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7 dúvidas respondidas sobre o exame anti-mulleriano

Em um aspecto a natureza não foi nada gentil com as mulheres: elas já nascem com toda a reserva ovariana que vão usar durante toda a vida, e a ampulheta biológica começa a contar a partir da primeira menstruação. É por isso que a gestação espontânea torna-se mais difícil com o passar da idade.

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Para aquelas que têm o sonho de carregar uma gestação, uma das informações importantes a saber é o estado de sua reserva ovariana e a disponibilidade de óvulos para a fecundação. Uma boa pista para isso pode ser obtida por meio do exame anti-mulleriano.

Tem vontade de saber mais acerca desse teste? Está tudo explicado em nosso post. Boa leitura!

1. O que é o exame anti-mulleriano?

Em termos simples, trata-se de uma análise do hormônio anti-mulleriano (HAM) — um dos melhores marcadores descritos para determinar, quantitativamente, a reserva ovariana.

Essa reserva significa o “potencial reprodutivo do ovário” e cai com o passar dos anos de forma lenta e estável até a mulher atingir os 35 anos, aproximadamente. Daí em diante, o ritmo dessa queda é mais intenso até a chegada da menopausa. Cada mulher tem seu próprio ritmo de redução da reserva ovariana e, na maior parte das vezes, ele é determinado pela genética.

Os óvulos ficam armazenados dentro de pequenas “bolsinhas” de tecido epitelial nos ovários. Essas estruturas são chamadas de folículos ovarianos e são as responsáveis pela produção do hormônio anti-mulleriano. Isso significa que, quanto mais folículos houver, maiores tendem a ser as dosagens de HAM na mulher.

O que as pesquisas mais recentes em reprodução humana descobriram foi que esse hormônio pode ser usado como indicador da reserva ovariana, mas não deve ser o único exame.

O hormônio anti-mulleriano é, atualmente, considerado um dos melhores marcadores da reserva ovariana, juntamente com a dosagem do Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e da contagem de folículos antrais (“cápsulas” onde ficam guardados os óvulos) por meio da ultrassonografia transvaginal.

2. Quais as indicações?

O anti-mulleriano não é um exame obrigatório para quem deseja fazer a fertilização in vitro (FIV) ou outro tratamento para engravidar. Porém, ele pode ser muito útil, principalmente para mulheres mais velhas, em quem há maiores riscos de a reserva ovariana já estar bastante baixa. Veja os principais casos de indicação para essa análise:

  • mulheres que estão passando por um tratamento ou uma avaliação de infertilidade;
  • histórico familiar de menopausa precoce;
  • avaliação de dosagem e protocolo no procedimento de estimulação ovariana para o tratamento de reprodução assistida;
  • mulheres considerando o congelamento de óvulos para uso próprio ou para doação;
  • preservação de fertilidade antes de passar por um tratamento gonadotóxico (como a quimioterapia, por exemplo).

3. Como é o procedimento?

O procedimento para o teste é muito simples. A análise é feita por meio de uma amostra de sangue. Ao contrário da progesterona e do FSH, os níveis do hormônio anti-mulleriano não se alteram durante o ciclo menstrual. Portanto, a amostra de sangue pode ser coletada em qualquer fase do ciclo.

4. O que os resultados podem indicar?

Existe uma relação direta entre a quantidade de folículos ovarianos e a dosagem de HAM. Portanto, quanto mais alto o nível do hormônio, maior tende a ser a disponibilidade de folículos no ovário — e vale também o inverso.

Os valores para considerarmos uma reserva ovariana como normal ou baixa são variáveis, pois o exame pode ser realizado por vários métodos laboratoriais, gerando resultados diferentes. De forma geral, o valor de corte mais utilizado é que um HAM menor que 0,5 a 1,1ng/ml seria preditor de baixa reserva ovariana.

O exame anti-mulleriano avalia a reserva ovariana,  traz informações valiosas sobre a quantidade de óvulos esperados, porém a informação em relação a qualidade dos óvulos ainda é controversa e depende de outros fatores, como a idade da mulher por exemplo. Por isso mesmo, é indispensável que a análise seja complementada com outros testes, capazes de fornecer outros tipos de informação para a continuidade do tratamento da FIV.

