Muitas pessoas ao redor do mundo têm o sonho da maternidade frustrado em função de algum fator biológico, que pode ser oriundo tanto do lado masculino quanto feminino, ou até mesmo, ser devido à esterilidade sem causa aparente (ESCA). Porém, os grandes avanços da reprodução humana assistida auxiliam essas famílias na realização desse grande sonho.
Dentre as técnicas utilizadas pela medicina reprodutiva, podemos destacar a fertilização in vitro, ou FIV, como uma das mais utilizadas. Essa técnica é realizada a partir da estimulação ovariana, com o objetivo de induzir a liberação de óvulos viáveis para fecundação com os espermatozoides do parceiro ou de doador em ambiente laboratorial devidamente controlado.
Depois, o embrião será transferido para o útero materno, finalizando o procedimento de fertilização in vitro e dando início à gestação propriamente dita. Porém, é comum que algumas pacientes submetidas à FIV relatem a ocorrência de sangramentos após a realização do último estágio do procedimento, a transferência de embriões.
Pensando nisso, separamos a seguir as principais informações sobre os motivos que levam ao sangramento após a transferência, bem como todas as suas possíveis causas. Acompanhe e descubra os detalhes do assunto!
A transferência de embriões consiste na fase final do procedimento de fertilização in vitro. Após esse evento é necessário esperar aproximadamente 14 dias para colher uma amostra de sangue e determinar a presença do hormônio Beta hCG, o que confirmaria a gravidez.
Porém, muitas mulheres se questionam sobre a necessidade de alterar sua rotina durante esses dias, inclusive sobre permanecer ou não em repouso.
As evidências científicas apontam que não é necessário mudar em nada a vida da futura mamãe após a transferência dos embriões, já que o repouso não mostrou benefício em alterar o desfecho do tratamento.
Porém, este é um momento em que o casal deve se sentir seguro e amparado, e se alguma mudança nas atividades cotidianas for trazer tranquilidade, ela pode ser realizada, desde que isso não interfira no aspecto emocional.
Embora o procedimento de fertilização in vitro como um todo seja bastante tranquilo, algumas pacientes podem apresentar episódios de sangramento em determinadas etapas.
Após a coleta dos óvulos, por exemplo, é comum que a paciente apresente sangramento em pequena quantidade por alguns dias, devido à punção ovariana, que pode ter levado ao rompimento de pequenos vasos da região da vagina.
Porém, sem dúvidas, o sangramento que mais assusta os casais passando por esse tratamento é aquele que segue a transferência de embriões, seja em estágios mais iniciais (como logo após o procedimento) ou mais próximos da realização do teste de gravidez.
É importante salientar que a presença de sangramento ou cólicas não é indicativo de sucesso ou fracasso do procedimento. Infelizmente, o inverso também é verdadeiro, ou seja, a ausência de qualquer sintoma após a transferência embrionária não necessariamente significa o sucesso ou fracasso do tratamento.
A presença de quaisquer sintomas, somados à ansiedade frequente em mulheres que tentam engravidar por meio de técnicas de reprodução assistida, pode causar certo desespero, mas deve-se ter em mente que esse acontecimento é perfeitamente normal.
Nesse sentido, é necessário apenas observar o padrão de sangramento e os sintomas associados, e relatar à equipe médica responsável pelo caso.
O sangramento após a transferência embrionária pode ocorrer em função de alguns fatores diferentes. Inclusive, dependendo da causa do sangramento, ele pode ocorrer também em momentos diferentes.
Quando há sangue imediatamente após a transferência de embriões é possível que tenham ocorrido pequenos rompimentos de vasos pela introdução do cateter de transferência embrionária.
No momento da transferência, é introduzido um fino cateter pelo canal endocervical, que pode apresentar um estreitamento, causando certa dificuldade para passagem do instrumento e, consequentemente, podendo levar a algum sangramento.
É necessário ainda considerar o fato de que a ação hormonal das medicações em uso altera a vascularização do local e pode fazer com que o sangramento seja mais evidente. O colo do útero de algumas mulheres possui vascularização mais evidente, e apenas o leve toque no local, como o da passagem do cateter, pode ser suficiente para gerar sangramento.
