O tratamento da infertilidade, muitas vezes, envolve desafios. Redução da quantidade de óvulos com o avanço da idade, endométrio fino e falha repetida no tratamento são alguns dos cenários que podem tornar a jornada longa e desgastante. Por isso, a ciência trabalha constantemente para desenvolver técnicas que possam melhorar o resultado: o nascimento do bebê!
Mais recentemente, o PRP tem demonstrado resultados iniciais promissores. Quer entender o que é e como funciona essa técnica? Continue lendo, pois o artigo de hoje traz o que você precisa saber sobre esse assunto.
O plasma rico em plaquetas (PRP) é definido como a parte líquida do sangue (plasma) que contém grande quantidade de plaquetas. As plaquetas são pequenos fragmentos de células produzidas na medula óssea e tem a função de controlar o sangramento (coagulação) por meio da produção de substâncias (fatores de crescimento e citocinas) e da formação de novos tecidos e vasos sanguíneos.
Quando ocorre um ferimento no nosso corpo, as plaquetas, seus fatores de crescimento, citocinas, os glóbulos brancos e outros mecanismos ativam a coagulação para que ocorra a cessação do sangramento e a formação de novos tecidos para restauração ao estágio saudável.
A partir deste “efeito regenerativo” de tecidos e formação de novos vasos sanguíneos (neovascularização), o PRP passou a ser investigado em diferentes áreas da medicina: cirurgia plástica, enxerto de pele, ossos e músculos, odontologia e, mais recentemente, na reprodução humana.
Um estudo realizado na Grécia com mulheres que apresentaram baixa reserva ovariana demonstrou redução dos níveis de FSH (67,3%), aumento do nível do AMH (75,2%) e, até a publicação do estudo, uma gestação espontânea e um nascimento. Esses dados preliminares demonstram que o PRP é uma técnica promissora para mulheres com baixa reserva ovariana, mas que ainda é considerada experimental e necessita ter sua segurança e benefício comprovados.
Em junho deste ano, esses autores publicaram um novo artigo que demonstrou resultados ainda mais promissores — aplicação por meio da punção ovariana por, no mínimo, dois meses (uma aplicação/mês):
Na área da reprodução humana, o PRP tem sido mais estudado em dois cenários:
A técnica é realizada em duas fases:
A utilização do PRP na reprodução assistida ainda é considerada experimental porque os estudos são escassos. Por isso o CEFERP não realiza o PRP para rejuvenescimento ovariano, apenas para alguns casos de endométrio fino de acordo com a avaliação médica.
Referências:
Sfakianoudis K, Simopoulou M, Grigoriadis S, Pantou A, Tsioulou P, Maziotis E, Rapani A, Giannelou P, Nitsos N, Kokkali G, Koutsilieris M, Pantos K. Reactivating Ovarian Function through Autologous Platelet-Rich Plasma Intraovarian Infusion: Pilot Data on Premature Ovarian Insufficiency, Perimenopausal, Menopausal, and Poor Responder Women. J Clin Med. 2020 Jun 10;9(6):1809.
Sfakianoudis K, Simopoulou M, Nitsos N, Rapani A, Pantou A, Vaxevanoglou T, Kokkali G, Koutsilieris M, Pantos K. A Case Series on Platelet-Rich Plasma Revolutionary Management of Poor Responder Patients. Gynecol Obstet Invest. 2019;84(1):99-106.
Chang Y, Li J, Wei LN, Pang J, Chen J, Liang X. Autologous platelet-rich plasma infusion improves clinical pregnancy rate in frozen embryo transfer cycles for women with thin endometrium. Medicine (Baltimore). 2019;98(3):e14062.
Kim H, Shin JE, Koo HS, Kwon H, Choi DH, Kim JH. Effect of Autologous Platelet-Rich Plasma Treatment on Refractory Thin Endometrium During the Frozen Embryo Transfer Cycle: A Pilot Study. Front Endocrinol (Lausanne). 2019;10:61
. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .