Casal Homoafetivo Feminino realiza sonho da maternidade compartilhada

Casal Homoafetivo Feminino realiza sonho da maternidade compartilhada

Casal Homoafetivo Feminino realiza sonho da maternidade compartilhada

A história de Lara e Cecília é exemplo de coragem e inspiração para quem ainda está em dúvida se vale a pena investir para conquistar o que tanto espera e acredita

Há quatro anos, Lara, de 22 anos, e Cecília. de 35 anos procuraram o CEFERP para realizar um sonho, que há décadas poderia parecer impossível. O casal homoafetivo feminino vivia em uma relação estável e feliz, mas, em comum acordo, decidiu que, para completar a vida dois, estava na hora de aumentar a família.

A princípio, o desejo delas era colher os óvulos de ambas para fazer uma gestação compartilhada (método pelo qual o embrião é fertilizado com o óvulo de uma das mulheres e o espermatozoide do doador e implantado no útero da outra mulher). Após receberem todas as informações sobre os protocolos para o caso, passaram pelos exames solicitados e iniciaram o tratamento mais indicado neste caso: ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides) com sêmen de doador.

A primeira a realizar a punção foi Lara. A captação foi realizada sem intercorrência e resultou em 18 óvulos. Desses, seis viraram embriões e foram armazenados. Respeitando a vontade do casal, foi feito o mesmo procedimento em Cecília, também com êxito.

Terminada esta primeira etapa, chegou a hora da transferência dos embriões congelados ao útero. Em consenso, as duas decidiram que Cecília seria a responsável por gerar o ou os bebezinhos, fruto do amor tão cultivado até então. Assim, no ciclo seguinte dela, já foi feita a preparação para o procedimento, transferindo dois embriões da parceira Lara

A ansiedade aumentou até que chegasse o tão esperado dia do exame Beta HCG. Infelizmente, o resultado deu negativo. Mesmo sem conter o ar de decepção, o casal não desanimou. Continuou unido e confiante em busca do sonho da maternidade. Retornou, dentro do prazo estipulado, para realizar nova transferência em Cecília. Mas desta vez, optou por receber embriões dela e da companheira simultaneamente.

A vontade foi respeitada pela equipe do CEFERP, mas com algumas condições, aceitas de imediato pelas duas. “Combinamos de levar os embriões da Lara para blastocisto. Se sobrevivesse apenas um, faríamos a transferência de um da Lara e um da Cecília. Mas, se não sobrevivesse nenhum da Lara, seriam transferidos dois da Cecília”, explica Dr. Anderson Melo.

Cientes disso, as duas seguiram a recomendação da equipe, embora tenham reforçado o desejo de transferir um embrião de cada, caso a evolução para blastocisto fosse exitosa. A torcida foi grande para que isso fosse possível e todos os recursos disponíveis utilizados, porém, nenhum dos embriões da Lara chegaram a blastocisto e o que era plano B passou a ser o plano A: foram transferidos dois embriões de Cecília.

Embora o desejo da gestação compartilhada não ter sido concretizado da maneira que planejaram, Lara e Cecília não conseguiram esconder a felicidade ao saberem do resultado positivo do exame Beta HCG. A emoção falou ainda mais forte durante o primeiro ultrassom obstétrico que constatou gestação tópica (dentro do útero), única (um feto), e compatível com o tempo de amenorreia (ausência de menstruação). Foi difícil conter as lágrimas em meio aos sorrisos ao ouvir o coração do bebê pela primeira vez.

Cecília ainda tem dois embriões congelados. Será que a família ainda vai aumentar mais?

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