscar auxílio de um médico especialista para considerar os possíveis tratamentos para aumentar a família.

Entre os tratamentos existentes estão o namoro programado, a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV). Os dois primeiros são considerados tratamentos de baixa complexidade, enquanto a FIV é um tratamento de alta complexidade.

O tratamento de namoro programado consiste em induzir a ovulação e acompanhar a resposta dos ovários a fim de identificar o período mais propício para o casal manter relações sexuais e aumentar a probabilidade de concepção.

Na inseminação artificial, também há a estimulação dos ovários e acompanhamento da resposta, porém no período fértil é realizada coleta de espermatozoides para preparo do sêmen, que será inserido diretamente no interior do útero, facilitando a fecundação.

Já na FIV, os espermatozoides e os óvulos são manipulados em laboratório para que haja a fecundação, e após a formação do embrião, ele é transferido para o útero em que ocorrerá a gestação.

Como pudemos perceber, independentemente da forma, o encontro entre óvulo e espermatozoide é um processo complexo, com diversas particularidades, porém que gera a perfeição do desenvolvimento de uma nova vida.

Neste texto, explicamos de forma bem resumida os tratamentos de reprodução assistida. Caso tenha interesse ou queira saber mais, entre em contato conosco!

mulher asiática com dor

O termo cisto no ovário pode se tratar de diversos achados, não necessariamente com caráter patológico. Portanto, ao receber este diagnóstico, é importante não se desesperar, pois ele pode, inclusive, se tratar de algo rotineiro do ciclo menstrual, em mulheres de diversas idades.

Existem vários tipos de cistos, sendo alguns dos mais comuns os cistos foliculares e de corpo lúteo. Ter um cisto ovariano na maioria das vezes não é um problema grave de saúde, podendo ocorrer em diferentes fases da vida.

Se você quer entender mais sobre o que são os cistos ovarianos, quais as causas mais comuns e se há alguma relação com a infertilidade, siga a leitura!

O que são cistos ovarianos?

Os achados no ovário que tenham característica cística (geralmente estruturas arredondadas, com conteúdo em seu interior), podem receber o nome de cistos na descrição do ultrassom. Portanto, podemos compreender que esta nomenclatura é inespecífica e pode significar condições diversas para a saúde feminina. A depender da causa do cisto, seu tamanho, dentre outros fatores, os sintomas podem variar. Muitas vezes, eles podem ser assintomáticos e vistos apenas aos exames de imagem. Em outros casos, podem estar acompanhados de desconforto abdominal, dores, irregularidade menstrual, dentre outros sintomas.

A melhor forma de diagnosticar a condição, entender quais as possíveis implicações do diagnóstico e os possíveis tratamentos, é consultando um ginecologista. Através da sua história clínica, conhecimento do seu ciclo menstrual, seus sintomas, associado a avaliação por meio de exames de imagem, o profissional pode identificar a presença ou não do cisto e indicar o tratamento mais adequado.

Tipos de cistos ovarianos e por que ocorrem

Alguns dos cistos mais comuns são os cistos de corpo lúteo e cisto folicular, como mencionado anteriormente. Ambos fazem parte do processo normal da fisiologia do ciclo menstrual e não costumam provocar sintomas, além de geralmente desaparecerem naturalmente.

O cisto folicular, como o próprio nome diz, refere-se ao folículo que cresceu em maiores proporções, e normalmente recebe este nome quando sua medida é maior que 3cm. Durante o ciclo menstrual, ocorre o crescimento do folículo ovariano para preparar o óvulo em seu interior até a ovulação, e quando este folículo cresce mais que o habitual, recebe o nome de cisto folicular. Este é um dos exemplos de achados não graves que podem ser vistos ao ultrassom, quando mencionado o diagnóstico de cisto.

O cisto de corpo lúteo, por sua vez, é o nome que se dá à estrutura do folículo que rompeu para a ovulação. Caso não ocorra a gravidez, ele tende a regredir e desaparecer em torno de duas semanas. Quando durante este processo de ovulação a ruptura do folículo ocorre juntamente com algum vaso sanguíneo, o corpo lúteo pode ser preenchido por sangue, e receber o nome de corpo lúteo hemorrágico ou cisto hemorrágico. Se quiser entender mais sobre o corpo lúteo, temos texto aqui no blog.

