Menopausa precoce: o que é, por que acontece e qual a relação com a fertilidade?

Menopausa precoce: o que é, por que acontece e qual a relação com a fertilidade?

Menopausa precoce: o que é, por que acontece e qual a relação com a fertilidade?

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A menopausa é um período delicado, no qual a mulher experimenta uma série de mudanças físicas e psicológicas, tendo um grande impacto emocional. Para algumas mulheres, essa fase chega anos antes do esperado. E, quando isso acontece, chamamos de menopausa precoce.

Nesse caso, seu efeito pode ser ainda mais devastador, especialmente quando há planos de maternidade ainda por concretizar. Mas, afinal, por que ela acontece e como interfere na capacidade da mulher de engravidar?

Explicaremos neste post o que é menopausa precoce, além dos sintomas, causas e sua relação com a fertilidade. Confira!

O que é menopausa precoce?

Sabemos que os ovários envelhecem junto com a mulher e, aos poucos, sofrem alterações no seu funcionamento. Assim, a produção de hormônios sexuais diminui, causando irregularidades no ciclo menstrual e reduzindo também a frequência da ovulação.

Em geral, o processo se inicia lentamente e se estende até por volta dos 50 anos, idade em que a menstruação tende a cessar por completo. Quando isso acontece, a mulher atinge a menopausa (a menopausa é a última menstruação da mulher).

Diferente do homem, que produz regularmente seus gametas ao longo da vida, a mulher já nasce com cerca de 300 a 400 mil folículos ovarianos. A cada ciclo vários folículos iniciam o processo de desenvolvimento. No entanto, apenas um conclui a maturação, liberando o óvulo. O restante é destruído pelo organismo.

Dessa maneira, a reserva ovariana é reduzida mensalmente, se esgotando totalmente ao cabo dos 30 a 40 anos de período fértil.  Além disso, quando a mulher deixa de ovular, a produção hormonal dos ovários (estrogênio e progesterona) também é muito reduzida, o que acarreta numa série de consequências.

A menopausa precoce, atualmente chamada de insuficiência ovariana prematura (IOP), ocorre quando a falência dos ovários se dá antes dos 40 anos. Além de passar pelos incômodos típicos da menopausa natural, a mulher que chega a essa fase precocemente costuma sofrer abalo emocional, principalmente quando ainda tem planos de engravidar.

Quais são os sintomas mais comuns?

Os sintomas da menopausa precoce são os mesmos de quando o processo ocorre naturalmente. Por isso, quando surgem antes do esperado, podem ser sinais de insuficiência ovariana prematura. São eles:

  • menstruação irregular;
  • ressecamento vaginal;
  • ondas de calor;
  • alterações de humor;
  • libido reduzida, entre outros.

Portanto, os sintomas na maioria das vezes são inespecíficos e não significam obrigatoriamente menopausa precoce. É necessário realizar investigação com exames e dosagens hormonais.

Dessa forma, o diagnóstico se baseia no atraso menstrual de pelo menos 3-4 meses, associado à elevação das gonadotrofinas — hormônios produzidos pela glândula hipófise e que participam da regulação dos hormônios ovarianos.

Além disso, normalmente é realizado também um ultrassom transvaginal para descartar outras alterações que possam estar relacionadas à irregularidade menstrual. Outros exames mais específicos como testes genéticos, rastreio de doenças autoimunes ou determinadas doenças podem ser solicitados caso a caso.

Quais são as principais causas?

Na maioria dos casos não é identificada uma causa isolada para a insuficiência ovariana prematura, sendo considerada idiopática ou sem causa conhecida. Porém, existe correlação com doenças genéticas, autoimunes, exposição a agentes quimioterápicos ou radioterápicos, cirurgias, ou outros fatores.

Por isso, é fundamental investigar através de uma boa conversa com o médico e adequado exame físico, para que possam ser solicitados os exames de investigação pertinentes ao caso.

