Tentantes: possíveis pontos positivos e negativos da vacina contra a Covid-19

Tentantes: possíveis pontos positivos e negativos da vacina contra a Covid-19

Tentantes: possíveis pontos positivos e negativos da vacina contra a Covid-19

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A vacina contra a Covid-19 virou um dos assuntos mais comentados nos noticiários e também nas redes sociais. No Brasil, a população adulta aguarda ansiosamente pela sua vez de vacinar, e as mulheres que planejam engravidar se questionam se devem continuar as tentativas, se seria melhor esperar pela vacina, ou até mesmo se devem ser vacinadas.

Em janeiro deste ano, publicamos um artigo em nosso blog com várias opiniões de instituições em reprodução humana ao redor do mundo. Recentemente, a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) divulgou o documento “Recomendações para a vacinação Covid-19 em reprodução humana”, que traz informações sobre as vacinas disponíveis hoje no Brasil e os pontos positivos e potenciais pontos negativos de vacinação para mulheres que desejam engravidar.

Fizemos um compilado dos principais pontos do documento e trouxemos neste texto. Continue a leitura e confira!

Vacinas contra a Covid-19

O documento menciona as vacinas atualmente autorizadas pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) para uso emergencial: a Coronavac (ou vacina adsorvida Covid 19 – inativada) e a Covshield (ou vacina Covid 19 recombinante).

Ambas não dispõem de dados de segurança robustos para uso na gravidez ou em mulheres que engravidaram após receber a vacina. Porém, foram classificadas como Categoria B, na qual deve-se pesar riscos e benefícios individuais ao se decidir por sua utilização. A nota publicada frisa também que o tempo ideal entre o término da vacinação e o início do tratamento de reprodução assistida também não foi avaliado por ensaios clínicos, devendo também ser discutido individualmente. Porém, por nenhuma das vacinas conter vírus vivo, não há, segundo o documento, razão para se atrasar as tentativas de gravidez pela administração da vacina, ou adiar o tratamento até a administração da segunda dose.

Outro ponto importante quanto às vacinas disponíveis é que segundo esta publicação, não existe vacina mais indicada que outra no grupo de tentantes, devendo, portanto, realizar a imunização com a que for disponibilizada pelas autoridades.

Vacinação para tentantes: pontos positivos

A SBRH aponta que entre os principais pontos positivos de vacinar é que mulheres grávidas tem maior risco de doença grave do que as mulheres não grávidas. As gestantes tem cerca de cinco vezes mais chances de necessitarem de internação em Unidades de Cuidado Intensivo (CTIs) e de necessitarem de ventilação mecânica. Além disso, a incidência de partos prematuros parece ser mais frequente em gestantes com COVID, que também apresentam maior risco de evoluírem a óbito quanto comparadas a mulheres não gestantes da mesma faixa etária. Portanto, a imunização neste grupo de mulheres pode ajudar a prevenir a forma grave da COVID, e com isso, tentar minimizar os números expostos acima.

Outro ponto de destaque é que as vacinas disponíveis até o momento no Brasil não usam o vírus vivo, ou seja, elas não causam a doença e estão associadas a um perfil adequado de segurança para uso na gravidez, assim como outras vacinas usadas rotineiramente durante a gestação. Além disso, os principais efeitos colaterais das vacinas foram leves ou moderados e transitórios.

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Vacinação para tentantes: potenciais pontos negativos

Como a segurança e a eficácia das vacinas não foram avaliadas em mulheres grávidas, não se sabe se a eficácia é semelhante em gestantes e não gestantes, se há efeitos adversos diferentes ou se há maior risco de abortamento ou anomalias fetais.

Apesar dos pontos acima destacados, a SBRH reforça que as vacinas não usam vírus vivo e têm tecnologia já utilizada em outras vacinas que fazem parte do calendário das gestantes, como a de influenza, por exemplo.

Opções para as mulheres que desejam engravidar

O posicionamento divulgado pela SBRH, vai ao encontro dos já emitidos por outras entidades de renome nacional e internacional. A recomendação para as mulheres tentando engravidar é inicialmente de discutir com o médico e a equipe que a acompanha sobre as vantagens e possíveis desvantagens da vacinação. Sendo assim, alguns pontos são mencionados para serem levados em consideração, como:

  • Risco de adquirir a doença, considerando-se o grau de exposição (exemplo: profissionais da saúde);
  • Risco de manifestar a forma grave da doença, que pode ser maior quando diante de pacientes com comorbidades como hipertensão, doenças pulmonares, cardiovasculares, dentre outras;
  • Considerar o impacto de postergar ou não as tentativas de engravidar ou os tratamentos de reprodução humana até a vacinação ser realizada.

A SBRH afirma que as mulheres que planejam engravidar contam com algumas opções no que diz respeito à vacinação contra a Covid-19.

A primeira delas seria adiar a gravidez até que medidas para mitigar a pandemia tenham sido tomadas. Porém, essa é uma opção que deve ser considerada principalmente para mulheres jovens e que contem com uma boa reserva ovariana. Neste caso, a mulher pode esperar por sua vez para vacinar, tomar as duas doses da vacina, aguardar 30 dias para se tornar imune e só então iniciar as tentativas de gravidez ou o tratamento.

Outra opção, principalmente para mulheres com mais de 35 anos e/ou com baixa reserva ovariana, seria a de prosseguir com as tentativas de gestação ou com os tratamentos de reprodução assistida. Importante frisar que mesmo assim, continuando com as medidas de prevenção para combater a doença. A SBRH reforça que, nesses casos, o recomendado é que, assim que a paciente for chamada para vacinar, não se adie a vacina. Como afirmado na nota: “A paciente deve vacinar mesmo durante as tentativas de gravidez”.

Assim como outras instituições em reprodução humana, a SBRH pontua a importância de que a tomada de decisão sobre se vacinar ou não contra a Covid-19 é algo que deve ser feito entre o médico e paciente ou casal, sempre levando em consideração riscos e benefícios.

Este documento agrega ainda mais na prática clínica e no auxílio a esta tão difícil, porém importante decisão quanto à vacinação e as tentativas de gestação, espontâneas ou por tratamentos de reprodução assistida. As conclusões são enfáticas de que os médicos tem o dever de incentivar os pacientes à vacinação, seguindo os devidos critérios de elegibilidade e o plano nacional de vacinação.

Se você está pensando em engravidar ou se já é tentante e quer tirar dúvidas sobre a vacina contra a Covid-19, deixe sua pergunta abaixo, nos comentários.

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Dra. Camilla Vidal

Médica ginecologista com especialização em Reprodução Humana na HCFMRP – USP. CRM-SP 164.436
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