Outros tipos de cistos também podem ser encontrados nos ovários, como:

  • cisto dermoide ou teratoma;
  • fibroma ovariano;
  • cistoadenoma;
  • endometrioma, dentre outros.

Como é feito o diagnóstico?

Como existem diversas causas possíveis para o surgimento de cisto nos ovários, é importante que a análise seja feita por um médico especialista, como o ginecologista.

Para o diagnóstico correto, é fundamental uma avaliação individual do caso, dos possíveis sintomas apresentados, antecedentes ginecológicos, exame físico, dentre outras investigações. Outro ponto fundamental é a realização de um bom exame de imagem, que geralmente é a ultrassonografia, porém que pode apresentar necessidade de complementação com outros exames, como a ressonância magnética, por exemplo. Em alguns casos, podem também ser solicitados exames denominados marcadores, como o Ca 125 e o CEA; eles podem auxiliar na análise das possíveis hipóteses diagnósticas.

É importante analisar detalhadamente o ciclo menstrual da mulher, observar se há sinais de irregularidade ou até mesmo atraso menstrual. Caso haja suspeita de gestação, pode também ser solicitado exame de Beta HCG para afastar que a imagem visualizada nos ovários possa corresponder também a gestação ectópica.

Os cistos no ovário podem causar infertilidade?

O cisto ovariano não é causa direta de infertilidade. No entanto, ele pode ser um sinal de algum distúrbio ginecológico que possa interferir no potencial reprodutivo; seja na reserva ovariana da mulher (como a presença de um endometrioma de grande volume no ovário) ou na regularidade da menstruação (como o achado ultrassonográfico sugestivo de ovários policísticos), por exemplo. Desta forma, caso a mulher enfrente dificuldades para engravidar é recomendável que faça a devida investigação para encontrar a melhor proposta de tratamento.

Em grande parte das vezes, o tratamento consiste em realizar um acompanhamento com um ginecologista para observar a evolução do cisto ao longo do tempo, visto que a depender da causa do cisto, a chance de regressão espontânea é alta.

Em alguns casos em que o cisto no ovário é muito grande e/ou causa sintomas, pode ser recomendada uma cirurgia para a sua retirada. Ela pode ser indicada também nos casos de achados suspeitos para malignidade à ultrassonografia ou outro exame de imagem, ou quando ocorre crescimento rápido da lesão.

Existe diferença entre cisto ovariano e a síndrome dos ovários policísticos (SOP)?

Sim! Estes dois termos são totalmente independentes. Ou seja, não é todo diagnóstico de cisto ovariano que sinaliza a síndrome dos ovários policísticos, assim como na síndrome dos ovários policísticos não é obrigatória a constatação de cisto ovariano ao ultrassom. O achado de cisto ovariano geralmente se refere a uma ou mais imagens isoladas encontradas nos ovários, de tamanhos variáveis, enquanto os “cistos” visualizados no diagnóstico da SOP são na verdade múltiplos folículos ovarianos (estruturas de até 10mm).

O diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos (SOP), inclusive, não deve ser dado apenas baseando-se no achado ultrassonográfico. Para definição de SOP, deve-se avaliar também a regularidade dos ciclos menstruais e presença de outras alterações, como oleosidade da pele, aumento da pilificação, ou aumento dos níveis de hormônios masculinos (androgênios).

Portanto, na SOP, outras manifestações podem também estar presentes, como: aumento de peso, hipertensão arterial, resistência à insulina, problemas de fertilidade, entre outros. Em nosso podcast, Papo de Tentante, temos um episódio só sobre SOP onde é possível entender mais sobre o diagnóstico desta doença e suas possíveis repercussões.

Se você enfrenta dificuldade em engravidar, agende uma consulta online e converse com um de nossos especialistas!

O CEFERP é a única clínica de reprodução humana da América Latina que possui o certificado de Acreditação Qmentum Internacional, que se trata de um padrão de excelência global entre organizações de saúde que priorizam a segurança do paciente.

coletor menstrual

Processo fisiológico que ocorre durante a idade reprodutiva da mulher, o ciclo menstrual por vezes é erroneamente ligado apenas à menstruação em si, mas ele vai muito além.

Nas consultas, é comum as pacientes não saberem exatamente como está o seu próprio ciclo menstrual, ou porque não se atentam a detalhes (como quando foi a última menstruação e o intervalo entre um ciclo e outro, por exemplo) ou por não conhecerem quais pontos são importantes para serem observados no registro do ciclo menstrual.

Para quem está tentando engravidar, entender o ciclo menstrual é ainda mais importante. Por isso, preparamos um texto completo para falar sobre as fases, os hormônios e a relação de tudo isso com a sua fertilidade. Continue a leitura para entender mais.

A duração do ciclo menstrual

A duração do ciclo menstrual é calculada do primeiro dia de menstruação até o dia anterior ao próximo ciclo, ou seja, é o intervalo entre uma menstruação e outra. É importante reforçar que a mulher deve contar como início do ciclo o primeiro dia de menstruação, geralmente de coloração vermelho-vivo, já que por muitas vezes o sangramento menstrual se inicia em pequena quantidade e marrom, geralmente chamado de sangramento “em borra de café”. A depender da referência de literatura adotada, alguns critérios podem variar, porém geralmente para o ciclo ser considerado regular, ele pode ter duração em torno de 24 a 38 dias. Uma dica para também avaliar a regularidade da menstruação é a seguinte: a diferença entre o ciclo mais longo e o ciclo mais curto apresentado deve ser inferior a 9 dias. Ou seja, se o ciclo mais curto foi de 24 dias e o mais longo foi de 30 dias, esta diferença é de 6, o que ainda configura-se como característica de um ciclo regular.

Uma dica para que a mulher consiga acompanhar esses números com mais exatidão é o uso de aplicativos de controle de ciclo menstrual disponíveis para Android e iOS, ou então a anotação das datas em que menstruou em uma agenda ou calendário. Após seis meses de observação, já será possível entender se seu ciclo menstrual é mais longo ou mais curto, e estar mais familiarizada com as fases apresentadas durante o ciclo. Essas anotações facilitam a compreensão do ciclo menstrual e desmistificam a ideia de que é preciso menstruar exatamente no mesmo período do mês em todos os ciclos.

Ao conhecer a própria menstruação, a mulher consegue fornecer ao médico, nas consultas, mais informações que auxiliam na investigação de doenças como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e outras causas de anovulação, que podem afetar a fertilidade.

Todas estas ferramentas, como anotar os ciclos em um calendário ou em um aplicativo são úteis, porém é sempre importante a avaliação e aconselhamento profissional, para que você possa entender melhor seu corpo e, consequentemente, seu ciclo.

Hormônios

Antes de falarmos sobre as fases do ciclo menstrual, é importante explicar quais são os principais hormônios que atuam no ciclo:

FSH

Hormônio produzido pela hipófise, o FSH corresponde ao hormônio folículo estimulante. Sua função é estimular o crescimento dos folículos ovarianos (estruturas dos ovários que contém os óvulos) para a maturação do(s) óvulo(s) a serem liberados em cada ciclo.

O FSH, através do estímulo ao crescimento dos folículos, desencadeia que estas estruturas aumentem a produção e secreção de estrogênio. Este hormônio age no endométrio e na própria hipófise, contribuindo para a sincronia do eixo hormonal reprodutivo.

Estrogênio

É o hormônio responsável pela preparação do útero para a gravidez, ou seja, responsável pelo aumento da espessura do endométrio e a formação de novos vasos nesta região, para melhorar a circulação e nutrição a fim de receber o possível embrião. Ele também é responsável pelas chamadas características sexuais secundárias na mulher (desenvolvimento de mamas, por exemplo) e tem outras funções importantes como a regulação da saúde óssea, cardiovascular, dentre outras.