Porém, o importante quando ocorre sangramento nesta fase é lembrar que ele vem de áreas não relacionadas diretamente à implantação embrionária, fator que auxilia a paciente ou o casal a manter a calma diante de tal situação.
Vale citar ainda as pacientes que têm sangramento alguns dias após o procedimento de transferência de embriões. Nesses casos, é possível que o quadro ocorra em função da própria implantação do embrião no endométrio, a nidação, o que também estaria dentro da normalidade.
A invasão do endométrio pelo embrião exige, muitas vezes, o rompimento de alguns pequenos vasos no endométrio, o que poderia justificar a presença do sangramento.
Importante ressaltar que o sangramento da nidação não é obrigatório, muitas pacientes que evoluírem com gestação após a transferência não notarão sangramento ou qualquer outro sintoma desta etapa, o que também é normal.
Além disso, a própria medicação de auxílio hormonal, como o estrogênio e a progesterona, pode ter variações de biodisponibilidade no organismo e desencadear sangramentos após a transferência.
Outro ponto que vale a pena ressaltar é que o sangramento que ocorre neste período pós transferência não significa que houve menstruação. Como a mulher está fazendo uso de medicações que auxiliam no controle do ciclo menstrual e na manutenção do endométrio, não é esperado que ocorra necessariamente menstruação.
Portanto, o sangramento não exclui a necessidade de realizar exame de sangue para avaliação da gravidez. Como vimos acima, diversas causas podem levar ao sangramento e, ainda assim, se tratar de um caso de sucesso após a transferência embrionária.
Embora existam diversos padrões de sangramento observados em pacientes que foram submetidas à FIV, nenhum deles pode ser diretamente associado a nenhuma das causas citadas acima. Podemos citar como as mais comuns as variações que você verá nos tópicos a seguir.
Como o próprio nome evidencia, esse tipo de sangramento se manifesta na roupa íntima ou absorvente de forma semelhante a uma borra de café.
Ele pode ocorrer em função de pequenas descamações do endométrio, ou mesmo, do desprendimento de sangue que ficou acumulado na região do fundo da vagina e que se exteriorizou conforme a movimentação nas atividades do cotidiano.
Esse tipo de sangramento se manifesta com sangue vermelho vivo, e pode ocorrer em pequenas ou médias quantidades, mas também em grandes volumes. Nesse período de gravidez pré-clínica, entre a transferência e a confirmação da gravidez, não é possível estimar com certeza a razão desse sangramento.
Ou seja, não há manifestações clínicas que possam identificar a causa exata do sangramento. Entretanto, é importante sempre manter a calma e evitar atividades como o carregamento de pesos, ou mesmo, a manutenção de relações sexuais.
Isso porque, como esse período é rodeado de medos e incertezas, e a presença do sangramento reforça ainda mais esses sentimentos, quando realizadas atividades mais intensas ou durante a relação sexual, pode ocorrer aumento do sangramento por outros fatores, e isso pode interferir ainda mais no aspecto emocional e grau de ansiedade do casal.
Na maioria das vezes, a manifestação desses tipos de sangramento se dá de forma semelhante aos últimos dias da menstruação. Ou seja, em pequenas quantidades e baixo fluxo. Dessa maneira, é importante manter a calma, observar e relatar à equipe médica responsável.
Podemos perceber que a ocorrência de sangramento após a FIV é algo bastante comum entre as pacientes submetidas ao procedimento. Além disso, é importante frisar o fato de que essa manifestação não representa o sucesso ou insucesso do procedimento de fertilização in vitro.
Visto que os níveis de ansiedade das mulheres submetidas à FIV naturalmente são bastante altos devido a todas as expectativas do tratamento, é extremamente necessário manter a calma na presença de um evento como o sangramento.
A preocupação certamente não contribuirá para o controle de expectativas, uma vez que o resultado positivo da gravidez só poderá ser evidenciado após o exame de Beta hCG, realizado 14 dias após a transferência de embriões.
Assim, é fundamental que a mulher se mantenha o mais paciente e tranquila possível desde o momento da primeira consulta na clínica de reprodução humana até a espera pelo resultado do exame de gravidez.
Nesse sentido, é sempre importante contar com o apoio de uma equipe qualificada e experiente, não só com o intuito de maximizar as chances de sucesso, como também para contar com profissionais que deem todo o suporte técnico e emocional necessário nesse momento tão importante.
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