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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
CEFERP

Quando casais enfrentam dificuldades para engravidar, a procura por um especialista em reprodução humana é uma possibilidade que pode auxiliar a realizar o sonho de gerar um bebê.

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo. 

Existem alguns sinais que demonstram a necessidade de buscar o auxílio médico para entender a fundo quais os motivos podem estar causando a infertilidade. 

Não deixe que o sentimento de ansiedade e frustração nesse momento tome conta. Existem clínicas e profissionais prontos e capacitados para ajudar você nessa jornada!  

Confira abaixo um resumo do que vamos abordar neste artigo, sobre os 5 sinais que indicam a recomendação de procurar um especialista em reprodução humana! 

  • Após algum período de tentativas sem sucesso;
  • Idade avançada da mulher;
  • Desejo de adiar a maternidade;
  • Diagnóstico de doenças relacionadas à fertilidade masculina e feminina;
  • Ciclo menstrual irregular ou ausente durante as tentativas de gravidez.

Período de tentativas 

Um dos primeiros sinais que podem indicar a necessidade de procurar um especialista em reprodução humana é o tempo decorrido desde que o casal está tentando engravidar. Muitas vezes, as pessoas acreditam que o diagnóstico da infertilidade se dá apenas por alguma doença específica, mas na verdade, quando a gestação não acontece depois de um certo período, o casal também é considerado infértil.

Nesse caso, existem três situações, que podem variar de acordo com a idade da mulher ou outros fatores. 

Se a mulher tem até 35 anos e está mantendo relações sexuais frequentes sem nenhum método contraceptivo e não consegue engravidar após 12 meses de tentativas, o casal deve procurar por uma clínica de fertilidade para que assim seja realizada uma investigação aprofundada dos motivos que possam estar causando o quadro de infertilidade. 

Caso a idade da mulher seja superior a 35 anos, o tempo de tentativas deve cair para 6 meses. Ou seja, caso o casal não atinja gestação em até seis meses de tentativas, a recomendação é buscar orientação de um médico especialista.

Ainda com relação à idade, mulheres com idade superior a 40 anos são aconselhadas a buscar orientação de um especialista assim que decidirem iniciar as tentativas. Isso porque é importante que seja avaliada a necessidade de antecipar algumas investigações para otimizar as tentativas, devido ao potencial impacto negativo da idade nas chances de sucesso.

Outros fatores também são considerados quando fazemos a orientação do tempo de tentativas. Por exemplo, independentemente da idade, caso haja diagnóstico de alguma doença que possa impactar na fertilidade feminina ou masculina, pode ser necessária avaliação imediata ou em até 6 meses de tentativas, a depender do diagnóstico. Falaremos mais deste tópico adiante!

Idade avançada da mulher 

Como pudemos perceber acima, a idade da mulher tem total relação no impacto da taxa de fertilidade. 

Conforme o avançar do tempo, a fertilidade da mulher começa a ser reduzida, pois a reserva ovariana tende a diminuir e a qualidade das células também sofre impacto. A tendência é que esta redução seja gradual, principalmente a partir dos 30 anos de forma mais lenta, e depois dos 35 anos é impactada de forma cada vez mais rápida. 

Por isso, quanto maior for a idade da mulher menores tendem a ser as chances de gravidez. 

Este é o motivo pelo qual o aconselhamento de tempo de tentativas difere antes e após os 35 anos, pois quanto antes o casal for avaliado, maior será a possibilidade de otimizar as tentativas e/ou os possíveis tratamentos.

Leia mais: Por que é mais difícil engravidar depois dos 40?

Desejo de adiar a maternidade 

Por diversas razões, muitas mulheres hoje em dia têm adiado a maternidade para realizar o sonho em um momento de estabilidade financeira e profissional em suas vidas. 

Infelizmente, os ovários não acompanharam todas as mudanças no dia-a-dia das mulheres, e a redução progressiva da quantidade e qualidade dos óvulos pode ser um fator que limite as chances de uma gestação no futuro, quando a mulher desejar. 

Nestes casos, a recomendação é que haja um planejamento reprodutivo, ou seja, que a mulher considere técnicas de preservação de fertilidade que possibilitem manter suas células reprodutivas armazenadas com melhor qualidade. No caso da preservação da fertilidade feminina, isso é possível com o congelamento de óvulos, uma técnica moderna e segura de reprodução humana que permite à mulher ter mais liberdade para planejar a sua gravidez no futuro.

Leia mais: Tire todas as suas dúvidas sobre o congelamento de óvulos

 

Você pode também pode ouvir nosso episódio do podcast Papo de Tentante sobre preservação da fertilidade: 

Doenças relacionadas à fertilidade masculina e feminina

Muitos fatores podem interferir direta ou indiretamente na fertilidade, portanto, na presença deles pode ser necessária avaliação com especialista em reprodução humana caso haja desejo de gestação. 

Estima-se que 30% dos casos ligados à infertilidade sejam de fatores masculinos, 30% femininos, 30% por questões relativas a ambos e 10% por motivos indeterminados (a chamada infertilidade sem causa aparente). 

Para detectar as causas que levam à infertilidade, o especialista em reprodução humana solicitará alguns exames para avaliar a capacidade reprodutiva do casal. 

Alguns dos motivos mais comuns que estão ligados à infertilidade são:

  • idade materna avançada;
  • alterações tubárias (obstrução, laqueadura prévia);
  • alterações de espermograma ou vasectomia prévia;
  • varicocele;
  • endometriose;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP), etc.

O diagnóstico só pode ser dado após uma investigação médica aprofundada do histórico de vida do casal e a realização dos exames de imagem e laboratoriais que possam ser necessários. Caso a(o) paciente já tenha diagnóstico de uma ou mais destas patologias, é importante estar atento à fertilidade e considerar uma consulta com um especialista, seja para avaliar preservação da fertilidade caso deseje programar a gestação para o futuro, seja para avaliações mais específicas e verificar a necessidade de algum tratamento.

Ciclo menstrual irregular 

Um ciclo menstrual irregular geralmente tende a ser um ciclo anovulatório, ou seja, onde não ocorreu a ovulação. A irregularidade da menstruação pode indicar alguma deficiência ou desequilíbrio hormonal no organismo que atrapalha o funcionamento adequado do eixo hormonal do ovário, fazendo com que a ovulação não ocorra todos os meses.

Mensalmente, o sistema reprodutor feminino em idade fértil se prepara para uma possível gestação através de diversas cascatas hormonais fisiológicas. Para o sucesso de todo o processo, é necessário um equilíbrio e pulsatilidade perfeitos dos hormônios relacionados (FSH, LH, estrogênio, progesterona, etc.). Quando ocorre este ciclo, após o período da ovulação, caso não haja a gestação, o tecido interior do útero (endométrio) descama, trazendo a menstruação, e marcando o reinício do ciclo.

Se quiser entender mais sobre o ciclo menstrual, leia este artigo do nosso blog: Ciclo menstrual: fases, hormônios e relação com a fertilidade.

Logo, uma menstruação irregular pode indicar que a mulher apresenta problemas relacionados à ovulação. Após a avaliação de um especialista, e de todos os outros fatores que também possam impactar na fertilidade, algumas opções de tratamento poderão ser propostas.

Vantagens de procurar por um especialista em reprodução humana 

O especialista em reprodução humana realizará todos os acompanhamentos, desde a investigação dos motivos da infertilidade do casal, até as etapas do tratamento. Dessa forma, após uma avaliação detalhada, é possível otimizar o tratamento proposto e o tempo até a chegada do bebê, pois podem ser detectadas outras alterações que também poderiam limitar as chances de sucesso de alguns tratamentos, e que ficariam sem diagnóstico caso não houvesse a avaliação do médico especialista.

Procurar por uma clínica de fertilidade irá trazer segurança e tranquilidade ao casal, tanto por poder contar com avaliação e indicação de tratamento individualizadas, quanto por ter uma equipe especializada à disposição para o acompanhamento e esclarecimento de dúvidas.

Graças aos tratamentos de reprodução humana, muitos casais já alcançaram o sonho de engravidar. É muito importante buscar por uma clínica com especialistas em reprodução humana que prezam por um tratamento individualizado, em que o médico está aberto e atento para dialogar, escutar e identificar as frustrações e expectativas do casal. 

Conseguiu perceber se estes 5 sinais ajudaram você a identificar se necessita procurar um especialista em reprodução humana? Caso tenha alguma dúvida comente abaixo no artigo, ou entre em contato conosco, responderemos assim que possível! 