LH

Hormônio luteinizante, o LH também é produzido pela hipófise e sua função é a de estimular a ovulação. É o pico deste hormônio que desencadeia a ovulação, fazendo com que o folículo que se rompe para liberar o óvulo se torne corpo lúteo, estrutura que também produz hormônios, principalmente progesterona.

Progesterona

Hormônio produzido pelo corpo lúteo, estrutura formada após a ovulação, que tem a função de dar suporte ao embrião e favorecer a gravidez por meio da produção de hormônios.

A progesterona é responsável por transformar a característica do endométrio, aumentando a proliferação de glândulas para produção de nutrientes, e também responsável por manter o endométrio até o final do ciclo menstrual ou então até o final da gravidez.

Fases do ciclo menstrual

O ciclo menstrual pode ser dividido e explicado de diversas formas. Para facilitar a compreensão, vamos organizar em três fases principais: folicular, ovulatória e lútea. Cada uma delas é responsável por diversas mudanças biológicas no corpo da mulher. Confira:

Fase folicular

É a primeira fase do ciclo e se inicia com a menstruação. Por isso, a menstruação é o marco do início de um novo ciclo menstrual. Nesse período, o tecido do endométrio que havia se espessado no ciclo anterior é expelido quando não ocorreu a gravidez e as mulheres podem sentir cólicas devido às contrações do útero.

A fase folicular vai do primeiro dia da menstruação até a ovulação e tem duração variável, girando em torno de 12 a 14 dias. O hormônio principal desta fase é o FSH. O nome de “fase folicular” deve-se ao fato de que é neste momento que os folículos são recrutados para o crescimento, preparando o(s) possível(is) óvulo(s) para ser(em) liberado(s) na ovulação. Esse crescimento folicular faz com que progressivamente haja aumento da produção do estrogênio, que preparará o corpo da mulher para uma gestação fazendo com que o endométrio se torne mais espesso e receptivo para que o embrião possa se implantar.

Fase ovulatória

Conforme a produção de estrogênio cresce, o aumento deste hormônio produz um feedback negativo na hipófise, que inibe a produção de FSH. Esse mecanismo é importante para controlar o recrutamento dos folículos e possibilitar a seleção de um ou mais folículos como dominantes em cada ciclo.

Com o crescimento do folículo dominante e aumento dos níveis de estrogênio, ocorre o estímulo para o pico do hormônio LH. Este fenômeno desencadeia o amadurecimento do óvulo e rompimento do folículo ovariano para a ovulação. Esse processo de amadurecimento do óvulo leva cerca de 36 horas e, depois, ele é liberado e se encaminha para as tubas uterinas. Isso é o que chamamos de ovulação.

Nessa fase, podem ser observadas mudanças no muco cervical, apresentando-se mais elástico, com o objetivo de ajudar o espermatozoide a se locomover até o útero.

Fase lútea

Quando o folículo ovariano se rompe, o óvulo que estava dentro do folículo é liberado para fora do ovário, devendo ser captado pelas trompas para promover o encontro com os espermatozoides. A estrutura que se rompeu para liberar o óvulo dá origem ao corpo lúteo.

O corpo lúteo produz a progesterona, que, conforme falamos anteriormente, auxiliará na manutenção do endométrio até o final do ciclo ou então da gravidez.

Caso ocorra fecundação do óvulo pelo espermatozoide, a produção do hormônio da gravidez (hCG) ajuda a manter o funcionamento do corpo lúteo, por isso, como há manutenção da produção hormonal, não há menstruação. Aproximadamente na 7ª semana de gravidez, a placenta passa a produzir progesterona e estrogênio, o que gradualmente substituirá a função do corpo lúteo, fazendo com que ele se degenere em torno da 12ª semana de gestação.

Caso não ocorra a gravidez, o corpo lúteo se degenera e diminui, até sua completa regressão, o que ocorre em torno de 14 dias após a ovulação. Com isso, a produção de estrogênio e progesterona cai, ocorrendo a descamação do endométrio (menstruação), nova elevação gradual do FSH, e o ciclo recomeça. Esse processo se repetirá durante toda a vida reprodutiva da mulher até a menopausa.

