Você sabia que é possível que um óvulo fecundado se implante e se desenvolva fora da cavidade uterina, em locais como trompas, ovários, colo do útero ou dentro do abdômen? Essa situação é conhecida como gravidez ectópica e pode ocorrer em cerca de 1% a 2% das gestações espontâneas ou secundárias a fertilização in vitro (FIV).
A gestação ectópica é uma situação que causa frustração, angústia, medo, tristeza e ansiedade, ou seja, uma verdadeira ebulição de sentimentos nos casais que sonham ter um bebê. Infelizmente, a gravidez que ocorre fora da cavidade uterina não é viável, pois o bebê não tem condições adequadas para se desenvolver.
Se o quadro de gestação ectópica for confirmado, é necessário interromper a gravidez, uma vez que há risco de morte para a mulher. Assim, gravidez ectópica pode ser uma urgência e, quanto mais cedo for detectada, menor é o risco para a saúde da gestante.
Depois de enfrentar uma gestação ectópica, existe risco aumentado para desenvolver esse quadro novamente. Entretanto, mesmo que uma das trompas tenha sido danificada com o processo, a gravidez espontânea ainda é possível e viável.
Nessas situações, caso a gestação não ocorra, é indicado aguardar até 6 meses após o início das tentativas para procurar uma clínica de reprodução humana.
Se ambas as trompas sofreram danos durante a gravidez ectópica, recomenda-se que a mulher procure uma clínica especializada para tratamento reprodutivo. Nesse caso, uma fertilização in vitro será a melhor alternativa para que o casal consiga realizar o sonho de ter seu bebê nos braços.
Para saber mais sobre sintomas, riscos e tratamentos, continue a leitura do nosso artigo!
Em uma gestação espontânea, o encontro do óvulo e do espermatozoide ocorre na porção média das trompas, gerando o embrião. Em seguida, por meio de movimentos de relaxamento e contração da musculatura tubária (peristalse), o embrião migra para a cavidade uterina e começa sua implantação no endométrio.
Em algumas situações, esse embrião pode se alojar fora da cavidade do útero. O local mais frequente de implantação ectópica do embrião é a trompa de Falópio, mas, conforme mencionamos, essa nidação anormal também pode ocorrer em outros locais, como colo do útero, ovário ou mesmo no abdômen.
Caso a implantação ocorra nessas partes, não há condições ideais para o embrião se desenvolver, e a gestação não evolui.
Os casos de gravidez ectópica merecem atenção redobrada, pois, se as medidas recomendadas de diagnóstico precoce e tratamento não forem adequadamente observadas, o quadro pode ser considerado uma situação de urgência e emergência, com risco de morte para a mulher.
Inflamações, infecções ou alterações da anatomia das trompas femininas (mudança de localização, acotovelamento, aderências etc.) são os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento da gestação fora da cavidade uterina. Outros fatores de risco relacionados a essa condição são:
A presença de tais situações aumenta a chance de acontecer uma gravidez ectópica, mas não é determinante de sua ocorrência. O problema é que a maioria dos casos de infecção da trompa são assintomáticos, e a doença pode se curar sozinha.
Entretanto, algumas sequelas podem permanecer, como alteração da função e permeabilidade tubária, que predispõe a maior risco para gestação ectópica e infertilidade. Por esse motivo, é essencial consultar um profissional capacitado e realizar os exames necessários, preferencialmente em clínicas ou laboratórios especializados na saúde reprodutiva da mulher.
Conheça os sintomas da gravidez ectópica
Os sinais iniciais da gravidez ectópica podem passar despercebidos. Normalmente, ocorre dor abdominal, irregularidade menstrual (com ou sem sangramento) ou atraso menstrual, mal-estar e náuseas. Tais sintomas são facilmente confundidos com uma gestação inicial comum.
No exame físico, pode ser observado sangramento por meio do colo do útero, massa pélvica palpável (apenas em casos avançados da gestação), dor durante palpação da pelve e do abdômen, entre outros.
O quadro é confirmado pelo teste de gravidez positivo, história clínica e exame físico suspeitos e ultrassonografia, que deve ser realizada (por todas as gestantes, independentemente da presença de condições de risco ou outros sintomas) entre a quinta e a sétima semana de gravidez para datar a gestação.
Mesmo que na fase inicial ainda não seja possível observar os batimentos cardíacos do embrião, esse exame poderá detectar se o saco gestacional se implantou no local correto.
Em situações de emergência, pode ocorrer ruptura da trompa, e o quadro se complicar, com perda de sangue dentro da pelve de grande intensidade. Isso pode evoluir para choque hemorrágico se a cirurgia não for realizada de forma imediata. Nesses casos, outros sintomas podem aparecer:
Embora os embriões nos ciclos de FIV sejam transferidos diretamente para a cavidade uterina, doenças na trompa uterina, tipo de estimulação ovariana, microcontrações uterinas não percebidas clinicamente após a transferência embrionária, tabagismo e idade materna avançada são alguns fatores que podem levar a risco aumentado de gestação ectópica em mulheres inférteis submetidas à reprodução assistida.
Apesar dessas considerações, a gravidez fora do útero apresenta múltiplos fatores de risco associados, e é difícil atribuir causa única isolada no risco para essa doença.
Atualmente, o melhor controle de infecções genitais (principalmente por clamídia) tem contribuído para reduzir a doença tubária, o que pode ter auxiliado na diminuição da incidência de gestação ectópica ao longo dos anos. Além disso, a redução do número de embriões transferidos e a transferência em estágio de blastocisto (embrião 5º dia) estão associadas a menor risco de gestação ectópica.
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Ver comentários
Infelizmente já tive duas gravidez ectópica Meu sonho de me tornar mãe está a cada dia mais distante ?
Oi Francislene,
Não perva a esperança, procure um especialista para avaliar o motivo dessas perdas e te ajudar a planejar com tratamento.
Boa sorte,
Equipe CEFERP
Quando temos o sonho de nos tornarmos mamãe, a ocorência desse tipo de gravidez sem dúvida nenhuma deve ser dilacerante... Torço para que todas as mulheres que desejam, possam se tornar mães.
Olá Manuela,
Obrigado pelo seu comentário!
Sem dúvidas é uma dor imensurável. Também torcemos para que todas as famílias alcancem o tão sonhado positivo, com o menor desgaste emocional possível.
Um abraço,
Equipe CEFERP - Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto