Em Junho, o Mês da Fertilidade, especialistas reforçam importância de políticas de apoio à fertilidade; adiamento da maternidade e causas biológicas explicam crescimento da infertilidade.
A infertilidade é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e ganha ainda mais relevância neste Junho, Mês da Conscientização sobre a Infertilidade. O avanço desse problema acompanha tendências globais preocupantes: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva enfrentam algum grau de dificuldade para engravidar, o equivalente a mais de 48 milhões de casais no mundo.
No Brasil, a proporção é de um em cada oito casais. Esse número pode ser ainda maior, considerando que, com o aumento das gestações após os 40 anos, a mulher pode apresentar infertilidade naturalmente. De acordo com especialistas, esse cenário pode gerar impactos no desenvolvimento social e econômico de um país ou região.
Em Ribeirão Preto e região, o tema é especialmente sensível: as quatro maiores cidades, Ribeirão Preto, Franca, Sertãozinho e Barretos, registraram, na última década, uma queda média de 20% nos nascimentos, o dobro da média nacional, que foi de 10%, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil (Arpen-Brasil). Apenas em Ribeirão Preto, foram 1.376 nascimentos a menos entre 2019 e 2024, conforme levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para Marcelo Rufato, Diretor Executivo e dos Laboratórios do CEFERP (Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto), essa redução pode estar relacionada à crescente necessidade de planejamento familiar, mas ainda sem o suporte de políticas públicas que amparem a fertilidade no momento desejado. “Cada vez mais mulheres adiam o projeto de ter filhos por razões profissionais, financeiras ou pessoais, mas a infertilidade é um fator que pode surgir naturalmente, especialmente após os 35 anos”, explica.
Estudos internacionais reforçam que o debate sobre infertilidade precisa avançar. A IFFS (Federação Internacional de Sociedades de Fertilidade) alerta para os efeitos de políticas públicas que priorizaram exclusivamente a contracepção, contribuindo para taxas de fecundidade abaixo do nível de reposição em mais da metade dos países. “Hoje, precisamos valorizar também políticas que apoiem quem deseja ter filhos. A construção familiar é um direito humano fundamental e deve ser parte essencial das políticas públicas de saúde”, defende Marcelo Rufato.
O diretor destaca que a medicina reprodutiva evoluiu e hoje permite que milhares de casais realizem o sonho de ter um filho biológico. Em alguns países desenvolvidos, até 10% dos nascimentos já ocorrem por meio de técnicas como a fertilização in vitro. No Brasil, contudo, o acesso a esses tratamentos ainda é limitado por questões socioeconômicas e pela falta de informação.
Gravidez tardia: os 40 são os novos 30
Embora as chances naturais de engravidar diminuam com o avanço da idade, especialmente após os 40 anos, a medicina reprodutiva tem ampliado significativamente as possibilidades para quem deseja ser mãe em etapas mais maduras da vida. “O desejo de ser mãe após os 40 anos é legítimo e pode ser plenamente viabilizado com o apoio das técnicas disponíveis hoje”, destaca Marcelo Rufato. Entre essas alternativas, a criopreservação de óvulos se destaca como uma importante estratégia para preservar a fertilidade, especialmente quando realizada antes dos 35 anos, aumentando as chances de uma gestação saudável no momento que a mulher considerar mais adequado.
Causas masculinas e femininas
Diversos fatores podem contribuir para a infertilidade, tanto femininos quanto masculinos. Entre as mulheres, destacam-se alterações hormonais, endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e doenças inflamatórias pélvicas. Nos homens, as causas mais comuns envolvem alterações na quantidade ou qualidade dos espermatozoides, varicocele, infecções e fatores genéticos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% dos casos de infertilidade estão relacionados a fatores femininos, 30% a fatores masculinos e, em aproximadamente 20%, as causas são mistas ou indefinidas.
De acordo com o especialista, a ciência é capaz de reverter quase todos os casos de infertilidade. No entanto, ele frisa que hábitos de vida como tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse e obesidade podem afetar negativamente a fertilidade de ambos os sexos. Para Marcelo, é fundamental um planejamento reprodutivo baseado em informação qualificada, acesso amplo à saúde e respeito aos diferentes caminhos para a realização do desejo de ter filhos — seja pela concepção natural, pela medicina reprodutiva, pela adoção ou por outras possibilidades.
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