Álcool e Gravidez: uma fórmula que NÃO combina

Álcool e Gravidez: uma fórmula que NÃO combina

Álcool e Gravidez: uma fórmula que NÃO combina

Banner Sonhar Juntos

Que o consumo de álcool pode ter efeitos significativos tanto para mulheres que estão tentando engravidar quanto para o desenvolvimento do bebê durante a gravidez é algo que a maioria já sabe. Porém quais os principais impactos que o álcool pode causar?

Antes de aprofundar no assunto, é importante responder à pergunta:

Álcool e Gravidez: Existe dose segura de álcool na gravidez? NÃO!

O álcool é uma substância tóxica, afetando vários órgãos e sistemas do corpo. Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, não é conhecida uma dose segura de álcool e, por isso, não é recomendado ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica durante qualquer período da gravidez. Uma vez que beber durante a gestação pode elevar o risco de alterações no feto em até 65 vezes!

O álcool em mulheres tentando engravidar:

1. Impacto nos Tratamentos de Fertilidade

O álcool pode diminuir as chances de sucesso de tratamentos de fertilidade, como a Fertilização in vitro (FIV), interferindo, por exemplo, na resposta aos medicamentos e influenciando negativamente a receptividade do endométrio, a camada interna do útero onde o embrião se implanta. Além disso, o álcool pode também afetar a motilidade dos espermatozoides no corpo da mulher, dificultando a fertilização.

2. Qualidade dos Óvulos

O consumo de álcool pode afetar a qualidade dos óvulos de várias maneiras e, mesmo que a mulher consiga conceber, a qualidade inferior dos óvulos pode aumentar o risco de abortos espontâneos ou de problemas no desenvolvimento inicial do embrião.

  • Aumento do Estresse Oxidativo: O álcool pode aumentar a produção de radicais livres no corpo, levando ao estresse oxidativo. Esse estresse pode danificar o DNA dos óvulos, resultando em óvulos com anomalias genéticas. Esses danos podem reduzir a viabilidade dos óvulos e aumentar o risco de abortos espontâneos e defeitos congênitos.
  • Interferência na Divisão Celular: O álcool pode interferir no processo de meiose, que é a divisão celular necessária para a formação de óvulos maduros. Isso pode resultar em óvulos que não completam a maturação adequadamente, tornando-os incapazes de serem fertilizados ou levando a embriões com anormalidades cromossômicas.
  • Esgotamento Prematuro dos Folículos: O consumo excessivo de álcool pode acelerar a depleção da reserva ovariana, que é o número de folículos disponíveis nos ovários. Uma reserva ovariana reduzida significa menos óvulos disponíveis para a ovulação, e aqueles que permanecem podem ser de qualidade inferior.
  • Condições Cromossômicas: O álcool pode aumentar o risco de aneuploidia, que é a presença de um número anormal de cromossomos nos óvulos. Isso ocorre porque o álcool pode interferir na segregação dos cromossomos durante a meiose. Óvulos aneuploides têm maior probabilidade de resultar em embriões inviáveis ou em bebês com condições cromossômicas, como a Síndrome de Down.
  • Inflamação e Toxinas: O álcool pode causar inflamação nos tecidos ovarianos e aumentar a concentração de toxinas no ambiente em que os óvulos se desenvolvem. Um ambiente inflamatório e tóxico pode comprometer a qualidade dos óvulos, dificultar sua fertilização e desenvolvimento subsequente.

3. Desequilíbrio Hormonal

O álcool pode afetar os níveis hormonais, incluindo os hormônios reprodutivos essenciais para a concepção, como hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estrogênio, progesterona, gonadotrofina coriônica humana (hCG), prolactina e inibina.

Esses hormônios desempenham papéis cruciais na regulação do ciclo menstrual, na ovulação, na preparação do útero para a implantação do embrião e na manutenção da gravidez. Inclusive, o consumo de álcool pode levar a ciclos menstruais irregulares ou até mesmo à amenorreia (ausência de menstruação).

4. Estilo de Vida

Mulheres que consomem álcool frequentemente podem estar mais propensas a adotar outros comportamentos prejudiciais à fertilidade, como dietas inadequadas, falta de exercício e altos níveis de estresse, todos fatores que podem impactar negativamente a capacidade de engravidar.

5. Saúde Geral

Além da saúde reprodutiva, o álcool pode influenciar na saúde geral da mulher:

a.    Saúde Cardiovascular

  • Hipertensão: O álcool pode aumentar a pressão arterial, elevando o risco de hipertensão, que é um fator de risco para doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
  • Doenças Cardíacas: O consumo excessivo pode levar ao desenvolvimento de cardiomiopatia alcoólica, uma condição onde o músculo cardíaco enfraquece e não bombeia sangue eficientemente.

b.    Sistema Nervoso

  • Danos Cerebrais: O álcool pode causar danos às células cerebrais, levando a problemas de memória, dificuldades cognitivas e aumento do risco de demência.
  • Depressão e Ansiedade: O consumo excessivo de álcool está fortemente associado a distúrbios de humor, como depressão e ansiedade, além de aumentar o risco de comportamento suicida.

c.    Sistema Digestivo

  • Doenças Hepáticas: O consumo excessivo de álcool é uma das principais causas de doenças hepáticas, como a esteatose hepática (fígado gorduroso), hepatite alcoólica e cirrose, que pode ser fatal.
  • Problemas Gastrointestinais: O álcool pode irritar o revestimento do estômago, levando a gastrite, úlceras gástricas e até mesmo câncer do trato gastrointestinal.

d.    Sistema Imunológico

  • Imunossupressão: O álcool compromete o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções, como pneumonia e tuberculose, além de retardar a recuperação de doenças.

