5 mitos e verdades da recepção de óvulos

5 mitos e verdades da recepção de óvulos

5 mitos e verdades da recepção de óvulos

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A recepção de óvulos é um método que permite que mulheres com dificuldade de engravidar com os próprios óvulos, possam atingir a gestação e assim vivenciar todas as etapas do sonho de formar uma família.

A prática é totalmente respaldada no Brasil, e regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Ainda há muitas dúvidas e desinformação a respeito do tema. Pensando nisso, desenvolvemos esse artigo para responder os 5 principais mitos e verdades da recepção de óvulos. Boa leitura!

1.   A doação de óvulos no Brasil é paga

Mito. O gesto de doar óvulos é totalmente solidário e altruísta, e inclusive de acordo com as regras do CFM, não pode ser realizado envolvendo caráter lucrativo ou comercial.

As doadoras podem realizar o tratamento com o único intuito de doar os óvulos, assim como podem realizar a chamada doação compartilhada. Nesta última, a paciente doadora de óvulos também passará pelo tratamento de FIV, e compartilhará os óvulos obtidos na coleta com a paciente receptora.

Geralmente as receptoras de óvulos são mulheres que não tiveram sucesso em tratamentos anteriores, ou que já estejam na menopausa, seja pela idade ou por terem passado por retirada dos ovários, por exemplo.

Casais homoafetivos masculinos também necessitam recorrer à doação de óvulos. Nesse caso, o embrião é gerado com o óvulo da doadora e espermatozoide de um dos parceiros, e posteriormente, é transferido para o útero de uma barriga solidária, sendo que a mulher que gestará o bebê deve ter relação de parentesco de até quarto grau com um dos pacientes e já possuir pelo menos um filho vivo.

2.   O bebê não terá o DNA da mãe

Verdade. O embrião é formado através da união do óvulo ao espermatozoide, onde cada um contribui com metade da carga genética. Portanto, a carga genética (o DNA) do óvulo, virá da pessoa que o doou.

Porém, isso não significa que o bebê não terá as características da mãe. Inicialmente, porque quando buscamos uma doadora de óvulos, buscamos o máximo de características físicas semelhantes àquelas da paciente que irá recebe-los.

Outro fator para considerarmos é o de que o corpo humano tem uma maneira natural de ativar ou desativar alguns de nossos genes em resposta ao ambiente, ou estilo de vida que levamos, sem alterar a estrutura do DNA, fenômeno conhecido como epigenética.

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O DNA funciona apenas como um manual de instruções para as células de nosso corpo. Então sim, o embrião conterá o DNA da mulher que realizou a doação do óvulo. Porém isso não significa que a mulher que irá receber o óvulo seja “menos mãe”, pois até mesmo a dieta que ela adotar durante a gestação irá influenciar na saúde do bebê.

Outro exemplo sobre a epigenética: se a doadora do óvulo for saudável, mas a receptora que irá gerar o bebê tiver hábitos de vida inadequados, a epigenética pode mudar a ativação de alguns genes, aumentando a chance do aparecimento de doenças.

Leia mais: Epigenética: entenda como funciona!

3.   A doadora terá acesso às informações de identidade da receptora

Mito. O Conselho Federal de Medicina exige que o processo se mantenha no anonimato e impõe medidas rígidas no processo de seleção das doadoras. A única exceção ao anonimato é nos casos de doação entre parentes. Atualmente, é permitido que pacientes recebam doação de gametas (óvulos ou espermatozoides) de parentes de até quarto grau. Nos casos onde foi realizada doação sem grau de parentesco, ela deve obrigatoriamente ser anônima.

Esta regra vale tanto para a identidade da doadora quanto da receptora. Isso permite que ambas as envolvidas tenham segurança durante o procedimento e também impede que a doadora tente reconhecer algum direito sobre o bebê gerado pela receptora.

4.   A chance de ter gravidez múltipla é maior que na gestação espontânea

Verdade. No tratamento da fertilização in vitro, podemos transferir mais que um embrião em alguns cenários. O número máximo de embriões que podem ser transferidos é regido pela Resolução do CFM. Também devem ser levadas em consideração questões clínicas, patologias de base, tentativas anteriores, etc. Quando transferimos mais de um embrião, acabamos aumentando a chance de gestação múltipla.

5.   É permitido utilizar óvulos de doadoras estrangeiras na FIV

Verdade. No Brasil a escolha da doadora é de responsabilidade da clínica em que será realizada a fertilização in vitro (FIV).

Algumas características físicas da doadora são disponibilizadas como: peso, estatura, cor de pele, cor e consistência do cabelo, cor dos olhos, para que seja buscado o maior grau de semelhança possível.

Além das doadoras que realizam o tratamento no Brasil, é possível recorrer ao banco europeu ou americano para doação de óvulos, caso haja desejo da paciente por alguma característica ou pesquisa específica a ser realizada na doadora.

Leia mais: É possível utilizar óvulos de doadora estrangeira na FIV?

Gostou do nosso artigo sobre mitos e verdades de recepção de óvulos? Se você quer saber mais informações sobre procedimentos de reprodução humana e fertilidade acesse o blog do CEFERP!

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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