Falha na implantação do embrião: entenda as causas mais comuns

Falha na implantação do embrião: entenda as causas mais comuns

Falha na implantação do embrião: entenda as causas mais comuns

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A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos tratamentos mais assertivos para casais que apresentam dificuldade em engravidar.

Mesmo com muitos avanços na FIV, é preciso levar em conta que o tratamento não é capaz de garantir a gravidez.

A taxa de sucesso no tratamento irá variar de acordo com diversos fatores, pois cada casal possui as suas particularidades, e estes fatores podem significar limitações menores ou maiores às chances de sucesso. Assim também ocorre com a falha na implantação do embrião.

É necessário um aconselhamento individualizado por parte de um médico especialista em reprodução humana, a fim de determinar se há indicação de exames adicionais e quais podem ser benéficos para cada cenário.

Neste artigo, relacionamos algumas das causas mais comuns que podem estar associadas à falha na implantação do embrião, confira abaixo!

O que é considerado como uma falha na implantação?

A falha na implantação ocorre quando por alguma razão o processo de implantação embrionária não foi bem-sucedido.

Sendo um dos grandes desafios na medicina reprodutiva, é preciso uma avaliação detalhada do caso para detectar as possíveis causas da condição, uma questão que envolve diversos fatores.

A falha recorrente da implantação pode ser definida de forma diferente de acordo com a referência de literatura selecionada, visto que alguns artigos classificam pelo número de transferências, número de embriões transferidos, qualidade morfológica ou outros fatores. Na maior parte das referências, é considerada quando há ausência de gestação após duas ou mais transferências embrionárias, geralmente totalizando quatro embriões transferidos, de boa qualidade morfológica.

As falhas na FIV são mais comuns do que parecem, pois o processo reprodutivo humano tem suas limitações, que também se expressam nos tratamentos de reprodução assistida. O entendimento destas limitações tende a facilitar a condução emocional durante a realização da FIV, pois possibilita ao casal entender que não é uma condição exclusiva dele, diminuindo a sensação de culpa e frustração.

No cenário da falha de implantação, realizar a pesquisa de outros fatores que também possam impactar nas chances de sucesso, quando indicado, também é uma ferramenta importante para a programação de uma gravidez bem-sucedida.

Abaixo, citaremos algumas condições para compreendermos melhor o diagnóstico da falha de implantação embrionária.

Fatores embrionários

No diagnóstico da falha de implantação, acredita-se que em torno de 70-80% dos casos estejam relacionados a limitações embrionárias, enquanto os outros 20-30% podem se relacionar a fatores endometriais ou de interação entre embrião e endométrio. Portanto, é importante entendermos melhor os fatores relacionados ao embrião. Para ter sucesso na implantação e, por seguinte na gravidez, o embrião precisa contar com uma carga genética compatível com a continuidade do seu desenvolvimento, expressá-la de maneira adequada e precisa ter o potencial celular necessário para continuidade no processo de divisão celular.

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Algumas medidas podem auxiliar a compreender melhor o embrião, como conhecer o estágio de seu desenvolvimento (clivagem ou blastocisto), características morfológicas, disponibilidade de análise genética embrionária, entre outros.

A qualidade do embrião é impactada principalmente pela qualidade do óvulo e do espermatozoide, portanto, fatores como idade materna avançada, alterações severas do espermograma, entre outros, são importantes no aconselhamento das taxas de sucesso e investigações quanto à falha de implantação.

Idade materna avançada

A idade da mulher no momento do tratamento desempenha um papel essencial na qualidade dos óvulos e embriões que serão utilizados no procedimento. A probabilidade de gravidez tende a reduzir com o avanço da idade da mulher, principalmente após os 35 anos. Isso ocorre pois a reserva ovariana da mulher é limitada, e ela utiliza os óvulos que já havia formado durante o período embrionário. Dessa forma, com o passar do tempo, a quantidade e qualidade destes óvulos tende a cair, apresentando queda mais acelerada após os 35 anos.

Além disso, conforme mais avançada a idade da mulher, aumenta também a frequência de aneuploidias – situações em que ocorrem mudanças numéricas nos cromossomos da célula, levando a alterações genéticas.

Conforme ocorre adição ou perda no número de cromossomos, o equilíbrio existente nas células é afetado, em muitos casos não sendo compatível com a vida. Portanto, como a porcentagem de óvulos alterados aumenta com a idade, isto também ocorre com os embriões, e a depender das alterações genéticas na formação dos embriões, alguns cenários são possíveis, desde não evoluir, seja no organismo da mulher ou no laboratório, levando a um teste de gravidez negativo quando transferido ao útero, passando pelo risco de aborto ou nascimento de bebê com alguma síndrome genética.

Fatores masculinos

Além dos fatores femininos, os fatores relacionados aos espermatozoides também devem ser considerados na avaliação das possíveis causas da falha na implantação.

A baixa qualidade e/ou quantidade dos espermatozoides pode indicar necessidade de investigações adicionais no parceiro, como dosagens hormonais e inclusive pesquisa de alterações genéticas. Nos casos em que há detecção de alterações genéticas, é importante o devido aconselhamento quanto ao risco de formação de embriões acometidos por alterações, pois este fator pode se associar a falha de implantação ou abortos de repetição.

A idade do homem também pode influenciar na qualidade do espermatozoide, porém este impacto tende a ser menor em comparação ao impacto da idade na mulher. Como a produção de espermatozoides é um processo contínuo no homem, estas células são constantemente renovadas, diferentemente dos óvulos, que foram produzidos na vida embrionária e são os mesmos a serem utilizados durante todo o período reprodutivo. O passar da idade nos homens, portanto, pode trazer impacto na produção de espermatozoides com relação a motilidade, morfologia, dentre outros fatores, porém este impacto pode ocorrer em graus variáveis.

Fatores uterinos ou tubários

Quando acontece a falha na implantação no tratamento de FIV, além de avaliar os fatores relacionados aos óvulos, espermatozoides, e consequentemente à formação do embrião, pode também haver necessidade de avaliação de fatores uterinos. Vale lembrar que, como mencionamos acima, o principal fator que limita o sucesso do tratamento tende a estar relacionado aos embriões, porém 20-30% dos casos podem ter relação com o endométrio e interações entre embrião e endométrio.

Quando se trata da avaliação de útero e trompas, vários fatores podem ser pesquisados, como doenças ginecológicas (endometriose, adenomiose), alterações tubárias como hidrossalpinge, até exames mais específicos do endométrio, como a histeroscopia. Na literatura científica existe discussão acerca de diversos fatores pesquisáveis relacionados ao endométrio, como pesquisa da janela de implantação, marcadores de endometrite crônica, de alteração da flora endometrial, dentre outros. Ao se considerar a realização destas investigações, é importante discutir com o médico especialista quais as formas disponíveis de avaliação e quais os possíveis benefícios esperados, de acordo com os estudos científicos. Tudo vai depender de cada caso, quais sintomas a paciente apresenta, histórico dos tratamentos anteriores, suspeitas específicas em exames de imagem, ou seja, tudo dependerá de uma avaliação e aconselhamento individualizados, fator de extrema importância na busca pelo sucesso do tratamento.
A importância de adotar um estilo de vida saudável

Sabemos que os hábitos de vida adequados são importantes para todas as áreas relacionadas à saúde, física e mental. Portanto, na fertilidade não seria diferente. Algumas medidas são recomendáveis, como cessar o tabagismo, diminuir o consumo de álcool, manter uma dieta equilibrada e ter como objetivo se manter no peso ideal, buscar estratégias para melhor controle da ansiedade e estresse, entre outros.

O cenário da falha de implantação pode trazer angústia e desânimo, trazendo um desequilíbrio em algumas áreas da vida. Portanto, o acompanhamento de um médico especialista em reprodução humana e de uma equipe devidamente capacitada ajuda a passar por este processo com segurança e transparência, já que sabemos que para engravidar é preciso tranquilidade e paciência. Lembre-se sempre que as chances de sucesso no tratamento são cumulativas, ou seja, conforme o paciente/casal passa por mais tratamentos, as chances cumulativamente são maiores. E o fator mais importante: você não está sozinha(o) neste processo, toda a equipe do tratamento se empenha em conjunto, por um objetivo em comum: alcançar o sonho de aumentar a família!

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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