No Brasil e no mundo, o número de pessoas acometidas pelas chamadas doenças crônicas cresce cada vez mais. Elas se desenvolvem lentamente no decorrer da vida, persistindo por longos períodos, sendo, muitas vezes, até assintomáticas e são classificadas em 2 tipos: as crônicas não transmissíveis (DCNTs) e as transmissíveis.
Como algumas dessas enfermidades só são descobertas depois que os sintomas aparecem, é muito importante descobrir a doença em sua fase inicial e manter o acompanhamento médico para evitar suas complicações.
Mas o que são essas doenças crônicas?
Elas são caracterizadas por uma progressão lenta e de longa duração, podendo se estender por pelo menos cerca de 3 meses ou mesmo perdurar por toda a vida.
As doenças crônicas transmissíveis têm em comum o fato de serem causadas por um agente infeccioso, como os vírus e as bactérias. Um exemplo é a infecção pelo HIV.
Já as doenças crônicas não transmissíveis estão muitas vezes relacionadas ao estilo de vida de cada um. Assim, sedentarismo, alimentação em desequilíbrio, consumo de álcool, fumo e drogas têm sido responsáveis por um grande número de doenças crônicas. Outro fator importante é a predisposição genética, ou seja, o histórico familiar, como é o caso do diabetes mellitus.
Confira 10 doenças crônicas e sua relação com a Fertilidade
Diversas doenças crônicas podem impactar a fertilidade tanto em homens quanto em mulheres, afetando diretamente os órgãos reprodutivos, a produção de hormônios ou o estado geral de saúde.
Conheça cada uma delas:
- Diabetes Mellitus: Tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 podem prejudicar a fertilidade. Nos homens, a neuropatia diabética pode levar a disfunção erétil e problemas de ejaculação, enquanto nas mulheres, a resistência à insulina pode interferir na ovulação normal.
- Doenças Autoimunes: Doenças como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Sjögren podem causar inflamação crônica e danos aos tecidos reprodutivos. Além disso, o tratamento com imunossupressores pode afetar a fertilidade.
- Doenças da Tireoide: Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem interferir na produção hormonal necessária para a ovulação e espermatogênese. Desordens da tireoide podem também estar associadas a irregularidades menstruais e abortos espontâneos.
- Doença Renal Crônica: A insuficiência renal crônica pode resultar em disfunção hormonal e anormalidades no ciclo menstrual nas mulheres, além de impactar a qualidade do sêmen nos homens. Pacientes em diálise frequentemente enfrentam desafios adicionais relacionados à fertilidade.
- Doenças Hepáticas: Condições como cirrose e hepatite crônica podem afetar os níveis hormonais, incluindo os hormônios sexuais, interferindo assim na fertilidade. A função hepática comprometida pode levar a desequilíbrios hormonais significativos.
- Endometriose: Esta condição crônica afeta exclusivamente as mulheres e é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. Pode causar dor severa e irregularidades menstruais, além de impactar diretamente a fertilidade devido à formação de aderências e inflamação pélvica.
- Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): A SOP é uma desordem endócrina comum que pode causar anovulação crônica, ciclos menstruais irregulares e infertilidade. Está frequentemente associada a resistência à insulina e obesidade, complicando ainda mais a fertilidade.
- Doença Inflamatória Pélvica (DIP): Resultante de infecções do trato reprodutivo, como clamídia e gonorreia não tratadas, a DIP pode causar danos permanentes às trompas de Falópio, resultando em infertilidade.
- Câncer e Tratamentos Oncológicos: O câncer e seus tratamentos, incluindo quimioterapia e radioterapia, podem ter efeitos devastadores sobre a fertilidade. A toxicidade dos tratamentos pode causar danos irreversíveis aos ovários e testículos.
- Estresse: O estresse em um nível acima do normal aumenta a produção de cortisol, afetando a produção de outros hormônios essenciais para a fertilidade, como o estrogênio e a progesterona, por exemplo. Ele também pode causar irregularidades no ciclo menstrual, redução da ovulação e também afeta a qualidade dos óvulos.
Indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) devem procurar orientação médica para controlar suas condições, o que pode melhorar as chances de concepção.
Discussões sobre preservação da fertilidade devem ser parte do plano de tratamento para pessoas diagnosticadas com DCNTs. Além disso, manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta balanceada e exercício regular, pode ajudar a mitigar os efeitos negativos na fertilidade.
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