e.    Saúde Óssea

  • Osteoporose: O álcool interfere na absorção de cálcio e na produção de vitamina D, enfraquecendo os ossos e aumentando o risco de osteoporose e fraturas.

f.     Câncer

  • Risco Aumentado de Câncer: O consumo excessivo de álcool está associado a um aumento do risco de diversos tipos de câncer, incluindo câncer de mama, fígado, esôfago, boca e cólon.

g.    Peso e Metabolismo

  • Obesidade: O álcool é calórico e pode contribuir para o ganho de peso, especialmente quando consumido em grandes quantidades, levando à obesidade e a seus problemas de saúde associados, como diabetes tipo 2.

h.    Saúde Mental e Social

  • Dependência e Abuso: O consumo excessivo de álcool pode levar à dependência, afetando negativamente a vida social, familiar e profissional da mulher.

i.      Envelhecimento Precoce

  • Efeitos na Pele: O álcool desidrata a pele, acelera o envelhecimento e pode causar danos permanentes, como rugas e perda de elasticidade.

O álcool para o bebê durante a gravidez:

1. Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)

A exposição ao álcool durante a gravidez pode causar a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), um conjunto de alterações físicas, comportamentais e intelectuais que podem afetar a criança para o resto da vida.

O álcool é uma substância neurotóxica que atravessa a placenta e entra na corrente sanguínea do bebê, onde pode causar danos irreversíveis ao cérebro em desenvolvimento.

Os problemas causados pela SAF não têm cura e podem ou não ser aparentes ao nascer, o que inclui: deformidades faciais, problemas renais, crescimento deficiente, diminuição da capacidade de execução de tarefas, dificuldades de aprendizado e memória, dificuldades de atenção, alterações comportamentais, entre outros.

Além disso, a exposição pré-natal ao álcool pode predispor o indivíduo a uma série de problemas de saúde ao longo da vida, incluindo defeitos cardíacos, deficiências no sistema imunológico e maior risco de desenvolver dependência de álcool e outras substâncias. Com frequência, na adolescência, a pessoa pode apresentar problemas com a lei, abuso de álcool e drogas.

Banner Infográfico dicas

Em resumo, o álcool durante a gestação pode afetar negativamente o desenvolvimento neurológico, emocional e comportamental do bebê, além de influenciar a saúde a longo prazo, com sequelas que podem persistir durante toda a vida da pessoa.

2. Abortos e Partos Prematuros

O consumo de álcool durante a gravidez pode aumentar significativamente o risco de abortos espontâneos, partos prematuros e baixo peso ao nascer devido a seus efeitos tóxicos diretos e indiretos no desenvolvimento fetal e na saúde da mãe.

Além dos efeitos tóxicos diretos, outros riscos que o consumo de álcool pode gerar são:

a. Inflamação e Estresse Oxidativo

O consumo de álcool pode induzir inflamação e estresse oxidativo no corpo da mãe, o que pode desencadear uma resposta imune que afeta o ambiente uterino. Isso pode levar à ativação precoce dos mecanismos que iniciam o trabalho de parto, resultando em parto prematuro.

b. Comprometimento do Desenvolvimento Placentário

O álcool pode prejudicar o desenvolvimento e a função da placenta, que é crucial para a troca de nutrientes e oxigênio entre a mãe e o feto. Uma placenta disfuncional pode levar a restrições no crescimento fetal e ao início prematuro do parto.

c. Desnutrição Materna

O álcool pode levar à má absorção de nutrientes essenciais na mãe, como ácido fólico, ferro e vitaminas, que são críticos para o crescimento e o desenvolvimento fetal. A deficiência desses nutrientes contribui para o baixo peso ao nascer.

Como prevenir os riscos do álcool na jornada da concepção e na gravidez?

Prevenir os riscos que o álcool pode causar tanto para mulheres que estão tentando engravidar quanto durante a gravidez é de extrema importância e pode ser alcançado a partir de 3 passos:

1. Abstinência Total

A recomendação geral é que, para evitar qualquer risco ao bebê, as mulheres grávidas ou que estão tentando engravidar devem abster-se completamente de consumir álcool.

2. Conscientização e Educação

Muitos casos de exposição ao álcool durante a gravidez ocorrem devido à falta de conscientização sobre os riscos. Educação e aconselhamento pré-natal podem ajudar a prevenir a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e outros problemas relacionados ao consumo de álcool.

3. Apoio Psicológico

Para mulheres que têm dificuldade em parar de beber, buscar apoio psicológico ou participar de grupos de apoio pode ser crucial. Isso pode ajudar a garantir uma gravidez saudável e reduzir os riscos para o bebê.

Ter o acompanhamento de um especialista em Reprodução Humana na jornada da concepção e durante a gravidez pode ajudar a conquistar um desenvolvimento saudável do bebê, auxiliando a tirar dúvidas e trazendo tranquilidade nesse período.

Conheça a equipe do CEFERP, a única clínica de fertilidade da América Latina com Acreditação de Qualidade e Segurança Qmentum Internacional, nível Diamante. Agende sua consulta.

 

ebook taxas de sucesso
mm

Dra. Rebecca Pontelo

Médica Ginecologista - CRM 123.481 Curso Superior de medicina na Universidade Federal do Espírito Santo - 1999 a 2005 Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na FMRP-USP - 2006 a 2009 Especialização em Reprodução Humana pela FMRP-USP - 2009 a 2010 Tìtulo de especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Febrasgo em 2009
Perfil no Doctoralia

Deixe um comentário

Perfil no Doctoralia
Perfil no Doctoralia