Aproveite para compartilhar esse post em suas redes sociais e também com quem você sabe que está em busca de realizar o sonho da maternidade e paternidade. 

Aborto pós FIV

Fazer planos com a chegada de um bebê, mais ainda quando ele é tão desejado, faz parte da rotina de preparação para receber o novo membro, afinal, é a possibilidade desse sonho tornar-se real.

A FIV é o tratamento mais avançado de reprodução assistida, que a cada dia mais recebe avanços e melhorias. Porém, sabemos que infelizmente ela não garante o sucesso na primeira tentativa e não anula a possibilidade de um aborto espontâneo.

O que é o aborto espontâneo? Por que ele ocorre também na FIV?

O aborto espontâneo é a interrupção involuntária de uma gravidez antes de 20 semanas.

Espera-se que, após a transferência do embrião para a cavidade uterina, o organismo da mulher esteja preparado para ser terreno fértil e ajudar no desenvolvimento saudável desse embrião. Porém, sabemos que mesmo em um tratamento de FIV, onde diversas variáveis são controladas (característica do endométrio, uso de medicações hormonais para suporte da gravidez, entre outras) não é possível prever ou controlar todas as etapas da implantação e desenvolvimento embrionário. A partir da transferência do embrião, a tendência é que a gestação evolua da mesma forma de uma gravidez espontânea.

O que ocorre é que, devido ao fato de ser realizado acompanhamento de perto das etapas até a transferência e após, muitas vezes é possível diagnosticar a gravidez mais precocemente e, dessa forma, muitos eventos que passariam despercebidos em uma gravidez espontânea acabam sendo diagnosticados na gravidez pós FIV. Isso pode tornar o diagnóstico mais doloroso, principalmente considerando todo o investimento financeiro e emocional que essa família depositou no tratamento.

Apesar de relativamente comum, o aborto é uma condição que geralmente traz impacto inclusive psicológico para a paciente que, na maioria das vezes, estabeleceu uma conexão emocional com a vida sendo gerada em seu ventre.

Por que é importante um acompanhamento psicológico após passar pela experiência de um aborto espontâneo?

Quem se prepara para receber uma vida, nunca espera passar por uma experiência de perda.

Quando acontece um aborto, existe um sofrimento que é real e precisa ser vivido. Muitas gestantes se sentem desamparadas, por não saberem lidar com a dor da perda de um filho que não puderam conhecer. 

Quando se fala em perda, se fala em luto. Esse luto é chamado perinatal, que é a perda de um filho no período gestacional ou logo após seu nascimento.

Não importa a fase em que houve essa perda. O sofrimento é real e a família precisa de um amparo psicológico para viver esse sentimento respeitando todo o processo.

Passar por esse momento carregado de lembranças de uma vida idealizada, mas que foi interrompida pelo aborto, é muito difícil. 

Para amparar a família em todos os momentos, a equipe do CEFERP dispõe de apoio psicológico, que é essencial para passar pelo luto, pois a psicologia ajuda a compreender esse sentimento e faz a paciente e sua família se permitirem viver o luto de uma gestação que não trouxe a vida.

Conheça as causas mais comuns de aborto espontâneo:

De cada 100 gestações, 15 a 20 podem vir evoluir para um aborto. Esta estimativa também se aplica às gestações pós tratamento de reprodução assistida, visto que, como falamos anteriormente, a evolução da gestação após a transferência se dá da mesma forma de uma gestação espontânea.

Diversos fatores podem se associar a possíveis causas de aborto espontâneo. O fator mais importante é o genético, ou seja, alterações genéticas no embrião que impedem a continuidade de seu desenvolvimento. Outras situações também podem impactar, como:

  • Idade da mulher (com o passar do tempo, a proporção de óvulos com alterações genéticas aumenta, aumentando o risco de formar embriões geneticamente alterados);
  • Alterações hormonais, como hipotireoidismo ou diabetes sem devido controle;
  • Presença de miomas ou pólipos volumosos que distorçam a cavidade uterina;
  • Presença de sinéquias (cicatrizes no endométrio);
  • Incompetência istmocervical (colo do útero incapaz de segurar o embrião);
  • Trombofilias;
  • Estilo de vida com hábitos prejudiciais à saúde, como tabagismo, uso de drogas, entre outros.

Cuide-se… esse é o seu momento!

O planejamento para uma gravidez deve incluir o cuidado com a saúde como um todo, independentemente de se tratar de gestação espontânea ou após tratamento de reprodução assistida. Aproveite o período de programação da gestação para manter bons hábitos, alimentação adequada, prática regular de atividade física e medidas para controle do estresse e ansiedade. Manter também possíveis comorbidades sob controle pode auxiliar na evolução adequada da gestação.
Cuidar da saúde física e psicológica é fundamental para tratar com amor o corpo que sustenta a sua vida.
Se você já vivenciou um ou mais episódios de aborto, ou infertilidade, não hesite em procurar avaliação de um especialista em reprodução humana! Dessa forma, você pode tirar dúvidas e seguir mais tranquila no planejamento reprodutivo. Entre em contato conosco e agende sua . 

Fertilidade masculina

Você sabia que aproximadamente metade dos casos de infertilidade conjugal tem algum fator masculino associado?

O assunto pode envolver tabus, mas é importante saber que fertilidade em nada tem relação com virilidade.

As causas de infertilidade são muito bem divididas entre fatores femininos, masculinos ou mistos. Por isso, ao se deparar com esse cenário, é muito importante que o casal busque uma avaliação individualizada, com um especialista em reprodução humana, para investigar o histórico e exames que possam ser necessários.

Se você quer saber mais quais as principais doenças relacionadas à fertilidade masculina e os principais exames, continue a leitura do artigo e entenda!

Investigação clínica conjugal

Quando o casal apresenta dificuldades para engravidar, é comum ouvirmos que a primeira suspeita recaia sobre fatores relacionados à mulher. Dessa forma, muitas mulheres acabam fazendo diversos exames antes mesmo da avaliação em conjunto de seus parceiros.

Porém, como vimos que as causas de infertilidade são bem distribuídas entre fatores masculinos e femininos, conduzir a investigação desta forma pode levar a um desgaste maior de tempo e emocional devido às frustrações em se encontrar a possível causa e devido à sensação de culpa que muitas vezes acompanha o diagnóstico.

A infertilidade masculina, também chamada fator masculino, pode estar relacionada com alguma doença, estilo de vida ou, em alguns casos, pode ser idiopática – o que significa que não é possível identificar o motivo da infertilidade do homem.

O primeiro passo para avaliar se há algo comprometendo a fertilidade é realizar uma consulta em uma clínica de reprodução humana.

A partir de uma conversa com o médico especialista, serão solicitados alguns exames para o casal a fim de entender o que está levando à infertilidade. Desta forma, o casal ganha tempo na investigação e na busca por respostas, bem como se cerca de um conhecimento maior a respeito do potencial reprodutivo de ambos, o que é fundamental para a decisão do melhor tratamento a ser proposto.

Quais exames são solicitados para avaliar a fertilidade masculina?

Para que o médico avalie corretamente a fertilidade do homem é importante que na primeira consulta o paciente relate o seu histórico de vida, por exemplo, se possui alguma doença seja de origem genética, infecciosa, histórico do uso de medicações, etc., ou inclusive se já sofreu algum trauma na região escrotal.

Algumas informações a serem buscadas são muito relevantes para auxiliar no diagnóstico, dentre elas podemos citar:

Exame físico

Em uma avaliação com médico urologista, durante o exame físico ele pode verificar possíveis alterações, como: tamanho dos testículos, suspeita de varicocele, presença de nódulos ou outras alterações anatômicas no testículo, etc.

Espermograma

Este exame mostra a quantidade e qualidade dos espermatozoides, e é de fundamental importância na avaliação da infertilidade masculina, pois permite direcionar o tratamento mais adequado.

A partir dos resultados de concentração, motilidade, vitalidade, morfologia, volume, pH, viscosidade, liquefação e outros, é possível avaliar cada caso.

Sendo o principal exame para avaliar a fertilidade masculina, caso seja identificado alguma alteração, a depender da alteração encontrada e do quadro clínico como um todo do casal, poderá ser necessário que o paciente repita o exame após 60 a 90 dias de intervalo, pois a produção de espermatozoides tem um fluxo contínuo e, portanto, os parâmetros podem variar muito de um período para o outro.

Outros exames complementares

Também podem ser solicitados exames hormonais, ultrassom do testículo e avaliação genética. Basicamente, tudo dependerá do histórico de saúde do paciente e do resultado do espermograma.