Algumas das principais causas que interferem na fertilidade feminina e podem estar associadas à menopausa precoce são:

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Anormalidades genéticas

Pacientes portadoras de doenças ligadas ao cromossomo sexual X — como a Síndrome de Turner e do X frágil — podem ter alterações na composição e função do ovário, com menor quantidade de folículos disponíveis ou degradação mais rápida dos folículos existentes.

Em geral, essas mulheres nem chegam à puberdade, mas também é possível que algumas mulheres se desenvolvam normalmente e, no futuro, apresentem menopausa precoce.

Doenças autoimunes

Ocorrem quando o próprio sistema imunológico ataca o organismo, produzindo anticorpos contra algumas células, inclusive do ovário, e danificando os folículos.

Além disso, algumas medicações que podem ser usadas como tratamento de algumas doenças autoimunes, como o lúpus, por exemplo, podem ser prejudiciais aos ovários. Nestes casos, antes de iniciar o tratamento com estas medicações, deve ser considerada a hipótese de congelamento de óvulos para preservar a fertilidade caso ocorra algum dano ao ovário.

Toxinas agressivas

A insuficiência ovariana precoce pode ser causada por toxinas usadas em tratamentos agressivos contra o câncer, como a quimioterapia e radioterapia.

O contato com pesticidas, o hábito de fumar, e outros fatores relacionados a hábitos de vida inadequados (ingestão de álcool, obesidade, etc.) também têm relação negativa com a função do ovário.

Remoção cirúrgica dos ovários

Mulheres que se submetem à retirada dos ovários — geralmente como tratamento cirúrgico de tumores malignos — entram em menopausa precoce pela ausência ovariana.

Qual a relação com a fertilidade?

A insuficiência ovariana leva a uma carência de estrogênio (hormônio produzido pelos ovários) e isto tem uma série de repercussões crônicas no organismo feminino, inclusive pode trazer os sintomas mencionados acima.

A terapia de reposição hormonal é recomendada tão logo ocorra o diagnóstico, devendo ser mantida até pelo menos 51 anos — idade em que a menopausa deveria ocorrer, em média. Tais hormônios são importantes na prevenção da osteoporose, doenças cardiovasculares e outras alterações.

O tratamento para reposição hormonal tem o intuito de melhora dos sintomas e proteção dos efeitos da falta de estrogênio a longo prazo, mas não influencia na falência ovariana em si.

Um estilo de vida saudável pode favorecer a fertilidade, além de minimizar os sintomas associados à menopausa precoce e conservar a saúde cardiovascular e dos ossos. A suplementação de cálcio e vitamina D, bem como a prática de exercícios regulares devem estar incluídas.

Entretanto, quando a alteração hormonal é transitória, em 5% dos casos pode ocorrer uma restauração da função reprodutiva e a mulher conseguir engravidar naturalmente. Ainda assim, o tratamento mais indicado é a ovodoação, associada à técnica de Fertilização in vitro (FIV).

Por outro lado, caso não haja o desejo de engravidar, a mulher deve fazer uso de anticoncepcional devido ao risco de 5% de gravidez espontânea já mencionado.

Vale lembrar que no caso de IOP iatrogênica — cirurgia ou quimioterapia, por exemplo — há opções de preservação da fertilidade por meio do congelamento de óvulos ou embriões, que deve ser realizado previamente ao tratamento.

Como vimos, a insuficiência ovariana pode ocorrer em decorrência de diversos fatores, não sendo identificada, na maior parte das vezes, a causa determinante. Dessa maneira, é importante ter atenção aos sintomas e procurar o ginecologista caso sua menstruação cesse por mais de 3 meses sem que haja outra razão — gravidez ou uso de anticoncepcional.

Caso se confirme o diagnóstico de menopausa precoce, o tratamento de reprodução assistida mais indicado é a utilização de óvulos de uma doadora anônima. Por isso, não deixe de buscar a assistência de um especialista o quanto antes.

Se você ainda tem dúvidas sobre esse ou outros assuntos relacionados à fertilidade feminina, agende uma consulta no CEFERP. Aqui o seu sonho pode ser realizado!

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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