Coito programado: o que é, importância do acompanhamento médico

Coito programado: o que é, importância do acompanhamento médico

Coito programado: o que é, importância do acompanhamento médico

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O sonho de ter um bebê pode ser um pouco mais difícil para alguns casais. Porém, com a evolução da medicina, hoje já existem técnicas que aumentam as chances de sucesso. Entre elas está o namoro programado, também conhecido como coito programado ou relação sexual programada.

Essa possibilidade permite um melhor planejamento conjugal, garantindo uma assistência profissional a fim de otimizar os resultados. Tem interesse no assunto? Então, continue a leitura!

O que é o coito programado?

Essa é uma técnica simples que visa ajudar casais com dificuldades para engravidar. Ela é usada para otimizar os resultados do encontro do óvulo com o espermatozoide dentro do corpo da mulher. Para isso, os ovários da mulher são estimulados com o uso de medicamentos e o casal conseguirá saber qual é o período fértil com maior precisão, podendo aumentar as chances de gestação tendo relações sexuais neste período.

A técnica não é recente e se encontra disponível em algumas clínicas de fertilidade no Brasil desde a década de 70. Contudo, a evolução da medicina permitiu o uso de medicamentos mais avançados e um aumento nas taxas de gravidez.

Apesar disso, ainda existem pontos que podem influenciar nas chances de sucesso, como a idade da mulher, as condições gerais de saúde, a reserva ovariana e as causas de infertilidade ou de dificuldades para engravidar.

Como o namoro programado é realizado?

O principal objetivo do namoro programado é, normalmente, de que a mulher tenha ovulação máxima de 2 óvulos por ciclo. Para isso, o tratamento poderá ser dividido em 3 etapas, que são:

1. Estimulação dos ovários com o uso de hormônios orais ou injetáveis

O tratamento se inicia na menstruação, com o uso de medicações para estimular os ovários. Esses medicamentos são usados para desenvolver os folículos e, durante essa estimulação, é realizado um acompanhamento para avaliar o crescimento do folículo e o desenvolvimento do endométrio por meio de ultrassom transvaginal.

2. Ovulação

Após mais ou menos 10 a 14 dias, espera-se que o folículo ovariano já tenha atingido tamanho suficiente para ovulação. A partir daí, a ovulação pode ocorrer espontaneamente ou pode ser administrada outra medicação para desencadeá-la.

3. Relações sexuais e teste de gravidez

A partir de então, o procedimento passa a acontecer de forma natural e o casal poderá planejar as relações sexuais para o período fértil. É muito importante orientar que o óvulo pode ter duração de 12-36h no organismo da mulher, e o espermatozoide, de 48-72h. Portanto, não é necessário artificializar o período de relações sexuais, pois há este intervalo de segurança, que garante que o casal possa respeitar a naturalidade do momento.

Então, depois de 14 dias da data provável da ovulação, a mulher poderá realizar um exame de gravidez para confirmar a gestação.

Antes de iniciar o tratamento, é importante que sejam feitos alguns exames para garantir que haja uma quantidade mínima de espermatozoides com boa movimentação e também que, ao menos, uma das trompas da mulher esteja funcionando, já que todo o processo de fecundação ocorrerá dentro do corpo da paciente, e todo o caminho deve estar liberado para o encontro do óvulo com o espermatozoide.

Sendo assim, o médico pode solicitar um espermograma e um exame de permeabilidade das trompas (histerossalpingografia ou histerossonossalpingografia, por exemplo) antes de se indicar o procedimento.

Taxas de sucesso

A taxa de sucesso é de aproximadamente 20% a cada ciclo menstrual, sendo que após 6 tentativas esse valor poderá subir para 50% a 70%.

No entanto, existem outras condições que podem afetar esses valores, como a idade da mulher, a medicação utilizada no tratamento, a ansiedade do casal, a presença de doenças associadas, o tempo de infertilidade, entre outros.

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Qual o tempo de duração do tratamento?

A duração do tratamento gira em torno de 15 dias, contando do início do uso da medicação, que geralmente é iniciada no 2º ou 3º dia do ciclo menstrual. Após a ovulação, o casal deverá aguardar mais ou menos 14 a 15 dias para realizar o teste de gravidez.

Portanto, o tempo entre o início do tratamento e a confirmação da gestação é de quase um mês. E, caso a gravidez não seja confirmada, é possível iniciar o tratamento no próximo ciclo menstrual.

Para quem o namoro programado é indicado?

O namoro programado tem algumas indicações, como:

  • casais que não conseguem engravidar devido a problemas de ovulação, mas com exames que mostram que o sêmen e as tubas uterinas estão normais;
  • mulheres que sofrem com a síndrome do ovário policístico;
  • casais com baixa frequência sexual, ou seja, menos que uma relação por semana;
  • casais com horários incompatíveis e que acabam tendo relações sexuais fora do período fértil, dificultando as chances de sucesso.

Além dos exames que já citamos neste conteúdo, pode ser que o casal tenha de realizar uma avaliação hormonal ou outros exames, garantindo que estão saudáveis e aptos para o procedimento.

Segurança

O namoro programado é considerado um tratamento seguro, pois como a estimulação ovariana é feita para que cresçam poucos folículos, normalmente são utilizadas doses mais baixas de medicação. De forma geral, a estimulação ovariana pode apresentar como principais complicações as listadas abaixo:

  • hiperestímulo ovariano, ou seja, uma resposta exagerada dos ovários ao estímulo dos hormônios;
  • gestação múltipla (gemelar, trigemelar, etc.).

Essas situações podem ocorrer, principalmente, no caso de casais jovens ou de pacientes com síndrome dos ovários policísticos. Quando o hiperestímulo ovariano é detectado, ou caso haja o crescimento de muitos folículos (mesmo sem a paciente ter sintomas de hiperestímulo), o casal é orientado a interromper as relações sexuais e cancelar o ciclo, ou converter para reprodução assistida (FIV).

Desta forma, conseguimos reduzir os riscos de gestação múltipla ou de agravar o quadro de hiperestímulo.

Qual a importância do acompanhamento médico durante o tratamento?

É muito importante salientar que o acompanhamento médico durante todo o processo é fundamental.

Como você viu, apesar de seguro, existem riscos aos quais a mulher e o feto estão expostos e o acompanhamento especializado é fundamental para evitar essas possíveis complicações.

Além disso, este tratamento pode não ser indicado para todas as pessoas, seja devido a fatores que possam reduzir muito sua chance de sucesso (trompas obstruídas ou poucos espermatozoides móveis, por exemplo), ou outros fatores, por exemplo, casais com história pessoal ou familiar de determinados distúrbios genéticos que podem ser transmitidos aos filhos (nesses casos pode ser necessário realizar biópsia embrionária).

Mulheres com doenças no fígado, tumores no hipotálamo, com câncer de mama, de ovário e de útero, ou outras patologias, necessitam de avaliação ainda mais criteriosa do estado de saúde geral antes de iniciar qualquer tratamento.

A qualidade do medicamento utilizado também é fator de extrema importância, capaz de refletir na taxa de sucesso e até na segurança da mulher. Por isso, além de buscar orientação médica, é imprescindível procurar uma clínica especializada em reprodução.

Como você viu, o namoro programado é uma boa possibilidade para casais com dificuldades para engravidar. Porém, é essencial ter o acompanhamento de médicos e de especialistas, que garantirão a segurança do casal e também o aumento nas chances de sucesso.

Se você ficou interessado ou ainda tem alguma dúvida sobre o coito programado, envie uma mensagem pra gente via WhatsApp!

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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