Outro exame que pode ser solicitado é o de fragmentação do DNA espermático, que se trata de um exame específico associado a alterações no material genético do espermatozoide, relacionadas ao estresse oxidativo.

É muito importante levar o laudo do espermograma ao médico, bem como todos os resultados de exames, e não procurar interpretar sozinho, pois há muita desinformação sobre o tema na internet. Muitas vezes achados simples de exames podem trazer preocupação em excesso se procurarmos em fontes inadequadas de informação.

 

Quais doenças podem causar infertilidade masculina?

Como já citado acima, existem muitas causas relacionadas à infertilidade masculina. O diagnóstico é baseado em um conjunto de fatores da história clínica, exame físico e exames laboratoriais. Portanto, deve sempre ser feito por médico especialista e de maneira individualizada.

Confira abaixo em nosso podcast Papo de Tentante mais informações sobre o assunto:

 

Entre as principais doenças relacionadas à fertilidade masculina, podemos listar:

  • varicocele (varizes escrotais);
  • doenças genéticas, como a síndrome de Klinefelter;
  • infecções;
  • alterações congênitas – um exemplo é a criptorquidia (falha da descida do testículo para a bolsa escrotal);
  • obstrução à saída dos espermatozoides;
  • disfunção sexual – dificuldades com ereção, ejaculação e ejaculação retrógrada;
  • alterações hormonais;
  • tumores malignos;
  • causas idiopáticas – quando não se consegue identificar a razão da infertilidade masculina.

Quais outros fatores podem impactar na fertilidade masculina?

Além das doenças citadas acima, várias questões relacionadas a hábitos de vida podem impactar na fertilidade masculina.

Estudos realizados no Brasil e em diversos países mostram que a qualidade média do sêmen vem caindo progressivamente.

Apesar de ainda não haver informações conclusivas a respeito dos motivos, estima-se que o uso de álcool, cigarros, e substâncias químicas presentes em pesticidas, solventes e recipientes de plástico possam ser fatores relacionadas.

Muito se sabe que o estilo de vida tem impacto sobre a saúde como o todo, portanto, com a fertilidade não seria diferente.

A obesidade, por exemplo, além do sedentarismo, má alimentação, uso de anabolizantes e estresse são alguns dos fatores que podem prejudicar a saúde do homem. Fatores ambientais também podem impactar, como poluição e calor.

Infelizmente, muitos dos fatores mencionados podem ser de difícil avaliação e controle, podendo representar parte dos diagnósticos tidos como idiopáticos (sem causa definida).

Preservação da fertilidade masculina

Como pudemos perceber, diversos são os fatores ou doenças que podem ter impacto sobre a fertilidade masculina. Outro ponto importante a mencionar é que existem situações onde este potencial impacto à fertilidade já é conhecido previamente, como no caso de pacientes que procurem a realização da vasectomia. Esta cirurgia, quando bem sucedida, leva à ausência de espermatozoides na ejaculação.

Desta forma, é interessante que o homem considere a possibilidade do congelamento prévio de espermatozoides, para que não aconteça arrependimento no futuro, caso deseje ser pai. Caso este congelamento não tenha sido feito previamente, também pode ser possível conseguir espermatozoides, inclusive com novos procedimentos cirúrgicos. Porém, eles poderiam não ser necessários caso já houvessem espermatozoides congelados previamente ao procedimento.

 

Quer entender mais sobre a possibilidade de gravidez pós vasectomia? Leia este artigo do nosso blog: https://ceferp.com.br/blog/reversao-da-vasectomia/

Homens que serão expostos à quimioterapia também devem considerar a possibilidade do procedimento de preservação da fertilidade, pois o tratamento pode impactar diretamente na fertilidade.

Ficou com alguma dúvida sobre a fertilidade masculina? Aproveite e deixe nos comentários, ou entre em contato conosco e agende uma consulta!

Junho: mês da conscientização da fertilidade

Você sabia que junho é marcado como o mês mundial de conscientização a respeito da infertilidade?

A infertilidade atinge cerca de 15% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que praticamente um a cada cinco casais apresentam dificuldades para alcançar uma gravidez espontânea.

Logo, o mês de junho é lembrado para falar mais a respeito dessa temática, pois apesar de poder ser dolorosa e gerar sentimentos de ansiedade e frustração ao casal, ao trazer mais conhecimento e esclarecimento sobre o assunto, é possível desmistificar alguns tabus envolvidos e buscar as melhores formas de tratamento.

Neste artigo, vamos tratar mais a respeito da infertilidade, o que é, quais as causas, como diagnosticar e quais os tratamentos disponíveis. Confira!

O que é a infertilidade?

 

A infertilidade é definida como a dificuldade de alcançar gravidez no período de um ano, tendo relações sexuais frequentes e sem nenhum uso de anticoncepcional. Algumas particularidades com relação a esse prazo podem surgir, como por exemplo, após os 35 anos o recomendado é buscar orientação médica caso a gestação não chegue em até 6 meses de tentativas. Falamos mais sobre este assunto em um episódio do nosso Podcast Papo de Tentante, se quiser ouvir, clique abaixo:

As causas ligadas a esta condição são inúmeras, e por isso, a investigação do casal de forma individualizada é fundamental para identificar os possíveis fatores e, dessa forma, o especialista em reprodução humana poder indicar um tratamento.

Leia mais: O que os futuros pais precisam saber sobre infertilidade?

Portanto, podemos dizer que um casal é considerado infértil quando após um período de tentativas (de seis meses a um ano, a depender da idade da mulher) não atingiram a gestação. Porém, muito cuidado com os rótulos! Este diagnóstico não significa necessariamente a impossibilidade de gestação, mas sim a recomendação de procurar auxílio de um especialista na tentativa de otimizar as chances!

Segundo a OMS, existem mais de 50 milhões de pessoas no mundo com diagnóstico de infertilidade, sendo que 8 milhões de brasileiros podem ser inférteis. Por isso, é fundamental termos mais esclarecimentos sobre o tema, que muitas vezes é tratado como algo a ser escondido, dificultando ou atrasando a busca por orientação médica.

Quais as causas da infertilidade?

 

Como mencionamos anteriormente, as causas podem ser variadas. Inclusive, a proporção de fatores masculinos e femininos é semelhante, sendo que aproximadamente 30% das causas estão relacionadas a fatores femininos, 30% a fatores masculinos e 30% em ambos. O percentual restante, de aproximadamente 10%, se refere aos quadros onde nenhuma alteração aparente é encontrada, o que chamamos de infertilidade sem causa aparente. Essas porcentagens nos mostram como é importante a avaliação sempre do casal, visto que encontrar ou não alterações em um exame não exclui a possibilidade da presença de outras alterações.

A prevalência da infertilidade aumenta com o passar da idade, principalmente da mulher, pois a partir dos 35 anos as chances de engravidar naturalmente diminuem. Como o estoque de óvulos da mulher é finito, com o passar do tempo a quantidade e qualidade destes óvulos tende a diminuir.

Os mais diversos fatores podem se associar à infertilidade, dentre os mais discutidos estão:

  • alterações na ovulação;
  • alterações na produção de espermatozoides;
  • alterações tubárias;
  • deficiência ou alterações hormonais;
  • anomalias genéticas;
  • idade avançada;
  • menopausa precoce;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • varicocele;
  • endometriose;
  • obesidade;
  • entre outros.

Como é feito o diagnóstico?

 

Tudo se inicia com uma conversa, ou seja, uma consulta médica em um centro de fertilidade. Com base no histórico clínico e relato de vida do casal, o médico irá solicitar alguns exames a depender da necessidade individual de cada caso.

Dentre os principais exames que podem auxiliar na avaliação de fatores relacionados à fertilidade, estão:

  • dosagens hormonais;
  • ultrassonografia transvaginal com contagem de folículos antrais;
  • histerossalpingografia ou histerossonossalpingografia;
  • hormônio antimulleriano;
  • ressonância magnética da pelve;
  • histeroscopia;
  • espermograma;
  • entre outros.

Importante ressaltar que estes são alguns dos exames disponíveis, podendo ser solicitados outros não mencionados a depender da necessidade. Também vale lembrar que a lista de exames não é fixa para todos os casais, visto que a solicitação dos exames deve ser de acordo com o histórico de cada um e as possíveis suspeitas clínicas. Lembre-se: a solicitação do exame complementar deve ter o objetivo de elucidar suspeitas já elaboradas durante a consulta, e o resultado do exame deve guiar de alguma forma a conduta médica.

