7 mitos e verdades sobre a FIV que você precisa saber

7 mitos e verdades sobre a FIV que você precisa saber

7 mitos e verdades sobre a FIV que você precisa saber

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Apesar do primeiro “bebê de proveta” ter sido gerado há mais de 40 anos, a fertilização in vitro (FIV) ainda é um assunto que gera dúvidas para quem busca realizar o sonho da maternidade e da paternidade.

A técnica consiste basicamente em formar um embrião em laboratório por meio da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Após a fertilização, o embrião é transferido para a cavidade uterina da mulher, onde irá se implantar para que a gravidez ocorra.

Considerada o procedimento de reprodução humana assistida mais avançado e eficaz, a FIV é indicada para variados casos de infertilidade e, também, para casais homoafetivos e quem busca ser mãe ou pai por meio de uma produção independente.

Para te ajudar a entender melhor o que é verdade e o que é mito sobre a FIV, fizemos uma seleção com sete afirmações comuns de se ouvir por aí. Confira!

  • Pode diminuir os riscos do nascimento de bebês com doenças genéticas

Verdade.

Um dos tratamentos possíveis na FIV é o Teste Genético Pré-implantacional, nele algumas células do embrião são enviadas a um laboratório especializado para análise genética.

Existem três tipos de análises atualmente:

– PGT-A: neste exame é realizado o rastreamento completo dos 46 cromossomos do embrião para verificar se estão todos normais. São diagnosticadas alterações cromossômicas tais como a Síndrome de Down.

– PGT-M: já neste exame é feito um diagnóstico para doenças monogênicas hereditárias, como a Anemia Falciforme e a Fibrose Cística.

O PGT-M é realizado quando a família possui algum histórico de doenças genéticas hereditárias.

– PGT-SR: realizado para pesquisa de rearranjos cromossômicos estruturais como, por exemplo, as translocações.

O processo da fertilização in vitro ocorre normalmente. Quando o embrião atinge o estágio de blastocisto, é realizada uma biópsia de cada um para a retirada de algumas células. Os embriões são congelados e aguardam o resultado da análise para transferência para o útero da futura mamãe.

Após cerca de 14 dias (a depender do teste realizado)  o resultado do exame é enviado para a clínica, que repassa as informações para o casal e os próximos passos do tratamento são agendados.

  • É certeza de gravidez!

Mito.

Apesar de aumentar consideravelmente as chances de uma gravidez, a FIV não é 100% eficaz. É importante entender que engravidar tem suas limitações naturais, que acompanham os casais seja em qualquer tipo de tratamento de reprodução humana.

A avaliação considerada internacionalmente para avaliar o sucesso da FIV é a taxa de nascimento de bebês. Essas taxas variam de 30% a 40% para mulheres com até 39 anos, 10% a 15% entre 40 e 42 anos, e 0 a 5% para mulheres com mais de 42 anos. Ressaltando que essas porcentagens levam em consideração pacientes que optaram em realizar a FIV com óvulo próprio.

Portanto, tome cuidado com promessas milagrosas. Para se prevenir, ao conversar com o especialista pergunte sobre as taxas de sucesso reais indicadas pelas grandes sociedades de reprodução humana internacionais. No site da Rede Latino-Americana de Infertilidade (RedLARA) é possível verificar se as taxas informadas pela clínica são semelhantes às descritas pelas sociedades internacionais.

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  • Aumenta a chances de gêmeos

Verdade.

A probabilidade de uma gravidez de gêmeos na FIV é de 20% a 30%, enquanto na população em geral é de 12%. Isso ocorre porque, dependendo da idade da paciente e outros fatores, pode ser feita a transferência de dois ou mais embriões para o útero.

Para diminuir as chances de gravidez múltipla, principalmente de trigêmeos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu um número de embriões que podem ser transferidos, de acordo com a idade da mulher, por ciclo. Confira:

– Mulheres com até 35 anos: até dois embriões;

– Mulheres de 36 a 39 anos: até três embriões;

– Mulheres com mais de 40 anos: até quatro embriões.

  • Mulheres com mais de 40 anos não podem realizar a FIV

Mito.

Mulheres com mais de 40 anos podem sim ser submetidas ao tratamento de fertilização in vitro, apesar das taxas de sucesso serem menores.

Como o potencial reprodutivo da mulher está diretamente relacionado à idade, é provável que mulheres com mais de 40 anos tenham maiores dificuldades de engravidar com óvulos próprios devido a questões como a baixa reserva ovariana, decréscimo da função hormonal e, também, a baixa qualidade dos embriões formados.

Uma maneira de aumentar as chances de sucesso de uma FIV em mulheres com mais de 40 anos é usar óvulos de uma doadora anônima.

  • Não é possível ter relações sexuais durante o tratamento

Mito.

O sexo não está proibido entre o casal durante todo o tratamento. Porém, é preciso atenção redobrada durante algumas etapas da FIV porque existe o risco de uma gravidez múltipla inesperada como gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmos.

Como as recomendações variam caso a caso, o ideal é que o casal converse com o médico especialista sobre os períodos de restrição e os cuidados que devem ser tomados durante o tratamento.

  • É possível escolher o sexo do bebê

Mito.

Apesar da análise genética do embrião possibilitar descobrir o sexo do bebê, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho de Ética Médica proíbem a possibilidade de escolher características e o sexo do bebê nos métodos de reprodução assistida.

No Brasil, a opção é permitida apenas para casos de doenças genéticas ligadas ao sexo, em que são transferidos ao útero apenas os embriões do sexo que não é acometido pela doença.

  • Não há diferenças entre a FIV e a inseminação artificial

Mito.

Há sim diferenças entre a FIV e a inseminação artificial, também chamada de inseminação intrauterina. Enquanto a FIV consiste no encontro do óvulo e do espermatozóide em um ambiente controlado dentro do laboratório e na posterior transferência do embrião para o útero da mulher, na inseminação artificial o sêmen é injetado diretamente dentro do útero, com a fecundação ocorrendo de forma natural.

Os tratamentos têm diferentes indicações e apenas com uma avaliação médica individualizada é possível apontar qual será o melhor para cada caso.

E então, gostou do nosso post sobre os mitos e verdades sobre a fertilização in vitro? Aproveite para compartilhá-lo em suas redes sociais e, assim, nos ajudar a desmistificar cada vez mais os temas relacionados à reprodução humana.

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Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
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