Fertilidade: atenção ao ciclo menstrual

O ciclo menstrual está diretamente ligado à fertilidade feminina. Conhecer todo o processo que ocorre e as mudanças desse período é importante para todas as mulheres, sejam as que desejam engravidar ou as que não querem.

Para as mulheres que querem ter um bebê, conhecer o ciclo ajudará a entender quando é o melhor período para ter relações sexuais e aumentar as chances de concepção. Já para as mulheres que não querem, saber como funciona o próprio ciclo servirá para dar ainda mais atenção aos métodos anticoncepcionais e cuidados adicionais durante o período fértil.

É importante frisar que a fertilidade feminina não depende apenas do ciclo menstrual, mas a ausência de menstruação ou ciclos irregulares devem ser sempre alertados ao médico.

Caso tenha ficado com alguma dúvida sobre as fases do ciclo menstrual, os hormônios e a relação com a fertilidade, é só deixar uma pergunta abaixo nos comentários que responderemos para você.

Homem recebendo diagnóstico de hidrocele

A hidrocele trata-se de uma condição em que ocorre o acúmulo exagerado de líquido dentro do escroto, envolvendo o testículo, podendo deixar o testículo um pouco inchado ou com percepção de aumento de volume ou assimetria.

Este achado pode acontecer em qualquer idade, inclusive em homens adultos. Ele pode trazer muita preocupação com relação a possíveis impactos no potencial reprodutivo. Portanto, aproveite a leitura deste artigo, entenda mais sobre a hidrocele, se ela prejudica a fertilidade, quais são os possíveis sintomas e como funciona o tratamento.

Características da hidrocele

A hidrocele pode ser assintomática e ser descoberta apenas durante a realização de algum exame. Quando apresenta sintomas, o mais comum é a percepção de aumento de volume dos testículos, podendo afetar um ou os dois, em graus variáveis. Como este sintoma é inespecífico e pode também ser um sinal de doenças mais graves, sempre é recomendado consultar um pediatra ou urologista para avaliação caso seja percebido.

Embora a causa desta patologia seja desconhecida, o diagnóstico geralmente é simples, realizado por meio de exame físico, com complementação de exames de imagem conforme a necessidade. Um dos principais exames é a ultrassonografia, que permite a visualização detalhada dos testículos e das demais estruturas existentes dentro da bolsa escrotal.

A hidrocele testicular pode se desenvolver até mesmo antes do nascimento. Na fase fetal, os testículos ficam situados no abdômen. Conforme o desenvolvimento do bebê avança, os testículos migram para o saco escrotal.

Cada testículo contém líquidos que servem para lubrificação, permitindo a mobilidade dentro do saco escrotal. Com o tempo, o trajeto percorrido do abdome até o saco escrotal se fecha. Quando isso não ocorre, há maior quantidade de fluido que tende a se formar ao redor do testículo, formando assim a hidrocele.

Em adultos, a hidrocele testicular pode ocorrer em decorrência de um desequilíbrio existente entre a formação e absorção do líquido que existe naturalmente ao redor do testículo.

Além disso, muitas vezes a hidrocele pode ser causada por processos inflamatórios, traumatismos e outras lesões na região.

A hidrocele afeta a fertilidade?

A hidrocele como achado isolado geralmente não compromete a fertilidade masculina. No entanto, ela pode se apresentar como consequência de outras doenças que podem trazer danos à fertilidade. Por isso, quando existe a suspeita da patologia, é necessário realizar uma visita ao médico para diagnóstico e investigação de outras possíveis enfermidades.

Dessa forma, a hidrocele normalmente não apresenta perigo à saúde, porém, como pode estar associada a uma condição testicular subjacente grave, como infecções, tumores, entre outros, é sempre importante a avaliação de um especialista caso sejam percebidas mudanças na região testicular.