5. Como esse exame pode ajudar pacientes que desejam engravidar?

Além de indicador da reserva ovariana, o exame anti-mulleriano permite também estimar a resposta ovariana aos tratamentos de reprodução assistida.

Com esse resultado, junto com os demais exames e as particularidades de cada caso, é possível escolher o melhor tratamento para cada mulher. A análise da reserva ovariana também é mais um dado para estabelecer o parâmetro para as doses necessárias de gonadotrofinas para a estimulação ovariana.

6. Que tipo de profissional pode pedir esse exame?

Qualquer médico, a princípio, pode pedir o exame anti-mulleriano. O ponto de atenção aqui deve ser para os resultados. Como a fertilidade é um assunto muito delicado para a grande maioria das mulheres, é imprescindível que o profissional seja capacitado para dar a interpretação adequada ao resultado do exame.

Mesmo se a reserva for baixa, o profissional precisa levar em consideração o histórico da paciente, a idade, a individualidade de cada caso e os resultados dos demais exames.

7. Uma reserva baixa significa que não posso engravidar?

Não necessariamente. Apesar de as tecnologias serem muito avançadas, a medicina ainda não é uma ciência exata. Por mais precisos que sejam os resultados, números são apenas números e não são capazes de descrever toda a realidade complexa que é o processo da fertilização — que envolve, inclusive, fatores psicológicos ainda não totalmente esclarecidos.

Os especialistas não são unânimes quanto à capacidade de engravidar de uma mulher com baixa reserva hormonal. Além disso, sempre há a possibilidade de uma gestação usando o óvulo de uma doadora anônima. Portanto, não há motivo para desespero caso uma análise clínica desse tipo mostre uma dosagem baixa do hormônio.

A maior utilidade do exame anti-mulleriano é prover mais um dado para que o médico especialista em reprodução humana possua informações para identificar o melhor tratamento para aquele casal. Isso aumenta as chances de sucesso da reprodução assistida. Ele é uma ferramenta para ajudar a mulher a alcançar seus objetivos quanto à maternidade — um aliado.

Caso você esteja curiosa para saber como anda a sua reserva ovariana, entre em contato conosco! Nós podemos orientá-la sobre a melhor abordagem para sua situação.

Ver comentários

  • Boa tarde. Fiz esse exame e minha medição de 0,08
    O que isso indica? Ainda posso ter filhos ou já estou em processo de menopausa?

    • Oi Solange,
      Obrigada pelo seu comentário.
      Para que seja possível dar um diagnóstico é necessário passar por uma consulta com o médico especialista, ele irá avaliar o seu exame anti-mulleriano e outros pontos, solicitar novos exames se necessário.
      Esperamos ter ajudado.
      Atenciosamente,

      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

  • Olá!
    Tenho 37 anos ...quase 38 , fiz esse exame e o resultado foi 3,42 ( reserva ovariana normal) de acordo com o laboratório... de fato é um bom resultado para minha idade?

    • Oi Marina,
      Obrigado pelo contato, para determinar a reserva ovariana é necessário realizar outros exames além de entendimento do seu histórico, o anti-mulleriano é mais uma ferramenta que auxilia o médico na definição do tratamento que será realizado. Para isso é importante passar por uma consulta para a avaliação completa. Espero ter ajudado.
      Caso queira agendar uma consulta com nossos especialistas, seguem nossos contatos:
      (16) 99302-5532 (WhatsApp)
      (16) 3877-7789
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      ceferp@ceferp.com.br

      Atenciosamente,

      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

        • Olá Marta,
          Obrigado pelo seu comentário!
          Podemos ajudá-la de alguma forma?

          Atenciosamente.
          Equipe CEFERP - Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

  • Bom dia,

    O exame pode ser realizado em quem usa pílula anticoncepcional apenas para regular menstruação? Ou ela interfere no resultado do HAM?

    • Oi Ângela,
      Obrigado pelo seu comentário.
      O exame pode ser dosado mesmo utilizando anti-concepcional, mas em relação a interferência nos resultados ainda não está muito bem estabelecido.
      Mais dúvidas estamos a disposição.
      Obrigado,
      Equipe CEFERP

  • Olá. O teste precisa ser no ciclo menstrual ou qualquer data? A médica nao me falou nada.mas vi que alguns médicos recomendam ciclo menstrual.