Assista abaixo o vídeo que o Dr. Anderson Melo, especialista em reprodução humana do CEFERP, preparou sobre os exames para avaliação da fertilidade:


Ainda sobre este assunto, você pode também conferir este episódio do nosso Podcast:

Quais os principais tratamentos para infertilidade?

 

Se você recebeu o diagnóstico de infertilidade, procure manter a calma e não deixe que a ansiedade tome conta.

Atualmente, existem diversas opções de tratamentos de reprodução humana, que a cada dia estão mais aprimorados, para te auxiliar a concretizar o sonho de aumentar a família!

É possível que a recomendação passe por medidas simples, como ajustar hábitos de vida, utilizar remédios para induzir a ovulação, ou mais complexas, como realizar procedimentos cirúrgicos. Além disso, as técnicas de reprodução assistida são cada vez mais promissoras e possibilitam buscar estratégias alternativas para as mais diferentes situações.  Portanto, não se desespere e procure orientação individualizada, dessa forma um especialista pode auxiliar no melhor caminho para seu caso específico.

Alguns dos tratamentos que podem ser propostos para a infertilidade são:

  • namoro programado ou coito programado;
  • inseminação artificial;
  • fertilização in vitro;
  • doação de óvulos e/ou espermatozoides.

Tratamentos para infertilidade são eficazes?

 

Como vimos acima, os tratamentos para a infertilidade vem avançando a cada dia, trazendo maiores possibilidades de sucesso.

A taxa de sucesso das técnicas pode variar a depender de diversos fatores, como a idade, tempo de tentativas, tipo de tratamento, etc. Se quiser saber mais sobre este assunto, abordamos em detalhes neste episódio do Papo de Tentante!

No CEFERP, temos vários depoimentos de sucesso de casais que fizeram o tratamento para fertilidade e conseguiram realizar o sonho de gerar seus bebês, saiba mais.

Sabemos que nem sempre o caminho até o sucesso é simples ou rápido, por isso, é fundamental que os tratamentos sejam individualizados e transparentes. Dessa forma, recomendamos a escolha de uma equipe de confiança para estabelecer o diagnóstico e a proposta de tratamento. Isso trará mais tranquilidade para esta jornada, que pode ter percalços no caminho, mas será percorrida com a certeza de estar no caminho certo!

Leia mais: Como escolher uma clínica de fertilização? Confira 10 dicas aqui!

Um bom diagnóstico é o primeiro passo para saber qual o tratamento mais recomendado. Se você possui dúvidas a respeito do assunto explore o blog do CEFERP e assine a nossa newsletter, temos diversos conteúdos sobre o tema! Nos ajude a divulgar a importância de falarmos sobre a fertilidade, não só no mês de junho, mas em todos os meses! Encaminhe este post a alguém que pode estar passando pela mesma situação! Juntos somos mais fortes para a conscientização da importância de falarmos sobre fertilidade!

embrião a fresco ou congelado

A transferência embrionária é a etapa final e uma das mais importantes do tratamento de reprodução assistida. 

 

Graças aos avanços constantes na área da medicina reprodutiva, por meio de pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias, atualmente há a possibilidade de realizar a transferência de embriões frescos ou congelados. 

 

Você deve estar se perguntando qual a melhor opção na transferência entre embrião congelado ou embrião a fresco, não é mesmo? Nesse artigo vamos responder essa e outras dúvidas a respeito do tema. Boa leitura! 

Como funciona a transferência de embrião a fresco e congelado? 

 

A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica bastante avançada de reprodução assistida que permite a realização do sonho de muitos casais com problemas de fertilidade de gerar um filho biológico. 

 

Na FIV, toda a fase de formação do embrião é realizada em laboratório, após a união dos gametas femininos (óvulos) e masculinos (espermatozoides). 

 

Este encontro para a fertilização pode ser realizado a partir de três métodos: o clássico, em que os óvulos e espermatozoides ficam em uma placa aquecida, e a fecundação ocorre naturalmente, ou por meio de uma injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), onde os espermatozoides são injetados no interior do óvulo por meio de uma agulha muito delicada. Outro método é a técnica super ICSI ou ICSI magnificada, onde é utilizado um equipamento que permite melhor visualização dos espermatozoides.  

 

Após o encontro do óvulo com o espermatozoide e de ter havido a fertilização, o embrião se mantém em cultivo no laboratório, podendo esta fase durar até 7 dias. Até este período, deve-se definir o destino dos embriões: transferência a fresco ou congelamento. Importante ressaltar que antes desta etapa também pode ser decidido transferir ou congelar os embriões, a depender de cada caso.

 

O termo transferência a fresco se refere ao fato de o embrião ser formado e logo transferido ao útero após poucos dias. Já a transferência de embrião congelado se refere àqueles que após o processo de fertilização passaram pelo congelamento, processo chamado de vitrificação, e armazenamento em botijões de nitrogênio líquido. 

 

Qual alternativa é a melhor?

 

No passado, as taxas de sucesso eram melhores para embriões a fresco do que congelados. Isso se devia ao fato do processo de congelamento e descongelamento envolver taxas mais altas de perdas dos embriões. Atualmente, com o avanço das tecnologias em reprodução e principalmente da vitrificação, a segurança no processo de congelamento e descongelamento aumentou consideravelmente. Dessa forma, as taxas de sucesso comparando-se transferências a fresco ou congelado são semelhantes, fazendo-se necessária a avaliação do contexto geral do tratamento para definição da melhor estratégia a ser seguida.

 

Em ambos os casos, a transferência é indolor e tranquila, sendo realizada por um médico especialista, com o auxílio de uma ultrassonografia pélvica. Também é preciso estar com a bexiga urinária cheia durante o procedimento. Portanto, podemos perceber que a técnica de transferência embrionária em si é a mesma, independentemente de se tratarem de embriões frescos ou congelados.

Quando é recomendado o congelamento dos embriões? 

 

Uma das etapas do tratamento de reprodução humana é a estimulação ovariana, feita por meio de medicamentos hormonais com a finalidade de induzir o corpo a amadurecer um número maior de óvulos, para que possam ser coletados e em seguida fertilizados na FIV. 

 

Nessa fase de estímulo ovariano, algumas mulheres podem apresentar uma resposta exagerada às medicações, a chamada síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO). Devido ao alto nível de hormônios circulando no corpo nestes casos, a transferência de embriões a fresco pode ser prejudicial para o processo de implantação bem como trazer riscos de piora do quadro de hiperestímulo no início da gravidez. 

 

Logo, quando há riscos que essa síndrome se desenvolva é recomendado realizar o congelamento dos embriões, garantindo assim a segurança da paciente e melhores chances de sucesso no tratamento. 

 

Em um caso como este, é necessário aguardar o próximo ciclo menstrual da mulher e, portanto, congelar os embriões após sua formação para que possam aguardar o momento mais oportuno para a transferência. 

 

Existem outros motivos que podem levar à indicação de congelar os embriões. Um deles é a análise genética embrionária, ou seja, quando é indicada a realização de biópsia no embrião para compreender melhor sua carga genética.

 

Nesse caso, após 5 a 7 dias de desenvolvimento do embrião, no estágio de blastocisto, é feita a biópsia a partir da retirada de algumas células para serem encaminhadas ao laboratório de genética. Geralmente, após a biópsia os embriões são congelados para que aguardem o resultado da análise genética e programação de transferência em seguida.

 

Outra situação onde pode ser indicado o congelamento de óvulos ou de embriões é a preservação da fertilidade, pois sabemos que a idade exerce fator importante nas chances de sucesso da gestação, principalmente no caso das mulheres. Por isso, caso não haja programação de gestação até os 35 anos ou caso existam fatores que sabidamente possam impactar na reserva ovariana (necessidade de cirurgia ovariana, por exemplo), é importante considerar técnicas de preservação da fertilidade. O congelamento de embriões pode ser a opção para mulheres que pensem em produção independente no futuro, visto que podem ser utilizados espermatozoides de doador anônimo, ou também para casais com relacionamento estável que desejem preservar a fertilidade de forma conjunta. 

 

Como pudemos observar, muitos fatores devem ser levados em consideração na decisão por transferência a fresco ou congelado. Importante destacar que a transferência de embriões congelados é uma técnica muito segura, inclusive pelo fato de que o congelamento por si ou o tempo de manutenção do embrião congelado não interferem diretamente na qualidade do embrião ou em suas chances de sucesso.  

 

Tendo em vista que as taxas de sucesso de embriões a fresco ou congelados são semelhantes, as duas são opções possíveis no tratamento de reprodução humana e devem ser discutidas em conjunto entre o casal e o médico especialista, considerando-se todas as particularidades, a fim de ter um tratamento mais seguro e tranquilo. 

 

Esclarecemos todas as dúvidas a respeito de embrião congelado ou a fresco? Assine a nossa newsletter e receba mais conteúdos direto na sua caixa de e-mail! 

Primeira consulta

Uma das dúvidas mais frequentes de nossas pacientes que recebemos no consultório é qual o momento certo de realizar a primeira consulta de reprodução humana

A procura por um especialista nem sempre pode parecer uma decisão fácil, e conforme surgem dúvidas, alguns casais por falta de informação podem até mesmo abandonar a ideia de realizar o sonho de gerar o próprio filho.

Nesse momento, é importante não deixar o constrangimento ou a frustração tomarem conta, e buscar o máximo de informações possíveis a respeito do tema.

Neste artigo vamos responder se é possível ir à primeira consulta de reprodução humana menstruada, e também como é feita a primeira consulta no tratamento de fertilidade

Como é a primeira consulta de reprodução humana? 

Após alguns meses de tentativas de gestação sem sucesso, eis que o casal chega à conclusão de buscar o auxílio de um especialista em reprodução humana para investigar os motivos da infertilidade. Este prazo depende de diversos fatores, mas em média é de um ano nos casos de mulheres até 35 anos, e de 6 meses para mulheres após esta idade.

No CEFERP, tudo se inicia com uma conversa. O médico especialista em reprodução humana irá ouvir a história clínica detalhada do casal, buscando compreender as necessidades, expectativas e frustrações. A partir daí, podem ser solicitados exames de acordo com a necessidade e realizada, em conjunto, uma proposta de tratamento.

É comum os casais chegarem na primeira consulta com muitos receios. Nesse momento, é importante ter calma e tranquilidade, pois a primeira consulta servirá para entender melhor os fatores que possam estar impactando nas tentativas de gravidez e buscar o melhor caminho para a solução. Ou seja, ela é o passo inicial da jornada rumo à realização do seu sonho, portanto, esteja confiante! Você não estará sozinha!

Leia mais: A primeira visita ao CEFERP: descubra o que acontece!

Posso ir menstruada na primeira consulta?

Como falamos acima, já na primeira consulta o especialista em reprodução humana irá fazer várias perguntas para analisar a história clínica do casal e assim, iniciar a investigação das causas da infertilidade.

Confira abaixo o vídeo do Dr. Anderson Melo, especialista em reprodução assistida do CEFERP, sobre os exames que são solicitados ao casal já na primeira consulta:

 

Logo, poderão ser solicitados exames médicos tanto para o homem, quanto para a mulher. Um dos exames que já pode ser feito de início é a contagem de folículos antrais da mulher, que tem o objetivo de medir a reserva ovariana. Nesse caso, é ideal que a mulher esteja preferencialmente menstruada para a realização do exame. Portanto, ao contrário do que estamos acostumadas nas consultas ginecológicas, onde a menstruação pode impactar na realização de alguns exames, para a avaliação da reserva ovariana a menstruação é o período ideal para a realização da ultrassonografia. Entenda o porquê neste texto onde explicamos mais sobre o ciclo menstrual e sua relação com a fertilidade: Ciclo menstrual: fases, hormônios e a relação com a fertilidade

O que é a contagem de folículos antrais e como ela é feita? 

A contagem de folículos antrais é um dos exames realizados para medir e avaliar a reserva folicular da mulher.

As mulheres já nascem com os folículos ovarianos prontos, que são formados ainda na vida intrauterina, assim como os ovários, elementos essenciais do aparelho reprodutor feminino para atingir uma gestação. 

Logo ao nascer, estima-se que a menina possua em torno de 2 milhões de oócitos. Isso é o que chamamos de reserva ovariana, que sofre uma constante diminuição até a primeira menstruação (menarca), quando a menina tem cerca de 300 mil oócitos. 

Como pudemos perceber, a reserva ovariana vai se reduzindo constantemente, tendo seu marco de fim em torno dos 50 anos, quando ocorre a última menstruação, a menopausa. 

Ao longo da vida da mulher, em cada ciclo uma certa quantidade de folículos fica disponível para o crescimento, no entanto, apenas um se desenvolve e se rompe sob ação hormonal, liberando assim o óvulo que já estará pronto para ser fecundado.

Leia mais: Folículo dominante: como ele afeta o tratamento de reprodução humana?

Os folículos recebem diversas denominações, a depender de seu estágio de desenvolvimento. A nomenclatura de folículo antral se refere aos folículos com tamanho de 2 a 9mm, já visíveis ao ultrassom. Portanto, estas são as estruturas que são contadas para avaliação da reserva ovariana, sendo o momento mais fidedigno de contagem o início do ciclo menstrual.Para programar um tratamento de fertilidade, é essencial saber qual a reserva ovariana da mulher, pois assim é possível estimar a resposta ao tratamento que será proposto. 

A contagem desses folículos é feita por meio de uma ultrassonografia transvaginal, que geralmente permite visualizar com bastante precisão os ovários e folículos. O exame deve ser realizado até o terceiro dia do ciclo menstrual, preferencialmente. 

O que a contagem de folículos pode mostrar? 

O objetivo da contagem de folículos, como mencionamos, é avaliar a reserva ovariana. Outros marcadores também são importantes para esta análise, como a idade da mulher, histórico de cirurgias ovarianas, presença de endometriose, endometriomas ou outros cistos ovarianos, dentre outros fatores.

Com o avançar da idade, além de ter grande diminuição na quantidade da reserva, também há a perda da qualidade do material genético. Por isso, é importante estar atento ao tempo de tentativas e procurar orientação médica caso o bebê não chegue após algum tempo.

A contagem de folículos esperada varia de acordo com a idade da mulher. Contagens abaixo do esperado são sugestivas de baixa reserva ovariana.

Além disso, a realização da ultrassonografia transvaginal permite fornecer outras informações, como características do útero, presença de miomas, pólipos, cistos ovarianos, hidrossalpinge, etc. Desta forma, o exame é de grande auxílio para a programação de qualquer tratamento para engravidar.

Opções de tratamento disponíveis

Já na primeira consulta, o especialista em reprodução humana poderá orientar ao casal quais os tratamentos disponíveis no centro de fertilidade, assim como as taxas de sucesso de cada procedimento. 

A definição do melhor tratamento a ser realizado deve ser tomada em conjunto entre o médico e o casal, levando-se em consideração diversos fatores como chances de sucesso, idade da mulher, tempo de tentativas, dentre outras questões. 

As causas de infertilidade são variadas, sendo aproximadamente 30 a 35% ligadas a fatores femininos, e 30 a 35%, masculinos. Além disso, cerca de 20% das causas da infertilidade podem ser por fatores combinados do casal. E ainda, em 10% dos casos não é possível identificar o fator causador da infertilidade (esterilidade sem causa aparente). 

Logo, cada caso deve ser avaliado de maneira individualizada, devendo-se levar em consideração também as preferências e expectativas do casal. A escolha de uma clínica de fertilidade de confiança é essencial nesse momento decisivo para o futuro familiar. Assim você poderá se sentir mais confiante e tranquila em cada etapa.

Se você possui mais dúvidas a respeito da primeira consulta de reprodução humana, deixe nos comentários abaixo ou entre em contato conosco.
O CEFERP é uma clínica de fertilização completa, contamos com uma equipe qualificada e preparada para atender você!

Sintomas após transferência

Após uma série de etapas que o casal passa na fertilização in vitro (FIV), desde a realização de exames, estimulação ovariana, coleta dos gametas femininos e masculinos, fecundação e transferência dos embriões, eis que surge o momento mais esperado, aguardar o tão sonhado positivo. 

Desde a transferência dos embriões até a confirmação da gestação, muitos sintomas podem surgir e deixarem dúvidas se são normais, preocupantes ou se são sugestivos de gravidez.

A gestação é um momento mágico, que envolve muitas mudanças fisiológicas e emocionais. Cada mulher pode experimentar sintomas diferentes, algumas podem demorar mais para sentir, outras podem não sentir nada, cada corpo irá reagir de uma forma. 

Entenda nesse artigo quais são os principais sintomas após a transferência e o que podem significar!

Quais sintomas podem surgir após a transferência? 

Desde o momento da transferência embrionária na FIV até a confirmação da gravidez por meio do exame de beta hCG, há uma janela de 14 dias. Neste período, alguns sintomas podem ser mais frequentes. Porém, algumas pacientes podem se manter assintomáticas até a realização do exame. Quando ocorre a interação adequada entre o embrião e o endométrio, após alguns dias da transferência, se inicia a nidação, fenômeno que marca o início da implantação e evolução da possível gestação. 

Existem alguns sintomas que podem estar associados à nidação. No entanto, eles podem variar de acordo com cada organismo, e não substituem de forma alguma o acompanhamento médico e a realização do exame beta hCG. 

Após a transferência embrionária, o processo de implantação se dá da mesma maneira a uma gestação natural. Portanto, os sintomas também podem ser os mesmos. Abaixo, vamos listar os principais sintomas e explicar melhor o porquê de, mesmo na presença deles, não necessariamente significarem gravidez ou alguma complicação após a transferência.

Cólicas ou dor abdominal

Quando ocorre a gravidez, o fenômeno de implantação exige que o embrião consiga penetrar de forma cada vez mais complexa o . Portanto, este processo pode levar a mulher a perceber cólicas ou desconfortos abdominais inespecíficos. 

Um leve desconforto e sensação de inchaço na região abdominal no primeiro trimestre podem ocorrer pelo início do crescimento do útero e também pelas alterações hormonais. 

Por outro lado, durante o tratamento de FIV, sabemos que são utilizadas diversas medicações hormonais que podem levar ao surgimento de cólicas, inclusive por alterações de hábitos intestinais. Importante lembrar também que em alguns casos a transferência de embriões ocorre poucos dias após a coleta dos óvulos, o que pode justificar a presença de desconforto abdominal devido ao estímulo e procedimento recente nos ovários.

Sangramento 

Quando acontece a nidação, outro sintoma que pode ser percebido é o surgimento de sangramento vaginal, geralmente com aspecto de “borra de café”. Ele ocorre pois a implantação necessita do rompimento de alguns vasos para que se forme a vascularização adequada para desenvolvimento do embrião.

No caso de pacientes pós transferência embrionária, ele também pode estar presente pela manipulação recente do útero e colo uterino (podendo ter manipulado estruturas delicadas que gerem sangramento leve) e também pela variação dos níveis hormonais das medicações utilizadas.

Tonturas e náuseas 

Durante a gravidez, as modificações podem levar a mudança na dilatação dos vasos sanguíneos, que resultam em quedas de pressão arterial, podendo ocorrer da mulher sentir tonturas e náuseas. Os enjoos, portanto, costumam ser comuns, tendendo a melhorar após o primeiro trimestre.

Existem várias teorias que tentam responder sobre o porquê mulheres grávidas sentem enjoos. A mais popular sugere que é uma reação do corpo devido ao aumento do HCG, o principal hormônio da gravidez. 

Quando se trata do momento após a transferência embrionária, estes sintomas também podem estar presentes devido ao uso dos medicamentos hormonais. Principalmente nos casos de transferências a fresco (logo após a coleta dos óvulos), é esperado que a mulher esteja em um ciclo com níveis hormonais acima do que estaria em condições fisiológicas, fazendo com que estes sintomas sejam mais presentes.

Mudança nas mamas

Outra alteração bastante comum na gestação é o aspecto dos seios, que costuma apresentar uma mudança no volume e sensibilidade devido à ação de hormônios que estimulam as glândulas mamárias, preparando a mulher para uma possível amamentação. 

Durante o tratamento, muitos destes hormônios também são administrados, podendo levar à percepção dos mesmos sintomas.

Sonolência e cansaço

O aumento repentino de sono e sensação de cansaço costumam ser frequentes no início da gestação. Isso também ocorre devido às alterações hormonais deste período, principalmente o aumento da progesterona. 

Para a transferência embrionária, a progesterona também desempenha papel fundamental para o preparo do endométrio e para a janela de implantação. Portanto, este hormônio é utilizado no tratamento, frequentemente em doses elevadas, associando-se em algumas mulheres a queixas de sonolência e cansaço, pelos mesmos mecanismos que ocorrem na gestação espontânea.

Como saber, então, se há gestação? 

Como pudemos perceber, muitos sintomas podem ser percebidos entre a transferência embrionária e o dia do teste de gravidez. Porém, a presença ou ausência destes acaba sendo inespecífica para predizer a evolução embrionária, já que podem se associar tanto à gravidez quanto ao uso de medicações hormonais e ao momento do tratamento.Dessa forma, a maneira mais segura de saber o desfecho da transferência é a realização do exame de beta hCG. Ele é o único capaz de diferenciar se os sintomas são devidos a uma possível gestação ou a outros mecanismos, como o efeito das medicações. Podem ser realizados testes de farmácia, mas o método mais confiável é a dosagem sanguínea que identifica o hormônio beta hCG. 

Sabemos que a espera por um bebê é um momento marcante para toda a família, portanto envolve muita ansiedade e expectativa. Para que esse momento se torne mais leve e agradável, é fundamental procurar manter pensamentos positivos e atividades que auxiliem a tirar o foco e, consequentemente, o peso da espera dos longos 14 dias. Conte sempre com uma equipe que possa te dar suporte e tirar as dúvidas para auxiliar neste período de angústias!

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folículos ovarianos

Os folículos ovarianos são pequenas bolsas de líquido que envolvem em seu interior a célula reprodutiva feminina, conhecida como oócito, armazenando assim, os futuros óvulos.

A mulher já nasce com o seu estoque de folículos completos, pois eles são formados ainda na vida intrauterina e são essenciais para a fertilidade feminina.

Se você quer conhecer mais sobre o que é o folículo ovariano e qual a diferença entre folículo e óvulo, continue a leitura e entenda mais sobre esse elemento fundamental para a reprodução humana.

O que são folículos ovarianos?

Os folículos se encontram nos ovários, são uma espécie de “bolsa”, onde ficam armazenados os óvulos. Estas estruturas são formadas por dois tipos celulares diferentes, com produções hormonais distintas, porém fundamentais para o funcionamento adequado das fases do ciclo reprodutivo.

Através destas células que formam os folículos, eles interagem com os hormônios chamados de gonadotrofinas (FSH e LH). Esta interação complexa permite o crescimento do folículo, o aumento da produção de estrogênio, a resposta ao pico ovulatório e formação do corpo lúteo. Todas estas etapas estão detalhadas e explicadas no nosso artigo sobre o ciclo menstrual, entenda melhor aqui.

Além disso, a produção hormonal dos folículos é importante para o devido preparo do endométrio para receber a possível gravidez.

Cada folículo ovariano armazena um óvulo ou nenhum. Portanto, ao longo do ciclo menstrual, como na maioria dos casos ocorre crescimento de um folículo, isso faz com que seja liberado potencialmente um oócito, diminuindo a possibilidade de gestação múltipla.

Qual a diferença de folículos ovarianos e óvulos?

O termo óvulo é utilizado comumente para designar a célula reprodutiva feminina. A rigor técnico, a nomenclatura correta é oócito, pois o termo óvulo é utilizado para tratar de um estágio bastante transitório, quando de fato já houve a fecundação do espermatozoide com o oócito. No entanto, neste artigo, para facilitar a compreensão e por ser um termo amplamente utilizado, vamos utilizar óvulo como sinônimo de oócito.

A diferença entre os folículos e óvulos, é que os folículos são as estruturas que armazenam o óvulo. Este último é, efetivamente, o gameta feminino. Fazendo uma analogia, os folículos são como pequenas bolsas repletas de líquido (fluido folicular), e que podem conter o óvulo em seu interior. Outra diferença é que os óvulos são constituídos por apenas uma célula, enquanto os folículos ovarianos são estruturas multicelulares, que contêm em seu interior o óvulo.

Quantos folículos em média as mulheres possuem?

Como falamos acima, todos os folículos que constituem a reserva ovariana de uma mulher são formados ainda na fase fetal. Após o nascimento não existe mais a produção de óvulos, eles apenas vão sendo liberados durante os ciclos menstruais com a chegada da fase da puberdade. Ao longo do tempo, os folículos não utilizados passam por um processo de atresia, ou seja, degeneram, o que explica a constante redução da reserva ovariana da mulher.

O número estimado de folículos ovarianos de uma menina recém-nascida é de 1 a 2 milhões, e com a chegada da puberdade este número já está em torno de 300 a 400 mil folículos. Este é um fenômeno inerente ao organismo da mulher, e não é possível adotar estratégia para parar esse gasto.

A cada ciclo menstrual estima-se que em torno de mil óvulos degenerem, e a qualidade dos óvulos também tende a diminuir até a chegada da menopausa, quando a fertilidade da mulher se encerra. Por isso a importância de uma adequada avaliação da reserva ovariana e discutir a possibilidade de preservação da fertilidade nos casos em que não haja previsão de tentar engravidar. Entenda mais sobre a preservação da fertilidade neste texto do nosso site!

Qual a relação do folículo ovariano com a fertilidade feminina?

O estoque de folículos é o que é chamado tecnicamente de reserva ovariana, que será consumido pelo organismo da mulher ao longo de sua vida, até que se chegue ao fim, na menopausa.

Dessa forma, a relação dos folículos ovarianos com a fertilidade feminina é direta, pois a integridade dessas estruturas é fundamental para o processo do sistema reprodutor da mulher, envolvendo a formação e liberação das células reprodutivas femininas (os óvulos). A redução dos folículos ovarianos com o passar do tempo, portanto, significa a redução da reserva ovariana da mulher. Porém, é importante tomar muito cuidado na interpretação do diagnóstico de baixa reserva ovariana, pois ele não significa infertilidade de forma isolada, e não podemos confundir o conceito de redução progressiva do estoque de óvulos da mulher com o diagnóstico da baixa reserva ovariana.

Qual a importância dessas estruturas para a reprodução assistida e gestação?

Os folículos ovarianos assumem um papel muito importante nas técnicas de reprodução assistida, pois fazem parte da etapa inicial, em que são estimulados por meio de medicações. Esta etapa é conhecida como estimulação ovariana.

A estimulação ovariana acontece por meio dos medicamentos hormonais e tem o objetivo de induzir a ovulação ou aumentar o número de óvulos maduros disponíveis no mesmo ciclo. O protocolo de tipo e dose das medicações utilizadas dependerá da técnica de tratamento indicada, podendo ser FIV (fertilização in vitro), namoro programado e IA (inseminação artificial).

Por isso, os tratamentos costumam iniciar na menstruação, para que seja realizada a contagem dos folículos por meio da ultrassonografia transvaginal logo no início do ciclo e, com isso, avaliar o potencial de resposta dos ovários ao tratamento no ciclo em questão.

Gostou do artigo sobre folículo ovariano? Ficou alguma dúvida? Deixe nos comentários abaixo que responderemos assim que possível!

Implantação do embrião

A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos tratamentos mais assertivos para casais que apresentam dificuldade em engravidar.

Mesmo com muitos avanços na FIV, é preciso levar em conta que o tratamento não é capaz de garantir a gravidez.

A taxa de sucesso no tratamento irá variar de acordo com diversos fatores, pois cada casal possui as suas particularidades, e estes fatores podem significar limitações menores ou maiores às chances de sucesso. Assim também ocorre com a falha na implantação do embrião.

É necessário um aconselhamento individualizado por parte de um médico especialista em reprodução humana, a fim de determinar se há indicação de exames adicionais e quais podem ser benéficos para cada cenário.

Neste artigo, relacionamos algumas das causas mais comuns que podem estar associadas à falha na implantação do embrião, confira abaixo!

O que é considerado como uma falha na implantação?

A falha na implantação ocorre quando por alguma razão o processo de implantação embrionária não foi bem-sucedido.

Sendo um dos grandes desafios na medicina reprodutiva, é preciso uma avaliação detalhada do caso para detectar as possíveis causas da condição, uma questão que envolve diversos fatores.

A falha recorrente da implantação pode ser definida de forma diferente de acordo com a referência de literatura selecionada, visto que alguns artigos classificam pelo número de transferências, número de embriões transferidos, qualidade morfológica ou outros fatores. Na maior parte das referências, é considerada quando há ausência de gestação após duas ou mais transferências embrionárias, geralmente totalizando quatro embriões transferidos, de boa qualidade morfológica.

As falhas na FIV são mais comuns do que parecem, pois o processo reprodutivo humano tem suas limitações, que também se expressam nos tratamentos de reprodução assistida. O entendimento destas limitações tende a facilitar a condução emocional durante a realização da FIV, pois possibilita ao casal entender que não é uma condição exclusiva dele, diminuindo a sensação de culpa e frustração.

No cenário da falha de implantação, realizar a pesquisa de outros fatores que também possam impactar nas chances de sucesso, quando indicado, também é uma ferramenta importante para a programação de uma gravidez bem-sucedida.

Abaixo, citaremos algumas condições para compreendermos melhor o diagnóstico da falha de implantação embrionária.

Fatores embrionários

No diagnóstico da falha de implantação, acredita-se que em torno de 70-80% dos casos estejam relacionados a limitações embrionárias, enquanto os outros 20-30% podem se relacionar a fatores endometriais ou de interação entre embrião e endométrio. Portanto, é importante entendermos melhor os fatores relacionados ao embrião. Para ter sucesso na implantação e, por seguinte na gravidez, o embrião precisa contar com uma carga genética compatível com a continuidade do seu desenvolvimento, expressá-la de maneira adequada e precisa ter o potencial celular necessário para continuidade no processo de divisão celular.

Algumas medidas podem auxiliar a compreender melhor o embrião, como conhecer o estágio de seu desenvolvimento (clivagem ou blastocisto), características morfológicas, disponibilidade de análise genética embrionária, entre outros.

A qualidade do embrião é impactada principalmente pela qualidade do óvulo e do espermatozoide, portanto, fatores como idade materna avançada, alterações severas do espermograma, entre outros, são importantes no aconselhamento das taxas de sucesso e investigações quanto à falha de implantação.

Idade materna avançada

A idade da mulher no momento do tratamento desempenha um papel essencial na qualidade dos óvulos e embriões que serão utilizados no procedimento. A probabilidade de gravidez tende a reduzir com o avanço da idade da mulher, principalmente após os 35 anos. Isso ocorre pois a reserva ovariana da mulher é limitada, e ela utiliza os óvulos que já havia formado durante o período embrionário. Dessa forma, com o passar do tempo, a quantidade e qualidade destes óvulos tende a cair, apresentando queda mais acelerada após os 35 anos.

Além disso, conforme mais avançada a idade da mulher, aumenta também a frequência de aneuploidias – situações em que ocorrem mudanças numéricas nos cromossomos da célula, levando a alterações genéticas.

Conforme ocorre adição ou perda no número de cromossomos, o equilíbrio existente nas células é afetado, em muitos casos não sendo compatível com a vida. Portanto, como a porcentagem de óvulos alterados aumenta com a idade, isto também ocorre com os embriões, e a depender das alterações genéticas na formação dos embriões, alguns cenários são possíveis, desde não evoluir, seja no organismo da mulher ou no laboratório, levando a um teste de gravidez negativo quando transferido ao útero, passando pelo risco de aborto ou nascimento de bebê com alguma síndrome genética.

Fatores masculinos

Além dos fatores femininos, os fatores relacionados aos espermatozoides também devem ser considerados na avaliação das possíveis causas da falha na implantação.

A baixa qualidade e/ou quantidade dos espermatozoides pode indicar necessidade de investigações adicionais no parceiro, como dosagens hormonais e inclusive pesquisa de alterações genéticas. Nos casos em que há detecção de alterações genéticas, é importante o devido aconselhamento quanto ao risco de formação de embriões acometidos por alterações, pois este fator pode se associar a falha de implantação ou abortos de repetição.

A idade do homem também pode influenciar na qualidade do espermatozoide, porém este impacto tende a ser menor em comparação ao impacto da idade na mulher. Como a produção de espermatozoides é um processo contínuo no homem, estas células são constantemente renovadas, diferentemente dos óvulos, que foram produzidos na vida embrionária e são os mesmos a serem utilizados durante todo o período reprodutivo. O passar da idade nos homens, portanto, pode trazer impacto na produção de espermatozoides com relação a motilidade, morfologia, dentre outros fatores, porém este impacto pode ocorrer em graus variáveis.

Fatores uterinos ou tubários

Quando acontece a falha na implantação no tratamento de FIV, além de avaliar os fatores relacionados aos óvulos, espermatozoides, e consequentemente à formação do embrião, pode também haver necessidade de avaliação de fatores uterinos. Vale lembrar que, como mencionamos acima, o principal fator que limita o sucesso do tratamento tende a estar relacionado aos embriões, porém 20-30% dos casos podem ter relação com o endométrio e interações entre embrião e endométrio.

Quando se trata da avaliação de útero e trompas, vários fatores podem ser pesquisados, como doenças ginecológicas (endometriose, adenomiose), alterações tubárias como hidrossalpinge, até exames mais específicos do endométrio, como a histeroscopia. Na literatura científica existe discussão acerca de diversos fatores pesquisáveis relacionados ao endométrio, como pesquisa da janela de implantação, marcadores de endometrite crônica, de alteração da flora endometrial, dentre outros. Ao se considerar a realização destas investigações, é importante discutir com o médico especialista quais as formas disponíveis de avaliação e quais os possíveis benefícios esperados, de acordo com os estudos científicos. Tudo vai depender de cada caso, quais sintomas a paciente apresenta, histórico dos tratamentos anteriores, suspeitas específicas em exames de imagem, ou seja, tudo dependerá de uma avaliação e aconselhamento individualizados, fator de extrema importância na busca pelo sucesso do tratamento.
A importância de adotar um estilo de vida saudável

Sabemos que os hábitos de vida adequados são importantes para todas as áreas relacionadas à saúde, física e mental. Portanto, na fertilidade não seria diferente. Algumas medidas são recomendáveis, como cessar o tabagismo, diminuir o consumo de álcool, manter uma dieta equilibrada e ter como objetivo se manter no peso ideal, buscar estratégias para melhor controle da ansiedade e estresse, entre outros.

O cenário da falha de implantação pode trazer angústia e desânimo, trazendo um desequilíbrio em algumas áreas da vida. Portanto, o acompanhamento de um médico especialista em reprodução humana e de uma equipe devidamente capacitada ajuda a passar por este processo com segurança e transparência, já que sabemos que para engravidar é preciso tranquilidade e paciência. Lembre-se sempre que as chances de sucesso no tratamento são cumulativas, ou seja, conforme o paciente/casal passa por mais tratamentos, as chances cumulativamente são maiores. E o fator mais importante: você não está sozinha(o) neste processo, toda a equipe do tratamento se empenha em conjunto, por um objetivo em comum: alcançar o sonho de aumentar a família!

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Beta HCG

Um dos momentos mais aguardados pelas tentantes é o resultado positivo do beta HCG!

Sintomas sugestivos de gravidez, como atraso da menstruação, cólica abdominal, mamas sensíveis e aumentadas, náuseas e enjoos, após relação sexual sem proteção, podem ser indícios de gestação e com isso a mulher deve realizar o exame para confirmar a suspeita.

Mas afinal, o que é o beta HCG? Como é realizado o exame? O resultado é seguro? Neste artigo responderemos essas e outras dúvidas a respeito.

O que é HCG?

O HCG trata-se do hormônio denominado Gonadotrofina Coriônica Humana. Na gestação, ele é produzido pelas células do embrião após o processo de nidação, ou seja, da implantação do embrião no útero materno.

A molécula do HCG possui mais de uma subdivisão, chamada de subunidade. A subunidade importante para o diagnóstico da gestação é a fração beta, daí a denominação do exame de beta HCG. Esta informação é importante pois caso haja avaliação apenas do HCG, de forma genérica, ele não é o exame específico para avaliação da gestação e pode inclusive ser considerado como marcador de câncer, até mesmo nos homens.

Na gestação, a função do beta HCG é manter o corpo lúteo e consequentemente, manter a produção de progesterona, hormônio essencial para a implantação embrionária e manutenção da gravidez. Entenda mais sobre este assunto no próximo tópico!

HCG durante a gestação

Durante uma gestação, o sistema endócrino age de forma muito importante, produzindo diversos hormônios, regulando várias funções essenciais para o desenvolvimento seguro da gravidez.

Na gestação, o HCG é sintetizado por uma estrutura do embrião denominada trofoblasto, a camada externa de células do embrião, que dá origem à placenta e anexos da gravidez. Sua principal função é a devida implantação e manutenção da gestação.

Durante os três primeiros meses de gestação o nível de beta HCG aumenta progressivamente. Portanto, logo nos primeiros dias de atraso menstrual, quando já se iniciou o processo de implantação e produção de beta HCG, espera-se que seja possível detectá-lo através de amostra de sangue ou urina. Porém, sempre tome cuidado ao interpretar o resultado de qualquer exame, pois a sensibilidade de detecção da molécula procurada pode ser maior ou menor dependendo do método do exame realizado, podendo ser recomendável repetir a avaliação em alguns dias. Importante enfatizar também que outros sintomas podem levar a maior ou menor suspeita de gravidez, auxiliando na interpretação dos resultados obtidos.

Beta HCG quantitativo

Existem duas maneiras de medir a presença da Gonadotrofina Coriônica Humana. A quantitativa e a qualitativa.

O exame de beta HCG quantitativo é realizado visando a detectar não apenas a presença ou ausência deste hormônio, mas também os níveis do beta HCG presentes no sangue. Essa medida pode ser importante para auxiliar na avaliação da evolução da gestação e compatibilidade com a idade gestacional esperada. Porém, é importante ressaltar que os valores não devem ser interpretados de forma isolada, visto que a capacidade de detecção da molécula do beta HCG e a forma de laudar o resultado podem variar de acordo com cada laboratório. A unidade comumente utilizada para informar a concentração de beta HCG no sangue é mUI/ml.

O resultado do exame de beta HCG quantitativo também pode auxiliar no acompanhamento de algumas alterações da gestação, como gravidez química, gravidez ectópica e aborto, visto que nestes casos o exame pode ser seriado (acompanhado) para auxiliar a compreender a evolução do quadro.

Beta HCG qualitativo

Outra maneira de avaliar a presença do HCG é por meio do beta HCG qualitativo, que geralmente é mais rápido e simples. Um exemplo de avaliação qualitativa são os testes de farmácia, que indicam o resultado como positivo ou negativo.

O teste de farmácia atualmente se apresenta de diversas formas. O mais comum é aquele realizado com uma espécie de caneta ou fita, que deve ser inserida em um pequeno frasco com urina. Após alguns minutos é possível realizar a leitura, o dispositivo indicará se há ou não gravidez conforme o manual que o acompanha.

Os testes de gravidez de farmácia possuem grandes chances de acerto e podem ser realizados já no primeiro dia de atraso menstrual. Não é recomendado que seja realizado antes por risco de resultado falso negativo. É importante lembrar que para ser detectado o beta HCG na urina, é necessária concentração alta o suficiente deste hormônio para ser excretada na urina e percebida na avaliação do teste!

Se você quiser entender mais sobre os testes de farmácia, leia mais em: Teste de gravidez de farmácia é confiável? Entenda aqui!

O exame beta HCG qualitativo também pode ser realizado em laboratório pela coleta de sangue, e geralmente, por ter uma metodologia um pouco mais simples, o laboratório libera o resultado em menor tempo em comparação ao quantitativo.

Mesmo após realizar o teste qualitativo, pode ser recomendado confirmar o diagnóstico (negativo ou positivo) por meio de uma dosagem quantitativa de beta HCG sanguínea. Isso porque, o resultado permite ter mais informações sobre o estado inicial da gravidez, e possibilita um comparativo futuro caso sejam necessárias novas dosagens.

O que é preciso fazer antes do exame?

Tanto para o exame de beta HCG qualitativo quanto para o quantitativo não costuma ser necessário preparo adicional ou jejum.

Em testes de farmácia, é importante prestar atenção em algumas questões:

  • verificar o prazo de validade do teste;
  • seguir as instruções de uso;
  • utilizar de preferência a primeira urina do dia;
  • não beber líquido demais antes do teste, pois pode diluir os níveis de HCG na urina;
  • utilizar um cronômetro para marcar o tempo correto de espera.

Em qual momento devo fazer o beta HCG?

O beta HCG sanguíneo é bastante sensível e pode detectar uma gestação de forma bem precoce.

Já nos testes de farmácia, é indicado realizar pelo menos após o diagnóstico de atraso da menstruação, e não antes do mesmo. Para garantir maior confiabilidade no resultado, é recomendado sempre receber orientação profissional e informar outros possíveis sintomas e dados que possam auxiliar na suspeita de gestação.

Qual a relação do HCG com os procedimentos de reprodução humana?

Nos procedimentos de reprodução assistida, o HCG pode ser administrado em ciclos de estimulação ovariana durante a FIV (Fertilização In Vitro) ou IA (Inseminação artificial). Nestes casos, o uso deste hormônio tem a finalidade de desencadear o processo da ovulação. Portanto, ao realizar tratamento de reprodução humana, é importante seguir as datas orientadas para realização do beta HCG, visto que caso seja realizado de forma muito antecipada, a própria substância administrada pode ser detectada na urina e levar a um resultado falso positivo. Sabemos que durante o tratamento as emoções encontram-se muito afloradas, portanto, evitar este possível desconforto se torna importante para tornar a jornada um pouco mais leve!

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