Em caso de um quadro de infertilidade no casal, a investigação médica envolve a realização de outros exames. Mesmo que seja identificada hidrocele, não é esperado que, de forma isolada, o achado justifique qualquer alteração de fertilidade do homem.

Um exame importante para avaliar a fertilidade masculina é o espermograma. Outros exames também podem ser recomendados, como o ultrassom escrotal, avaliações hormonais e genéticas, dependendo da suspeita clínica.

Diferença da hidrocele e varicocele

Diferentemente da hidrocele, a varicocele é uma condição atribuída como uma das principais causas tratáveis de infertilidade masculina.

A varicocele ocorre quando há uma dilatação anormal de alguns vasos sanguíneos na região escrotal, que compõem o chamado cordão espermático – incluindo artérias e veias da região. Essa alteração de circulação pode modificar a distribuição de nutrientes e eliminação de toxinas, bem como a temperatura local dos testículos, e dessa forma, impactar também na produção de espermatozoides.

Normalmente, a varicocele não apresenta sintomas, no entanto alguns homens podem apresentar sensação de peso, dor ou desconforto na região escrotal. Esta patologia também precisa de devida investigação e seguimento com especialista, a fim de obter controle dos possíveis sintomas e avaliar estratégias possíveis de tratamento em caso de associação com a infertilidade.

Existe tratamento para hidrocele?

O tratamento pode variar, dependendo dos sintomas apresentados e da suspeita clínica. Pode ser realizado acompanhamento clínico apenas, ou até mesmo um procedimento para remoção do líquido acumulado na bolsa escrotal, sendo realizado por meio de cirurgia denominada hidrocelectomia.

No procedimento, é realizada uma incisão na estrutura que recobre a hidrocele, para drenar o fluido, e suas bordas serão suturadas para que se evite a recorrência da patologia.

Também há outras opções que podem ser recomendadas pelo médico, como o procedimento de aspiração do fluido ou mesmo a injeção de uma solução esclerosante. Importante ressaltar que somente após a avaliação por um urologista será possível definir o melhor tratamento para cada caso.

A hidrocele pode desaparecer sozinha?

Algumas vezes, a hidrocele pode desaparecer sozinha, depois de um certo período. Se os testículos ficarem inchados, porém sem a presença de dor ou outras alterações significativas, há chances de não haver nenhuma lesão envolvida e o processo regredir.

No entanto, como citado acima, é necessário que seja consultado um urologista para verificar se há alguma enfermidade relacionada.

Existe como prevenir a hidrocele?

Por ser um problema de saúde congênito, não há maneiras de prevenir a hidrocele testicular em recém-nascidos.

Já em homens adultos é possível a tentativa de evitar o problema, prevenindo-se de infecções, por meio de uma boa alimentação e estilo de vida saudável, assim como buscar evitar lesões na região.

Suspeita de questões relacionadas à fertilidade?

Um casal pode ser considerado infértil quando após 12 meses de relações sexuais frequentes, sem o uso de nenhum tipo de contracepção, não consiga uma gestação. Este prazo pode ser menor caso a parceira tenha mais de 35 anos, ou haja suspeita de doença prévia que possa impactar na fertilidade de um ou ambos. Nestas situações, se a gestação não acontece em até 6 meses, é recomendável procurar um especialista.

Como vimos ao longo deste texto, a hidrocele isolada geralmente não está relacionada à infertilidade. Porém, nos casos em que o paciente ou o casal necessite de avaliação especializada, a hidrocele pode aparecer como achado de exame ou em decorrência de outras patologias diagnosticáveis.

São vários os fatores que podem estar comprometendo a fertilidade do casal, desde questões ovulatórias, anatômicas, genéticas, tubárias, dentre outras. O estilo de vida e a saúde do casal também são elementos essenciais. Portanto, para uma avaliação detalhada, é recomendável que seja feita com um especialista em reprodução humana.

O CEFERP é referência em reprodução humana assistida, somos uma clínica de fertilidade completa, realizamos o diagnóstico reprodutivo, tratamento de infertilidade e também a preservação da fertilidade. Agende sua consulta pelo whatsapp.

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