    • Oi Fernanda,
      Obrigado pelo comentário.
      As evidencias científicas atuais mostram que o exame pode ser feito a qualquer momento do ciclo.
      Esperamos ter ajudado.
      Atenciosamente,
      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

  • Olá, fiz esse exame e o resultado deu 2,82......porém achei muito estranho nos "valores de referências " ter a opção homens....1,3 a 14,8, como assim???? Esse exame não é pra verificar a reserva ovariana???

    • Olá Cátia, obrigada pelos seu comentário.
      Este exame, como explicado no texto, é para avaliar a reserva ovariana, mas os homens também possuem o hormônio anti-mülleriano.
      No caso dos homens a presença do hormônio serve para inibir o desenvolvimento das estruturas femininas quando ainda são embriões. As estruturas masculinas se desenvolvem a partir dos ductos de Wolff e as femininas a partir dos ductos de Müller.
      Caso ainda tenha dúvidas estamos a disposição.
      Atenciosamente,
      Equipe CEFERP

  • Bom dia!Terei que fazer este exame novamente. Ano passado fiz entre o 3º e 8º dia do ciclo por recomendação médica, já este ano e com outro médico, este pediu que fizesse em qualquer data do ciclo, alegando que não importa o período em que se faça. Gostaria de saber a sua opinião. É mais proveitoso fazer entre o 3º e 8º dia do ciclo ou realmente isto não importa. Obrigada

    • Oi Margareth,

      Obrigado pelo seu comentário.
      O AMH tem pouca variação durante o ciclo, então pode ser feito em qualquer momento.

      Atenciosamente,
      Equipe CEFERP

  • Olá!
    Tenho 38 anos e é a terceira vez que faço esse exame em um intervalo de mais ou menos 2 anos entre eles. O resultado da segunda vez foi inferior ao resultado da primeira. Já no terceiro exame o resultado foi superior aos dois. Como isso é possível?

    • Oi Andrea,
      Obrigado pelo seu comentário.
      Alguns fatores pode influenciar o resultado, como o método que o laboratório utiliza, por exemplo, recomendamos que os resultados sejam avaliados pelo médico especialista.
      Atenciosamente,
      Equipe CEFERP

  • Olá bom dia , eu tirei o DIUL - Mirena, tem um mês , isso interfere no resultando do exame , tenho que esperar mais tempo para fazer este exame ou não tem nada haver ?

    • Oi Viviane,
      A princípio o DIU não interfere na dosagem do hormônio anti-mulleriano, nem na contagem dos folículos por ultrassonografia.
      Converse com o seu médico especialista.

      Atenciosamente,
      Equipe CEFERP

  • Boa noite me chamo Cristiani e tenho 46 anos, acabei de pegar o resultado do exame AMH antimulleriano com o resultado de 0,10 ng/ml, ainda tenho chances de fazer uma FIV?
    Já fiz duas FIV a 7 anos atrás mas perdi os bebês. Gostaria de tentar mais uma vez.

    • Oi Cristiani,
      Como o texto mesmo diz, o anti-mulleriano é um dos exames que se utiliza para avaliar a reserva ovariana.
      Para saber se é possível o tratamento o melhor a fazer é conversar com um médico especialista em reprodução humana, ele vai te apresentar as chances e possibilidades de tratamento para o seu caso.
      Para entender um pouco mais sobre as chances de gestação após os 40 anos recomendo a leitura do texto: http://ceferp.com.br/blog/por-que-e-mais-dificil-engravidar-depois-dos-40-anos/
      Atenciosamente,
      Equipe CEFERP

  • BOA TARDE, O MEU EXAME ANTI MULLERIANO DEU ,046 E EU TENHO 36 ANOS.
    ISSO É NORMAL?

    • Oi Fabrícia,
      Obrigado pelo seu contato.
      Para avaliação do resultado do exame é necessário passar por uma consulta.

      Caso queira agendar uma consulta com nossos especialistas, seguem nossos contatos:
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      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto