A maternidade é um momento único, mágico, que aflora os sentimentos mais puros e sinceros da mulher! Com a crescente participação feminina no mercado de trabalho, a mulher tem adquirido múltiplas funções. E o sonho de ser mãe muitas vezes necessita ser adiado. Por isso, um bom planejamento reprodutivo com aconselhamento sobre o congelamento de óvulos pode oferecer conforto e segurança para alcançar a gestação em fases mais avançadas da vida reprodutiva.
Apesar da possibilidade de congelar óvulos, muitas mulheres não têm acesso a essa informação e, consequentemente, enfrentarão dificuldades para engravidar, devido à redução da qualidade/quantidade de óvulos em função do avanço da idade.
Nessas situações, a fertilização in vitro com óvulos de uma doadora (ovorecepção) é uma alternativa efetiva para vencer a infertilidade. Esse tratamento também pode ser uma opção para mulheres que tiveram a falência precoce do ovário, para papais que desejam produção independente ou mesmo para casais homoafetivos masculinos.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece alguns critérios para o procedimento de recepção de óvulos. Quer saber mais sobre essa técnica e entender quando ela é indicada? Então, acompanhe nosso artigo e esclareça suas dúvidas!
Quando a recepção de óvulos é indicada?
As principais indicações da ovorecepção são:
- falência ovariana precoce, também conhecida por menopausa precoce;
- baixa qualidade dos óvulos: idade avançada;
- baixa reserva ovariana;
- ausência dos ovários devido a cirurgia ou mesmo doenças genéticas (ex.: síndrome de Turner);
- doenças genéticas ou hereditárias em que não é possível identificar o gene relacionado à doença para o estudo posterior dos embriões;
- casais homoafetivos masculinos;
- produção independente masculina.
Em princípio, a recepção de óvulos é indicada para qualquer situação que se enquadre nas situações acima, desde que tenha haja saúde para gestar e manter a gravidez de maneira saudável.
Como funciona o processo de recepção de óvulos?
A técnica consiste na injeção de um espermatozoide do parceiro em cada óvulo da doadora anônima com o auxílio de uma agulha e de um microscópio. Esse procedimento é realizado por uma FIV específica, a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI).
Os passos até receber os embriões no seu útero são os seguintes:
- inicialmente, a paciente deve agendar uma consulta médica e seguir as orientações do profissional e realizar os exames necessários;
- caso a futura mamãe opte por óvulos de banco internacional é necessário que o médico responsável oriente corretamente os passos necessário para escolha e aquisição;
- caso a opção de tratamento seja utilizando óvulos nacionais, é necessário aguardar a disponibilidade da doadora para que seja feito o embrião. Quando a doadora estiver pronta para a doação, o parceiro da receptora será chamado para a coleta de sêmen. Esse procedimento normalmente ocorre separadamente da coleta de óvulos da doadora e o material é congelado;
- essa separação se faz necessária para que a família da doadora e da receptora não se encontrem, preservando a identidade e sigilo da doadora;
- no dia do procedimento, o sêmen é descongelado e a união do espermatozoide com o óvulo é realizada no laboratório por meio da injeção intracitoplasmática (ICSI) ;
- os embriões irão se desenvolver ainda no laboratório, podendo ser transferidos a fresco no período de três a cinco dias após a coleta, mas isso irá depender do preparo endometrial da receptora. Caso não seja possível transferir a fresco os embriões serão congelados para serem transferidos em outro momento;
- caso os embriões sejam congelados, a paciente deve aguardar a próxima menstruação para iniciar o uso de medicamentos que têm a finalidade de preparar o endométrio para receber o embrião, ou o preparo do endométrio poderá ser inciado a qualquer momento para mulheres que não menstruam;
- após a transferência dos embriões deve-se aguardar 14 dias para realizar o teste de gravidez.
O que diz o CFM?
De acordo com a Resolução 2168/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM), além da doação compartilhada, é necessário preservar o sigilo e o anonimato das duas partes. A idade limite da doadora deve ser 37 anos e suas condições de saúde atestadas pela clínica que realizará o procedimento (história clínica e exames complementares).
Além disso, não pode ocorrer pagamento para potenciais doadoras e mulheres que não têm infertilidade, já foram mães ou que podem doar voluntariamente seus óvulos. As instituições que realizam o procedimento devem manter um banco de dados com os registros de informações clínicas de caráter geral, características físicas e uma amostra de material celular das doadoras, de acordo com legislação vigente.
Ao resolver receber os óvulos, a clínica é responsável por selecionar uma doadora com as características físicas da receptora, bem como o tipo sanguíneo (este último é opcional). No CEFERP, a doadora preenche um questionário com suas características físicas, bem como de seus pais. Na sequência, o setor de ovodoação e recepção da clínica, em conjunto com o médico, seleciona as opções e uma ficha com o resumo das características é enviada para aprovação ou não do casal que utilizará a ovorecepção.
Por que optar pela recepção de óvulos?
Você pode estar se questionando sobre as razões de optar pela recepção de óvulos em vez de adotar uma criança, já que, em princípio, esse bebê não terá o seu material genético. Mas existem muitas motivações para escolher esse procedimento:
- possibilidade de vivenciar todas as etapas da gestação e amamentação da criança;
- o bebê gerado terá o material genético do companheiro;
- o processo de adoção, no Brasil, é lento e burocrático;
- ausência da judicialização exigida no processo de adoção;
- no caso de casais homoafetivos masculinos que queiram gerar um bebê com o material genético de um deles, o procedimento legalmente permitido é o chamado “útero solidário”, que pode ser alguém com até quarto grau de parentesco consanguíneo. Nesse caso, a legislação também determina o uso de ovodoação.
A recepção de óvulos é uma possibilidade de o casal conseguir formar uma família, passando por todas as etapas da gestação e construindo o sentimento da maternidade desde o início da vida do bebê. Se você e seu companheiro têm esse desejo, saiba que essa é uma alternativa segura e efetiva!
Gostou deste post? Então, aproveite para se aprofundar no assunto e veja o que é e como funciona o tratamento de ovodoação!
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