Confira 6 doenças que afetam a fertilidade feminina e como tratá-las

Confira 6 doenças que afetam a fertilidade feminina e como tratá-las

Confira 6 doenças que afetam a fertilidade feminina e como tratá-las

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Planejar filhos, alcançar a gestação, e em nove meses tê-los nos braços! Parece simples e fácil, não é mesmo? Essa costuma ser a expectativa de muitos casais que se veem frustrados diante da dificuldade para engravidar.

Isso porque, na prática, nem tudo é assim tão simples e automático. Existem algumas doenças que podem afetar a fertilidade feminina que, caso ocorram, precisam ser tratadas para aumentar as chances de atingir a gravidez.

O primeiro passo quando há dificuldades para engravidar é procurar um médico especialista. Ele solicitará alguns exames para o casal, dependendo do histórico clínico e do exame realizado em consulta. A partir daí, será possível realizar o tratamento adequado para buscar solucionar, de uma vez, a questão da infertilidade.

Se você deseja entender melhor as principais doenças que afetam a fertilidade feminina, continue lendo. Listamos abaixo 6 delas.

1. Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

Trata-se de um distúrbio hormonal que se manifesta em algumas mulheres ainda na adolescência. Os principais sintomas são acne, irregularidades menstruais e excesso de pelos pelo corpo (que acontece por causa da quantidade aumentada de hormônios masculinos no organismo).

O diagnóstico é feito por meio de anamnese, exame físico, com auxílio de alguns exames como a ultrassonografia e os laboratoriais para descartar outras alterações hormonais que causem sintomas semelhantes.

No exame de ultrassonografia, é possível detectar o tamanho aumentado dos ovários e pequenas bolsas de líquido, que nada mais são que os microcistos. A descrição desses cistos ovarianos, nada mais é, que a presença de vários folículos (estruturas que abrigam os óvulos) no estágio antral (entre 2 e 9 mm), que não conseguiram evoluir normalmente dentro do ciclo menstrual devido às alterações hormonais citadas acima.

A causa do problema ainda é desconhecida e a ausência do tratamento, além da dificuldade para engravidar, gerada principalmente pela ausência da ovulação, deixa a paciente mais propensa a desenvolver doenças mais sérias, como diabetes e alterações cardiovasculares.

A mudança de estilo de vida, buscando uma alimentação balanceada e exercícios físicos auxiliam bastante no tratamento da doença.

2. Endometriose

O útero tem o seu interior todo revestido por uma camada de tecido específico, denominado endométrio. A endometriose é caracterizada pela presença desta camada em outros locais, como na bexiga, no intestino, ou nos ovários, por exemplo.

Este tecido, quando em local inapropriado, leva ao estímulo de fatores inflamatórios, que faz com que a região afetada se torne mais espessa e pode levar a aderências. Tudo isso pode resultar em um processo doloroso e incômodo.

Mulheres com endometriose podem ter sintomas variados. Uma menor parcela pode, inclusive, ser assintomática. Os principais sintomas são dores abdominais, que podem ser intensas, especialmente durante o período menstrual e nas relações sexuais.

Os primeiros sinais podem surgir logo após as primeiras menstruações, mas, muitas vezes, o diagnóstico é tardio, já que as dores podem acabar sendo negligenciadas, consideradas como “cólicas menstruais normais” ou mascaradas com o uso contínuo de anticoncepcionais.

Há pacientes que só descobrem que têm a doença quando encontram dificuldades para engravidar. Acredita-se que o fator genético também influencie no desenvolvimento da doença e isso deve ser questionado pelo médico e confrontado com os exames realizados na paciente.

O tratamento pode envolver uso de medicamentos, cirurgia ou tratamentos de reprodução assistida. A escolha das opções de tratamento deve ser individualizada, de acordo com os sintomas apresentados e o desejo reprodutivo da paciente, dentre outros fatores.

3. Endometriomas

Diferente dos microcistos dos quais falamos acima, o endometrioma se caracteriza por uma formação cística, de tamanhos variáveis e localização mais frequente no ovário, que contém sangue e restos de tecido do endométrio.

O tamanho dos cistos pode variar de alguns milímetros até mais de 7 cm e as dores durante a menstruação e as relações sexuais também podem acompanhar o quadro. Importante ressaltar que a correlação entre gravidade dos achados e sintomatologia apresentada, nem sempre é tão precisa. Ou seja, pacientes com poucos achados de endometriose podem ter sintomas exacerbados, assim como pacientes com mais focos de endometriose podem também ser assintomáticas.

O tratamento dos endometriomas também varia de acordo com a intensidade da doença. Cistos menores, muitas vezes, necessitam apenas de acompanhamento médico enquanto os maiores podem ser retirados por cirurgia ou controlados com o uso de medicamentos hormonais.

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Entretanto, vale lembrar que, ao se realizar tratamento cirúrgico, pode haver prejuízo maior na reserva ovariana, pelo risco de lesionar tecido ovariano saudável. De qualquer forma, é importante buscar ajuda médica, seja para aliviar os sintomas, seja para definir as melhores opções de tratamento para melhora da qualidade de vida e restabelecer a fertilidade da paciente.

4. Falência ovariana precoce (FOP)

Uma mulher já nasce com todos os óvulos que utilizará durante a vida reprodutiva. Sabemos que, com o passar dos anos, essa reserva vai diminuindo, até que desapareça por completo. Eis a explicação pela qual as mulheres entram na menopausa: o esgotamento da função reprodutiva dos ovários.

Também, as possibilidades de engravidar vão caindo à medida que elas avançam na idade. Isso porque, com o passar do tempo, não só ocorre redução numérica da reserva ovariana, quanto também qualitativa, fazendo com que a proporção de óvulos alterados ou de menor qualidade aumente conforme o tempo passa. É por isso que tende a ser muito mais fácil engravidar aos 20 que aos 40, por exemplo.

Entretanto, em algumas mulheres, essa redução da reserva ovariana pode acontecer mais cedo que o esperado. Determina-se falência ovariana precoce (FOP) quando, antes dos 40 anos, o eixo ovariano sinaliza seu esgotamento, geralmente por meio da ausência da menstruação, associada ou não a sintomas climatéricos, como ondas de calor.

É importante ressaltar que, com esse esgotamento da função reprodutiva dos ovários, a produção hormonal também tende a cair, o que representa alterações no organismo da mulher como um todo. Afinal, a fertilidade não é o único objetivo desses hormônios.

Os sintomas da menopausa, como calores e sudorese, podem vir logo de início, enquanto o não tratamento, a longo prazo, deixa a paciente mais propensa às doenças cardiovasculares e osteoporose.

5. Problemas nas trompas

Nem sempre a causa da infertilidade feminina está nos ovários. Há casos nos quais ela deriva de problemas nas trompas. Elas podem se tornar obstruídas por alguma razão, e com isso acabam impedindo o encontro dos óvulos com os espermatozoides.

Nesse caso, o tratamento varia de acordo com a origem do problema, se a obstrução é uni ou bilateral, e outros fatores como a idade da mulher, reserva ovariana e fatores relacionados ao parceiro.

Uma das principais causas de obstrução tubária é a realização de cirurgias, como a laqueadura tubária, por exemplo. Não é incomum que as pacientes que realizem essa cirurgia se arrependam e desejem aumentar a família depois disso.

Outras cirurgias podem também levar à formação de aderências (cicatrizes) que possam obstruir a passagem das trompas.

Com relação a causas não cirúrgicas, uma das mais comuns é a presença de infecções, que muitas vezes passam despercebidas por trazerem pouco ou nenhum sintoma. A única repercussão é levar a um processo de fibrose (cicatrização) da trompa e, consequentemente, obstrução desta estrutura.

Na suspeita de alguma infecção pélvica, pode ser necessário tratamento com antibióticos. Ao se detectar alteração nas trompas, a depender do quadro do casal como um todo, pode ser discutido desde tentativa espontânea de gestação (em caso de obstrução unilateral), cirurgia para tentativa de correção ou tratamentos de reprodução assistida de alta complexidade, como a fertilização in vitro.

Para a melhor definição do tratamento ideal para cada caso, é fundamental que sejam avaliados fatores relacionados ao casal, pois o fato de se detectar alguma alteração na mulher não exclui a possibilidade de alteração também no parceiro.

Portanto, se você tem suspeita dessa alteração por meio de exames, como a histerossalpingografia, ou tem histórico de laqueadura tubária e deseja nova gestação, não deixe de agendar uma consulta com um especialista em reprodução humana para saber qual a melhor opção para o seu caso.

6. DIP (Doença inflamatória pélvica)

Trata-se de uma inflamação no aparelho reprodutor feminino, causada normalmente por microorganismos que penetram no organismo através da vagina. Geralmente, tem etiologia poli microbiana, ou seja, pode ter mais de um agente causador. Ela pode ainda ser resultante de algumas doenças venéreas não tratadas corretamente, sendo o contágio basicamente pela relação sexual.

Os principais sintomas incluem dores abdominais, febre e corrimento, algumas vezes com sangue. Em casos mais graves, a paciente poderá necessitar de internação, com administração intravenosa de medicamentos ou tratamento cirúrgico, caso tenha evoluído com formação de abscesso (conteúdo cístico contendo pus em seu interior) de grande volume.

Como se pode ver, existem muitas doenças que afetam a fertilidade feminina e cabe a você cuidar da sua saúde, procurando um médico sempre que notar algo diferente e para a realização de exames de rotina. Quanto à infertilidade, os tratamentos de reprodução assistida auxiliam a contornar situações que tenham interferido na fertilidade.

E você? Está enfrentando dificuldades para engravidar? Já se submeteu a algum tratamento de fertilização? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe a sua experiência.

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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