Doença inflamatória pélvica: entenda a relação dela com a infertilidade

Doença inflamatória pélvica: entenda a relação dela com a infertilidade

Doença inflamatória pélvica: entenda a relação dela com a infertilidade

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Dos vários motivos que podem impedir o começo de uma gestação, um deles é a doença inflamatória pélvica (DIP) — uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre as mulheres de todo o mundo. Após 12 meses de tentativas frustradas, o quadro é tecnicamente considerado como infertilidade e, a partir de então, caberá ao médico especialista propor o tratamento mais indicado.

Apenas nos Estados Unidos, o gasto anual no tratamento de complicações relacionadas à DIP é estimado em 2 bilhões de dólares. Por outro lado, acredita-se que haja subnotificação no Brasil, pela dificuldade em realizar o diagnóstico.

Gostaria de saber mais sobre a relação entre a doença inflamatória pélvica e infertilidade? Então, continue a leitura e aprofunde seus conhecimentos sobre o assunto!

Definição da doença inflamatória pélvica

A doença inflamatória pélvica é causada por um infecção microbiana que acontece em órgãos do aparelho reprodutor feminino localizados no trato superior — como útero, ovários e trompas de Falópio.

A DIP pode ocorrer como um agravamento de alguma DST e esse caráter sexualmente transmissível resulta na maior prevalência entre as mulheres com vida sexual ativa. O público mais afetado tem de 15 aos 24 anos de idade, faixa em que é mais comum ter mais parceiros e menor o hábito de usar preservativo.

A complicação acontece principalmente a partir de infecções bacterianas como a clamídia ou gonorreia. Quando não tratada, a proliferação desses microorganismos na região da vagina pode atingir os órgãos sexuais internos, causando inflamação.

Classificação da DIP

A DIP pode ser classificada de acordo com a sua gravidade. Pode variar desde estádios mais iniciais, onde há inflamação apenas do útero e/ou trompas, até estágios mais avançados, podendo formar abscessos (acúmulo de pus e infecção) nas trompas e ovários, que podem ou não romper.

Sintomas mais comuns

A DIP pode se manifestar sem sintomas aparentes, o que dificulta seu diagnóstico. Os sintomas podem ser inespecíficos, não apresentando necessariamente suspeita de DIP logo que surgem. O diagnóstico e avaliação clínica são realizados por meio de exame físico ginecológico e exames laboratoriais, ultrassonografia pélvica ou transvaginal, além da investigação do histórico da mulher.

Os sintomas mais comuns incluem percepção de corrimento vaginal, dor em baixo ventre ou dor nas relações sexuais, febre, entre outros. No exame físico deve-se avaliar a presença de corrimento, presença de dor ao toque do colo do útero ou sua mobilização, entre outros fatores. Os exames de imagem podem mostrar se há formação de abscesso ou suspeita de outras complicações.

Além disso, os homens também podem ser acometidos e desenvolver a uretrite (inflamação da uretra). Porém, no sexo masculino não é comum o aparecimento de sinais e sintomas, e a DIP acaba sendo transmitida de maneira despercebida.

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Doença inflamatória pélvica aguda

Nos quadros de DIP aguda são observados sintomas repentinos de dores abdominais ou pélvicas, principalmente durante a relação sexual, com intensidade variável.

Além disso, pode haver corrimento de odor forte, sangramento vaginal atípico ou após a relação sexual e febre, que são sintomas comuns na inflamação mais aguda.

Doença inflamatória pélvica crônica

Na DIP crônica, os sintomas são os mesmos da aguda, mas eles se apresentam de maneira mais sutil e, por vezes, nem se manifestam. Esse fato pode aumentar o tempo para identificação da doença, uma vez que os sintomas não incomodam ou interferem tanto na rotina da mulher.

É nesse ponto que a demora na procura de atendimento médico pode levar ao diagnóstico somente quando o casal encontra dificuldades para engravidar. A infertilidade é uma das complicações da doença inflamatória pélvica, devido ao desenvolvimento de lesões inflamatórias nas trompas e útero. Mesmo que a DIP possa não trazer sintomas muito claros, o único sinal que ela pode deixar é a presença de obstrução das trompas, devido a inflamação e cicatrização fechando a passagem das mesmas.

Outra complicação da DIP que se relaciona com a fertilidade é a possibilidade de gravidez ectópica. Esta condição acontece quando o embrião se implanta fora do útero e na doença inflamatória pélvica isso pode ocorrer devido ao potencial que essa doença tem de alterar a movimentação das tubas uterinas e impedir que o embrião passe e se implante no útero.

Formas de tratamento

A partir do diagnóstico e da gravidade dos sintomas, o ginecologista pode seguir o tratamento de três maneiras diferentes, a depender do quadro: seguimento clínico ambulatorial, internação hospitalar e cirurgia.

O primeiro se refere aos casos menos graves, nos quais normalmente é prescrito um tratamento medicamentoso (com antibióticos) que deve ser seguido à risca pelas pacientes para evitar complicações por tratamento inadequado. Durante esse período é indicado evitar relações sexuais para prevenir a reexposição a possíveis bactérias que causem infecção.

Diferentemente da DIP mais branda, em alguns casos em que a doença é mais grave ou não responde à conduta clínica ambulatorial, a internação é necessária para que o tratamento seja administrado por via endovenosa. Já a intervenção cirúrgica é indicada para situações específicas, como a presença de abscessos ou massa pélvica.

É importante ressaltar que se a mulher tiver parceiro fixo, ele também deve se submeter ao tratamento e ter sua história clínica investigada, mesmo que não haja sintomas. Isso diminui as chances de reinfecção para a mulher e aumenta a qualidade da vida sexual do casal.

Prevenção da doença inflamatória pélvica

A melhor maneira de prevenção é o uso da camisinha e demais práticas para garantir um sexo seguro. Além disso, o próprio rastreamento e tratamento de infecções mais simples em mulheres sexualmente ativas diminui a chance de elas evoluírem para uma DIP. Uma razão a mais para que o acompanhamento ginecológico frequente seja tão importante.

A doença inflamatória pélvica é um dos problemas infecciosos mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva e pode ocasionar complicações preocupantes como a infertilidade. A boa notícia é que na maioria dos casos existe tratamento, mas é extremamente importante diagnosticar o quadro desde o início, além de realizar seguimento com profissional que transmita responsabilidade e confiança.

Agora que você aprofundou seus conhecimentos sobre a doença inflamatória pélvica, que tal saber mais sobre a fertilidade lendo um artigo que desenvolvemos com as principais perguntas e respostas sobre o tema? Clique agora no link e aproveite a leitura!

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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Comentários (2)

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    JALLOUD LUZIZILA

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    obrigado pela dica, precisava saber mesmo sobre essa infecção

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      Atendimento CEFERP

      |

      Estamos sempre à disposição!
      Atenciosamente.

      Equipe CEFERP – Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto

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