A importância do acompanhamento psicológico no tratamento de fertilização

A importância do acompanhamento psicológico no tratamento de fertilização

A importância do acompanhamento psicológico no tratamento de fertilização

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fertilização in vitro (FIV) é um procedimento seguro e com boas taxas de sucesso. Porém, não podemos dizer que se trata de um processo simples, inclusive do ponto de vista psicológico. Todas as etapas que envolvem essa jornada, da tomada de decisão pela opção da FIV até o pós-tratamento, demandam muito equilíbrio emocional do casal.

Por isso, o acompanhamento psicológico no tratamento de fertilização é fundamental. Neste post, vamos abordar esse tema em detalhes, e explicar a importância de cuidar também da mente dos candidatos a pais e mães para que a experiência seja o mais positiva possível.

Boa leitura!

As expectativas da gravidez

Ter filhos é encarado, em nossa sociedade, como o rumo natural da vida. Para muitas pessoas, após encontrar um parceiro ou uma parceira, o próximo passo é ampliar a família. Por esse motivo, engravidar torna-se o sonho de muitos, que se unem com o propósito de passar para a frente seus valores, sua cultura e suas tradições.

Paralelamente, há também uma cobrança social grande envolvida no processo. Familiares, amigos e conhecidos esperam — e, em certa medida, até demandam — que esse casal tenha um bebê em algum momento de suas vidas.

Todos esses fatores geram expectativa e pressão muito grandes, tanto para o homem quanto para a mulher. No caso do homem, a biologia ajuda, já que ele continua a produzir espermatozoides por toda a vida. Mas a mulher só produz óvulos até uma certa idade, e isso a coloca diante de uma difícil escolha: ser mãe agora ou deixar para decidir mais pra frente?

A FIV soluciona o problema da biologia, mas, sozinha, não é capaz de apaziguar as expectativas do casal e amenizar as pressões, tanto internas quanto sociais. O acompanhamento psicológico entra, nessa fase do processo, para ajudar os dois a lidarem melhor com toda a complexidade da situação.

Antes do início do procedimento, a assistência de um psicólogo é importante para ajudar o casal a enxergar a reprodução assistida como uma solução para seus dilemas e possíveis problemas. Isso, por si só, já garante maior tranquilidade, saúde mental e qualidade de vida, que reflete diretamente até mesmo na relação do casal.

Acompanhamento psicológico no tratamento da fertilização

Na maioria das vezes, a fertilização in vitro é a solução buscada quando o casal não tem a opção da gravidez por meios naturais. No caso dos casais heterossexuais, a maioria chega à clínica depois de diversas tentativas frustradas de engravidar. Já os casais homoafetivos têm na reprodução assistida a única possibilidade de gerar um filho biológico de um dos parceiros ou das parceiras.

O resultado desse cenário, na prática, são pessoas que têm um misto de emoções diante do tratamento. Medo de não dar certo, ansiedade para saber os resultados, frustração por não ter conseguido engravidar antes ou por ter passado por perdas anteriores, dúvidas se estão tomando o melhor caminho para suas vidas são apenas algumas das sensações que costumam estar presentes no processo.

Toda essa enxurrada de emoções e sentimentos é totalmente normal. O importante é conseguir lidar bem com tudo isso para manter o equilíbrio emocional e a saúde mental durante o tratamento. Isso se reflete até na saúde física.

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Pessoas com sintomas de ansiedade, estresse e depressão tendem a cuidar menos de si. Elas se alimentam pior, não fazem tanta atividade física e têm a qualidade do sono prejudicada — todos fatores que impactam diretamente na saúde e no bem-estar do organismo como um todo, e também na fertilidade.

O acompanhamento psicológico durante o tratamento da FIV vem para que a pessoa ou o casal não se deixe ser tomado por esses sentimentos. Cada caso deve ser analisado particularmente, pois as histórias de vida são diferentes, as bagagens emocionais também, e, consequentemente, as reações ao tratamento também serão.

Psicólogo também depois do tratamento

Uma vez realizadas todas as etapas da fertilização in vitro, vem um dos momentos de maior ansiedade: aguardar pelo resultado do procedimento. Quando os exames confirmam que um bebê está a caminho, é comum que todas as preocupações anteriores desaparecerem, para dar lugar à imensa felicidade de alcançar o objetivo desejado. No entanto, quando a ansiedade ou a depressão estão em níveis muito elevados, às vezes nem o resultado positivo acalma, pelo contrário: dá lugar a novas preocupações e angústias.

Mas há um outro lado dessa moeda. Apesar de a FIV ter uma boa taxa de sucesso, as chances de o tratamento não levar a uma gravidez existem. Ainda que essa possibilidade fique clara desde o início, lidar com a realidade de uma tentativa frustrada é um dos maiores desafios que enfrentam aqueles que optam pela reprodução assistida.

Além disso, há ainda a possibilidade de uma gestação não ir adiante. Em mulheres até os 35 anos, as taxas de abortos espontâneos variam em torno dos 15%, aumentando com o progredir da idade. Apesar de ser um evento relativamente comum na gravidez, é um acontecimento muito triste, capaz de provocar um desequilíbrio emocional intenso.

A prática médica mostra que pessoas que não recebem um acompanhamento psicológico durante o tratamento têm maiores chances de desenvolver uma depressão no caso de a FIV não dar certo. As tensões são tão grandes, que podem colocar em risco também o próprio relacionamento entre os parceiros ou as parceiras.

Por esse motivo, o psicólogo tem um papel fundamental nessas situações. É preciso acolher a dor, o medo, a frustração e a insegurança da pessoa ou do casal diante dessas situações, trabalhar o luto e abrir espaço para novas possibilidades, como uma nova tentativa para engravidar.

Outras especialidades importantes na FIV

Além do médico especialista em reprodução assistida e — agora você já sabe — do psicólogo, outras especialidades também são fundamentais durante o tratamento da fertilização in vitro. Um exemplo é a nutrição.

Manter uma gravidez é um processo que demanda muito do organismo. Afinal, além de manter a si, o corpo está, agora, gerando uma nova vida. Quando a mulher passa por uma FIV, essa demanda é ainda mais intensa, pois, além de todos os processos e as reações naturais, há ainda os medicamentos envolvidos no tratamento, que podem interferir no organismo desta mulher.

Além disso, uma alimentação saudável, rica em vitaminas e minerais, como o ácido fólico, é um dos fatores que auxiliam a fertilidade e uma gravidez sem intercorrências.

Anestesistas, urologistas, geneticistas e outros profissionais qualificados também participam de todo o processo. Isso garante que a pessoa ou o casal tenha as maiores chances de tudo correr como o imaginado, e um bebê esteja a caminho ao fim do tratamento.

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Heloisa Salgado

Apoio ao luto perinatal Psicóloga perinatal Especialista, mestre e doutora: saúde materno-infantil
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